Neuroeducação - PDFCOFFEE.COM (2025)

NEURO E D U C A Ç Ã O PARA O EXITO

Construção Familiar-Escolar

_dos Três Cérebros e suas Competências –

W. GRÉGOR 2016

© W. De Grégori NEUROEDUCAÇÃO PARA O ÊXITO Construção-Produtividade-Decadência Familiar-Escolar-Étnica dos Três Cérebros e suas Competências De GRÉGORI, W. Pedagogia, Psicologia, Neurociências

NEUROEDUCAÇÃO PARA O ÊXITO

Construção-Produtividade-Decadência dos 3 Cérebros e suas Competências

W. Grégori – 2016 [emailprotected] www.csproporcional.com.br

SUMÁRIO

1 1.1 1.1.1 1.2 1.2.1 1.2.2 1.2.3 1.3 1.4 1.5 1.5.1 1.5.2 1.5.3 1.5.4 1.6 1.6.1 1.7 1.8 1.9 1.10 1.10.1 1.11 1.12 1.13 1.14 1.15 02 02.1 2.2. 2.3. 2.4 2.4.1 2.5 2.5.1 2.5.2 2.5.3 2.6 2.7

3 3.1. 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.2 3.2.1 3.3 3.4 3.4.1 3.5 3.6 3.6.1 3.7 4

Apresentação do cérebro ao cérebro CAPÍTULO 1. CONHEÇA SEU CÉREBRO Você é Sensitivo, Intelectual e Pragmático: Três em Um Como as pessoas imaginam que sejam? Que nome é mais apropriado para cada parte do cérebro? O cérebro em evolução-complexificação Os quatro níveis do cérebro esquerdo Os quatro níveis do cérebro central Os quatro níveis do cérebro direito Cérebro, sistema nervoso e neurônios como sistemas Neurotransmissores Do cérebro monádico ao diádico e ao triádico QT – Revelador do Quociente Tricerebral Quociente Tricerebral Nível 1 O QT é um cerebroscópio e uma bússola Metas para melhorar o tricerebrar Auto-Autorização para adultos Planejamento, operacionalização, controle de metas Exemplos de aplicação do QT pelo Ciclo Tricerebral O familiograma que embasa o tricerebrar Que outros nomes foram dados ao princípio tri-uno ou à tri-unidade Cada processo mental pode também subdividir-se em três O cérebro como holograma e hológrafo Amplifique-se: do monádico e diádico até o triádico Competências a desenvolver desde a infância Quem ativou os poderes dos três processos mentais Algumas das misérias dos três cérebros Breve história da conquista do cérebro CAPÍTULO 2 – Dinâmica de Grupos O jogo triádico da vida comandado pelo tricerebrar Níveis, hierarquias, divisão de trabalho Maximocracia e violência O que é a proporcionalidade tri-tetra? Comunicação triádica Sintonia com os três subgrupos Como cada subgrupo julga e pensa os outros dois Opiniões e acusações de parte dos antioficiais e oscilantes ao oficialismo Opiniões e acusações dos oficiais e antioficiais aos oscilantes Opiniões e acusações dos oficiais e oscilantes aos antioficiais Logoterapia Tri-motivação CAPÍTULO 3 – Programação tricerebral e instalação de códigos culturais Como são programados os três cérebros Fluxograma da Vida comentado Os 14 subsistemas em cada ciclo do Fluxograma da Vida Síntese de cada ciclo do Fluxograma da Vida Ritos de entrada, travessia e saída de cada ciclo Como descobrir o familiograma e a programação lá escondida Como elaborar o familiograma Curriculum vitae do meu tricerebrar Um estudo de caso de dinâmica individual Estudo de caso para orientação educacional A árvore genealógica tricerebral diz muito mais que a árvore genealógica sexual Desenvolvimento de competências para cada ciclo da vida “Neuromães”, “neuropais” e “neurodocentes” tricerebrais Projeto de carreira de mães CAPÍTULO 4 – Construção escolar do tricerebrar A construção de competências tricerebrais e trigrupais tetraniveladas

07 13 16 16 17 21 23 23 24 24 28 31 33 34 38 39 40 41 43 45 47 51 53 55 59 60 62 63 68 69 74 79 87 95 100 100 102 107 108 110 113

116 119 120 122 129 132 136 141 144 148 151 154 163 164 170

4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.3 4.4 4.4.1 4.5 4.5.1 4.5.2. 4.5.3 4.5.4 4.5.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.9.1 5. 5.1 5.2 5.3 5.4 5.4.1 5.4.2 5.4.2.1 5.4.3 5.4.3.1 5.4.3.2 5.5 5.5.1 5.5.2 5.6 5.6.1 5.6.2 5.6.3 5.7 5.7.1 5.8 5.9 6 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.2.1 6.2.3 6.3 6.3.1 6.3.3. 6.3.2 6.4 6.5

Educação e montagem do CCF. A didática mostra o como Poder e papéis de liderança em aulas e reuniões Normas mínimas para a convivência trigrupal proporcionalista Desenvolvimento de competências por exercício de lideranças Didática como processo upaya-coaching Técnicas de processamento ou elaboração em equipes Os muitos nomes dados ao tricerebrar pleno no CCF Descrição do CCF em termos de jogo triádico Mapas mentais tricerebrais Referencial dos Quatro Fatores Operacionais Referencial das Esferas Dinâmicas Referencial dos 14 subsistemas sociais de qualquer sistema Iniciação à didática sistêmico-triádica Melhorando as anotações com mapas mentais Triadização das disciplinas Estimulando seus três cérebros O referencial do hológrafo ou macroscópio social Processo upaya-coaching A comunicação triadizada no upaya-coaching CAPÍTULO 5 – Que novo tipo de ensinagem quero Autoensinagem – Bill Gates e a educação Desenvolva seu método de autoensinagem Atitude científica/sistêmica em tudo Como ler livros pelo CCF com diferentes referenciais Como avaliar a ensinagem Exemplo de feedback de docente Avaliação primeira, outros exemplos Inter-feedback de competências de cérebro esquerdo central e direito Avaliação/feedback de assimilação de conteúdos História triadizada das disciplinas Interdisciplinarização pelos 14 subsistemas Outros exemplos de avaliação segunda História triadizada da Psicologia Interdisciplinarização da Psicologia pelos 14 subsistemas Ensaio de avaliação segunda em Pedagogia História triadizada da Pedagogia Intrdisciplinarização da Pedagogia pelos 14 subsistemas Outras disciplinas triadizadas O modelo sistêmico triádico de recuperar a História Uso de hipertextos Cultivo do tricerebrar: autoeducação Estimulando seus três cérebros CAPÍTULO 6 – Superensinagem, autocondução e compromisso histórico Controle mental para a superensinagem O que se pode conseguir com a superensinagem Para o desenvolvimento dos quatro níveis do cérebro esquerdo Paradigma monádico-neoliberal e sistêmico-tricerebral comparados Para o desenvolvimento dos quatro níveis do cérebro central Minigramática do dinheiro Para o desenvolvimento dos quatro níveis do cérebro direito Autobiografia pelos 14 subsistemas Mapa de eventos biográficos que deixaram marca Cultivo Neurocoaching da autoimagem educativo

171 175 175 176 180 187 190 193 197 198 200 202 207 213 215 215 217 219 223 226 227 228 232 234 239 241 242 245 247 248 251 253 255 256 257 258 259 262 265 268 274

Compromisso histórico com a Indoamérica Estimulando a nova mulher e o novo homem BIBLIOGRAFIA GLOSSÁRIO

315 319 320 324

279 280 283 285 287 289 291 294 307 309 310 314

ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 01 01.1 02 03 04 04.1 05 05.1 06 07 08 08.1 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 18.1 18.2 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 32.1 33 34 35 36 37 37.1 37.2 38 38.1 39 40 40.1 40.2 40.3 40.4 41 42 43 44 45 46 46.1

CAPÍTULO 1 – CONHEÇA SEU CÉREBRO Três blocos cerebrais Três blocos de competências Processo upaya-coaching em educação A triadização da cultura tricerebral e trigrupal Organização tridimensional do cérebro tri-uno Fenômenos tricerebrais em ciclagem reduzida Cérebro monádico Cérebro diádico e triádico Nomes dispersivos dos três cérebros e suas funções Molde tri-uno da matergia e seus derivados Os quatro níveis de evolução-complexificação tricerebral Efeito holograma: replicação autossemelhante Cérebro-sistema com função de feedback como função de autocontrole Neurônio como sistema, com feedback Representações de redes tridimensionais “Reóstato” regulador da proporcionalidade entre neurotransmissores Ajudas para cada competência tricerebral/cultural em seus 4 níveis Sistema genético-endócrino-neuronal com ação reversiva Funções predominantes em cada hemisfério Funções predominantes em cada bloco tricerebral Neuroprótese – Marca-passo cerebral Mapa do perfil tri-tetracerebral de competências Operacionalização da meta ou competência a conquistar Planejamento de uma decisão. A) Fluxograma. B) Operacionalização O familiograma que faz a programação do tricerebrar Teoria da quatrinidade (Ned Hermann) Listagem de inteligências de H. Gardner Ciclos de evolução da aprendizagem segundo Piaget Teoria das competências segundo Thomas Durand Visão dialética ou de contradições em ciclos de três fases Qualidade total triadizada Teoria triárquica da inteligência (Robert Sternberg) Maçã e cérebro como hologramas Competências tricerebrais a desenvolver desde a infância Fluxograma evolutivo da ciência dos três cérebros CAPÍTULO 2 – DINÂMICA DE GRUPO Os três cérebros originando três subgrupos de comportamento Três cérebros-subgrupos, três culturas, três poderes supremos Níveis de agendonomia (divisão de trabalho) e de vivência Níveis/hierarquias que desmentem a igualdade Multiníveis de cada subgrupo Propulsão da matergia tri-uma, rumo à maximocracia, por degraus Ordem em que se dá a opressão, violência e terrorismo tri-grupal Arsenais para abuso de poder individual, subgrupal e dos poderes supremos Lei da média e extrema razão de Pitágoras Proporcionalidade trimodal de Carl Gauss Proporção e graus de desproporção nos níveis de vivência Modo ou estilo sempre igual de cada subgrupo fazer o seu jogo Modo proporcional de cada subgrupo fazer o seu jogo Aproximação a critérios para controle dos subgrupos O processo da comunicação tri Três modalidades cerebrais e três e estilos subgrupais de comunicação Fluxo da gestão sistêmica do conhecimento Características do comunicador “tri” Características do “escutador” tri Perversão e misérias de cada subgrupo monádico A motivação tri-tetranivelada CAPÍTULO 3 - Programação tricerebral e instalação de códigos culturais Fluxograma da Vida Classificação de necessidades/satisfatores por 14 subsistemas e 3 cérebros Ritos de Passagem: cruzando fronteiras político-econômico-religiosas Primeiros vínculos naturais no familiograma Evitando competição entre pai e mãe por filhos(as)

Pag. 08 08 10 11 13 14 17 17 20 21 22 23 25 26 27 29 29 30 31 32 32 38 41 42 46 49 49 50 51 52 53 53 54 59 67 70 72 74 75 76 80 82 84 87 88 89 90 91 94 96 96 97 98 99 102 114 118 122 131 134 135

47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 57.1 58 58.1 59 60 60.1 60.2 61 62 63 64 65 65.1 65.2 65.3 65.4 66 67 67.1 67.3 67.2 67.4 68 69 69.1 70 71 72 72.1 73. 73.2 73.3 73.4. 73.5 74 74.2 74.3 75 75.2 75.3 76 76.1 77 77.1 77.2 78 79 80 81 82 83

Passos para o familiograma ou sociograma familiar Escala de intensidade tricerebral Operacionalização de metas ou projetos Mapa do desenvolvimento tricerebral em 4 níveis Educação tricerebral pelo Fluxograma da Vida, condensado em 5 ciclos Processo upaya-coaching tricerebral infanto-juvenil Educação e desenvolvimento de competências tricerebrais até os 18 anos O processo upaya-coaching da neuroeducação tricerebral CAPÍTULO 4 – Montagem escolar do tricerebrar Políticas educacionais dos 3 poderes CCF em 4 níveis Aula/reunião pelo CCF mínimo Aula/reunião pelo CCF mínimo e LIDERANÇAS Fluxograma de aula/reunião com CCF ampliado Aula/sessão pelo CCF pleno com técnicas de processamento CCF sobre a estante ou mesa de trabalho CCF com seus diversos nomes dispersivos CCF condicionado pelo jogo triádico CCF pleno com instruções de uso Três CCFs esquizofrênicos ou um CCF por tribo monocerebral O Ciclo Cibernético de Feedback com microciclos O CCF acoplado ao referencial dos quatro fatores operacionais O CCF acoplado ao referencial das esferas dinâmicas O referencial dos 14 subsistemas em forma de Roda-Viva O referencial dos 4 operacionais, acoplado ao dos 14 subsistemas Facetas de cada um dos 14 subsistemas, em cada um dos 4 Fatores Operacionais O CCF acoplado aos 14 subsistemas com operacionais Segmentação dos 14 subsistemas Fluxo sistêmico dos sentidos Fluxo sistêmico dos sentidos “Alimentação” dos três cérebros Fluxo de sistêmico um sistema S-O-R social com seus 14 subsistemas

137 142 143 152 155 158 159 167

Análise sintática sistêmico-operacional Alguns modelos de mapas mentais Hológrafo social Classificação de alguns saberes pelo hológrafo social Processo upaya-coaching desde a família até a autocondução CAPÍTULO 5 – Que tipo de autoensinagem quero Alguns obstáculos para a ensinagem Mapa-matriz geral de competências tri-tetraniveladas a desenvolver/medir Seleção de indicadores tricerebrais para avaliação de docentes Educação: triadização primeira; 73.1. Triadização segunda Unidades do currículo triadizado da Matemática Três culturas tricerebrais e três poderes máximos Fluxograma histórico triadizado da Matemática Interdisciplinaridade pelos 14 subsistemas Trriadização 1a e 74.1 triadização 2a

213 214 217 218 219

Unidades do currículo triadizado da Psicologia Fluxograma histórico triadizado da Psicologia Educação: triadização primeira. 75.1. Pedagogia: triadização segunda Unidades do currículo triadizado de Pedagogia Fluxograma histórico triadizado da Pedagogia Unidades do currículo triadizado da História Fluxograma histórico triadizado de História do Brasil CAPÍTULO 6 – Controle mental para a superensinagem Ondas/ciclagens tricerebrais Ciclagens tricerebrais e o sono Autocontrole de ondas cerebrais alfa, theta, delta Possibilidades de desenvolvimento tricerebral em 4 níveis Paradigma-instrumento e paradigma-produto Satisfatores pelos três cérebros e 14 subsistemas tetranivelados Fluxograma da busca do alguém amado. Educação afetiva Triplo eu/self em seus 4 níveis Mapas de eventos biográficos que deixaram marca

254 255 257

170 171 173 180 182 185 186 193 194 194 195 196 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 211 210

231 240 241 247 247 249 250 251 253

258 265 267 280 281 282 283 286 291 296 306 310

7

APRESENTAÇÃO DO CÉREBRO AO CÉREBRO. É o meu cérebro apresentando-se ao seu cérebro

Este é um livro sobre a revolução dos “três cérebros”, do “tricerebrar” e sua aplicação às ciências sociais ou comportamentais (não clínica) e sobre sua cons trução e programação, principalmente por mães e avós que são as que configuram o inconsciente coletivo-étnico-produtivo ou o perfil de uma cultura. A decadên cia/destruição das funções tricerebrais se dará pela idade ou por doença. Em realidade, o cérebro é um sistema “unitriádico” ou tri-uno: três que for mam um e cada qual apenas um de três, em permanente fluxo sistêmico, adap tando-se para continuar a viver. Analisamos seus múltiplos processos sob o enfo que triádico, como se tudo fosse triangular ou como se fossem trios ou trevos. É uma maneira de descobrir as três partes de qualquer coisa, ou de juntar as coisas de três em três, para formar conjuntos ou sistemas maiores, sempre tri-unos. Este modo de pensar as coisas como sistemas tri-ramificados ou como estrela de três pontas se chama paradigma, um paradigma de molde “tri” ou três. Tem gente que só pensa as coisas duas a duas, por pares, diadicamente; e tem gente que só pensa as coisas, uma cada vez, monadicamente, por unidades, o que é muita sim plificação mental. Por essa maneira tri, sabemos que o cérebro é um sistema composto de três partes mínimas, mas tão bem integradas e entrelaçadas que constituem um único cérebro tri-uno, como uma corrente elétrica trifásica ou como o átomo. O fa tor integrador é o número três. Tudo é feito com três elementos ou em três ramifi cações, porque a matergia (matéria + energia) funciona com este molde funda mental, que é como um holograma que se reitera desde os três quarks e os áto mos até os céus. Aqui apresentamos o cérebro e seus processos como uma estrutura ener gética de três blocos mínimos - esquerdo, direito e central - e seus três processos funcionais mínimos (que podem ser mais, mas nunca menos que três) que são: pensar, sentir e atuar; ou saber, criar e fazer-ter. Para localizar seus três cérebros, ponha, primeiro, sua mão esquerda co brindo a orelha esquerda; com isto está indicando o hemisfério esquerdo ou a par te esquerda do cérebro que comanda as funções lógicas de aprender, comunicar se, pensar, legislar etc. Em segundo lugar, ponha sua mão direita cobrindo a orelha direita; com isso está indicando o hemisfério direito ou a parte direita do cé rebro que comanda o sentir ou as funções emocionais como o amor, a criatividade, a imaginação, a arte, a intuição, o sentimento religioso, a solidariedade etc. Em terceiro lugar, ponha uma das mãos na parte detrás da cabeça, sobre o pescoço; com isso estará indicando o lado ou a parte central do cérebro que começa no tronco cerebral que dá suporte ao cerebelo e se estende no corpo caloso que une e intercomunica os dois hemisférios. Esta parte central do cérebro recebe os estí mulos que vêm dos sentidos, passa-os ao hemisfério direito para compor a ima gem de onde vêm tais estímulos e repassa-os ao hemisfério esquerdo para anali sar e entender a situação; daí a informação volta ao cerebelo que vai comandar o movimento de nervos, músculos e ossos para reagir com alguma ação de defesa, ataque ou indiferença neutra.

7

8

Com isso, já temos uma ideia dos três cérebros pelo tato. Daqui em diante, falaremos de cérebro es querdo-pensante, de cérebro direito-emocional e de cé rebro central-operativo; aos três juntos, chamaremos: Ciclo Tricerebral. É como se, ao redor de seu cérebro, começando pelo lado esquerdo, estivesse escrito: pen resumo sar, criar, daatuar, mente formando ou dos três um cérebros círculo oujuntos. ciclo, que dá um Temos muita experiência e êxito no uso dos três cérebros, em consultorias empresariais, em NeuroCoaching, em cursos de “Educação dos Três Cérebros” ou Neuroeducação Tricerebral, desde o pré-escolar, o fundamental até a universi dade, como metodologia nova para famílias, centros educativos, empresas e mu nicípios. É uma metodologia ministrada por membros da “Academia de Cibernética Social Proporcionalista”, uma rede internacional de profissionais capacitados na aplicação do princípio universal da tri-unidade sistêmica: www.csproporcional.com.br ou www.ciberneticasocial.org Cibernética Social, ou gubernética (arte de governar-se) vem trabalhando com esta temática há mais de 25 anos, tendo realizado diversos congressos com o tema "Revolução dos Três Cérebros". Não se trata só de revolução cognitiva: é tri cerebral. Cibernética Social é uma teoria supradisciplinar das Ciências Sociais e Hu manas, por integrá-las num só corpo de saberes, constituindo-se numa Ciência Social Geral, para adequar-se à era da globalização ou, do planeta como rede de sistemas. Acrescentamos, recentemente, o conceito de “Proporcionalismo”, como base matemática para desenvolver uma ética das novas relações neste planeta fe roz, que terá que tornar-se mais solidário. O nome completo da teoria e sua pro posta ficou: Cibernética Social Proporcionalista ou Ciência Social Geral. O que queremos é apresentar uma nova proposta de potenciação do cére bro em seus três processos, agregando-lhe as assim chamadas neuroferramentas, que são recursos de amplificação ou são extensões dos três cérebros. Antes de ensinar ciências, há que ensinar neurociência. Neuroalfabetização.

Sabemos que o cérebro sistêmico e seus três blocos de funções - cérebro esquerdo lógico-científico-racional; cérebro direito intuitivo-emocional-místico futurólogo; e cérebro central motor-operativo-administrador de produção econômi ca - serão o fator central de qualquer inovação para o individuo e também para grupos, empresas, países e o planeta. É uma das maneiras de enfrentar a obso lescência e o desgaste de suas propostas educacionais, organizativas, produtivas e éticas ou regulatórias para a convivência política, econômica e religiosa. Se al guém conhecer outra, que vá em frente, implemente e resolva tudo. tudo, cobrir tribuí-las cias disso conceito bem os Jáao de três que como eredor “triadizar” aspectos daquilo, se das dos fala competências, três que tanto ou vamos cérebros. as quer em três aprender dizer: competênfaces e desdisde o

8

9

Então, temos competências no cérebro esquerdo que são de comunicação, pesquisa, conhecimento, leis etc.; competências no cérebro direito que são de sensibilidade, arte, criatividade, relações humanas, ética etc.; e competências de cérebro central que são habilidades no fazer, nas finanças, na gestão, no controle etc. Se triadizarmos a cultura, teremos três lados ou ramos da cultura: o cérebro esquerdo comanda a cultura racional-científica; o cérebro direito comanda a cultu ra emocional-artística; e o cérebro central comanda a cultura laboral-financeira.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS TRÊS CÉREBROS E AS TRÊS CULTURAS?

1. O lado esquerdo-racional do cérebro está sendo confundido e distraído pela tecnologia eletrônica e outras drogas. Não consegue decifrar o caos e nem explicar a confusão em que nos encontramos. Não consegue tampouco abandonar seus hábitos mentais, seus esquemas classificatórios e as teorias explicativas e organizativas das coisas separadas uma a uma. É o fracasso das Ciências Sociais e Humanas separadas uma da outra, atrapalhando-se umas às outras. Isto é fruto do paradigma mental cartesiano ou monádico, que decompõe tudo em unidades mínimas, dissociadas, sem mapa de recomposição, na teoria; e, na prática, per versamente reforçado pelo paradigma neoliberal-darwinista da seleção natural do mais apto, de “quem pode mais chora menos”, abençoado, até, por religiões anti quadas. 2. O cérebro direito, que comanda o processo intuitivo-emocional-artístico e místico, também vai mal porque está perdido em exibicionismos, em superstições, em milagrismo e em populismo esotérico-mágico-curandeiro. Não se está usando para uma evolução artístico-mística, nem para melhorar a aprendizagem e a criati vidade, nem para melhorar a solidariedade e a ética na vida pessoal e coletiva. 3. O lado central-operativo, com vocação de monopólio dos banqueiros (que não são nem devem ser os governantes da humanidade, como proclamava o velho Adam Smith) rompeu todos os limites e se impôs como amo e senhor violen to da vida e do ecossistema. Com seus mitos de liberdade de mercado, desenvol vimento e riqueza, está produzindo um por cento de ricaços, massacrando os ou tros noventa e nove por cento e todo o ecossistema. Este império do cérebro cen tral, que se rege pela lei do mais forte e mais violento depredador, tem como res posta a violência (débil, por enquanto) dos depredados que se vão indignando e querendo invadir a bolsa de Wall Street, os bancos e outros bunkers de riqueza imoral. Nesse novo-velho neoliberalismo, se assiste a uma espécie de bancarrota nos processos mentais do cérebro esquerdo-racional e do cérebro direito emocio nal-solidário, permitindo a ascensão do cérebro central-feroz. Que mães, que edu cadores, que etnia, que perversos executivos estão deformando nossos processos mentais, nossa civilização e nossas vidas? Os três processos mentais do indivíduo e da coletividade estão em quebra, sem saber, sem querer e sem poder redirecio nar o processo político-econômico-religioso do planeta. Os políticos, que são os responsáveis por dirigir o processo social, traba lham com métodos, esquemas e estratégias de séculos passados, uma politica gem antiquada e amoral, encoberta por retórica brilhante, mas hipócrita. Os em presários, que contam com consultorias mais atualizadas, se encerram na área

9

10

econômica privada/particular, sem perceber o ser humano, as outras instituições, o bem comum e o ambiente como partes indispensáveis do processo global. Os líde res religiosos estão defendendo fanaticamente seus códigos, suas posturas mito lógicas e fundamentalistas antiquadas. Nestas três áreas é onde se necessita a revolução do cérebro, para que suceda uma revolução superadora do caos que nos foi imposto. Este livro não apresenta muita discussão teórica. Dedica-se mais ao que é prático, ao que se considera necessário para o desenvolvimento tricerebral com seu processo de upaya-coaching na educação, na empresa e na cultura. “Upaya coaching” é um processo de alavancar uma pessoa, empresa ou cultura para mo ver-se do ponto em que está, para alcançar um ponto superior, ou mover-se do bom para o melhor. Começa-se por descobrir o código de seu perfil tricerebral; de pois se avança passo a passo, com instruções, exercícios, dietas e treinos, como fazem os técnicos de qualquer esporte. O magnífico trabalho de Anne Sullivan, a educadora de Helen Keller, uma deficiente visual e auditiva, é um exemplo comple to do processo de upaya-coaching, em educação. Podemos imaginar um processo de upaya-coaching, com começo, meio e fim. Neste processo, o educador ou treinador é representado por uma linha ao alto; e o educando ou treinando é representado por uma linha que começa bem abaixo do treinador (porque todo aprendiz começa sabendo menos). Mas a linha do edu cando, pouco a pouco vai subindo até que ao final ela ultrapassa a linha do educa dor, porque todo discípulo tem que superar o mestre. A meta maior deste livro é: ramentas 1. Oferecer a mães e informação pais, educadoe ferres, treinadores, executivos e con sultores, sobre o upaya-coaching de desenvolvimento do perfil de competências de um indivíduo, de uma equipe, ideal é chegar de auma umsociedade. desempenho O produtivo-racional-solidário proporcional, que aqui que se édefende. a teoria e a proposta 2. Despertar indivíduos e grupos embobados e amestrados, para que res gatem e libertem seus três cérebros frente a qualquer grupo ou poder que tente manipulá-los e explorá-los. Todos são amestráveis em um ou em dois cérebros; poucos são educáveis nos três cérebros, simultaneamente. Aqui, vamos dar mais ênfase ao cérebro esquerdo e ao direito, e um pouco menos à prática econômico-produtiva do cérebro central, que está mais completa em meu livro Capital Tricerebral. Na verdade, faz falta um currículo integrando as três gramáticas do cérebro que são: Gramática número-verbal de idiomas e ciên cias para o cérebro esquerdo; Gramática do corpo, trabalho, dinheiro e poder para o cérebro central; e Gramática do amor, da ética, da arte e da espiritualidade mís tica para o cérebro direito. As três gramáticas juntas compõem o perfil tricerebral. A busca do desenvolvimento e uso simultâneo e complementar dos três processos mentais é uma reação à dissociação, ao unilateralismo e ao egocen trismo que predominam em toda parte, danificando o perfil tricerebral da seguinte maneira:

10

11

 Os profissionais da educação e da pesquisa desenvolveram seus métodos só para o cérebro esquerdo, sem se importarem muito com os processos afetivo artístico-místicos do cérebro direito e com o trabalho, negócios e produtividade do central;  Os espiritualistas fizeram o mesmo para o cérebro direito sobrenaturalista, iso lando-o do cérebro lógico e do cérebro prático;  Os consultores de empresas, como os de Qualidade Total, de Planejamento Es tratégico, de Gestão de Conhecimentos e Competências, desenvolveram seus mé todos produtivos e negociais sem integrar-se nem com os processos investigativos universitários, nem com os processos intuitivo-místicos das religiões e das artes. A percepção e a linguagem dessas três culturas derivadas do tricerebrar são pouco compatíveis entre si, atualmente, porque se desenvolveram por separa do, como bandos rivais, sem preocupação pela integração e as interfaces. Aqui, primeiro se defende a integração supradisciplinar das três culturas e seu perfil glo bal, como Ciência Social Geral; só depois se entrará nas disciplinas e especialida des. Para entender a relação dos três cérebros com as três culturas e três alas de poder daí nascidas, podemos usar setas partindo de cada um dos três cére bros. A seta que nasce no cérebro direito cultura que representa termina artístico-espiritual. num o poder triângulo sacral acima, e a

invertido, central Atermina seta que que acima, representa nasce num nootriângulo cérebro poder

econômico e a cultura monetária-mer cadológica; tico rebro triângulo e aesquerdo cultura que e representa ainformativo-legislativa. seta termina que nasce oacima, poder nopolínum cé-

Este modo triádico de montar o quebra-cabeça da realidade oferece uma perspectiva mais animadora frente à avassaladora sensação de pequenez, soli dão, fugacidade e de insignificância desta “paixão inútil” e conflitiva que é o ho mem moderno, que é a espécie humana. E serve como proposta alternativa para a asfixiante organização neoliberal do planeta que resulta em incluídos e excluídos, em viáveis e inviáveis, em úteis e inúteis, desmoralizando os que ainda creem na humanidade. O planeta foi feito refém de banqueiros e financistas do império judeu anglo-americano. Necessitamos de muita energia e de muita Neuroeducação para poder livrar-nos deste novo campo de concentração e libertar o planeta e a vida. Neuroeducação para poder conquistar algum poder político, econômico e sacral, e sonhar um mundo pós-capitalista, pós-socialista e pós-teocrático. No Brasil, falta ainda superar o modelo tricerebral da colonização portugue sa (ver: http://books.google.com.br/books/about?id=qmysBQAAQBAJ&redir_esc=y

11

12

Como persiste o modelo da colonização anti-intelectual salazarista-portuga-brasileira de materialismo grosseiro e grosso, predominante no Triângulo das Bermudas brasi leiro, “um estudo do Fórum Econômico Mundial, para medir o êxito dos países em de senvolver e preparar sua infância e adolescência para a vida, flagrou o Brasil, a séti ma economia do mundo, em humilhante 91º lugar entre 124 países, atrás até de El Salvador, Bolívia e Paraguai”...(Clóvis Rossi, www.uol.com.br - 17/05/15)

Para este sonho, mães, educadores e gerentes têm que aprender a pro gramar os três processos mentais de maneira nova. O exemplo de que “sim, se pode” vem das mães judias, construtoras cerebrais da maioria dos gênios da hu manidade. Trata-se de formar pessoas com perfil de cérebro direito-solidário, de cére bro esquerdo-judicioso, de cérebro central-produtivo, para assumir seu papel histó rico complementar e compensador, nesta fase tão ameaçadora para tudo o que existe em nosso querido planeta. Votos de eficaz Neuroeducação para o Êxito. W. De Gregori Brasília, 2016

NOTA. Este livro foi recusado pela Cortez, editora das esquerdas; pela Perspectiva, edito ra do poder econômico; e pela Vozes, editora do poder sacral. Isso confirma que se trata, realmente, de um manual de educação pós-socialista, pós-capitalista e pós-sacral.

12

13

CAPÍTULO 1. CONHEÇA SEU CÉREBRO

Já examinamos, antes, os três cérebros na posição ou dimensão horizontal, com o cérebro esquerdo, central e direito, lado a lado. Agora podemos examinar os três cérebros na vertical, representando três camadas evolutivas, segundo o neurólogo norte-americano Paul MacLean (1970) que são, de baixo para cima: cé rebro reptiliano, límbico e neocortical. Depois, os examinaremos na posição longi tudinal. Pode-se imaginar o cérebro na vertical como um sobrado de três andares; ou como um rocambole ou uma lasanha com três camadas; ou um pêssego, com a polpa sendo o neocórtex, o caroço sendo o límbico e a semente ou o miolo sendo o reptiliano; ou como qualquer outra fruta cuja parte mais externa é o epicarpo que seria o neocórtex, a do meio é o mesocarpo, que seria o límbico, e o endocarpo ou a parte mais interna, que seria o reptiliano. De fato, na base ou no miolo do crânio, está o cerebelo com o corpo caloso, responsável pelo impulso de sobrevivência e procriação. MacLean denominou-o cérebro reptílico ou reptiliano porque os répteis só tem este cérebro. A segunda camada cerebral é a límbica, responsável pelas relações emocionais e de integração. Os mamíferos inferiores tiveram evolução até aqui. A terceira camada cerebral é denominada neocortical, responsável pela computação das informações, à qual só os mamíferos superiores chegaram. Uma terceira maneira triadizada de imaginar o cérebro é pelos lóbulos fron tais pondo uma mão na testa; pelos lóbulos têmporo-parietais, pondo uma mão sobre uma orelha para indicar a parte do meio; e pelos lóbulos occipitais ou poste riores, pondo a mão atrás da cabeça. “E O CÉREBRO CRIOU O HOMEM” (Damásio, 2011)

1. VOCÊ É SENSITIVO, INTELECTUAL E PRAGMÁTICO: TRÊS EM UM

Desde que nasceu, você é um sensitivo, é um vidente com os olhos interio res, porque nasceu com vibrações ou frequências eletro-magnético-químicas do cérebro, abaixo de 13 ciclos por segundo ou em ciclagem reduzida, que corres ponde às ondas alfa, théta e delta. Isso traz incríveis capacidades de sensibilidade,

13

14

visualização mental, profecia, intuição, criatividade e outros fenômenos paranor mais ou parapsicológicos. Considerá-los paranormais ou parapsicológicos é ina dequado, porque eles também são normais, só que em ciclagem reduzida (abaixo de 13 ciclos por segundo): são extra ou infra-sensoriais. É um erro pensar que só é normal o que ocorre em estado mental determinado pelas ondas ou frequência be ta, que é o estado ao alcance dos 5 sentidos. A realidade é maior do que a ciência tradicional-monádica admite, com seu positivismo que só aceita como “real” aquilo que está ao alcance dos 5 sentidos e suas extensões maquínicas. Não pode negar o que não pode medir, pesar, contar e controlar; tem que dizer que está fora do al cance de seus limitantes métodos de pesquisa. Se você não continua sendo um sensitivo-vidente hoje, é porque teve algum tipo de desvio quando começou sua programação tricerebral na família ou na edu cação formal-escolar, que é o tema do Capítulo 3. A educação-programação fami liar-escolar-étnica tradicional nos faz mais intelectuais e nos acondiciona às vibra ções eletromagnético-químicas entre os 14 e 24 ciclos por segundo, que é o esta do de ondas “Beta”, estado desperto, de vigília, de alerta; ou nos faz mais pragmá ticos porque nos acondiciona às vibrações eletro-magnético-químicas entre os 25 e 300 ciclos por segundo, que é o estado de ondas “Gama”, estado agitado, de pressa, de stress. Estes três tipos de vibrações/frequências – alfa, beta, gama são como três poderes ou motores complementares, sem que um tenha que su primir os demais. Parabéns por pertencer ao mundo dos videntes, dos intelectuais e dos prag máticos ao mesmo tempo, se teve a sorte de preservar seus poderes tricerebrais e a habilidade de usá-los em frequências altas, médias e baixas. Que é ser um sensitivo? Um sensitivo, um vidente, um parapsicólogo, um meditador, um criativo, um artista é a pessoa com percepção global propiciada por suas vibrações “Alfa”, fora dos estados considerados comuns ou “normais” que são o estado “Beta” reflexivo, e “Gama” superexcitado. É alguém que tem capaci dades para todos ou alguns fenômenos chamados parapsicológicos, paranormais, extra-sensoriais ou fenômenos psi. Vamos triadizar e distribuir ao redor dos três cérebros alguns desses fenômenos que, às vezes, são indevidamente identifica dos como fenômenos religiosos, espirituais, preternaturais, mágicos e, até, mila grosos. Mas não são mais que fenômenos normais do cérebro em ciclagem ele tromagnético-química reduzida, ao alcance de santos, pecadores, médicos, charla tães, pais e educadores que dominem técnicas de relaxamento e indução a cicla gens/frequências reduzidas das ondas cerebrais.

14

15

No cérebro esquerdo predominam fenômenos parapsicológicos como estes: - Regressão aos primeiros dias de vida, também chamada “regressão etária”. - Aprendizagem acelerada, ou seja, melhoria da inteligência e memória. - Mudança de hábitos, apagando os programas ou representações mentais que os geraram e criando outros por meio de sugestão repetida. - Psicografia, que é escrever mensagens recebidas do inconsciente coletivo, e outras como telepatia, solução de perguntas pendentes, dom de línguas etc. No cérebro direito predominam fenômenos parapsicológicos como es tes: - Clarividência, que é como ver à distância com os olhos fechados. - Clariaudiência, ouvir vozes, um fenômeno muito citado no Velho Testamen to. - Premonição, adivinhar acontecimentos futuros, intuição, profecias. - Meditação e visões místicas. - Programação para o êxito, fazer o inconsciente assimilar uma meta como se ela já tivesse sido realizada; o mesmo que pensamento positivo. - Criatividade, inspiração artística etc. No cérebro central predominam fenômenos parapsicológicos como es tes: - Insensibilidade à dor, porque em ciclagem reduzida ocorre a isquemia. - Saída do corpo, como se o self em ciclagem reduzida se “separasse” do corpo e pudesse “andar por aí”, já que em ciclagem reduzida o espaço e o tempo deixam de ser limitantes. - Hiperdinamismo, surgimento de forças extraordinárias, ilustrado pelo seria do Hulk, “o verdão”, ou por uma frágil mãe que vira gigante para salvar um filho. - Curas, aparentemente milagrosas, em que o cérebro em ciclagem reduzida corrige o desequilíbrio energético que produz determinadas enfermidades psíquicas, emocionais e, até, enfermidades somáticas. - Incorporação, quando o cérebro em ciclagem reduzida sintoniza e personifi ca o padrão vibratório de um determinado personagem mitológico, como um artista faz com seu personagem. - “Possessão” ou surto/transe agitado, que é o estado de ciclagem reduzida em que aflora a violência animálica primitiva do cérebro central, sem preci sar da intervenção de nenhum “espírito”. - Levitação, quando um corpo em ciclagem reduzida se eleva do chão. Você continua sendo um sensitivo em exercício, ativo, ou virou um sensitivo encruado, no armário, reprimido, enclaustrado? Se este for o seu caso, você pode voltar a ser um sensitivo reativado, em pleno funcionamento. E se você for apenas sensitivo ou bruxo funcionando só pelo cérebro direito, e não for ao mesmo tempo um pensador pelo cérebro esquerdo e um pragmático pelo cérebro central, pode chegar lá. Aprenda isso neste livro.

15

16

1.1. COMO AS PESSOAS IMAGINAM QUE SEJAM?

Tem gente que imagina que tudo são máquinas com peças desmontáveis. Neste caso, essa gente tem um modo de imaginar o cérebro e a realidade em geral como unidades mecânicas isoladas, que se podem montar para que uma ati ve a outra, como uma sequência linear de causa e efeito. Este estilo de imagina ção da realidade se diz monádico, unicista ou unádico: só consegue pensar nas coisas uma a uma. Dizemos que essa gente tem um paradigma monádico, divisio nista, individualista, egoísta, capitalista, cada um por si etc. Costuma-se dizer, também, que é cartesiano, referindo-se a René Descartes que foi quem ensinou a decompor e analisar tudo em unidades cada vez menores até encontrar a primeira, “a mãe de todas”, ou a pedra fundamental do universo, esquecendo depois de re compor o todo. Depois da análise, viria a recomposição, a síntese, a remontagem do todo... Mas para os monádicos ou cartesianos, principalmente das ciências exatas, depois da análise vem mais análise, mais subdivisões, vem a hiper-especialização. Tudo esquartejado como as vacas no açougue. Um especialista usa microscópio e não macroscópio, por isso cada parte do cérebro ou de um sistema é uma peça à parte, independente. E o cérebro também seria uma peça só, um monobloco, chamado inteligência ou consciência. Em consequência, tudo no mundo teria uma só cara, uma só verdade, uma só liderança: a deles, claro. Quanto mais monádica uma cabeça, mais unilateral, mais departamental e mais sujeita ao autoengano e à distorção será. E mais prepotente, também. Tem também quem que ache que tudo vem em pares opostos, em contradi ção, como os marxistas que opõem direita e esquerda, patrão e trabalhadores, classe alta e classe baixa, machos e fêmeas, brancos e negros etc. Este estilo de imaginação da realidade se diz diádico, dual ou binário. Dizemos que essa gente tem um paradigma diádico, ou dialético de base dois, em que os pares se perce bem em competição, irreconciliáveis, como lados opostos de uma batalha ou como polo positivo e negativo da energia, só que necessários como motor da história. Nas religiões, isso é chamado de maniqueísmo. Para os diádicos, tudo está sem pre em luta, um lado querendo montar no lombo do outro. Para eles, o cérebro tem dois hemisférios em contraposição, como razão e emoção, como ciência e fé, ou como tese e antítese, em que um tem que dominar ou submeter o outro, chegando assim a uma síntese, que seria uma breve parada para logo recomeçar outro ciclo de rivalidade. Tem um pouco de gente achando que tudo são sistemas, isto é, entidades compostas de pelo menos três partes que interagem, simultânea e permanente mente, causando a co-evolução histórica. Essas interações podem ser de choque entre as três partes ou todas contra todas; mas pode ser de duas partes em com petição, tratando de ganhar a colaboração da terceira que costuma oscilar do cen tro para os lados, aliando-se ora a uns e ora a outros; ou pode ser de três partes colaborando proporcionalmente. Aí está a composição tripla da matergia em formato de holograma automulti plicador em fluxo sistêmico e complexificante. É um padrão, molde ou algoritmo que se impõe de maneira determinista. Para os vegetais, animais e humanos este padrão holográfico e sistêmico tri-uno é hereditário ou inato, que impõe a sintaxe tanto da comunicação, como do sentir e do fazer. Daí vem o estilo de percepção

16

17

da realidade que se diz sistêmico-triádico ou tri-uno: paradigma “tri” ou trialética sistêmica. Essa gente de paradigma tri considera o cérebro como sendo um sistema tri ádico, que é a concepção neurocientífica mais moderna e mais condizente com a complexidade atual. São três blocos anatômicos ou mais, que produzem três pro cessos mentais distintos, mas concatenados, entrelaçados e bem orquestrados. Quando funcionam separadamente, dissociados, um bloco fora do controle do ou tro, acontece a neurose, a esquizofrenia, a hiperatividade, o déficit de realidade. São patologias que brotam em cada lado do cérebro, para as quais o jeito será in vocar São Freud ou algum psiquiatra. Essa gente que tem paradigma triádico ou tri uno e que se dedica a triadizar tudo, como nós, para essa gente, quem funciona com o paradigma moná dico, em que tudo é reduzido ao um ou à unidade, teria o cérebro dividido em três compartimentos in comunicáveis entre si. Os que funcionam com o paradigma diádico, em que tudo é visto aos pares ou em dois blocos rivais, teriam o cérebro re duzido aos hemisférios esquerdo e direito ou parte superior e inferior, em permanente briga entre si. Para a gente de paradigma tri-uno, a conclusão seria catar os fragmentos do cérebro monádico-capitalista, catar os dois lados rivais do cérebro marxista e re juntar os três cérebros com band-aid ou com pontes para que todos tivessem um cérebro tri-uno bem integrado, bem organizado, bem mais moderno, bem mais in clusivo. Três é mais. Três é o mínimo que a natureza permite. Os monádicos desco nhecem e não reconhecem dois terços da realidade, porque só se interessam por seu umbigo, seu lado. Os diádicos desconhecem e não reconhecem um terço da realidade, pois só se interessam por vencer o outro lado que é sempre tratado co mo inimigo; mas é bom lembrar a história recente: quando chegam ao poder se convertem em monádicos e totalitários. Os triádicos podem sofrer recaídas como monádicos ou como diádicos, mas o compromisso e o esforço será por permane cer tri-unos, que é uma questão de guardar a proporcionalidade entre os três cére bros, entre três subgrupos, entre três blocos de países ou toda a rede sistêmica tri.

1.1.1. QUE NOME É MAIS APROPRIADO PARA CADA PARTE do CÉREBRO?

Até agora, os nomes dados a cada lado do cérebro foram: - esquerdo, central e direito, na posição horizontal; - reptiliano, límbico e neocortical, na posição vertical e história evolutiva; - frontal, têmporo-parietal e occipital na posição longitudinal anteroposterior. Se quisermos combinar os nomes das três dimensões cerebrais e seu cru zamento sistêmico e simultâneo, para não recair no esquema monádico, somare mos o primeiro nome do cérebro horizontal, ao primeiro nome do cérebro vertical e ao primeiro nome do cérebro longitudinal ou vice-versa. A soma dos nomes das

17

18

três dimensões torna a imagem do cérebro mais exata, embora um pouco compli cada. Seria: A. Cérebro esquerdo-neocortical-frontal com função lógico-racional, analí tica, crítica, semiconsciente ou que pode ser mais consciente e, por tanto, mais responsável. É a porção de evolução histórica e educacional mais recente e mais custosa, a última a acontecer, de consistência mais frágil e sujeita a panes. O inte lecto é um artigo de luxo. Somente esta dimensão cerebral é verbal, intencional e maneja melhor o simbólico-teórico ou o abstrato. O abstrato são representações virtuais da realidade, que podem ser três: verbais-numéricas no cérebro esquerdo; imagéticas-não verbais no cérebro direito; e monetárias no cérebro central. A representação simbólica da realidade, rebatizada co mo “virtual”, é manejada há muito tempo na arte, na lingua gem, no sobrenatural; não foi inventada pela cibernética ele trônica ou por Bill Gates; estes só a tornaram muito mais vívi da e sedutora que as sereias de Ulisses ou as 11.000 virgens do céu. B. Cérebro direito-límbico-têmporo/parietal com função relacionadora, emocional, artística e intuitivo-mística. É a porção criativa, imaginativa, o lado sensível ou o conjunto privilegiado do artista, do esotérico e do espiritualista. Seu mo do de perceber e expressar-se é por imagens, metáforas, mitos, lendas, poesia, ficção literária, e por linguagem não-verbal como na arte e nos sonhos. Costuma se compará-lo a um iceberg, porque só mostra uma ponta, ou a crista, ficando sua maior parte submersa, oculta. Por isso Freud o chamou “subconsciente”. Muitos, inadequadamente, identificam suas funções com a alma, a religião, o sobrenatural e a magia. Alguns autores identificam o arquiencéfalo ou paleoencéfalo ou o cére bro central com o límbico. Mas a camada ou parte límbica forma uma capa que envolve o cérebro central. Nisso estamos seguindo a classificação de Paul Ma cLean, do neurocirurgião Roger Sperry (1981) e do médico psiquiatra russo Ale xander Luria (1981). C. Cérebro central-reptiliano-occipital com função operativa de sobrevi vência-procriação como predominante. É a porção mais antiga e que corresponde à porção de cérebro que os répteis têm, ou ao de todas as espécies quando esta vam na fase evolucionária reptiliana, tais como o dinossauro, o dragão, a cobra, a lagartixa, os crocodilos. Algumas partes que o compõem são o corpo caloso que conecta e intercomunica os três blocos, o bulbo raquidiano, o tronco cerebral, o corpo reticular, o cerebelo, o tálamo, o hipotálamo, a amígdala, o campo, o hipo campo, a hipófise etc., que Paul MacLean denominou “complexo reptiliano” e tam bém “cérebro visceral”. Denomina-se, também, arquiencéfalo e paleocérebro, por sua maior antiguidade. É tri-quântico, arquetípico, animálico, hereditário, instintivo, inconsciente, biológico, amoral. Por isso, S. Freud o denominou “id”, e Carl Jung o denominou “inconsciente coletivo, arquetípico”. Embora esta porção do cérebro seja a base genético-fisiológico-neurológica para todo nosso ser, sua identificação primeira é com a motricidade, com a parte mais muscular, com o corpo ou a corporeidade, responsáveis pela sobrevivência procriação. Seu funcionamento é automático, não depende de um ato de vontade, quando se trate de sexualidade e de comida ou ações para a sobrevivência. Por isso, o psicólogo Dr. Luiz Machado, da Universidade de Rio de Janeiro, publicou um livro chamando-o O Cérebro do Cérebro (1994).

18

19

Ou seja, o bloco central-reptiliano-occipital comanda e põe a seu serviço os outros dois blocos. O cerebelo, como as demais partes e como qualquer sistema, tem estrutura tri-una: três que formam um e cada qual apenas um de três, subdividindo-se, de sagrupando para miniaturizar; ou agregando para aumentar. Com seus 140 gra mas, está composto por dois lóbulos, ou massas laterais, chamados hemisférios cerebelosos e um corpo central. Como é o principal responsável pela motricidade, o predomínio do seu lado esquerdo ou direito nos faz destros ou canhotos de mãos e pés. Seria melhor treinar-se para ser ambidestros e ambi pedais com um pouco de ginástica cerebral ou neuróbica. O cérebro, como tudo o mais, tem que imaginar-se nos três ângulos ou nas três esquinas do palco tridimensional da vida, ou então desde três pontos de vista, a que chamamos, também, três relativizações. Relativização quer dizer que cada ponto de vista é relativo a uma das três posições ou três esquinas, cada esquina ou seus ocupantes deixando perceber apenas um terço de um todo qualquer, en quanto esconde os outros dois terços. Para captar o todo e suas interfaces ou comutações, ou circulamos para perceber os três lados de cada coisa ou perguntamos a colegas com acesso às outras duas posições o que está acontecendo em cada uma delas. A verdade será sempre a aproximação e soma desses três pontos de vista. A posição vertical-evolutiva do cérebro em três cama das começou com Freud; depois, o biólogo franco-suíço Je an Piaget (1971) aplicou-a para explicar as três fases da evolução da aprendizagem; por fim, Paul Mac-Lean a con firmou em laboratório, conectando-a com as competências comportamentais. Emo cérebro prefere medicinanaeposição neurociências, longitudinal, a corrente anteroposterior, dominante vi rado para a esquerda, para descrever a topografia cerebral, começando com os dois lóbulos (esquerdo e direito). Para simplificar e triadizar, juntamos os lóbulos temporal e parietal e dizemos “lóbulos têmporo-parietais”. O cérebro na posição horizontal é a soma dos traba lhos de Roger Sperry que separou e estudou as funções predominantes em cada um dos hemisférios. Aos dois he misférios, se acrescentaram as pesquisas de Paul MacLean sobre a posição e as funções do cérebro central e, também, as pesquisas de Alexander Luria sobre os três processos mentais. Em Cibernética Social e Ciência Social Geral, preferimos o cé rebro na posição horizontal porque é mais fácil de apontar e é a que dá melhores resultados quando aplicada na educação, na psicologia, na família, nas relações humanas, no autoconhecimento etc. O enfoque tri-uno e tridimensional é uma conquista muito recente das neuro ciências. A grande parte dos profissionais de ciência, religiosos e educadores, ain

19

20

da tem um enfoque monádico do cérebro, com uns poucos que têm um enfoque diádico, falando de dois hemisférios – o racional e o emocional. ponte, dos eOs intercomunicados o três eixo,blocos ou o atrator e três pelo que processos corpo os faz caloso estão interatuar. que interconectaéO como corpo a

caloso se compõe de uns 200 milhões de fibras que giram 10 milhões de sinais por segundo, de um lado a outro. "Um milímetro cúbico de córtex cerebral do ser humano contém cerca de 27 mil neurônios e 1 bilhão de conexões. Cada de cópia célula todos de os nosso nossos cérebro genes” guarda (Do projeto em seuBrain). interior uma A concepção diádica "cérebro-mente" é um resíduo da concepção do ser humano como corpo e alma do filósofo Platão (428-347 a.C.) que o filósofo Des cartes, por volta de 1630, traduziu por "res cogitans (imaterial) e res extensa (ma terial)". Para Descartes, a res cógitans era a mente ou a alma imaterial que cor responderia às funções do cérebro esquerdo-lógico, somadas às funções do cére bro direito-emocional-religioso; e a "res extensa" eram a corporeidade e os objetos materiais, que corresponderiam ao cérebro central-corporal-operativo. Daí surgiu também o conceito de sujeito e objeto, subjetividade e objetividade, criando muitas trapalhadas para quem não domina o conceito dos três cérebros. Daqui em diante, podemos descartar as antigas expressões “corpo-alma”, "cérebro-mente", “corpo-espírito”, “matéria-espírito”, “corpo-mente-espírito”, “corpo espírito-períspirito” que encobrem a pretensão elitista de classificar a humanidade em nobres-plebeus, elite-povo, sobrenatural-natural, divino-humano, superior inferior, espiritual-material, eterno-temporal etc. Podemos fazer uma listagem das muitas concepções do cérebro e suas funções, para compará-las. É uma cole ção de nomes religiosos, científicos e populares, antigos e modernos. Não se perda, você, em meio a tanto palavrório e tantas teorias. Os três cérebros organizam isso melhor. A sequência é: esquerdo, central, direito. Por exemplo: Razão-motricidade fé. “Razão” é do esquerdo; “motricidade” é do central; e “fé” é do cérebro direito.

1.2.O CÉREBRO É UM SISTEMA ONLINE maisde Podemos seu cérebro,o deter-nos em alguns outros dados para quevocê se admire ainda respeite mais, se interesse mais por ele,jáque ele é a parte mais importante de você mesmo.

20

21

O cérebro é um sistema, um pacote de matergia (matéria + energia) tri-una que flui como trança, mudando sem cessar. É um conjunto de neuromódulos com as características do molde sistêmico tri-uno do átomo, ou de cada uma das suas três partículas elementares, chamadas quarks.

Pode-se dizer que o ser humano tem uma estrutura quântica, físico-química, genética, endócrina, neuronal e comportamental tri-una ou triádica, porque o for mato “tri” está no começo, na metade e no fim de tudo, em qualquer dimensão. O cérebro triádico sistêmico feminino pesa em média entre 1.200 e 1.300 gramas; e o masculino pesa entre 1.300 e 1.400 gramas. O peso não tem muito que ver com os processos mentais, que são redes neurais. O peso do cérebro é proporcional ao peso total do corpo, o que guarda um razão de 1.6 a 1.8 aproxi madamente. Se não obedecesse a esta proporção, a baleia seria o ser mais inteli gente do mundo, pois tem aproximadamente 4 quilos de cérebro. A cabeça de Einstein e a de um analfabeto tem o mesmo peso. A diferença está na densidade das redes neuronais e ou urdidura de suas conexões, que se devem à montagem feita pela família, pela escola e pelo ambiente físico e social. 1.2. O CÉREBRO EM EVOLUÇÃO-COMPLEXIFICAÇÃO

O cérebro é o melhor produto e presente da evolução. É fruto de uma maravi lhosa história que começou há uns 500 milhões de anos, desde a evolução dos vertebrados. Quem conta melhor esta história é o astrônomo e divulgador da ciên cia, Carl Sagan (1982), numa série para a TV britânica, denominada Cosmos. Tudo começou como cérebro reptílico ou o que, de modo geral, se conhece como o tronco cerebral, o cerebelo e a parte mais central do cérebro ou da cebola cerebral. Começamos na água, depois como dragões ou dinossauros em luta por sobrevivência-procriação, acossados pela lei da seleção natural, pela qual o mais apto sobrevive do mais débil, comendo-o ou assimilando-o em coopera ção/deglutição mútua. Depois, os mamíferos desenvolveram o cérebro límbico. Isto já faz mais de 150 ou 200 milhões de anos. Quarenta ou cinquenta milhões de anos atrás, os primatas e, de modo geral, a família dos macacos, os gorilas etc.ti nham um volume cerebral entre duas a quatro vezes maior que o dos outros ma míferos.

21

22

Isso, mais a posição ereta bípede, cabeça na vertical, olhar no horizonte e as mãos livres para competir na selva e na planície, talvez sejam as razões da cres cente superioridade dos chamados mamíferos superiores que somos nós, um ani mal bem vestido, suspeitamente autodenominado “sapiens”. A evolução do cérebro propriamente humano em neocórtex, que é a capa mais externa, a mais nova, começou há uns três milhões de anos e culminou faz uns 250 mil anos. Culminou? Não. Completou-se na forma que conhecemos agora. A cada 100 mil anos, pode-se afirmar que o cérebro continua evoluindo e crescendo, aproximadamente, um centímetro cúbico, em seu volume-peso, segundo Carl Sagan. O que parece mudar pouco é a proporção entre a massa do cérebro e a massa restante do corpo. Também mudou pouco a arquitetura biológica ou genéti ca do cérebro. Mas a evolução cultural dos três cérebros mudou enormemente de pois dos primeiros grafiteiros das cavernas. Isso se pode entender melhor, com o conceito de evolução do cérebro em quatro níveis ou cérebro tetranivelado. Os quatro níveis são graus de complexificação tricerebral. A noção geral dos quatro níveis é tomada da divisão vertical de trabalho das empresas que os deno minam assim, começando de cima: direção, assessoria, supervisão e execução. Execução é o nível 1, instintivo, que corresponde a tarefas de baixa capacitação, como o típico trabalho braçal de ajudante de pedreiro. Supervisão é o nível 2, que corresponde a especialização média, podendo liderar o trabalho do nível 1. Asses soria é o nível 3, que corresponde a pesquisa e especialização técnica mais alta, como o engenheiro que organiza o conhecimento e o planejamento para os níveis de baixo. Direção é o nível 4, o mais alto e último, abstrato e generalista, ao qual corresponde pensar, tomar iniciativas e decisões na empresa. Como o cérebro está sobre um chassi triplo, o cérebro tem três blocos ou três ramificações. Assim, o nível 1 tem um bloco esquerdo, um bloco central e um blo co direito; e cada um dos blocos cerebrais tem 4 níveis. É tetranivelado. Vamos identificar algumas competências de cada um dos 4 níveis tricerebrais.

22

23

1.2.1. OS QUATRO NÍVEIS DO CÉREBRO ESQUERDO O NÍVEL 1 do cérebro esquerdo, de baixo para cima, é o da aprendizagem natural da comunicação e sintaxe verbal e numeral; esta se completa na escola com leitura e escrita, que pode ser leitura labial para deficientes auditivos e leitura pelo alfabeto braile para deficientes visuais. O potencial para a fala, para a lógica, para a geometria e para a sintaxe é inato ou hereditário. É sistêmico triádico. O NÍVEL 2 do cérebro esquerdo é o da classificação da informação, que se chama memória e uso de arquivos. O NÍVEL 3 do cérebro esquerdo é o da pesquisa indutiva-dedutiva e, da sis tematização do conhecimento em teorias e livros, seguidos de ensino. O NÍVEL 4 do cérebro esquerdo é o do pensamento crítico-filosófico, questi onador da cultura geral. Nesse sentido chama-se epistemologia. NOTA: Como tudo é holograma e recorrência do mesmo molde tri-uno da matergia, cada um dos 4 níveis tricerebrais pode ser subdividido, por sua vez, em 4 níveis internos, assim como cada uma das competências aí contida. Por exemplo, a comunicação que é do nível 1 do cérebro esquerdo pode ser subdividida em 4 níveis: primeiro, comunicação infanto-juvenil ou popular; segundo, comunicação jornalística; terceiro, comunicação técni co-científica; quarto, comunicação erudita, semiótica. O mesmo vale para cada competên cia tricerebral de cada nível: pode ter 4 níveis dentro do próprio nível.

1.2.2.

QUATRO NÍVEIS DO CÉREBRO CENTRAL

O NÍVEL 1 do cérebro central é o dos instintos e impulsos de luta e agressi vidade para a sobrevivência e procriação. Este nível 1 também é hereditário, basta saber o que um recém-nascido e um gatinho “sabem” ao nascerem. Nascemos e “sabemos” o que fazer. O NÍVEL 2 do cérebro central é o da organização, da disciplina, da ordem dos objetos, da profissão, do trabalho em equipe, da supervisão, com noções de dinheiro, de mercado e de negócios. O NÍVEL 3 do cérebro central é o da assessoria técnica, da criação de produ tos, do planejamento estratégico, da abertura de mercados, da produtividade e sustentabilidade do negócio. O NÍVEL4 do cérebro central é o da administração sistêmica triádica da eco nomia e da política, em sintonia com o rumo e ciclo dos acontecimentos, para de cidir quando investir ou quando esperar, para garantir a lucratividade da empresa ou administração pública, com responsabilidade social.

23

24

Vale lembrar que cada uma das competências desses 4 níveis pode ser des dobrada em 4 níveis próprios.

1.2.3. QUATRO NÍVEIS DO CÉREBRO DIREITO

O NÍVEL 1 do cérebro direito é o da criação de vínculos que chamamos afeti vidade, amor, lealdade a alguém, à família, a uma marca. É o nível que cria solida riedade, respeito, tolerância na convivência ou nas relações humanas e ambien tais. Este nível 1, dos vínculos, também é hereditário ou inato. O NÍVEL 2 do cérebro direito é o da imaginação e fantasia que geram criati vidade, arte, esportes, elegância, vaidades e humor. O NÍVEL 3 do cérebro direito é o da intuição, da visão de futuro e da percep ção extra ou infra-sensorial, para a qual é preciso que o cérebro esteja em cicla gem reduzida, de concentração, silêncio interior, relaxação, isto é, que esteja fun cionando abaixo de 13 ciclos por segundo. Neste estado, produzem-se os fenô menos ditos paranormais como premonição, clarividência interior, controle da dor e outros que abrangem desde experimentos científicos com meditadores até curan deiros das igrejas, ciganas quiromantes, astrólogos, intérpretes de tarô, adivinhos de pêndulo e esoterismo em geral etc. O NÍVEL4 do cérebro direito é o da estético-mística, da arte de descobrir be leza em tudo e de sentir-se identificado com tudo, como Francisco de Assis com o irmão sol e irmã lua, como Rumi em “Sê como”. Isto, entretanto, depende de ter o cérebro em ciclagem reduzida e saber meditar. A estético-mística produz entusi asmo e senso positivo a respeito de tudo, o que se traduz em sentido de missão.

1.3. CÉREBRO, SISTEMA NERVOSO E NEURÔNIOS COMO SISTEMAS

Enquanto o nível 1 – sexo e estômago - continua basicamente o mesmo por milênios, a humanidade evoluiu e mudou enormemente na cultura dos níveis 2, 3 e 4 do cérebro. A complexificação é de programas sobrepostos até o nível 4; a de cadência é o inverso, é a dissolução gradual dos programas: do nível 4 ao 1. Dizem os críticos do ser humano e da cultura que esses níveis 2, 3 e 4 são artificiais, como perucas ou penteados decorativos; e não, civilização/humanização já que desmoronam ao menor tropeção em outros com a mesma decoração, o que faz com que emerja imediatamente a velha natureza animálica, feroz e assassina. Nem é preciso lembrar as grandes guerras e a violência que alimenta os noticiá rios. Mas o sentido da existência é a transcendência, a superação, apesar dos in teressados em promover guerras para ganhar dinheiro com a barbárie. O cérebro é considerado uma "caixa negra" porque ainda é pouco conhecido em seu funcionamento interno. É um sistema processador que recebe estímulos ou inputs captados como vibrações ou frequências pelos cinco sentidos; em segui da, os transforma em imagens e significados que incorpora ou assimila; e termina emitindo comandos ou reações chamados outputs, que se manifestam a través de comportamentos ou produtos físicos. É o fluxo sistêmico da matergia com seta in dicando “vai de ida”. Mas tem também um aparelho de autorregulação – o feed back - que controla os resultados e desencadeia uma ação/engenharia reversa ou retrocircular, para atuação reforçadora ou corretiva, conforme o caso. Com essa

24

25

inversão do fluxo ou retroação, “vem de volta”, o que é efeito vira causa e o que era causa vira efeito; o que é objeto vira sujeito e o que era sujeito vira objeto. Por isso se diz que a causalidade não é linear; é retrocircular, por ciclos que, quando superpostos, constroem uma espiral.

O cérebro é a cabina de comando de nosso organismo, incluindo sua própria autocondução. Como todo siste ma, vem com dispositivos de informação e feedback pa ra sua autorregulação e direcionamento. Ele é o centro do sistema nervoso e não algo a parte, como as divi sões - corpo/cérebro ou cérebro/mente. Junto com a medula espinhal, o cérebro forma o sis tema nervoso central e o sistema nervoso periférico que eferentes, do que têmcérebro conduzem duas vias: que aosestímulos vão, músculos nervos queaferentes, dos saem, e àsentidos periferia que que conduzem ao motora vêm, cérebro; que do comandos e chegam, organis nervos

mo. O sistema nervoso autônomo ou vegetativo faz parte deste sistema nervoso global. Ele controla algumas funções como as biológicas, o impulso sexual, a res piração, a circulação sanguínea, o apetite, a disputa da sobrevivência, a agressivi dade, o impulso de defesa etc. que são automáticas, quer dizer, acontecem sem uma decisão voluntária ou intencional do dono. É o sistema operacional, é o "Cé rebro do Cérebro” ou o “cérebro visceral”. Por isso se está desbancando o "penso, logo existo" de Descartes, que era puro cérebro esquerdo, para entronizar o "sinto, logo existo", como propõe o neurologista português naturalizado norte-americano, António Damásio, em seu livro O Erro de Descartes (1996). Podia ser, também, “esperneio, logo existo”. “No começo era o Verbo”, disse São João evangelista; mas se não fosse a influência dos gregos, podia ter dito “no começo era o amor”, ou “no começo era a ação”. O sistema nervoso autônomo está dividido em duas correntes, com funções distintas: o simpático, responsável pela ativação do sistema de defesa, luta ou fu ga, representado pela adrenalina; e o parassimpático responsável pela desativa ção ou volta à normalidade, representado pela acetilcolina. E tudo em função da sobrevivência-reprodução sexual, individual e coletiva. Supõe-se que os dois hemisférios ou processos – racional e emocional - fo ram criados pelo cérebro central para melhor atender a seus objetivos que são de

25

26

terministas, categóricos, instantâneos: captado o estímulo, se desata a reação au tomática do cérebro central, sem que o processo racional tenha tempo de intervir. A menos que se consiga, como tentam os iogues, mediante muito treinamento, al gum controle sobre estes circuitos ou reflexos reativos que são automáticos, in conscientes. O descobrimento da primazia do irracional ou animal em nós é um duro golpe contra nosso narcisismo humano, nós que acreditávamos ser racionais, quase divinos, “sapiens”... Antes de Nietzsche e Freud, o budismo Zen havia descoberto isso, e havia questionado nosso conceito de um "eu livre" que decide, de um sujeito que se pensa... São Paulo em suas cartas se queixava de fazer o mal que não queria e de não poder fazer o bem que, sim, queria. Com o cérebro central no comando e quando sobra tempo e espaço, busca mos: * informação e verdade (funções superiores do cérebro esquerdo); * prazer e felicidade (funções superiores do cérebro direito). Mais adiante discutiremos isso de funções "inferiores e superiores", a meta morfose de "matéria em consciência", do concreto em abstrato, e a co-evolução do genético-endócrino-neuronal no contexto ambiental-cultural. Vamos aprender algo mais sobre essa grande maravilha do universo que é o cérebro. As fontes principais são o neurólogo inglês John Eccles (1998), o neuró logo brasileiro Wilson Sanvito (1994), o médico e místico indiano naturalizado nor te-americano Deepak Chopra (1994), o divulgador científico norte-americano, John Horgan (2002) e outros. O cérebro é uma víscera. Os miolos são como um novelo de lã; ou como uma cesta de camarões ou de mi nhocas retorcendo-se, ou intestinos enovelados, forman do elevações, vales, reentrâncias, cavernas. As elevações se chamam giros ou circunvoluções; os vales e suas reen trâncias se chamam sulcos. O tecido cerebral está composto de diferentes células chamadas neurônios, e de neuroglias ou células gliais (estas são tecidos de interconexão e suporte alimentar). O cérebro tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios, segundo diferentes autores. Esse número está completo quando nas cemos. Um neurônio tem a figura de um papagaio ou pandorga. Tem pontas ao re dor, chamadas dendritos, que são antenas receptoras de inputs, e tem uma cauda, chamada axônio, que é emissora de outputs, como qualquer sistema.

26

27

A cada dia morrem uns 100 neurônios. Alguns autores dizem que não há re posição, mas começa a haver cada vez mais evidência que nascem e se repõem neurônios. Essa morte de neurônios não afeta o desempenho do cérebro, pela grande reserva neuronal que tem. O que, sim, afeta são as enfermidades degene rativas do envelhecimento, pois o cérebro cresce como uma cebola de dentro para fora; e se deteriora de fora para dentro. Por isso, os que sofrem de arteriosclerose ou Alzheimer esquecem o que é mais recente e voltam a recordar e a falar cada vez mais de seus velhos tempos e da infância. Os neurônios estabelecem sinapses ou circuitos ele tromagnético-químicos sem tocar-se diretamente. Eles se encaixam como as articulações dos ossos, mas em lugar de cartilagens, estão proteínas húmidas, chamadas neuro transmissores e neuro-receptores e neurocomunicadores, que fazem circular as mensagens em forma de on das/frequências. Dentro do neurônio predomina a carga elétrica negativa; fora, predomina a positiva, tendo como “fi ta isolante” a mielina que recobre o axônio e os dendritos, fornecida pelas neuroglias. A carga se inverte constante acetilcolina mente ou compõem, “vem segundo deaproximadamente, nas volta” sinapses. a mensagem que é feedback. “vai umde milhão Aida” cada que de segundo émoléculas feedforward se dede Nohora Olaya (artista colombiana)

As sinapses põem os neurônios em circuito ou em rede. A formação de uma sensação, de uma ideia, de um hábito, consiste na programação/estruturação de uma extensa rede neuronal tridimensional, cuja figura pode ser um saca-rolha, a hélice do ADN, uma espiral de galáxia que é igual à espiral da nossa orelha, ou uma trança que, depois, se enrola num coque.

Uns 32 a 38% dos neurônios já vêm pré-programados. É o sistema autônomo que comanda instintivamente o nível 1 dos três cérebros que é quântico-biológico, como o sistema operacional comanda os computadores. Os restantes neurônios, entre 62% e 68%, vêm livres para que sejam programados educacionalmente pe las mães, famílias, religiões, escola, telinhas ou pelo ambiente físico e social, até que cada indivíduo tome a seu cargo sua própria autoprogramação. A autoprogra mação é possível na medida do diminuto espaço deixado pela noofagia ou cani balismo das funções tricerebrais pelos agentes formadores. Quer dizer, o que so brou de margem de autonomia depois do trabalho de programação/domesticação tricerebral feito pela família, pela escola, pelo mercado e pelo Estado que nos têm sequestrados desde o útero.

27

28

A programação de nossas redes neurais sequestra das pode ser refeita por diversos meios: auto reprogramação, terapias, reeducação; ou por lavagem de cérebro, pelo assédio propagandístico, por chantagem e terrorismo emocional ou religioso, ou por acidentes ou tu mores cerebrais. É uma ressinaptização, pois o cérebro é reorganizável: quanto menos anos, mais reorganizável; quanto mais anos, cada vez menos…É a neuroplasticidade de que trata o livro O Cérebro que se Transforma (Doidge, 2014). Cada neurônio tem intercomunicação com pelo menos 10.000 outros, a uma velocidade de 100 metros por segundo ou 360 km por hora. As sinapses podem ser de três graus de amplitude e duração: 1) sinapses no cérebro central, reptiliano, que captam as características do objeto ou estímulo que entra em forma de frequências eletromagnéticas; 2) sinapses nas regiões secundárias do cérebro - região límbica, têmporo parietal ou cérebro direito - que identificam e classificam as frequências, transfor mando-as em imagem, como um aparelho de TV que capta frequências e as apre senta a nós como imagem; 3) sinapses no cérebro esquerdo-neocortical e lóbulos frontais que são áreas de associação e classificação ou pontos de convergência e integração das novas imagens no repertório previamente existente ou memória; segundo o diagnóstico seja que se trata de algo “aceitável”, “rejeitável”, ou “indiferente”, seguido de busca de alternativas e estratégias pelo cérebro direito, mensagens serão enviadas ao cérebro central que podem ser: “siga em frente”; ou: “lute”; ou: “fuja”. O que se gosta mais, o que se faz com prazer, parece que se instala melhor no terceiro tipo de sinapses, o qual é um dos processos de memória como sistema que recebe o novo input, desestrutura o repertório existente, e o reestrutura ou re nova como novo repertório ou banco de dados dos três cérebros.

1.4. NEUROTRANSMISSORES

Até agora, foram identificados uns 100 neurotransmissores, mas haverá muitos outros por descobrir e decifrar. Os já conhecidos podem distribuir-se em três grandes subgrupos: - o subgrupo das anfetaminas, especificamente a endorfina e oxitocina, que produzem a sensação de prazer e satisfação quando temos vitórias no aprender, no poder, na economia e, principalmente, no amor; - o subgrupo das noradrenalinas, a adrenalina e o cortisol que são os neuro transmissores do alerta ao perigo, ao stress ou a situações de forte descarga emo cional reativa frente ao risco; - o subgrupo da acetilcolina-serotonina-dopamina, cuja presença parece incidir na vontade e combatividade por poder e liderança, ou na apatia frente a is so, quando em baixa. Parece ser que este subgrupo é o que reorganiza a “norma lidade” depois dos extremos de endorfina ou de adrenalina nos depressivos e nos bipolares ou ciclotímicos.

28

29

Os neurotransmissores desencadearam um ciclo de pesquisa neurofarmaco lógica de bilhões de dólares para criar os neuromoduladores que são: excitadores, moderadores, antidepressivos, alguns dos quais reconhecidos pela ciência oficial e outros não. Aí estão as “drogas inteligentes”, as drogas para a maior eficiência tri cerebral como o modafenil e a ritalina para o cérebro esquerdo; aí estão os ener géticos, anabolizantes, provigil, écstasy e Viagra ou Cialis para o central; e os psi cotrópicos, o prozac, o zoloft, as endorfinas e técnicas de ciclagem cerebral redu zida para o direito. As ajudas da neuroquímica para turbinar ou potenciar as funções mentais poderiam ser classificadas pelos quatro níveis cerebrais. Mas não vale a pena, porque, por enquanto, elas só tem efeito no nível 1, biológico, inato, hereditário; e não deixam de ser um doping cerebral. Para os níveis 2, 3 e 4 de cada cérebro, as ajudas são métodos acadêmicos, são métodos de relaxamento e meditação de cé rebro direito e são tecnologias ou extensões amplificadoras do corpo como máqui nas, computadores etc.

Parece que grande número das patologias mentais tem origem em deficiên cias sinápticas, disfunções nas proteínas da neurotransmissão ou desproporções entre os três subgrupos de neurotransmissores. Mas esperar que a humanidade tenha uma felicidade totalmente neuroquímica, sem esforço de autossuperação in dividual, sem regulação social, sem um ideal e compromisso de solidariedade e proporcionalidade global, é coisa de ingênuos e simplórios que desconhecem a na tureza humana; ou, de laboratórios malandros que querem faturar mais. Os anos 90 foram dedicados à pesquisa do cérebro e da inteligência artificial nos Estados Unidos, retomado em 2014 como projeto “Brain”; na Inglaterra, um projeto semelhante leva o nome de “Ondas Cerebrais”. Foi também aprofundada a polêmica entre a Genética que emerge no Nível 1 tricerebral, e a Noética que de sabrocha nos demais níveis; ou entre a hereditariedade físico-biológica e a poste rior programação pela educação familiar-escolar e influências ambientais. Essa

29

30

discussão é bem antiga, em forma de polêmica entre corpo como objeto da ciência e alma como objeto das religiões. Até ao espírito revolucionário, os geneticistas monádicos fundamentalistas pretenderam atribuir um gene (desmentido depois), assim como à criatividade, à maximocracia, à corrupção, à morte. É uma disputa entre biólogos puros e neuro cientistas ou neuropsicólogos puros, cada lado buscando uma solução monádica (uma coisa ou outra), uma solução que exclui outras. Em nossa perspectiva sistê mico-triádica, que é inclusivista, trata-se de determinar as porcentagens em que in terdependem os quatro níveis cerebrais, desde o genético "inicial" do nível 1, até o epistemológico-psíquico "final-superior" do nível 4. Para nós, trata-se de comple mentariedade: uma coisa e outra e outra mais, em rede, em lugar de uma coisa ou outra, separadas, dissociadas. O neurocientista austríaco naturalizado norte-americano, Eric Kandel (2009) Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina de 2000, estabeleceu a base molecular da memória e do poder de influência dos neurônios para modificar os genes, porque os neurônios fazem feedback nos genes. Isso se dá pelo processo de metilação que consiste no silenciamento de grupos de genes ou fechamento de janelas de oportunidades (recalque diria Freud), que também se dá pela educação infantil. Mas pode acontecer, também, a reativação de genes, por processo eletromagnéti co-químico. Esta conquista científica acabou com a crença na ditadura absoluta dos ge nes ou do determinismo genético. Com isso, ganham muito mais poder a educa ção, a psicologia, a influência do ambiente, ou seja, a Neuroeducação tricerebral, que aposta na neuroplasticidade.

O cérebro é a parte mais cara do organismo. Consome seis vezes mais gli cose que qualquer outro órgão e, 25% do oxigênio. É alimentado pela irrigação sanguínea com seus vasos linfáticos. Há cientistas tratando de comprovar que a evolução encurtou ou reduziu o sistema digestivo humano para dar vantagens ao cérebro. Daí a importância da boa alimentação, do exercício físico, do ar puro e da arte da respiração. Existe outra polêmica em torno das mono ou polilocalizações cerebrais: Onde radica o comando da fala, da memória, da audição, da sexualidade, do apetite? Haverá um centro do bem e do mal ou da honestidade e da corrupção? O cérebro é um sistema em rede, rede de redes, com suas partes todas complementares e interdependentes. Sua estrutura e seu funcionamento eletro magnético-químico parece funcionar como holograma, em ciclos ou redemoinhos de frequências, repetindo-se em cada miniaturização ou magnificação. Uma metá fora de holograma é dada por um lago ou tanque de água: quando se atira uma pedra na água forma-se uma onda circular em expansão; atirando logo outra, os

30

31

círculos vão-se cruzando sem que um anule o outro. Imaginando cada ondulação como tridimensional, está completo o holograma. No cérebro-holograma (Pribram, 1980) tudo depende de tudo, tudo cruza e se trança com tudo, em diferentes proporções, mas a partir de determinados eixos ou centros do chassi neural que, no enfoque triádico, dize mos que são três eixos ou três dimensões. As funções mentais parecem não ter sede fixa ou localização monádica, úni ca. Basta lembrar os experimentos de Pavlov. Mas têm, sim, raízes triádicas num eixo-centro dominante, a partir do qual sua triadicidade se infiltra/irradia por todo o cérebro ou rede nervosa, segundo o neurocientista António Damásio. Há neurô nios e "cérebro" por todo o organismo. Por isso, às vezes se diz que a sensação é "visceral".

1.5. DO CÉREBRO MONÁDICO AO DIÁDICO E AO TRIÁDICO.

A tradição religiosa, filosófica, científica, psicológica e política sempre preferiu o enfoque ou paradigma monádico, reduzindo tudo ao um e ao único, porque con vinha mais aos seus interesses, sempre camuflados. O cérebro era dado como consciência/alma pelos religiosos, como "res cogitans" por Descartes, como inteli gência pelos psicólogos e, como um estorvo pelos políticos. Sua imagem e avalia ção principal sempre foi a do Q.I. ou Quociente Intelectual. Em Cibernética Social, desde 1970, começou-se a usar a teoria dos dois cérebros - pensamento lógico e pensamento criativo - como o apresentavam Edward de Bono (1970) e Alex Os born (1964); e desde 1980, começou-se a usar a teoria do cérebro tri-uno e seu Revelador do Quociente Tricerebral, o primeiro que ajuda a detectar o perfil de pessoas, equipes e culturas pelos três cérebros interagindo. Só em 1996, apareceu o Q.E., o Quociente Emocional, baseado em autores como Daniel Goleman (2001), com seu livro “Inteligência Emocional", com inspire ação em Roger Sperry (1981), da teoria dos dois hemisférios. Howard Gardner (1995), um pouco antes, apareceu com o livro "As Inteligências Múltiplas", que é uma reedição monádica da velha teoria dos fatores da inteligência, com um listado de inteligências ao acaso, sem um princípio estruturador-ordenador e relacionador. O Dr. Roger Sperry, prêmio Nobel de medicina em 1982, isolou os dois hemisférios de pacientes epilépticos que não respondiam a outros tratamentos, seccionando o corpo caloso. Com os hemisférios separados, dedicou-se a investigar quais opera ções mentais eram predominantes em cada um, sem ser exclusivas. Os resultados foram uma classificação em pares de esquerdo e direito: rial; nal analítico-lógico decompositor ecronológico Verbal-numérico emocional; e ee reintegrador; abstrato espacial; intuitivo-sintético; e pré-verbal; ealerta sensoracioe

relaxado; articulado e livre associativo;linear ro; crítico e não e afetivo; linear visual etc. e sono-

31

32

À teoria do tricerebrar chegou-se combinando os dados de Roger Sperry, com os neurólogos que defendem uma estrutura tri-una do cérebro como o norte americano Paul MacLean, o russo Alexander Luria, o inglês John Eccles, os fran ceses Stéphan Lupasco, Henri Laborit, Jacques Lacan, Edgar Morin (2011) e o brasileiro Wilson Sanvito (1994). Pelo paradigma tri-uno, podemos agrupar as fun ções mentais em tríades, na sequência esquerdo-central-direito: verbal-concreto pré-verbal; analítico-ativo-intuitivo; abstrato-apropriador-sensorial; cronológico ativista-espontâneo; crítico-planejador-lúdico; pensador-administrador-romântico; teórico-prático-sonhador; céptico-materialista-religioso etc.

Pela lei da recorrência, que é repetição, fractalidade ou replicação do mesmo holograma ou modelo - em que qualquer pedacinho contém e reproduz o todo, como na clonação - cada lado do cérebro contém potencialmente os outros dois. Em caso de acidente, enfermidade ou extração de um lado, vai-se desenvolver o potencial de reserva que está latente nos outros dois lados. Se um trecho de rede neural é danificado ou obstruído, o cérebro buscará outra via ou um desvio, como a água de um rio, ou como se instala uma ponte de safena no coração. Quanto mais jovem o cérebro, tanto melhor funcionará este serviço de reposição, de próte se ou de contornação das neurovias. Já começam a aparecer “próte ses” tar bem-vindo e infinito cérebros e “marca-passos” mundo seja você danificados. de seu aopara maravilhoso cérebro conserEntão, tri-

tetranivelado. são, também ou Elepode um pode foguete significar parecer-lhe para suas sondar sua asaspritoou

dos os mundos possíveis e imaginá veis.

32

33

1.5.1. QT – REVELADOR DO QUOCIENTE TRICEREBRAL Medindo e definindo seu perfil tricerebral

Com certeza você já terá ouvido falar do quociente intelectual ou Q.I., que mede a inteligência das pessoas numa escala de 100 pontos. Abaixo de 100 pon tos, existe insuficiência mental; acima de 120 pontos existe genialidade. Seus de fensores dizem que esse teste mede o desenvolvimento de todo seu potencial mental; mas é quase totalmente só do cérebro esquerdo. Além disso, não mede os quatro níveis do cérebro: é como se o cérebro fosse uma superfície plana e não uma pirâmide ou montanha de muitos patamares. O teste do Q.I. é monádico. Mas o Q.E. ou quociente emocional, que foi criado para substituir o Q.I., tam bém é monádico. O Quociente Emocional mede quase só o cérebro direito, desco nectado do processo intelectual e operativo. Também não considera níveis dife renciados no cérebro direito. Os monádicos são assim: Um ou outro, em vez de um e outro e mais um terceiro. Agora sabemos que o potencialmental tem, pelo menos, três partes que fun cionam de maneira integrada e complementar, embora a contribuição de cada uma delas seja diferente, dependendo de sua dotação genético-biológico-hereditária e de sua construção familiar-escolar-étnica posterior. Leia agora com atenção as instruções para usar o nosso Revelador do Quociente Tricerebral e responda criteriosamente as 27 preguntas. Trata-se da sempre difícil auto-avaliação subje tiva. Sou um gato acreditando que sou um glorioso leão, ou sou um leão acreditando que sou um pobre gato? A exatidão de suas respostas se comprovará no seu desempenho no dia-a dia, após o teste. Você está próximo a revelar um instantâneo tridimensional de seu perfil trice rebral. Dizemos que é um instantâneo porque o cérebro muda mais que o tempo. Ao repetirmos o Revelador do Quociente Tricerebral, notaremos como vamos mu dando, mesmo que não queiramos. Mas quando queremos mudar intencionalmen te, mudamos mais rápido. Ao ler uma pergunta, dê-se uma nota de 1 (mínimo) a 5 (máximo) e anote, ou peça para alguém anotá-la dentro da figura da mesma linha. Use só números inteiros, sem frações. Ao terminar, some cada coluna.

33

34

1.5.2. Revelador do QT - QUOCIENTE TRICEREBRAL - Nível 1 (para adultos) 01 Você confere os dados de uma passagem, de uma nota, de uma conta? Ao fim do dia, da semana, de uma atividade, você faz revisão, avaliação? docasa 02 custo, Em seu o resultado quarto, em que pretende tem ordem? fazer? Costuma prever o onde, o quem, o como, o 03 Você crê crê que nalguma faz parte forçademaior, um todo como maior, o amor, invisível, a vida, espiritual? alguma entidade superior? 05 04 Numa Você anda discussão, alegre,você gostatem de boas brincadeira, explicações, piada,tem festa? bons Você argumentos, é otimista sabe apesar rebater? de tudo?

Sabe levar adiante uma discussão com paciência? ou sonhos 06 los, Vocêinsights, tem pressentimentos, ideias luminosas, previsões para resolver problemas? que se cumprem? Você tem esta08 07 Você No relacionamento fala bem em grupo, afetivo,tem você bom entra vocabulário, pra valer,tem comfluência romantismo, e correção com paixão? gramatical?

Você sabe convencer os outros? do corpo? 09 elegância Ao falar, você todasgesticula, as partesvocê olha para as pessoas, você movimenta bem e com 10 Você pessoa é ecapaz sentirde como pôr-se ela no se sente? lugar de outrem, de imaginar-se na situação de outra 11 Diante de uma situação, você combina os prós e os contras, você faz diagnósticos realistas, faz julgamentos bons, acertados? 12 Ao narrar algum fato você dá muitos detalhes, você gosta de descer às minúcias, aos pormenores? 13 Quando ria êxito financeiro, você compra saberia ou vende, ganhar você e multiplicar se sai bem? dinheiro? Se tivesse um negócio, você te14 criativas, Você gosta originais? de modificar Gosta aderotina andardo inventando? dia-a-dia, do ambiente? Você acha soluções 15 Você controla seus ímpetos? Pára e pensa antes de agir? Pensa nas consequên cias antes de agir? 16 Antes de tomar uma informação como certa, você se dedica a coletar mais dados, a ouvir o outro lado, a averiguar as fontes, a buscar comprovação? 17 dos Queexercícios consciência físicos? e controle você tem do que come e bebe, do descanso, do sono e 18 Frente nuada, avocê umatem dificuldade, boa resistência, você tem aguenta capacidade muito?de concentração, dedicação conti19 Sabe Na posição dar comandos de chefe,curtos, você sabe exatos, dividir e cobrar tarefas, a execução? calcular o tempo para cada coisa? de ambientes? 20 Você prestagosta atenção de a decoração, um pôr-do-sol, arrumação a um pássaro, a uma paisagem? Você se arruma bem? Você 21 Você das, pioneiras, tem atração quepor ninguém aventuras, fez antes? por desbravar caminhos, por tarefas desconheci22 Você se autoriza a questionar pessoas e informações de TV, jornal, de política, re ligião, ciência, e denunciar seus interesses disfarçados? 23 Você Seus empreendimentos, consegue transformar suasseus iniciativas sonhosprogridem e ideias em e duram? fatos, em coisas concretas? 24 nos Vocêpossíveis fica imaginando rumos dos o que acontecimentos? poderá acontecer no ano que vem, daqui a dez anos, e dá bem cronômetros, 25 Você quina se fotográfica, com a tecnologia, e os botões gravador, da eletrônica? máquina de lavar, calculadora, má26 to? Você Seu é rápido(a) tempo rende no que mais faz? queResolve o de seus logo? colegas? Termina bem o que faz e no prazo cer27 Quando se comunica, você usa números, medidas, estatística, matemática, além do palavrório popular?

TOTAL:

34

35

QT - Revelador do QUOCIENTE TRICEREBRAL (para jovens - 2º Grau) 01 03 02

Você confere os dados de uma passagem, de uma nota, de uma conta logo que a recebe? emseu de manter força Você Em seu superior, acredita quarto,que invisível, suas corpo universal, coisas e sua tem eterna? energia ordem?fazem E gosta parte de um todo as coisas maior,no delugar? alguma

04

Você otimismo? anda alegre, gosta de brincadeira, piada, festa? Você tem entusiasmo, tem

05

Numa discussão, você tem boas explicações, tem bons argumentos, sabe rebater?

06 07 08

Você No relacionamento tem fala estalos, bem, tem ideias afetivo, bomluminosas, vocabulário, você entra insights, correção pra valer, quando gramatical? com tem romantismo, que Você resolver sabe comproblemas? paixão? convencer os

09

outros? partes Ao falar, dovocê corpo? gesticula, você olha para as pessoas, você movimenta bem todas as

10

sentir Você écomo capaz elade sepôr-se sente?no lugar de outra pessoa, de imaginar-se na situação dela e

11 12

Quando tem um problema, você se lembra de analisar os prós e também os contras, para que seus julgamentos sejam acertados? Ao contar algum fato você lembra quase tudo e dá muitos detalhes?

14 13

do dia-a-dia, de procurar Você jeitos Quando novos gosta você de decompra modificar fazer as oucoisas? vende, a rotinavocê se sai bem? do ambiente? Você acha Você que sai gosta ganhando?

15

17

Você controla seus ímpetos? Pára e pensa antes de agir? Pensa nas conseqüências antes de agir? Antes de acreditar nalguma notícia, nalguma fofoca, você vai coletar mais dados, vai ouvir o outro lado, você procura saber se é verdade mesmo? Como jardinagem, vão suas habilidades mãos em manuais? artesanato, consertos, uso de agulhas, facas, ferramentas,

18

trar, Frente aguenta a umabastante? dificuldade, você tem boa resistência, tem capacidade para se concen-

19

brar Na posição os resultados? de líder, você sabe dividir tarefas, calcular o tempo para cada coisa e co-

21 22 20

de re Você tem presta se autoriza atração atenção apor criticar aaventuras, um pessoas pôr-do-sol, pore tarefas informações a um pássaro, desconhecidas, deaTV, uma deflor, que jornal, aninguém uma de política, paisagem? fez antes?

23

ligião, de escola? progridem Você consegue e duram? transformar seus sonhos e ideias em fatos, em coisas concretas que

24

Você outrostem no ano por que costume vem,ficar daquiimaginando a 10 anos, odaqui que aestará 20 ouacontecendo 50 anos? com você e com

25

calculadora, Você tem facilidade do aparelho para de lidar som, comeacom tecnologia os botões do da gravador, eletrônica? da máquina de lavar, da

26

Você de seus sempre colegas? termina o que começa, e no prazo certo? Seu tempo rende mais que o

27

Quando fala, você usa números, medidas, estatística, matemática, além do palavró rio geral?

16

TOTAL:

35

36

QT - Revelador do QUOCIENTE TRICEREBRAL (para o 1º Grau) 01 Se vejo ou escuto alguma coisa, eu observo bem, quero entender bem? 02 Gosto de inventar coisas e organizar a turma para trabalhar junto? 03 Como sou na minha religião, acredito, tenho fé, sei orar? 04 Sou alegre, gosto de brincadeiras, gosto de dar risadas? 05 Sei falar, discutir, defender-me com palavras, sem brigar? 06 Acontece muito eu adivinhar o que vai acontecer? 07 Sei gostar dos outros, sei agradar? 08 Faço muitas perguntas? 09 Quando falo, faço muita gesticulação com o rosto e com o resto do corpo? 10 Sei colocar-me na situação de outras pessoas e sentir o que elas sentem? 11 Consigo notar logo o certo e o errado em mim, em casa, e nas lições da

aula? 12 Se me perguntarem “como foi na escola” sei contar tudo, tintim por tintim? 13 Nas compras ou trocas que faço, já sei quanto ganho e quanto perco? 14 Gosto de inventar jeitos novos de fazer e arrumar as coisas? 15 Penso muito ou pouco antes de fazer alguma coisa? 16 Gosto de estudar através de experiências ou fazendo coisas com as

mãos? 17 Sei fazer trabalhos manuais bem feitos? 18 Consigo prestar bem atenção nas aulas o tempo todo? 19 Organizo e cuido bem dos meus livros, meus brinquedos e minhas rou

pas? 20 Gosto de me arrumar bem? 21 Gosto de me arriscar pra mostrar coragem, pra ganhar dos demais? 22 Quando noto algum defeito, sou capaz de falar a verdade, de fazer críti

cas? 23 Quando quero alguma coisa, eu luto muito por ela até conseguir? 24 Costumo pensar muito na minha vida daqui a 10 ou 20 anos? 25 Sei mexer bem com aparelhos de som, videogame e controle remoto? 26 Gosto muito de fazer trabalhos, de ajudar em casa, de ocupar-me? 27 Gosto de fazer contas, guardar números na cabeça, de estudar matemáti

ca?

TOTAL:

36

37

QT - Revelador do QUOCIENTE TRICEREBRAL (menos de 10 anos, por observação) 01 Grau de curiosidade, de atenção interessada, e o quanto percebe 02 Toma iniciativas, organiza e movimenta os colegas 03 Tem respeito, reverência e sensibilidade com plantas, animais e pessoas 04 Brinca com os outros, tem bom gênio, sabe jogar, rir 05 Volume de vocabulário, pronúncia, compreensão de perguntas e comandos 06 Tem insights, boas tiradas, boa imaginação e fantasia, consegue relaxar 07 Tem amizades, é apegado, demonstra afeto e carinho 08 Prontidão em perguntar e responder, com ritmo, voz e respiração adequa das Gesticulação coordenada, original, elegante, expressiva 09 10 Sente e demonstra compaixão frente à tristeza e a dor dos outros 11 Capacidade de definir, pedir, explicar e justificar o que quer 12 Habilidade para narrar com detalhes, fazendo conexão lógica de ideias 13 Preocupação com ter dinheiro, guardar, cuidadoso em comprar 14 Demonstrações de criatividade e expressão artística 15 Anuncia o que vai fazer, faz análises de si mesmo e de suas ações 16 Gosto por livros, leitura, estudo, exposições, ocasiões de aprendizagem 17 Esquema corporal, uso das mãos, estado e desempenho dos 5 sentidos 18 Tempo de interesse e esforço num brinquedo, numa tarefa desafiadora 19 Senso de posse, uso e organização dos seus brinquedos e objetos 20 Percepção de seu corpo como bonito/feio, gosto por cores, música, teatro 21 Grau de independência, de competitividade, desejo de conquista e recom pensa 22 Autorização que se dá para discordar, para fazer crítica 23 Vitalidade e disposição geral para a ação, o fazer, ocupar-se, gastar energia 24 Grau de autoconfiança, altivez, autoestima, espontaneidade, desenvoltura 25 Grau de destreza com portas, fechaduras, botões de aparelhos, brinquedos 26 Noções de tempo, prazos, velocidade de movimentos, de execução de tare fas 27 Capacidade para fazer contagens, classificações, para relacionar coisas

Obs.: Os QTs são ajustados para os seguintes grupos de idade: até 16 anos; de 17 a 24; de 25 a 50; de 51 a 70; e de 71 e mais; e são diferentes para homens e mulheres. Veja em www.csproporcional.com.br/teste

37

38

Os escores obtidos passarão para o crachá “Perfil de Competências Tricerebrais”:

Que se faz com esses 3 escores? Há três alternativas: A) Esses três escores apresentam só o QT horizontal ou QT de compe tências horizontais. Quer dizer: quanto vale ou que intensidade tem ca da um dos três cérebros, o que traz importantíssima informação para o desenvolvimento de sua personalidade. B) Como tudo é tridimensional, com esses escores pode-se elaborar o QT vertical. É uma radiografia de cada um dos 3 cérebros em seus quatro níveis para mostrar a hierarquia de competências verticais. O QT vertical indica se o desenvolvimento de cada cérebro está conforme o esperado para cada ciclo de vida ou grupo de idade. C) Despois do QT vertical, pode-se deduzir o QT transversal. São duas curvas, uma indicando seu perfil de excelências e outra indicando seu perfil de carências. Se você fizer seu QT em www.csproporcional.com.br/teste aí terá o resultado de seu QT horizontal, com um breve diagnóstico da proporcionalidade entre os três cérebros. Se desejar ter os resultados do QT vertical e transversal, escreva para a empresa, solicitando o serviço. Segundo os resultados do QT horizontal, vertical e transversal, haverá indi cações de “ajuste vocacional/profissional”. Este conhecimento tricerebral tetranive lado é indispensável para o autoconhecimento e para o upaya-coaching conduzido por pais, docentes, supervisores etc.

1.5.3. O QT É UM CEREBROSCÓPIO E UMA BÚSSOLA Os adultos dedicados ao autoconhecimento dado pelo QT e dedicados à auto educação, primeiro escolhem o lado do cérebro que querem melhorar; em seguida, escolhem um dos nove itens deste cérebro no QT. Ou podem orientar-se por ou tros referenciais. Para crianças até uns catorze anos, pode-se começar indicando o mapa de competências ou metas do quadro que segue para que escolham alguma.

38

39

1.5.4. METAS PARA MELHORAR O TRICEREBRAR (1º Grau) Cérebro Esquerdo-Analítico-Racional 1. Conhecer mais minha cabeça 2. vras Falar melhor e corretamente as pala-

Cérebro Central-Operativo-Factual Ser 1. competitivo, lutador, ter gana e ambição 2. Cuidar o corpo, fazer ginástica. Caminhar com aprumo

Cérebro Direito-Emocional-Intuitivo 1. Ser vivo, alerta, malicioso, esperto 2. Ter o corpo solto como em dança e teatro

3. Ler tudo que apareça e escrever mais

3. consumo Disciplinar a alimentação, o vestuário, o sono, limitar o

3. Andar alegre e criar alegria no ambiente

4. Utilizar nheiro, endereços mais os números com datas, di-

4. assumidos Ser cumpridor dos horários, dos compromissos

5. sas, as informações Aprender a classificar, ordenar as coi-

5. Ter amor ao trabalho, ao estudo, fazê-lo com gosto

6. Ter saber usar endereços uma agenda com notas, e telefones,

6. to/caro, Saber cada vez mais impostos, sobre salários poupança, dinheiro, preços, bara-

7. Ser no dicionário rápido eme achar guia telefônico a ordem alfabética

7. Aprender a tomar iniciativas, a decidir e aceitar o risco

8. ter todas deas formar informações uma opinião tratar de Antes

8. Dedicar-se trocar lâmpadas, a consertos lavar, passar domésticos: etc. consertar torneiras,

9. subgrupos Desdobrar eoindivíduos que diz cada um dos 3

9. Aprender dominar aagramática comprar edo vender, dinheiro fazer pequenos negócios,

10. rer Tomar que as fossem coisas como como eusão, sem quegostaria

10. ma Pensar numa carreira, preparar-se para chegar em ci-

11. mentos Discussões, com emoções e menos fazê-las mais com argu-

11. vestuário Ser limpo,e cuidar do calçado dos dentes, do banho, do sono, do

12. deseje Ter sempre ler uma lista de livros que se

12. cansaço, Ser um pouco mais duro, mais combativo, resistir ao à dor física, à fome

13. está Ler ou escutar notícias, saber o que acontecendo na cidade

13. para Dedicar-se os passeios, líder, a organizar as tarefascoisas e pessoas o estudo, a ser

14. todos Aprender os ambientes a falar cada vez melhor, em

14. Cuidar-se perigosos na rua, no trânsito, evitar pessoas e lugares

15. problemas Descobrir, nacionais compreender e criticar os

15. associação Relacionar-se da comunidade com os vizinhos, participar em alguma

16. deo, computador, fax, celular, Manejar tablet calculadora, etc. ví-

16. tes, para nãoque escravizar bens materiais consumo desejam e os limiEstabelecer a vida aose

17. Conhecer os direitos sa, da escola e da sociedade e deveres da ca-

17. mo, buscado Esclarecer, o custo em e o resultado tudo, o onde, o quando, o quem, o co-

18. Descobrir métodos sempre melhores de aprendizagem

18. Contar os ganhos pelos 3 cérebros: dinheiro(central); conhecimento (esquerdo); prazer (direito)

4. Aprender a respirar pelo diafragma e fazê-lo muitas vezes ao dia 5. Melhorar os sentidos, o ver, ouvir, tato, olfato, gosto 6. Perguntar-se e dar-se licença antes de fazer al go: auto-autorizar-se 7. Frente a cada problema, praticar sempre a “chuva de ideias” 8. Tratar de adivinhar o que lhe poderá acontecer em 5, 10, 20 anos 9. Praticar o relax, o nível alfa todo dia e antes das provas 10. Dedicar-se a fazer e cultivar amigos e amigas, demonstrar afeto 11. Ver-se sempre como ganhador, nos estudos, no esporte e em tudo 12. Interpretar os ambientes, gestos, vestuário e expressão das pessoas 13. Amar os animais, as plantas, a terra e cuidar tudo com carinho 14. Dedicar-se a algum tipo de espiritualidade ou forma de prece 15. Cuidar da beleza, gosto e elegância pessoal e do ambiente 16. Renovar ambientes e rotinas de vida a cada pouco 17. Ter bons modos, bom trato com as pessoas, fazer-se querer 18. Dedicar-se a um esporte, a uma arte, e ser ca da vez melhor nisso.

Escolha um futuro e programe seu cérebro para alcançá-lo. Você ficará surpreso com o poder de uma autoprogramação com expectativa men tal bem feita.

39

40 O mesmo QT ajuda o estudante e o trabalhador a avaliar sua adequação vocacional/profissional, de acordo com os escores horizontais, verticais e transver sais. Cada vocação/profissão e posto de trabalho exigem determinadas combina ções de competências horizontais, verticais e transversais. É o perfil tricerebral de uma carreira ou de um cargo que o mercado ou os especialistas em recursos hu manos estabelecem, para selecionar/avaliar trabalhadores cujo perfil tricerebral mais se aproxime ao requerido. Este tema será aprofundado no Capítulo 6.

1.6. AUTO-AUTORIZAÇÃO PARA ADULTOS

Um produto qualquer é propriedade do fabricante e se desempenha auto maticamente de acordo com o programa/algoritmo nele instalado. Um algoritmo é um conjunto de prescrições ou regras que definem um modo de desempenho ou comportamento. Nossos três cérebros são propriedade de seus fabricantes que são: mãe, pai e família, primeiro; depois, do sistema educativo nacional e da reli gião; por fim, são propriedade do mercado escravizador. Família, religião, Estado e mercado tem o controle remoto de nossos três cérebros, que funcionam em piloto automático, ou controle remoto, vinte e três horas e 50 minutos por dia! Se quisermos mudar, é preciso conscientizar os programas, algoritmos, re presentações ou mapas mentais que nos fazem pensar-desejar-agir, e decidir o que queremos modificar, até certo ponto. Antes de pôr-se a forcejar, é preciso “ha bilitar edição” ou gravação, como se faz nos anexos do correio eletrônico e como se fazia para desbloquear CDs protegidos contra gravação. Isso se chama: AUTO AUTORIZAÇÃO. Para isso, formulamos e dizemos, em voz alta, frases/ordens, mais ou me nos assim: eu me auto-autorizo a ser dono único de meus três cérebros; eu me au to-autorizo a amar meus três cérebros; eu me auto-autorizo a mudar meus três cé rebros; eu me auto-autorizo a mudar meus três cérebros nos programas ou mapas mentais que não servem para a autocondução; eu me auto-autorizo a mudar meus três cérebros apesar de minha mãe, de meu pai, de meus programadores familia res, escolares, religiosos, ideológicos, econômicos etc. Sem esse exercício de auto-autorização, quando adultos, qualquer iniciativa ou ação fora do autorizado/proibido pelos programadores, nos criará complexo de culpa-expiação. E o remorso ficará caçando maneiras de fazer-nos expiar. Como as crianças não têm autocondução nem critérios morais-sociais, é preciso fazer o recalque das pulsões/instintos, como diria Freud; ou fazer o condi cionamento como dizia Skinner; ou a tri-programação como se diz neste livro. Mas ao final do processo upaya-coaching familiar-escolar, entre os 15 e 18 anos, há que remover as programações que inibem a autocondução e a responsabilidade pessoal. Se isto não for feito, ninguém assumirá responsabilidade pessoal, e a cul pa será jogada sempre na natureza, na família, nos abusos sofridos na infância etc. A auto-autorização se aplica também nos grupos/equipes e nas culturas.

40

41 1.6.1. PLANEJAMENTO, OPERACIONALIZAÇÃO, CONTROLE DE METAS

Para assegurar o êxito, é preciso operacionalizar a ação desejada. “Opera cionalizar” quer dizer, detalhar ações pelas perguntas operacionalizadoras míni mas que são: - onde se faz; - quando se começa, e data para a qualqueremos o resultado (uns sessenta dias); - quem estará envolvido como prestadio ou usuário; - como se faz, com que método ou técnica; - o que se necessita, quanto vai custar em investimento financeiro, em esforço e risco; - qual é o resultado esperado (em números, se possível) e para que se quer isso; - quem será o exigidor (alguém que nos ajude a romper a rotina inconsciente e que controle os resultados). Para registrar o planejamento da meta, projeto ou competência a desenvol ver, pode-se usar algum gráfico que ponha em ordem os chamados quatro Fatores Operacionais que são: Espaço, Cronologia, Personagens e Procedimentos.

Se a meta, projeto ou competência a desenvolver requer um processo em passos sucessivos, cria-se um fluxograma. Nada no mundo acontece de golpe; tu do tem antecedentes e subsequentes, ou seja, passos ou atos sucessivos que vão perfazendo cumulativamente as tarefas para a realização final e total de uma meta. Quantos passos? De uns quatro a dez. A soma do que vem antes e depois de ca da coisa é o fluxograma, que se forma por desenhos que representam sistemas, em sequência. Isso lembra brinquedos infantis de montar sequências. Uma receita de bolo tem um fluxograma a ser seguido. Uma refeição é um fluxograma. Uma ro tina é um fluxograma que se tornou automático e inconsciente. O fluxograma sem pre vem antes de qualquer operacionalização. Pode-se colocar o fluxograma na horizontal e as perguntas operacionalizadoras na vertical ou vice-versa.

41

42

As empresas e os grupos têm mais hábitos técnicos que os indivíduos, isto é: investigar, fazer um diagnóstico, buscar alternativas, tomar uma decisão, orga nizá-la num fluxograma operacionalizado e começar a implementar. Mas os indiví duos também tem que aprender esta sequência mental. É o ciclo tricerebral. Quando o planejamento da meta ou ação a cumprir está pronto e bem deta lhado, o recomendável é começar o exercício que leva o cérebro à ciclagem redu zida. O que se faz é mentalizar a meta como se já estivesse concretizada, cele brando a vitória com uma festa. É o mesmo que programar “pensamento positivo”, ou criar “poder de atração” ou “sorte”. As instruções sobre como fazer isso estão resumidas no FLUENCIR que quer dizer Fluxograma da Energia Neuromodular em Ciclagem Reduzida que está no começo do Cap. 6. É um conjunto de técnicas de postura, respiração e relaxamento que levam o cérebro à ciclagem reduzida; aí se faz a mentalização ou gravação da meta, imaginada como vitoriosa, depois do que, se retorna à rotina cotidiana. O cérebro, automaticamente, buscará os cami nhos da realização do que foi programado e gravado em ciclagem reduzida. Mas não se pode dispensar o esforço para cumprir o planejado, com auto avaliação diária e a intervenção frequente do exigidor ou monitor, apoiando, moti vando, pressionando para ser fiel ao caminho que o levará à realização da meta. Haverá uma avaliação final na data prevista na operacionalização. Se o re sultado previsto foi alcançado, parte-se para outro cultivo, porque a autoeducação é tarefa contínua e permanente. Se não, impõe-se uma multa ao inadimplente, e prorroga-se o prazo para chegar ao resultado. Saiba, desde agora, que o mais importante em educação familiar-escolar étnica é ajudar o filho-educando-trabalhador a articular esse tal Ciclo Tricerebral do saber, sentir/criar e fazer, porque com ele se aprende a aprender. O mesmo vale para uma empresa e uma cultura. É “a inteligência por trás da inteligência”, é o sis tema operacional do cérebro. É a chave da organização mental e da Ciência Social Geral. Os saberes de cada ciência ou disciplina vêm depois, como diferentes sof tware executados pelo Ciclo Tricerebral (tema dos Capítulos 4 e 5), que é o siste ma operacional da pessoa, da cultura, do país.

42

43 1.7. EXEMPLO DE APLICAÇÃO do QT pelo Ciclo Tricerebral Estudo Lado esquerdo de caso:do Dr.Ciclo Borges Tricerebral Filho

(coleta de dados, processamento, diagnóstico). Dr. Borges Filho, é filho único. É um médico bem sucedido, com 45 anos, en volvido em quantas atividades sociais se possam imaginar, mas em crise familiar e profissional. Pelos dados do Revelador do Quociente Tricerebral ele tem choques entre o cérebro direito com 43 pontos e esquerdo com 42, que são suas duas fortalezas; e o cérebro central é muito vulnerável, com 32 pontos; sendo tão baixo, é o cérebro dos tropeços, e de maior risco de prejudicar-se. Embora tenha classificação como genial no cérebro direito e esquerdo, a vida não corre muito bem para o Dr. Borges Filho, porque é pouco pragmático e sem muita vontade de vencer. Seu condicionamento pelos pais o levou a um matrimô nio inviável e a filhos desorientados. O diagnóstico indica que suas energias estão concentradas no processo simbólico-virtual, distanciadas do cérebro central-operativo-prático. Ele é muito mais teórico e humanista que prático. Ele vive um conflito interno de dúvida, inde cisão e crise existencial porque a maneira como seu Ciclo Tricerebral foi montado não favorece a autocondução. É um robô da natureza, da família e da sociedade. O povo sabe algo sobre o conflito paralisante entre o cérebro direito e o es querdo: “quando o coração diz sim, a razão diz não; e quando a razão diz sim, o coração diz não”. O problema é antigo e, como não foi equacionado, projeta-se ou repete-se com sempre mais consequências e sofrimentos a cada novo ciclo da vi da. Dr. Borges passa por um momento de transição de um ciclo de vida que termi na e outro que apenas desponta. É como está previsto na saída do 7o ciclo do “Fluxograma da Vida” e entrada no 8o, que é o tema do Cap. 3. O Fluxograma da Vida é um modelo que explica como os três cérebros comandam a vida, organiza da em 12 ciclos. Lado direito do Ciclo Tricerebral (futurologia, criatividade e decisões) A tendência de quem tem cérebro direito predominante é atribuir a culpa às circunstâncias, ou a outras pessoas da família, embora seja verdade, no caso do Dr. Borges; mas jogar a culpa nos outros, pode-se admitir até uns 18 anos; depois, cada qual é responsável por seu passado, presente e futuro, sem poder reclamar. Numa perspectiva futura, é plausível que o Dr. Borges se entregue à derrota ou a algum sucedâneo, como narcóticos, jogo, bichos de estimação etc., para substituir a falta de endorfina de fonte humana. Há mais alternativas, como a resignação masoquista ou alguma aventura extramatrimonial com alguém que saiba conduzi lo, pois seu cérebro está infeliz e confuso, com pouco poder de autocondução. As soluções podem ser: buscar autoconhecimento por si mesmo ou com aju da de alguém, e tomar a decisão de modificar/cultivar algo de um dos três cérebros para recuperar a normalidade da vida. Outra solução seria afastar-se de tudo para ter um período de descanso, mas ao reingressar em seu meio patogênico que é sua família, voltará o stress.

43

44

Lado central do Ciclo Tricerebral (implementação, controle, feedback) Se Dr. Borges se tiver decidido por alguma modificação tricerebral (alguém poderá impô-la, para tirá-lo das suas indecisões) deverá repetir, umas cem vezes ao dia, o exercício de auto-autorização; depois, planejar a exercitação do item es colhido para cultivo e buscar um exigidor que o mantenha em disciplina no cotidia no. A cada conquista na auto-reprogramação tricerebral, Dr. Borges Filho aumen tará seu poder de autocondução, e irá estabelecendo novas metas para sua vida pessoal, familiar e profissional, que estão sobrecarregadas por imposição de seu cérebro direito e esquerdo. Se não fizer isso, seu cérebro esquerdo continuará a racionalizar e justificar a situação, muito bem e tontamente.

OUTRO EXEMPLO DE APLICAÇÃO do QT pelo Ciclo Tricerebral Estudo de caso: Dr. Borges Sênior, pai do Dr. Borges Filho Lado esquerdo do Ciclo Tricerebral (coleta de dados, processamento, diagnóstico). Dr. Borges Sênior tem 67 anos, é médico e professor bem sucedido. Ficou rico. Acaba de separar-se de sua superautoritária mulher e foi morar com outra, sem problemas. Pelos dados do Revelador do Quociente Tricerebral, sua hierarquia tricere bral é a seguinte: central com 43 pontos, esquerdo com 38, e direito com 34. O central e o esquerdo são suas duas fortalezas; e o cérebro direito afetivo, ético, é o mais fraco e vulnerável. Por isso é pouco reverente e pouco se importa com os demais. Um pai assim, junto com uma esposa e mãe superautoritária, ajudam a entender as deformidades tricerebrais e as fragilidades do Dr. Borges Filho. Mas o tricerebrar do Dr. Borges Sênior não dá bons resultados nas três fren tes existenciais. Sua lógica é a pragmática ou de conveniência, e não a sentimen tal-racional, como a de seu filho. Separar-se da mulher não terá sido por derrota ou problema sentimental e, sim, para solucionar problemas práticos do cérebro central (sexo e dinheiro) sem trauma emocional para ele. É sua autocondução, são suas opções de vida, mas que têm consequências e preço para ele e para os demais de seu convívio. Lado direito do Ciclo Tricerebral (futurologia, criatividade e decisões) A tendência será seguir com o que lhe exige seu cérebro central que lhe deu tantos triunfos. Mas a idade ou o ciclo de vida que vive ou em que está entrando poderá exigir algo mais do cérebro direito, como solidariedade, estética e mística, generosidade, para não sentir-se só e escravo de sua riqueza ao final da vida. O futuro de quase todos que envelhecem é, primeiro, a atrofia da memória e do raci ocínio; depois, a atrofia dos movimentos, reduzindo o idoso ao cérebro direito e suas necessidades de amor, arte e religião. Isso é Alzheimer. As alternativas para o Dr. Borges Sênior podem ser dedicar-se a algum item do cérebro direito para chegar a reconciliar-se com a vida, consigo mesmo e com os familiares. Lado central do Ciclo Tricerebral (implementação, controle, feedback) Se Dr. Borges Sênior se tiver decidido por alguma modificação de cérebro di reito, deverá repetir, mais de cem vezes ao dia, o exercício de auto-autorização, já

44

45 que quanto mais idade, menos plasticidade terá o cérebro para mudar; depois, planejar a exercitação do item escolhido para cultivo, e buscar um exigidor que o mantenha em disciplina no cotidiano. Isso será difícil, já que o Dr. Borges Sênior tem cérebro central que o torna um líder, um executivo, e não está acostumado a ser mandado e exigido. Quando se consiga o resultado previsto para o cérebro di reito, o tensionamento no contexto familiar tenderá a baixar e ele, a sentir-se mais a vontade. Conseguido isso, o cultivo desloca-se do cérebro direito a outro, segun do ele queira afrouxar a tirania do dinheiro ou da racionalização.

OUTRO EXEMPLO DE APLICAÇÃO do QT pelo Ciclo Tricerebral Estudo de caso: Sílvia Borges, filha e neta Lado esquerdo do Ciclo Tricerebral (coleta de dados, processamento, diagnóstico). Sílvia tem 17 anos, com uma irmã de 14 e um irmão de 13 anos. Vai mal na escola, está apaixonada por seu professor de Bio logia e questiona sua família e sua classe social. Pelos dados do Quociente Tricerebral, sua hierarquia tricere bral é: esquerdo com 37 pontos, direito com 37, e central com 28. Como continuaria você o estudo de caso de Sílvia, pelo Ciclo Tricerebral co mo foi feito com o pai e o avô dela? Depois de alguma experiência, você pode deduzir a hierarquia tricerebral de uma pessoa sem o QT escrito, só com a convivência. Arrisque-se! Por exemplo: Que hierarquia tricerebral atribuiria você ao Moisés da Bíblia? E a Jesus Cristo? Que hierarquia tricerebral atribuiria você a Pelé e Ronaldinho? A Lula e a Dilma? A Paulo Freire, Chico Xavier, a um banqueiro?

1.8. O FAMILIOGRAMA QUE EMBASA O TRICEREBRAR

O que se consegue saber dos três cérebros pelo QT é insuficiente para a educação ou reeducação familiar-escolar-étnica que aqui se propõe. Será neces sário conhecer o familiograma de cada caso em estudo. Resumidamente, o famili ograma é um desenho com o pai de um lado e a mãe de outro e, no meio deles, os filhos por ordem de nascimento, com o nome e a idade de cada um, incluindo os falecidos, exceto os falecidos antes de um ano de idade, porque não competiram. O familiograma ajuda a entender as afeições, hostilidades e indiferenças que cada um viveu desde o útero até, mais ou menos, os sete anos. Às vezes, este condicionamento familiar se torna uma prisão mental por mais anos e, até, por to da a vida. Entender as afeições, hostilidades e indiferenças com quem e contra quem, ajuda a entender como foram sendo instalados os programas, representa ções ou mapas mentais tricerebrais. Estes programas vão ser recorrentes ou repe titivos pela vida afora, porque ficam enterrados no inconsciente, funcionando au tomaticamente, fora do controle consciente do dono, como os programas de com putador (tipo ponto exe). Nossas ações e reações intelectuais, emocionais e ope racionais são executadas de acordo com programas ou conjunto de regras cuja

45

46 instalação ou criação se deu desde o útero, são continuadas na família e terão al guns acréscimos na escola formal e na escola da vida. Entretanto, o mais determinante para a saúde tricerebral é um começo sau dável que ocorre, principalmente, até os sete anos. Mas é bom repetir: eu estou assim; eu não sou assim, porque podemos mudar.

Você já tem uma “tomografia” de seus três cérebros, que é o QT. E por que os tem assim? A folha corrida de seus três cérebros começou por determinismo biológico no útero de sua mãe, continuou no útero da família segundo sua etnia, e continuou no útero da escola segundo as opções dos chefões da sociedade (al guns preferem dizer “prisão” em lugar de “útero”). Você poderá recuperar parte da “arqueologia” de seus três cérebros, aprendendo um pouco sobre o familiograma. Antes de entrar a vasculhar isso, é melhor persignar-se, agradecer o dom da vida, e dispor-se a perdoar as imperfeições de sua família, da “porca” socieda de e do “malvado” mundo. Você está convidado a buscar auto-entendimento, e não, motivos para queixas e vinganças. Ademais, depois dos 18 anos, o único res ponsável de tudo em sua vida é você mesmo(a). Por isso, não busque inimigos ou culpados. Busque e agradeça as raízes de seus três cérebros, não de sua genea logia. As pessoas valem por seus três cérebros e não pelo sangue, por sua genea logia, por seu sobrenome, por sua cor, por seu sexo ou outras bobagens. Depois de situar você e seus irmãos entre seus pais, o essencial será des cobrir a quem você se ligou afetivamente e com quem você sentiu rivalidade ou competição por causa dessa ligação ou aliança afetiva para lutar pela sobrevivên cia. Para os meninos, a natureza os impele a se ligarem à mãe ou figura feminina que a substitui; e os impele a sentir-se em competição com o pai ou figura mascu lina que o substitui. Para as meninas, a natureza as impele a se ligarem ao pai ou figura masculina que o substitui; e as impele a sentir-se em competição com a mãe ou figura feminina que a substitui. A pessoa a quem estiver mais apegada influen ciará, principalmente, a programação e desenvolvimento do cérebro direito; e a pessoa objeto de sua hostilidade ou rivalidade influenciará, principalmente, a pro gramação e desenvolvimento do cérebro esquerdo e central. Mas nem sempre é tão direto e claro assim, porque existe a competição ou a disputa entre irmãos pela mãe ou pelo pai e pelos satisfatores que eles oferecem

46

47 para nossa sobrevivência. Todos nascemos sabendo lutar por pai e mãe. Mas há desvios. Uns serão ganhadores do pai ou da mãe; outros serão perdedores e bus carão vincular-se ao avô, à avó, a um tio ou a uma tia e outras figuras ao alcance da criança. O familiograma será retomado e completado no Capítulo 3.

1.9. QUE OUTROS NOMES FORAM DADOS AO PRINCÍPIO TRI-UNO OU À TRI UNIDADE?

Como você já deve ter notado, todos os saberes sobre uma mesma coisa têm sempre três origens, três linguagens, três correntes ou três blocos de autores, embora seja mais fácil notar só os dois lados em guerra, e seja bem mais difícil no tar o terceiro lado que é mais neutro, silencioso e tímido (Nicolescu, 2000). Por que sempre três? Porque o molde da matergia e da vida é o três, desde a física quântica que começa com um mínimo de três partículas trançadas ou em hélice de três pás. Por isso, sempre há três subgrupos ou bandos interessados por uma mesma coisa, o que gera competição e luta. A essa competição e seus confli tos entre três contendores chamamos: JOGO TRIÁDICO. Os indivíduos, as famí lias, as empresas, os países se compõem de três forças, partes, subgrupos, em mútuo assédio, e contendas de domínio/poder máximo, para tirar vantagens sexu ais e econômicas máximas dos dominados. É impulso natural para a maximocra cia, a busca de mais e sempre mais, insaciavelmente. Tem sido sempre assim. - Por que tem sido sempre assim? - Porque cada parte ou subgrupo, quando é impelido a buscar poder máximo para espoliar as duas outras partes ou dois subgrupos, gera oposição e resistência defensiva dos espoliados mais ofendidos e corajosos; estes começam com protes tos e contendas de baixa intensidade, mas que vão crescendo em violência até vi rar guerra de extermínio. Os espoliados menos conscientes e menos corajosos tra tam de ficar longe do conflito, conformados com sua situação de roubados de tudo. Como identificar quem está e como luta cada parte ou subgrupo nesta eterna guerra de sexo, amor, informação e sobrevivência? Cada uma das três partes ou dos três subgrupos tem sua identidade, deno minação metas e características comportamentais próprias e únicas assim: - Subgrupo oficial: o que se impõe e manda; não importa se é capitalista, so cialista, religioso ou ateu, masculino ou feminino, branco ou preto, velho ou novo, rico ou pobre. - Subgrupo antioficial: o que se opõe e luta pelo poder; não importa se é ca pitalista, socialista, religioso ou ateu, masculino ou feminino, branco ou preto, velho ou novo, rico ou pobre. - Subgrupo oscilante: seguidor e vítima de um dos anteriores; não importa se é capitalista, socialista, religioso ou ateu, masculino ou feminino, branco ou preto, velho ou novo, rico ou pobre. Estas três partes ou estes três subgrupos de um todo atuam, às vezes, todos contra todos; outras vezes, dois cooperam para competir com o terceiro; e, geral mente, atuam todos contra todos, anarquicamente, até um deles sair ganhando e impor-se aos outros dois. Estes três subgrupos com suas tipologias de comporta

47

48 mento brotam de cada lado dos três cérebros individuais ou coletivos e suas varia das hierarquias. Historicamente, cada cultura ou etnia apresenta evolução diferente da rota ção dos três cérebros na posição hegemônica e na posição hierárquica. Quando é a religião que manda ou impera (teocracia), é o cérebro direito que está na posição hegemônica. Quando quem manda ou impera é a lei, incorporada num governo ci vil, é o cérebro esquerdo que está na posição hegemônica, que se chama civicra cia ou “democracia”. Quando quem manda ou impera, como hoje, é o dinheiro, o mercado, a guerra, a força, é o cérebro central que está na posição hegemônica, que se chama econocracia, plutocracia, financiocracia ou bancocracia. A história é o show dos três cérebros, suas correspondentes culturas e três formas de poder que se vão derrubando e substituindo na posição hegemônica. Agora, com a globalização, o império judeu-anglo-americano pretende que todos renunciem a seu ritmo histórico e tenham como hegemônico só e sempre o cére bro central… Mas nunca dizem que se trata de cérebros e subgrupos de poder agindo disfarçados. Disfarçam isso com eufemismos e palavras vagas como de mocracia, liberdade, transculturalidade, tolerância, mercado, destino, conjuntura, vontade de Deus etc. Mas os três cérebros e os três subgrupos daí derivados es tão sempre competindo pela posição hegemônica, tratando de ocultar ou negar is so com nomes despistadores. Malfeitores travestidos de benfeitores! Recordemos alguns dos nomes dados ao princípio triádico oculto, ou aos três cérebros e três subgrupos, quase sempre reduzidos a um só, que trataremos de traduzir pela linguagem da trialética sistêmica, que chamamos triadização. É uma espécie de logoterapia, isto é, saneamento e correção da multiplicidade de conceitos redundantes, criados por livre associação, e de ambiguidades semânti cas. Com o uso da logotriadização tricerebral pode-se reduzir tanta multiplicidade. As religiões não libertadoras, por sua tradição de dividir o mundo em bom e mau - o delas é o bom ou sagrado e o dos demais é o mau, mundano, pagão ou profano - aplicam o mesmo paradigma à mente. O cérebro direito com sua inclinação para acreditar, amar, para fazer o bem, seria o espírito, a alma; e o cérebro esquerdo, racional, que critica todas as Bíblias, as autoridades religiosas, junto com o cérebro central, erótico e violento, seria “livre pensador”, herético, seria o demônio de instinto rebel de e pecador. Estamos acostumados a caricaturas do homem com um an jo soprando coisas boas num ouvido, enquanto um diabinho sopra coisas perversas no outro, mostrando só dois lados. No entanto, quase todas as ficções religiosas admitem trindades. Os chineses caracterizam todos os fenômenos em duas catego rias: Yang-Yin. Ao usar somente dois lados, consideram o terceiro co mo distribuído entre ambos ou como uma força abarcando a ambos. O que corresponde ao Yang seria a parte do cérebro central somada ou integrada ao cérebro esquerdo. O que corresponde ao Yin seria o cé rebro direito, segundo Alan Watts (1961) que é o melhor intérprete da fi ria losofia o caminho zen-budista, do meio junto oucom da proporcionalidade, Deepak Chopra. Oo Tao, qual ou se opoderia Tai-ChiseconYIN-YANGYIN-YANG

siderar como o eixo do movimento alternado de Yang-Yin.

48

49 Em psicologia, Freud denominou os três processos mentais como: id, ego, superego. O id corresponde à parte central, reptílica, instintiva, à natureza animal primitiva, erótica, violenta, inconsciente, amoral. O Ego corresponde ao cérebro direito, às aspira ções, fantasias, aos sentimentos, à emoção, ao sub consciente que quer ser moral. O Superego é o cérebro esquerdo, analítico, verbal, interpretador e censurador moralista e legalista, que pode tornar-se mais conscien te. Outra denominação que vale a pena citar é a dos dois processos mentais de Carl Jung (1998). Jung pode ria ser triádico. Seus seguidores, entretanto, agarraram se ao diádico, em só dois conceitos: o cérebro esquerdo como ánimus, e o cérebro direito como ánima. Ele po deria chamar ao cérebro central de animal ou bestial. Há os que dividem os dois hemisférios em parte anterior e posterior ou superior e in que ferior, são ficando, 4 cérebros. assim, É acom teoria a da falsa quatrinidade noção de que usa dois cérebros e não três, como frente princípio é sempre ao que estruturante, três,jácom se conhece: maiso de que dois o mínimo é níveis. inadequado, de tudo

Os enfoques modernos mais difundidos são o de Daniel Goleman com sua inteligência emocional, que aborda o tricerebrar desde o cérebro direito; e o de Howard Gardner com sua listagem de inteligências múltiplas, que começou com 7 e já vai em 9, uma lista que nunca terminará porque foi usada a livre associação sem um princípio estruturador/hierarquizador, como o cérebro tri-uno tetranivelado. É hora de superar a livre associação, pelo uso de referenciais e modelos do para digma sistêmico triádico e seus referenciais, para melhorar a organização mental e ter a memória como um banco de dados. Pela triadização, as inteligências verbal-lógica e a lógico-matemática são do cérebro esquerdo em seu nível 1; as inteligências cenestésica-corporal e a natura lista são do cérebro central de nível 1; e as inteligências espacial, intrapessoal e in terpessoal são do cérebro direito de nível 1, enquanto as inteligências pictórica e musical são do nível 2.

49

50 Os japoneses querem demonstrar que a personalidade pode estar ligada ao tipo sanguíneo, mais ou menos assim: - Os de tipo "A" seriam mais lógicos; - Os de tipo "B" seriam mais emocionais; - Os de tipo "O" seriam mais operacionais. Será? O sangue de tipo “A” é incompatível (compete) com o sangue de tipo “B”, enquanto o sangue de tipo “O” é neutro e universal. Este é um jogo triádico do sangue, como há jogos triádicos entre graus de temperaturas, entre camadas da pele, entre posições na escala de PH, de pressão sanguínea etc. Embora todos eles sejam fatores de estabilidade ou instabilidade endócrino-neuronal, não são os principais determinantes do desempenho tricerebral ou trigrupal. Na Psicologia da Aprendizagem, o franco-suíço Jean Piaget fez bons pro gressos, aplicando a teoria da evolução aos processos mentais, denominando-os assim: - pensamento concreto-operativo do cére bro central, porque a criança começa atuando somente alcance ria de zero dos sobre a três sentidos, o anos; que vê processo e toca ou que o que predominaestá ao

fantasia, infantis, direito,- porque pensamento desenhos, a imaginação na criança brincar intuitivo-criativo que de se faz três reflete de anos do nos conta cérebro brota contos etc., a

que predominaria de três a sete anos; - pensamento lógico-abstrato-matemático do cérebro esquerdo, porque a criança inaugura o uso da razão e a manipulação simbólico-virtual da realidade concreta, que predominaria dos sete anos em diante. Dos 15 anos em diante, brotaria, segundo Piaget, a chamada racionalidade, ou equilíbrio das partes, o sentido comum, a maturidade e a consciência ético moral. Esta hipótese da racionalidade moral está cada vez mais desacreditada. Com base nesta teoria de Piaget, surgiu o construtivismo em educação, que é uma espécie de método científico indutivo em educação, ou de método socrático de perguntas para que o estudante redescubra, reconstrua o conhecimento. É me lhor que ditar verdades em aulas tipo conferência e ditado. Com base em Luiz Vygotsky, os dialéticos marxistas elaboraram sua própria versão do construtivismo popular denominado “sócio-interacionismo” para chamar a atenção sobre a enorme influência do ambiente e relações socioeconômicas de classe, na construção dos programas ou representações mentais; ademais, acu sando o piagetismo de ser elitista, individualista, intrapsíquico e, de levar pouco em conta as influências das classes sociais. Do construtivismo vem, também, a ideia de que vale mais desenvolver pro cessos mentais que cumprir com currículos sobrecarregados. O enorme tempo e esforço gasto com as ciências naturais que tanto sacrificam a infância e a adoles cência teria o mesmo resultado que um ou dois meses de estudo e viagens na vida adulta. As críticas e contribuições dos piagetianos à educação são muito valiosas. Mas o que se nota na prática é que o construtivismo, depois do pré-escolar, é uma

50

51 proposta que se dedica exageradamente ao cérebro esquerdo lógico ou teórico, sem estimular suficiente e simultaneamente o desenvolvimento do cérebro direito e central. Com isso, cai numa educação linear ou verticalista, como se houvera, pri meiro, três anos de educação do cérebro central, exclusivamente; depois, 4 anos de cérebro direito, exclusivamente; e, daí em diante, tudo se concentraria no cére bro esquerdo, que convergiria para a racionalidade científica e moral. Há os que querem dividir estes mesmas etapas em ciclos septenários, como a Antroposofia de Rudolf Steiner com suas escolas Waldorf. Não se pode esque cer que o cérebro tem desenvolvimento simultâneo dos três processos, embora com predomínio rotativo de um deles segundo a idade e as situações. É a rotação dos três cérebros no comando. A estimulação tricerebral é simultânea, embora a dosagem vai-se diferenciando, segundo a idade e as ocupações. Sem negar a enorme contribuição da teoria construtivista à aprendizagem infantil, esta proposta está sendo superada porque continua a ignorar as neuroci ências e o tricerebrar que deveriam estar na base de tudo; e, porque a suposição que a racionalidade e a consciência ético-moral brotem espontaneamente não se cumpre. A tentativa de síntese das correntes piagetiana, vigotskiana e de outros psicólogos/neurólogos, por Esther Grossi (2000) é, sem dúvida, um grande avan ço, conhecido como pós-construcionismo. Mas falta incluir uma teoria mais atuali zada de cérebro bem como alguma teoria de suas manifestações grupais e coleti vas. Depois das tentativas de implementar as técnicas de qualidade total na educação, e a educação problêmica (problema a solucionar ou projeto a desenvolver), está-se tratando de im plementar a educação por competências. Este enfoque vem da formulação do francês Thomas Durand que retomou o lema do austríaco Pesta lozzi que viveu de 1746 a 1827. O lema educacional de Pestalozzi era: cabeça, coração, mãos, que, para Durand virou: conhecimento, atitudes e habilidades, cada um podendo subdividir se em três outra vez. Essas denominações todas podem vantajosamente ser reduzidas à deno minação geral de cérebro esquerdo-lógico, cérebro direito-emocional e cérebro central-operativo, cada um em quatro níveis de desenvolvimento e desempenho. A todas as teorias apresentadas e triadizadas falta-lhes, entretanto, uma ponte ou li gação com os três subgrupos de comportamento. Esta é uma falha grave: o entre choque dos três subgrupos é a parte mais dramática e notória da tri-unidade, sem notar que deriva da tri-unidade cerebral, e que esta deriva da tri-unidade da mater gia e vice-versa. Sem notar esta conexão e extensão, as explicações das ideologi as, a formulação de leis sociais e as medidas para deter a injustiça, a violência e as guerras serão sempre capengas. Nesta falha incorrem tanto as Ciências Sociais e Humanas, como as exatas, falha chamada “cartesianismo fragmentarista”.

1.10. CADA PROCESSO MENTAL PODE TAMBÉM SUBDIVIDIR-SE EM TRÊS.

51

52 Pelo paradigma tri-uno, que é holístico ou hologramático, cada uma das três partes contém o todo e, assim, pode ser subdivida em três; cada sistema pode também ser tomado como uma parte que irá formar um todo tri-uno maior. O processo do cérebro esquerdo foi dividido em dois, primeiro por Friederich Hegel, com base no argumento que este trabalha com momentos de ziguezagues de tese e antítese; quer dizer, vai alter nando contrários que existem na argumentação, em confrontação permanente até a acomodação numa síntese; mas em seguida reco meça tudo, em ciclos de tese-antítese-síntese, sem fim. Quando o cérebro esquerdo se dedica a entender a natureza como uma imensidade de unidades independentes, e que suas relações são apenas de causa e efeito, a lógica é monádica, cartesiana. Hegel pôs o cérebro a relacionar pares de conceitos com algum tipo de contraposição. Isso deu origem à lógica diádica que abriu caminho ao pensamento crítico moderno. Antes, o dogmatismo religioso e científico eram monádicos, eram impostos como verdade única e indiscutível. Discordar podia significar perseguição e morte.

K. Marx defendia que não bastava descobrir pares de conceitos contraditó rios, no discurso, na teoria do cérebro esquerdo, mas que era preciso descobrir pa res contraditórios de classes sociais opostas pelo cérebro central, que são os con flitos de poder, trabalho e busca da riqueza. “Não basta explicar a história; é preci so transformá-la”. Explicar a história é função do cérebro esquerdo; e transformá-la é função do cérebro central que é de ação prática. Na linguagem de Marx, tratava se da “práxis” evolutiva da sociedade como efeito da evolução de sua base materi al ou modo de produção. Ele considerava a religião, que é do cérebro direito, “ópio do povo” ou de algumas classes sociais. Marx dava pouca importância ao cérebro direito, porque ele tinha excesso de cérebro esquerdo analítico e crítico. Marx tinha uma noção muito imprecisa do cérebro. Mas sabia que o cérebro sofria condicionamento de acordo com a classe social ou as condições de vida, bem-estar ou mal-estar em que as pessoas viviam. Este é o fundamento da pro posta de Vygotsky para a influência sócio-histórica na educação. A Programação Neuroligüística ou PNL parte do princípio que o cérebro transforma as percepções dos sentidos em representações mentais, adequadas ou inadequadas. O cérebro esquerdo concentraria as representações mais visuais da realidade através de palavras como: ver, observar, descrever, cor, linhas, simetria, ângulos, trilhos etc. O cérebro direito concentraria as representações auditivas ou acústicas da realidade através de palavras como: ouvir, falar, cantar, harmonia, alarme, sonoridade, dissonância etc.

52

53 O cérebro central concentraria as representações sinesté sicas dos sentidos do tato, do gosto e do olfato, através de pala vras como: sentir, pegar, sofrer, agradável, saboroso, salgado, forte, duro etc. Pode-se também interpretar os três tipos de re presentações verbais como subdivisão triádica ou tridimensional do cérebro esquerdo, ao tomá-lo como holograma. O Movimento pela Qualidade Total exige diversas características dos produ tos que podem ser classificadas ao redor dos três cérebros: No esquerdo: direito: central:confiabilidade bom padrão preço,técnico utilidade e embalagem elevado; e durabilidade. sedutora;

Para superar a multiplicidade de denominações dos processos mentais, fa remos uso de um denominador comum. Usaremos sempre as mesmas denomina ções: processo esquerdo-lógico, processo direito-emocional e processo central operativo, tetranivelados; com sua tridimensionalidade recorrente porque vinda da matergia tri-una; seu ciclo tricerebral; seu revelador do quociente tricerebral; e sua conexão com os três subgrupos de comportamento. Todas as demais teorias e denominações de inteligência serão triadizadas e comparadas com esses itens. TTI mos a-um 1985 como Além teoria exemplo do - triárquica deque Robert ajámais. se da Sternberg triadizou, inteligência A teoria(2010), tomeparte de

de três subcomponentes: experiencial ou inteligência gência criativa; analítica; e experimental contextual ou inteliinteli gência prática. Como Sternberg postula três inteligências, há coincidência com nossa teoria tricerebral que é de 1980, embora só publicada em 1984. As diferenças são: - Sternberg não apresenta nenhuma teoria de cérebro e fica sem relacionar as inteligências com sua base anatômica físico-química, seu sistema operacional; e não tem nenhuma conexão com a matergia tri-una da física quântica. - Não apresenta níveis de desenvolvimento, nem o papel do familiograma na programação tricerebral e sua continuidade na escola. - Não desenvolveu o Ciclo Tricerebral ou mental, nem um teste para detec tar o potencial tricerebral. - Não vinculou as três inteligências aos três subgrupos de comportamento, que estenderia uma ponte entre cérebro e sociedade.

1.10.1. O CÉREBRO COMO HOLOGRAMA E HOLÓGRAFO

Karl Pribram (1980), um neurocientista norte-americano, apresenta o cére bro como um hológrafo e produtor de hologramas sendo, ele mesmo, um hologra

53

54 ma. Hoje em dia, os hologramas são rotina nos filmes e no mundo virtual: são co mo figuras tridimensionais, mas de pura luz, como os “fantasmas” de antigamente. Holograma é a fórmula ou receita energética tri-una de qualquer sistema a nível quântico ou subquântico, manifestada como um conjunto de vibrações ou frequências “sem matéria”, segundo Michael Talbot em seu livro O Universo Holo gráfico (1993). Uma das características do holograma é que um conjunto de círcu los e suas ondas e frequências se interpenetram e se entremeiam em todas as di reções e dimensões sem prejudicar umas às outras. O holograma de uma maçã, primeiro reproduz a maçã ao centro; depois, reproduz maçãzinhas ao redor, em círculos concêntricos, com maçãzinhas cada vez menores. O mesmo acontece com qualquer objeto submetido a raios lêiser: o objeto é decomposto num conjunto de micro redemoinhos que, ao multiplicarem-se ou re petirem-se, formam um macro redemoinho de ondas, vibrações ou frequências de energia. É a receita ou fórmula energética daquele objeto ou sistema, cuja estrutu ra é sempre tri-una. Pensando bem, toda a criação, tanto um casal com seus filhos, netos e tata ranetos, como as estrelas com seus satélites, e estes com seus satelitezinhos, se guem o mesmo princípio: a complexificação da matergia se dá por hologramas re petitivos em escalas crescentes. Podemos fazer o oposto: tomar um holograma e decompô-lo em seus holograminhas que o compõem. É o caso do cérebro tri-uno: na hora de decompor ou desagrupar em escala decrescente, o cérebro esquerdo é uma miniatura de todo o cérebro, bem como o direito e central. Na hora de fazer composições em escala crescente, o cérebro tri uno do indivíduo se torna o cérebro tri-uno grupal, o cérebro tri-uno social ou naci onal, até o cérebro tri-uno da espécie humana.

A holografia foi um descobrimento do engenheiro-eletricista húngaro britânico, Dennis Gabor, em 1947, pelo qual foi laureado com o Nobel de Física de 1971. Mas a noção de holograma ou de “fórmula energética” havia sido intuída há muito tempo. As tradições místicas a chamavam “centelha” da divindade. O filósofo Platão afirmava que antes de tomar forma corporal de matéria densa ou energia concentrada, cada ser existia no “mundo das ideias”, como uma ideia, uma fórmu la, um programa ou algoritmo que se repetiria ao multiplicar-se. As galáxias tam bém têm essa forma ou aparência de holograma que se repete. Vem daí e do efei to E.P.R., a base para que o físico norte-americano David Bohm pudesse afirmar que o universo subquântico é um imenso holograma ou uma interconexão infinita de hologramas, que se agregariam e desagregariam, conservando sempre a mesma fórmula e forma. Seria, o holograma, uma espécie de princípio de ordem

54

55 ou geometria implicada ou implícita por trás e por baixo de tudo e de todas as apa rências. Ademais das características de tridimensionalidade e co-extensividade, o holograma tem estrutura recorrente: cada pedaço do holograma contém o todo e vice-versa, ainda que em proporções diferentes. É o mesmo princípio da clonação: uma célula de um fio de cabelo contém o princípio ou a fórmula que pode reprodu zir todo o corpo humano. “Cada célula de nosso cérebro guarda em seu interior uma cópia de todos os nossos genes” (Projeto Brain). Isso significa que, a nível quântico, não existe distância nem divisão de es paços: tudo é infinito, tudo é onipresente, não encerrado num local, não segrega do. Isso pode explicar o efeito E.P.R., que são as iniciais de Einstein, Podolsky e Rosen. Eles notaram o fato seguinte: “duas partículas que vibraram juntas alguma vez, seguirão respondendo ao movimento uma da outra, apesar da distância no tempo e no espaço, como dois antigos amantes que não podem desemaranhar-se e esquecer um do outro”. Esta foi uma das características que chamou a atenção de Karl Pribram pa ra explicar como funcionaria a memória: as lembranças e informações podem estar organizadas e associadas em forma de holograma (ou rede tridimensional) e não, localizadas e arrumadas como numa estante. Para superar a multiplicidade de nomes do cérebro e de enfoques da reali dade, temos que aprender a triadizar o que tem aparência e denominação monádi ca ou diádica. Aqui vai um exercício para que você se acostume a pensar tudo como tri-uno, a transformar em triádico qualquer conceito ou fato, a corrigir expli cações monádicas ou diádicas, a situar-se sempre no contexto triádico sistêmico da Ciência Social Geral.

1.11. AMPLIFIQUE-SE: DO MONÁDICO E DIÁDICO ATÉ O TRIÁDICO

Cada frase a seguir tem que ser reformulada para que fique triadizada. É o que faremos entre parênteses, para dar exemplos. - As substâncias não podem afetar-se mutuamente (todas o fazem em blo cos de 3). - Todas as mulheres são iguais (quando menos, há três grupos diferentes). - Só há um Deus verdadeiro (são três em um, um em três, como trindades). - A verdade é uma só (a verdade tem três facetas e cada indivíduo e sub grupo só vê um dos três lados da verdade). - Os americanos são opressores (há americanos opressores, oprimidos e opositores). - Os políticos são corruptos: corruptos, corruptores e vítimas). - Os patrões oprimem (há os que oprimem, os que são oprimidos e os que ajudam). - O dinheiro corrompe (às vezes corrompe, outras salva, e outras permite as trocas).

55

56 - Nada é melhor que um dia depois do outro (lembre que há ontem, hoje, amanhã). - A renda per capita é de 9.000 dólares (são 30 milhões para os ricos, 30.000 para a classe média e 3.000 de dívida para o pobre). - O chefe recebeu uma caixa de whisky de um cliente (o whisky seria para os três subgrupos de trabalhadores, incluindo o chefe que é tão somente o sub grupo oficial). - Só aceitamos produtos com defeito zero (só qualidade alta, média e bai xa). - Ser o 2º não vale nada nesta equipe (precisa três para ser equipe). - Aqui, é um ou o outro, não há lugar para dois (há lugar para três hierarqui zados). - O que é bom para os EUA é bom para o mundo (pode ser bom para os EUA, mau para a China e neutro para outros). - Adeus à razão (a razão não se vai só, vão juntos o cérebro direito e o cen tral). - A verdade, uma vez alcançada, não pode ser relativa (nada é definitivo; a busca da verdade na ciência, e a interpretação da Bíblia têm, pelo menos, três tendências que mudam e se refazem sem fim). - Cada um por si, Deus por todos (cada um e Deus pelos três; todos e Deus por um). - Quem pode mais, chora menos (quem pode mais, quem pode médio e quem pode menos, os três subgrupos choram e riem, ainda que em porcenta gens diferentes). - Todo poder brota do cano de um fuzil (há poder também na ciência e no amor). - O dinheiro é quem manda (às vezes, porque há outros poderes além do cérebro central/econômico, como a lei do cérebro esquerdo e a religião do cére bro direito; entre os indígenas, por exemplo, não era o dinheiro que mandava). - Conhece-te a ti mesmo (é só cérebro esquerdo; falta “sê tu mesmo” para o cérebro direito; e falta “constrói-te a ti mesmo para o cérebro central”).

BUSQUE O TERCEIRO TERMO OU A PONTE ENTRE ESSAS DICOTO MIAS PARA QUE SEJAM AFIRMAÇÕES TRIÁDICAS

Exemplos: - Deus é bom e o diabo é mau (depende de um terceiro que será o julga dor). - Não se misturam como a água e o azeite (porque falta o elemento eletrolí tico). - O bem e o mal estão sempre em luta (pela mesma coisa disputada). - Deus e o diabo, tenho-os dentro de mim (Deus, anjos e diabo).

56

57 - A luz e as trevas se sucedem (luz, ocaso e trevas). Continue a triadizar: - Vamos examinar o outro lado da moeda. - Temos que escolher entre a direita e a esquerda. - Os que não são por mim, são contra mim. - O problema todo está na brecha entre ricos e pobres. - Tudo é relação de sujeito e objeto. - A ciência se reduz a uma mente observadora e um objeto observado. - O homem é corpo e alma. - A atividade mental é fruto dos dois hemisférios cerebrais. - A língua se divide em popular e erudita. - Um país se mede por seus extremos: os melhores e os piores. - Um povo se compõe de nobres e plebeus, de burgueses e proletários. - Em tudo há que pesar os pros e os contras. - No mundo se enfrentam os filhos das trevas com os filhos da luz. - Há que acomodar os interesses do governo e da sociedade. - E esta preciosidade: Eu, como candidato, não quero derrotar o adversário; só quero ganhar a eleição...

Exercite-se para sempre relacionar tudo triadicamente. É a completação triádica de conceitos e fatos. CÉREBRO ESQUERDO SUPEREGO CIÊNCIA REPRESENTAC. VISUAIS NESVISUAIS ABSTRACTO PENSAMENTO LÓGICO SUBJETIVO REALIDADE SIMBÓLICA VIRTUALLÓGICA INTELIGÊNCIA PENSAMENTO ANÁLISE UNIVERSIDADE EXPLICAR INVESTIGAR SABER CONSCIENTIZAR CONHECER LINEAR PASSADO BIBLIOTECA INTERNET CLASSIFICAÇÃO INSTRUTOR FILOSOFIA MATEMÁTICA COMUNICAÇÃO VERBAL

CÉREBRO CENTRAL ID PRÁXIS REPRESENTAÇÕES SINESTÉSICAS CINESTÉSICAS PENSAMENTO CONCRETO OBJETIVO REALIDADE FACTUAL EXPERIÊNCIA AÇÃO ENSAIO/ERRO EMPRESA FAZER REALIZAR SEXUAR SOFRER TER TRANÇADO PRESENTE MERCADO PATRIMÔNIO ORGANIZAÇÃO EXIGIDOR TECNOLOGIA EDUCAÇÃO FÍSICA COMUNICAÇÃO FACTUAL FACTUAL

CÉREBRO DIREITO EGO FÉ REPRESENTAÇÕES AUDITIVAS PENSAMENTO IMAGINATIVO ONÍRICO REALIDADE VIRTUAL, ICÔNICA CRIATIVIDADE INTUIÇÃO ADIVINHAÇÃO ATELIÊ CRER ILUMINAR-SE AMAR SUBLIMAR SER ONDULADO, NÃO LINEAR, FUTURO TEMPLO SINFONIA LIVRE ASSOCIAÇÃO MOTIVADOR ARTE ÉTICA, MORAL COMUNIC. CINÉSICA, CORPORAL NO VERBAL

57

58 CULTURA HIPÓTESE SEMICONSCIENTE SERPENTE AZUL SINFONIA DISCURSO LINHA VINHO FORMAL DISCUSSÃO CA VIOLÊNCIA PSICOLÓGIYANG ANTÍTESE BRUXA BICHO PAPÃO DOUTRINA NEOCÓRTEX HOMO SAPIENS LEI RACIONAL ÁNIMUS INTELECTUAL APOLÍNEO CRÍTICO

SAÚDE UTILITARISMO INCONSCIENTE BOI VERMELHO ROCK CONTRATO TRIÂNGULO AGUARDENTE SOLENE DOMINAÇÃO VIOLÊNCIA FÍSICO-ECONÔMICA TAO TESE MÃE PAI OBRAS REPTÍLICO HOMO FABER FORÇA MATERIAL ANIMAL REALISTA HERCÚLEO COMBATIVO

ALEGRIA DOGMA SUBCONSCIENTE POMBA AMARELO BOLERO POEMA/SALMO PONTO LICOR INFORMAL AFINAÇÃO VIOLÊNCIA EMOCIONAL YIN SÍNTESE FADA MADRINHA PAPAI NOEL FÉ E ESPERANÇA LÍMBICO HOMO LUDENS MORAL EMOCIONAL ÁNIMA SONHADOR DIONISÍACO ROMÂNTICO

Se quisermos fazer um levantamento das competências a desenvolver des de cedo, podemos seguir o esquema de três blocos cerebrais que vem adiante. Além destas competências iniciais, cada ciclo de vida requer mais competências, para a adolescência, a educação universitária, a vida profissional, a terceira idade, de acordo com o momento existencial nas três frentes da vida: intelectual, profissi onal e familiar-afetiva. Na transição de um ciclo a outro, conforme pode ser visto no Fluxograma da Vida, no Cap. 3 deste livro, faria falta algum curso de transição, para o fechamento do ciclo anterior e preparação do ciclo seguinte.

1.12. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER DESDE A INFÂNCIA

58

59

CÉREBRO ESQUERDO

CÉREBRO DIREITO

c%

Atenção seletiva, intencional, memorização Compreensão e uso de normas. Comunicação Verbal, Volume de Vocabulário

Correção nos verbos, pronomes, tratamento.

(U

USO de númerOS e medidas.

CO

Prontidão para preguntar e responder. Gosto por livros, leitura, curiosidade. Compreensão de ordens, comandos, pedidos. Domínio de classificações, relações.

Percepção de si mesmo e de seu corpo.

&> Q)

d;

COnhecimento de Símbolos e Sinais.

2.

Interesses por religiosidade.

20

# |-

#

? |*>

Interesse e assimilação da televisão

-=

Respeito pelos valores maternos.

O

Sensibilidade à estimulação. Amizades, afetividade, relacionamento.

|

- C3

Capacidade de pedir, solicitar o que quer. Articulação de ideias, digressões ao narrar. C) Grau de detalhe em todos os operacionais Autorização para a crítica, a divergência. Percepção da realidade. Hábitos de aprendizagem. Uso de relógio, balança, calendário.

Expressão artística, criatividade.

{\

Fantasia, imaginação, sonho desperto.

@ Timidez, extroversão, riso, humor, ludicidade.

CÉREBRO CENTRAL

Moralismo, ética. Vaidade, elegância. Orientação espacial, dança, aprumo corporal. Hobbies particulares, gostos. Auto-estima, susceptibilidade. Cores e sons preferidos. Capacidade de relax, concentração.

FUnCiOnamentO dOS Sentidos.

Coordenação de maxilares, lábios, língua, respiração. Coordenação motora ampla e fina. Gestos nervosos. Modo de caminhar, correr, sentar-se, levantar-se, gesticular. Interesse pelo funcionamento de brinquedos, aparelhos. Independência na execução de tarefas. Liderança. Interesse em iniciar, planejar, dirigir atividades. Eficiência em educação fisica, movimentos. Lateralidade.

Pontualidade, precisão. Organização pessoal e de objetos. Resistência fÍSiCa e mental. AUtOCOntrOle da Saúde.

Manifestação de sexualidade, de gula, de agressividade Manualidades, disposição geral para a ação Participação em experiências, trabalhos. Disciplina. Expectativa de recompensa pelo que faz. Preocupação com o dinheiro, seu manejo e poder de compra.

Fig. 28. COMPETÊNCIAS TRICEREBRAIS A DESENVOLVER DESDE A INFÂNCIA –3

60 1.13. QUEM ATIVOU OS PODERES DOS TRÊS PROCESSOS MENTAIS

A educação, para tornar-se mais efetiva, terá que diminuir o exagerado en foque no atual currículo de ciências para dar mais centralidade ao desenvolvimen to de competências tricerebrais. Com elas, pode-se aprender de tudo. Por isso se rá útil conhecer e reconhecer os pioneiros do processo tricerebral e as mudanças ou as revoluções que propiciaram. O primeiro dos três processos mentais em ser potencializado foi, eviden temente, o central. A própria luta, o próprio meio ambiente, a própria sobrevivência são o maior estímulo para o desenvolvimento do cérebro central, falando em ter mos evolutivos dos bandos, dos clãs e das tribos, e não em termos educativos modernos. Em seguida, para domesticar um pouco o cérebro central-animal, deu-se a grande potenciação do cérebro direito por líderes religiosos. Houve o descobrimen to da meditação, dos rituais, dos jejuns, das orações, dos cânticos, da arte, e de diversas técnicas como respiração, relaxamento, para reduzir a ciclagem eletro magnética e produzir as ondas cerebrais alfa, theta e delta. Eles não sabiam que se tratava de ondas de ciclagem reduzida; acreditavam tratar-se de coisas sobre naturais, revelações, milagres etc. Quando há redução da ciclagem cerebral, saí mos dos limites da percepção dos sentidos e passamos a um modo de percepção instantâneo, amplo e global que se denomina gestáltico, holístico, quântico, sensi tivo, extrassensorial, místico, metafísico etc. Modernamente, isso se consegue mediante o uso de drogas, aparelhos de alfagenia, luz estroboscópica e outras modalidades que a ciência vem desenvol vendo. Antigamente só os religiosos sabiam potencializar ou aumentar o potencial do cérebro direito, como Zaratustra, Buda, Lao-Tsé, Pitágoras etc. Depois, temos a figura de Jesus Cristo como grande potencializador, centrado no cérebro direito. A potencialização feita por Jesus Cristo consistiu em recordar a todos que somos filhos do mesmo processo energético, ou do mesmo “pai”, portanto irmãos. A partir daí, desencadeou uma série de perspectivas novas de ação, de interven ção, de comportamento e de enfrentamento das diferenças políticas, econômicas e sociais, primeiro contra as elites judias e, depois, contra todo o império romano. Foi essa potencialização que produziu o Cristianismo e a Idade Média ocidental, com suas artes e progressos, seguida depois por suas atrocidades. Maomé, lá pelo ano 622 depois de Cristo, foi o grande potencializador dos cérebros da cultura Árabe-Islâmica com seu florescimento matemático, científico, arquitetônico, agrícola, e seu expansionismo na África, no Oriente e até o sul da Europa, com a posterior decadência no fim da Idade Média. Quando o Cristianismo deixou de ser o potencializador dos processos mentais, no início do século XVI, surgiu Martinho Lutero, seguido por Zwinglio e outros, liberando o cérebro esquerdo frente ao clero e frente a Deus. Isso significa va que cada um poderia entender-se diretamente com Deus, que tinha o potencial mental para interpretar sua Bíblia, que tinha autonomia e liberdade mental para li dar com o natural e o sobrenatural. Isso desencadeou o processo científico ou o método analítico que desenvolveu as ciências exatas, com grandes personalida des como Francis Bacon, depois Galileu, Descartes e Newton e, ultimamente, Darwin, Einstein etc. Foi essa potenciação do processo esquerdo-lógico que deu

60

61 origem ao pensamento científico indutivo/dedutivo, à pesquisa, aos processos de medição, de questionamento, de descobrimento, de avanço tecnológico, dos quais a humanidade se tem beneficiado muito, até virar pesadelo com a destruição do ecossistema e a ameaça à vida de todas as espécies. A Reforma/revolução protestante, que surgiu como protesto contra a mer cantilização do cristianismo de Roma, aos poucos mercantilizou-se com Jean Cal vino, contemporâneo de Lutero, que afirmava: a salvação eterna não se dá pela pobreza e o sofrimento como no tricerebrar católico. Se conquista pelo trabalho produtor de prosperidade e riqueza, que são os únicos sinais de salvação e apro vação divina. Com isso, retornou-se à doutrina da salvação eterna judaica segundo a Torah, que é só o velho testamento para os cristãos; mas criou-se, também, a ética protestante do trabalho que se tornou a mais produtiva do planeta. Os potencializadores do cérebro esquerdo no Século XIX foram Hegel e Marx porque introduziram a lógica diádica, ou seja, ajudaram o cérebro esquerdo da humanidade a raciocinar em termos de pares opostos em lugar de unidades. A lógica diádica favoreceu enormemente o desenvolvimento do espírito crítico, a análise das contradições. Isso significou um salto mental enorme em relação com o paradigma e os processos anteriores, principalmente no campo das Ciências Sociais e Humanas, e a regulação social. Mas o modelo marxista-socialista foi der rotado e o mundo regressou ao paradigma monádico. Nesta era de enorme com plexidade e incerteza, o paradigma monádico é muito simplório, embora seja o pre ferido pelos subgrupos oficiais de todas as épocas, credos, cores, ideologias, se xos, classes etc. A maior potenciação do processo central, do lado prático, foi a invenção de extensões a seu serviço, que são os instrumentos, máquinas e todos os aparelhos que aumentam a capacidade humana de trabalho e de produção. Com a tecnolo gia, criou-se outro tipo de potenciação, que foi a administração, a gerência, o pro cesso de dividir tarefas em partes menores, de organizá-las de forma sequencial ou em série, e treinar as pessoas para o processo de gerência e produtividade. Agora é a vez da robótica e da gestão do conhecimento e das competências. A revolução microeletrônica, a inteligência artificial, com seus computado res cada vez mais potentes e a Internet, pareciam encaminhar-nos a uma nova so lução no uso do tricerebrar. Mas parece que só reforçou o modelo iniciado por Ba con e Descartes, ou seja, do unipensar, do paradigma monádico ou do monopólio oficialista do conhecimento e da tecnologia das ciências duras ou exatas. A teoria de sistemas e a teoria do caos não se firmaram o suficiente para ser uma alternati va ao método analítico monádico que tem produzido tanto conhecimento mas tam bém tanta selvageria e caos. O paradigma sistêmico triádico, com suas neuroferramentas que tratare mos no Cap. 4 e seguintes, e a ética numérica do proporcionalismo, podem ser uma nova força potencializadora para superar a atual crise e transição de época. Mas há o outro lado da questão, que são as misérias de nossos três cére bros. Para enfrentar as anormalidades dos três processos mentais, quem se des tacou primeiro foram os filósofos gregos com sua lógica e seu combate aos sofis mas e falácias; depois, foi Freud, ao descobrir as patologias dos três processos mentais, que preexistem ou surgem em todas as idades, até sua decadência na velhice e morte. Segue um quadro com algumas “Misérias do Tricerebrar”.

61

62 1.14. Misérias do Cérebro Esquerdo Intoxicação ideológica, doutrinária. Fragmentarismo, cortinas antiglobais, estreiteza mental. Estatística uniformi zadora, monádica. Contradição entre o teórico e o fático. Racionalização ou ideologização. Super-intelectualização. Pedantismo (orgulhoso de seu saber). Cérebro defensivo, que não assimila feedback, que já não aprende. Absolu tização de “leis” de ciência, de merca do, de direito. Crença no poder absolu to da ciência ou da “deusa” razão. Irra cional, ilógico, que não tem treinamen to científico, que fala como papagaio repetidor. Mentiroso, falsificador. Me morístico. Perda de memória. Desor denado. Cibernótico, que cria confu são. Citador de autores e citador bíbli co (uso do argumento de autoridade). Ingênuo (sem sentido crítico, sem dú vida metódica). Verborrágico, gongóri co, prolixo. Preciosista, que fala difícil. Falar bem e escrever mal; e o contrá rio: escrever bem e falar mal. Pouca educação, inconsciência da língua e da cultura em que vive. Escassez de vocabulário e gramática. Inexpressivi dade com números, não sabe cálculo, preços, ganhos e perdas.

Misérias do Cérebro Central

Misérias do Cérebro Direito

Vencedor revanchista. Avarento, ego apoi ado na riqueza. Jogo de esconder do ofi cialismo por trás de palavras como “o mer cado, a economia, a conjuntura, o destino, a globalização” etc. Entronização da razão de mercado do subgrupo oficial como regu lador supremo, em lugar da razão dos três subgrupos. Endeusamento do dinheiro e da tecnologia. Confusão entre a realidade factual e a virtual. Materialismo que exclui valores dos outros dois cérebros. Batalha de “egos” pelo poder. Alienação político econômica. Marketing cada vez mais en ganador. Analfabeto na linguagem e gra mática do dinheiro. Falta de sentido práti co. Ativismo, produtivismo, stress. Compe tição maximocrática, de gladiadores, guer ra econômica, guerra fria, paz fria. Consu mo de drogas para energizar-se. Medo à iniciativa, ao risco. Espontaneísmo, falta de planejamento e de controle. Percepção re tardada das incapacidades e dos equívo cos. Esquecimento dos compromissos, ou postergação. Preguiça. Decadência bioló gica, deficiências pela idade, Alzheimer. Descoordenação motora, quebra tudo o que toca. Individualismo. Tarado por sexo ou por trabalho e dinheiro. Absolutização da família, criação de dinastia.

Ignorância mística. Mito da superação dos contrários ou desaparecimento do princípio triádico e da disputa, chegada à paz e des canso absolutos, eternos, nirvana. “Criação” de deuses e fantasmas segundo a recor rência familiar e de sua cultura. Tomar só as teologias e os livros religiosos como guia da realidade e da verdade. Fantasia de co municar-se diretamente com os mortos. Di vidir a realidade em natural e sobrenatural, em ciência e fé, em Estado e Igreja. Negar ou desconhecer a percepção do cérebro em ciclagem reduzida ou declará-la percepção religiosa ou algo sobrenatural. Tipos: Megalomaníaco, maximocrático. Narcisista ou autoencantado. Egocêntrico, sem visão holística de interdependência. Insensível, sem sentido artístico, estético, empático. Amoral, imoral, cínico, psicopata. Mentalidade mágica, credulidade, supersti ção, bruxaria, feitiçaria, esperando manipu lar o céu e a terra com ritos mágicos e não com o esforço e a inteligência. Recusa à inovação que muda crenças. Paralisado por complexo de culpa familiar-religioso. Lírico, iludido, romântico, apaixonado, movido por impulsos, por extremismos. Pessimista, tris te, misantropo, movido por sucedâneos. In sensível à comunicação não-verbal, ou lin guagem silenciosa.

Por que começamos a estudar as estrelas antes que o cérebro?

62

63 1.14. BREVE HISTORIA DA “CONQUISTA do CÉREBRO”

1. Em 2014, o neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis, inventa membros robóti cos, movidos por um computador conectado ao grupo de neurônios responsá veis por tais membros de paraplégicos. Ray Kurzweil publicou “Como Criar uma Mente – Os Segredos do Pensamento Humano A “Década do Cérebro” dos anos 90 foi relançada agora como “Projeto Brain” nos EUA e “Ondas Cere brais” na Inglaterra. 2. Em 2011, António Damásio escreveu E o Cérebro Criou o Homem. 3. Em 2004, foi escrito The Balanced Brain por Karen Taylor & W. Gregori. 4. Em 2002, John Horgan publicou The Undiscovered Mind, uma síntese das mais recentes pesquisas e métodos terapêuticos. 5. No ano 2000, publicou-se por primeira vez o livro Construção Familiar-Escolar dos três Cérebros de W. Gregori em espanhol. Nesta época começou-se a co gitar sobre a Singularity (Inteligência artificial ultrapassando a humana) com os livros de Ray Kurtzweil, o que levou à fundação da Universidade da Singulari dade, em 2007. 6. Em 1998, Steven Pinker publicou Como a Mente Funciona. 7. Em 1994, publicou-se por primeira vez o livro Os Poderes de Seus Três Cére bros de W. Gregori. António Damásio publicou nos EUA O Erro de Descartes em que afirma que o primeiro não é “penso, logo existo”, mas “sinto, logo existo - o sentir os estímulos que entram pelo cérebro central passam pelo cérebro di reito, antes de chegar ao esquerdo que os analisará, que é o pensar/filosofar. 8. Nos EUA, Marilyn Ferguson, autora de “A Conspiração Aquariana” e diretora de “Brain & Mind Bulletin”, publica em 1993 o livro Pragmágica, tratando de juntar o cérebro central com o direito. 9. Anos 90. Declarados por EUA - a década do cérebro. Popularização da neuro genética, das bioneurociências. Avanços na neuroquímica com o Prozac, Zoloft, Deprenyl-Eldepryl etc. Descobrimento do vírus da tristeza senil chamado Borna. Jogo triádico da neuroquímica com a psicoterapia e religiões, por supos ta invasão de áreas. Popularização da Internet e da realidade virtual, que são extensões do cérebro esquerdo e direito. Pesquisa para desenvolver a “Inteli gência Artificial” - uma tentativa de imitar o Ciclo Tricerebral humano pelos computadores. 10. Anos 80. Carl Sagan dos EUA, Wilson Sanvito do Brasil e Mauro Torres da Colômbia publicam livros divulgando os descobrimentos de Roger Sperry sobre os dois hemisférios, junto com os descobrimentos de Paul MacLean, de L. Vygotsky e Alexander Luria sobre os três cérebros. Henri Laborit da França produz o filme “Meu Tio da América”, ilustrando a teoria dos três cérebros de Paul MacLean. 10. Karl Pribram e David Bohm, com base nos progressos em teoria quântica, di fundem suas teorias sobre o universo e o cérebro como hologramas, regentes de uma ordem implícita, profunda, invisível, antimaterial, cujas aparências visí veis são os corpos.

63

64 11. Anos 70. Roger Sperry e sua equipe divulgam seus descobrimentos sobre os dois hemisférios. Paul MacLean, Alexander Luria e John Eccles propõem a teo ria dos 3 cérebros e seus três blocos de funções. Depois, Henri Laborit, Carl Sagan e Edgar Morin puseram-se a divulgá-la. 12. Anos 60. Piaget propõe as fases da construção do conhecimento em Episte mologia Genética que hoje se chama construtivismo. Paulo Freire, no Brasil, questiona a programação mental do oprimido e a transição da consciência in gênua à conscientização crítica. A partir dos anos 30, renasce a Parapsicolo gia nas universidades norte-americanas, liderada pelo psicólogo Joseph Banks Rhine, da Universidade Duke. O ocidente é invadido pelas filosofias espiritualis tas orientais - meditação, yoga, budismo zen, pensamento positivo, seitas mes siânicas, carismáticas e milagreiras etc. - que fazem uso da ciclagem reduzida do cérebro, sem dar-se conta. Somando componentes do espiritualismo orien tal e do psicologismo ocidental surgiram outros movimentos como a psicologia transpessoal junguiana; o Movimento do Potencial Humano com Abraham Mas low e o Instituto Esalen na Califórnia; o Movimento da Nova Era; o Movimento Holístico com a Universidade Holística Internacional de Paris, de Brasília etc. 13. Em 1930, Wilder Penfield, neurocirurgião canadense, descobre a estimulação eletromagnética de algumas regiões do cérebro. Um neurocirurgião português, Egas Moniz, inventou a lobotomia, dramatizada no filme “Um Estranho no Ni nho”. 14. Ivan Pavlov, falecido em 1936, John Watson falecido em 1958, Skinner faleci do em 1990 e Umberto Maturana do Chile aprenderam a manejar os circuitos neurais ou os reflexos condicionados que é criar, modificar comportamentos re fazendo e abrindo novas vias para as redes neurais. Chama-se a isso “ressi naptização”. É a reflexologia, o behaviorismo ou comportamentalismo, em que preponderam os estímulos externos de hétero-condução, em oposição a Freud e ao ascetismo místico que são mais intrapsíquicos e apostam mais na auto condução. Mas são todos monádicos. Se fossem triádicos diriam que há uma composição proporcional de hétero e autocondução. Freud é autor de uma teo ria da mente mais para a área da saúde e não tanto das funções mentais para a educação e para o trabalho. 15. Hans Berger (1873-1941), psiquiatra alemão, desenvolveu o eletroencefalo grama, por volta de 1920. Em 1923, o etnólogo Levy-Brühl publicou “Primitive Mentality”, traduzida depois como “O Pensamento Selvagem” com o sentido de orientação pelo cérebro direito ou orientação da vida a partir do nível 1 dos três cérebros, e não no sentido de irracional ou ilógico. 16. O neurólogo espanhol Santiago Ramón y Cajal, no começo do século XX, es tudou os axônios, depois que o italiano Camilo Golgi tinha feito a descoberta dos neurônios. L. Vygotsky, um dos professores de Alexander Luria, com sua História do Desenvolvimento das Funções Psicológicas Superiores, em oposi ção a Pavlov, põe as bases da educação infantil, apoiado em Freud. A Física quântica começa a propor a raiz triádica e sistêmica da energia, com Niels Bohr, razão pela qual outros cientistas começaram a buscar a tri-unidade em seus próprios campos. 17. William James, em 1870, propôs sua teoria mais ou menos oriental da consci ência: o “eu-beta” como conjunto de papéis sociais, e o “eu-alfa” como a raiz quântica do ser de cada um. “A consciência é um rio, um fluxo de estados men

64

65 tais”. Rodolfo Llinás, um neurocientista atual da Colômbia, propõe algo seme lhante: “consciência não é um lugar, um sólido; é um fluxo de cruzamentos de informação”. Karl Marx propôs que a consciência é uma construção de supe restrutura nascida das condições de vida material de cada indivíduo, segundo sua classe para justificação/preservação de seus privilégios. 18. Charles Darwin, em 1849, unificou plantas, animais e seres humanos numa só rede ou cadeia e história de existência, unificando-os do biológico até o psíqui co com sua teoria da evolução das espécies, num jogo triádico de sobrevivên cia e procriação com resultado determinado pela seleção natural, isto é, sobre vivência-reprodução do quem melhor se adapte, ou de quem pode. A teoria da evolução contempla principalmente o cérebro central, mais forte e mais feroz. Que tal civilizá-lo? Em 1872, Darwin publicou A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais (2009). Suas obras geraram uma explosão de psicolo gia experimental-animal, reflexos condicionados em cães, ratos, pombos, rãs, macacos e com os humanoides. 19. O médico alemão Franz Anton Mesmer (1734-1815) introduziu a ideia de “magnetismo” que deu origem à hipnose cujas aplicações tornou famoso o mé dico francês Charcot (1825-1893) que teve influência sobre Freud e pôs as ba ses para a investigação científica dos fenômenos da mente. Franz Joseph Gall, um médico anatomista alemão, que viveu de 1758 a 1828, começou com a ideia das localizações cerebrais (hoje topologia cerebral). Criou a “frenologia” ou a “psicognomia” que era uma tentativa de decifrar a personalidade pela con figuração externa do crâneo e do rosto, como formato dos ossos, caroços, pro tuberâncias etc. Chamou-se, também, a isso “caracterologia”. Deste “funda mento” sem fundamento de Gall, o jusnaturalista italiano, Carlo Lombroso (1835-1909), extraiu sua “teoria” do criminoso nato. O médico inglês, A. L. Wi gan, em 1844, propunha a dualidade da mente, ou seja, dois conjuntos de fun ções, mas não anatomicamente. Em 1861, o fisiologista francês, Paul Broca, estabeleceu que um foco do hemisfério esquerdo era a sede principal da fala, batizada como área de Broca, seguido pelo neurologista Carl Wernicke que es tabeleceu um foco da compreensão linguística, conhecido como área de Wer nicke. O neurocirurgião escocês David Ferrier (1843-1924), antes do descobri mento da radiografia, sabia localizar tumores cerebrais por seus sintomas e publicou, em 1876, The Functions of the Brain. 20. O médico belga, Andreas Vesalius (1514-1564) publicou o primeiro livro “mo derno” de anatomia com ilustrações detalhadas do cérebro, em 1543. O filósofo e matemático francês, René Descartes (1596-1650), com sua teoria de “res có gitans” ou mente pensante e “res extensa” ou matéria/corporeidad, propôs o par - sujeito/objeto, causa/efeito - que é uma repetição de alma/corpo, amo/escravo, dominador/dominado, superior/inferior... Descartes matematizou o processamento da informação com seus binômios, seu plano cartesiano etc. Com sua obra mais famosa, o Discurso Sobre o Método, pôs as bases, junto com Bacon, Galilei e Newton, para o método monádico da pesquisa, para o ra cionalismo e a tirania das ciências exatas. Quando se diz paradigma cartesiano quer dizer “monádico”, analítico, fragmentador, dissociador, subdividido etc. Quer dizer “método de estudo” das partes de um todo por separado da rede sistêmica geral. Dizer velho paradigma, positivismo e método das ciências exa tas é a mesma coisa.

65

66 21. Tempos Antes de Cristo. Enquanto os orientais afirmavam que a mente tinha sede no estômago ou noutros órgãos como o coração ou o fígado, o médico grego Hipócrates, que viveu 400 anos antes de Cristo, colocou a sede do pen samento e das emoções no cérebro. Sua teoria foi reforçada por Galeno, médi co de origem grega, três séculos mais tarde. Aristóteles estabeleceu uma série de regras para o uso correto das funções mentais: a lógica. Os discípulos de Asclépio faziam curas nos templos através de sonhos dirigidos, que eram téc nicas para induzir o cérebro à ciclagem reduzida, sem sabê-lo. Os povos ma yas, indoamericanos da Guatemala e do sul do México, faziam trepanação ou cirurgia de cérebro até para a cura de resfriados. O humanoide de 100.000 anos atrás foi narcisisticamente batizado de “homo sapiens”. Seria, somos, se remos?

A mente antecede e marca tudo. Mas a “mente” é coisa aprendida.

66

67

Obs. A informação sobre esta maneira de apresentar a História está no Cap. 5, sob o No 5.7.

67

68

CAPÍTULO 2 – DINÂMICA DE GRUPOS A VIDA É UM JOGO TRIÁDICO DE GANHAR, EMPATAR OU PERDER

EU ME AUTO-AUTORIZO A SER GANHADOR PROPORCIONAL

68

69 2. O JOGO TRIÁDICO DA VIDA COMANDADO PELO TRICEREBRAR Três Cérebros. Três Subgrupos de Comportamento. Três Poderes Sem esse conceito/ferramenta, você não chegará a entender as misérias da convivência e, muito menos, a dar com propostas para melhorá-la.

Você já se deve ter dado conta que, em qualquer grupo, seja família, escola, clube, empresa, associação, comunidade religiosa, país, partido ou bloco econômico, sempre há alguém que manda ou que dirige, que é o líder, que organiza, se impõe e conduz aos demais. É o que se chama o subgrupo oficial, que é o regente, gerente, hegemônico e louco para exercer algum poder e explorar. Não importa se é homem ou mulher, branco ou negro, capitalista ou comunista, oriental ou ocidental, religioso ou ateu: o subgrupo oficial ou o oficialismo terá sempre as mesmas características gerais de comportamento, porque a posição o requer e o instinto de soberania e maximocra cia se impõem. Você terá notado, ademais, que nunca falta alguém do contra, alguém que criti ca, nega, questiona o subgrupo oficial que está no poder. É o divergente, o inconfor mado, o crítico, o rebelde ou revolucionário, chamado subgrupo antioficial, divergen te subversivo, inovador e anti-hegemônico, convencido de ser um salvador dos injusti çados e louco por tomar o poder e explorar os demais. É o subgrupo que faz oposição ao primeiro porque quer tomar seu lugar, ou seja, tornar-se subgrupo oficial e gozar de seus privilégios inerentes à posição hierárquica mais alta. Um salvador de si mesmo, antes de tudo. E você terá percebido, também, que uma grande maioria não está nem a favor nem contra. Não se define nem pelo oficial, nem pelo antioficial: quer manter-se neutra, porque é cheia de medo e se retrai. É o que chamamos subgrupo oscilante, que é o disponível, maria-vai-com-as-outras, crédulo e fácil de enganar por salvadores charla tães tanto do subgrupo oficial como antioficial, em busca eterna de pai e mãe. Dizemos oscilante porque há momentos em que oscila ou pende para o lado do subgrupo oficial, e momentos em que oscila ou pende para o lado do subgrupo antioficial, numa espécie de ziguezague ou movimento de pêndulo. São as alianças ou coalizões horizontais, verticais e transversais, no formato quase sempre “dois contra um”, pela disputa dos bens satisfatores, que se pode dar em qualquer um dos quatro níveis cerebrais-grupais em que condensamos todas as hierarquias. Daqui em diante, podemos abandonar a denominação dos três subgrupos em direita, esquerda e centro, que é exclusivamente política, e adotar a denominação de oficial, antioficial e oscilante que é universal, isto é, se aplica tanto a uma tribo indígena e a uma família como a uma religião, a um país e a um império. Igualmente, podemos abandonar a denominação de classes sociais, que é um conceito exclusivamente eco nômico, porque o conceito de classes nada mais é que a denominação dos três sub grupos e seu jogo triádico numa de suas três dimensões: a vertical. As classes são apenas a confluência dos demais jogos horizontais e transversais que as constituem; sem entender todos esses subgrupos e seus jogos não se chega a um entendimento mais claro do jogo triádico vertical que se denominou “luta de classes”. - Por que as famílias, as bandas musicais, as instituições, os grupos, os parti dos, as sociedades obedecem a este formato tripartite ou triádico gerador de conflitos?

69

70 - Porque não podem escapar ao formato sistêmico tri-uno imposto pela mater gia-natureza que se projeta nos três cérebros; e os três cérebros se projetam e exterio rizam nesses três subgrupos de comportamento, bem diferenciados. Não é porque uns nascem para mandar e outros nascem para ser mandados; ou porque uns nascem su periores ou escolhidos para abusar de outros que nascem inferiores, segundo a ideo logia dos dominadores. “Ficar por cima ou por baixo” é uma consequência da hierar quia tricerebral tetranivelada do indivíduo, grupo ou etnia. É construção materna, pa terna, familiar e ambiental; e não um destino genético ou divino. Mas todos são urgidos a “ficar por cima” por impulso da matergia-natureza. E todos imaginam e usam truques para chegar lá. É o impulso para a maximocracia.

O cérebro central forma o subgrupo OFICIAL, em quatro níveis, com caracterís ticas de comportamento dominante, conquistador, depredador e conservador, que acredita ser uma espécie superior por direito natural (ou divino, como crê um deles); num grupo qualquer, mais ou menos entre 15% e 20% tem predominância de cérebro central e seu correspondente comportamento oficialista. O cérebro esquerdo forma o subgrupo ANTIOFICIAL, em quatro níveis, com ca racterísticas de comportamento competidor, desafiante, crítico e revolucionário, que acredita ser um justiceiro social, mas com ânsias de poder; num grupo qualquer, mais ou menos entre 3% e 5% tem predominância de cérebro esquerdo e seu correspon dente comportamento antioficialista. O cérebro direito forma o subgrupo OSCILANTE, em quatro níveis, com caracte rísticas de comportamento cooperador, conciliador, seguidor, manhoso, e disponível para quem lhe prometa mais migalhas; num grupo qualquer, mais ou menos entre 70% e 80% tem predominância de cérebro direito e seu correspondente comportamento os cilante.

A competição desperta o que há de melhor nos produtos e o que há de pior nas pessoas

Em qualquer grupo, cada qual se aninha/instala numa das três posições ou va gas subgrupais, em qualquer de seus quatro níveis; e se comporta de acordo com o subgrupo e nível que ocupa, ambientado histórica e geograficamente. Qualquer uma das três posições determina o respectivo espaço de movimento e suas regras frente às outras duas. Quer dizer que as posições preexistem; são da natureza da matergia tri una e são mutuamente determinadas, como num teatro ou qualquer jogo. Por isso, quando alguém de um partido antioficial, ou ex-esquerda, ganha as eleições e chega

70

71 ao poder, pouco a pouco tem que abandonar suas posições e passar a agir como o an tigo oficial ou ex-direita. Uma pessoa, um partido, uma equipe de futebol pode ir rotando pelas três posi ções e mostrando três caras, quando transita de um subgrupo a outro. Pode-se, tam bém, notar os três comportamentos numa mesma pessoa quando está em situações diferentes. Por exemplo: um gerente age como oficial em sua empresa; age como osci lante no consultório médico; e pode agir como antioficial frente ao governo. Outro exemplo: a Igreja católica é subgrupo oficial nas culturas latinas; age como oscilante frente ao judaísmo; mas é antioficial frente ao islamismo. Isso parecerá estranho para os monádicos, tradicionalistas e conservadores que reclamarão: onde está a coerência, por que essa volubilidade e essa falta de fidelidade a si mesmo? Que se pode esperar de pessoas, grupos, partidos tão volúveis? No en tanto, isso acontece todos os dias, todos os anos e em todos os ciclos da vida de uma pessoa, de um grupo, de um partido, de um país, também acontece com os monádi cos, tradicionalistas e conservadores: todos apostando numa corrida ao topo, ao má ximo, ao infinito, atraídos pela maximocracia, mas sempre ocultando isso. - Por que, afinal, se dá a mudança de posição, a mudança de perspectiva, por que se dão as conversões religiosas, as traições matrimoniais e políticas? - É porque as três posições subgrupais de poder e suas hierarquias são fixas, são da natureza da matergia que é tri-una e impõe o formato do palco e o dinamismo “tri” a tudo e em tudo. São as pessoas, os partidos ou os bandos que vão mudando de posição subgrupal, de linha, de reduto ou de vaga e de nível, segundo suas aspirações de maximocracia, de megalomania, de “quanto mais tem mais quer”. Maximocracia é a fome eterna, a pior de todas. Em essência, partidos, religiões, empresas, esquerda, di reita, liberais, conservadores, idealistas e cínicos são apenas diferentes apostas e es tratégias para chegar mais longe e mais alto na escalada da maximocracia. Por isso muda-se tanto de lado, de ideais e de parceiros. Um estudo do psicólogo Paul Piff e sua equipe da Universidade de Berkeley, que apareceu na edição de 16 de março de 2012 no New York Times, sobre a relação entre a ascensão socioeconômica e a ética, concluiu: “À medida que uma pessoa ou instituição sobe, vai diminuindo suas preocu pações éticas e legais. Ou seja, a escalada dos postos mais altos do oficia lismo econômico e político não provém só do trabalho, mas também do abandono progressivo de preocupações éticas e legais, o que leva o ambi cioso a mentir, enganar, corromper-se e depredar mais”.

É o perfil do psicopata. Isso tem confirmação diária com os escândalos e as la droagens de políticos, funcionários públicos, banqueiros, grandes empesas de todo o mundo e, até, do Banco do Vaticano e da FIFA.

Ambições mais altas, moralidade mais baixa Então, a chave para explicar a opção inicial ou inconsciente das pessoas por um ou outro subgrupo está, primeiro, nos três cérebros e seus níveis de desenvolvimento; depois, à medida em que o indivíduo e seu bando vão ficando mais espertos, aposta rão no subgrupo e nível que lhes traga mais benefícios ou que os ajude a escalar o de grau mais alto possível da maximocracia. Vamos explicar melhor.

71

72  Se você tem um comportamento de quem manda, de quem dirige ou lidera, é porque preferiu posicionar-se no subgrupo oficial. Mas isso não foi por acaso, nem por destino. Foi porque você tem o cérebro central como dominante. Geralmente, num grupo qualquer, é de 15% a 20% o número de pessoas com essa tendência. Elas luta rão entre si pelo poder ou para ocupar a posição de subgrupo oficial, que tem a missão de coordenar o conjunto, mas que tem, também, a oportunidade de aproveitar-se dos outros dois subgrupos em benefício próprio, conforme o estudo mencionado antes. Di zer que os concentradores de riqueza são só 1% e as vítimas são 99% serve para as sinalar escândalos, mas não para entender o jogo triádico. Entre a base e a cúpula há muitos níveis; e em cada nível, há três subgrupos horizontais e transversais, cada um deles com subgrupos oficiais, antioficiais e oscilantes.  Se você é dos que questionam, dos que brigam, querem mudanças, fazem crí ticas, que não concordam com as coisas como estão, é porque preferiu posicionar-se no subgrupo antioficial. Mas isso não foi por acaso, nem por destino. Foi porque você tem o cérebro esquerdo como dominante. Este é um subgrupo de oposição que, ge ralmente, não tem mais que 3% a 5% do total dos membros de um grupo dado. Poucos se atrevem a ser antioficiais porque temem o subgrupo oficial, que sempre os espiona, persegue e elimina. Há que dizer que o sempre minoritário antioficial também persegue o oficial e quer derrubá-lo, ocupar seu posto, para ter acesso aos privilégios inerentes ao oficialismo mais alto, sempre próximo da ditadura e do absolutismo. Por último, se seu comportamento é intermédio, indefinido, “em cima do muro”, num momento apoia os de cá, e noutro momento apoia os de lá, então você se posici ona preferencialmente no subgrupo oscilante, o qual está disponível tanto para os chamados e promessas de migalhas do oficial como do antioficial. Mas isso não é por acaso, nem é uma condenação do destino ou maldição dos deuses. É porque você tem o cérebro direito como dominante. Nesta categoria de comportamento estão mais ou menos de 70% a 80% do total de um grupo, de um clube, de uma cidade, de um país e dos países. São “a massa”, são “o povo” que mendiga, são a maioria silenciosa e piso teada pelo oficialismo. O cérebro é a fonte da qual brotam os três subgrupos de comportamento, as três culturas e os três poderes máximos: o poder político, o poder econômico e o poder sacral, cada qual com a pretensão de ser autónomo, separado e independente.

O cérebro direito, com seus quatro níveis, gera a cultura romântica, artístico espiritual e o poder sacral teocrático, constituído por religiões e igrejas como poder

72

73 dominador supremo. O cérebro esquerdo, com seus quatro níveis, gera a cultura cientí fica, informacional, legislativa e o poder civil ou democracia, constituído por partidos e governo como poder dominador supremo. E o cérebro central, com seus quatro níveis, gera a cultura laboral-industrial-financeira e o poder econômico ou econocracia como poder dominador supremo. Estes três poderes estão em eterna competição entre si, com alianças e traições pela disputa da supremacia, como em qualquer jogo triádico menor, só que é menos frequente. E quando os de baixo esquecem suas lutas horizon tais que são menores, e se unem para uma luta vertical contra os de cima, os três po deres das elites se unirão para defender sua causa comum que é o “direito” de dominar e explorar os de baixo. É muito esclarecedor compreender esta conexão entre os diversos níveis de complexidade do padrão triádico, desde a física quântica, que atravessa e vai alinha vando a família, a escola, a empresa, as três culturas e os três poderes máximos. No universo, tudo são sistemas em rede, funcionando com sua lógica tri-una que é uma espécie de loteria triádica: a extração dos números da sorte se faz de três fontes e não de uma só, como na loteria comum ou nos bingos. A maior parte e mais oculta dessa lógica lotérica, e sua trança de concatena ções repetitivas e amplificadoras do mesmo padrão triádico, não é percebida pelo ci dadão comum. Os cientistas da cultura material-econômica, que trabalham com a lote ria da física, química, biologia, matemática, astronomia ou ciências exatas, alcançam conhecimentos e previsões com bastante mais certezas. É porque, em sua área, a lo teria com suas incertezas corre a prazos muito longos e para fenômenos bastante es táveis ou regulares como as eclipses, as reações químicas etc. Entretanto, os cientistas sociais e humanistas - antropólogos, psicólogos, psiqui atras, neurólogos, pedagogos, sociólogos, politólogos, economistas, comunicólogos, historiadores, geógrafos, militares, teólogos etc., que trabalham com a loteria referente aos eventos do cérebro, do indivíduo, da família, da educação e da organização social, alcançam pouca certeza e previsibilidade. É porque, nestes campos, a loteria corre em prazos mais breves e sobre fenômenos sempre em mudança veloz, tumultuada e opa ca. A eles impõe-se trabalhar menos com teorias acabadas e mais, com métodos e fer ramentas que permitam captar as sempre mutantes combinações caleidoscópicas e os significados de tais eventos. Assim, poderiam prevenir-se contra as suas sequelas. As pessoas e cada um dos três subgrupos têm diferenças no modo de atuar e viver; dizemos que usam diferentes táticas/arsenais, truques e armadilhas, para sair ganhando dos demais e escalar níveis de vivência ou qualidade de vida cada vez mais altos nos três cérebros, imantados pela maximocracia. E porque têm competências tri cerebrais diferenciadas, na divisão de trabalho formam hierarquias e pilhas de postos ou cargos em 4 níveis que tratamos de escalar em nossas carreiras. Esses quatro níveis são um mínimo; podem ser mais, segundo o organograma de cada instituição, ou segundo o plano de carreira de cada profissão. Basta lembrar, por exemplo, quantos níveis tem a carreira militar, desde soldado até marechal. Mas qualquer hierarquia pode ser reduzida a 4 níveis de agendonomia. “Agendonomia” é a nova denominação para trabalho ou o conjunto de todas as ocupações. Aos 4 níveis da agendonomia correspondem quatro níveis de vivência (bem viver) tricerebral. É bom ressaltar que se trata de vivência pelos três cérebros. Quando se menci ona a renda per capita ou a situação econômica, isso abrange só os satisfatores do cé rebro central, omitindo os satisfatores do esquerdo como educação e informação, e omitindo também os satisfatores do cérebro direito, como a vida familiar, o desenvolvi

73

74 mento espiritual e o desfrute de nossos fugazes momentos. A felicidade cresce com a satisfação proporcional das necessidades dos três cérebros em seus quatro níveis. A felicidade não vem só do cérebro central ou dinheiro e poder, embora a ideologia fi nanceira queira convencer-nos que felicidade consiste em melhorar o saldo bancário. Felicidade se compõe de êxitos nos três cérebros. Pela lei da expansão da energia, tudo é empurrado aos extremos, à maximocra cia, ao infinito. Mas a civilização trata de fugir aos extremos: nem muito de um lado, nem pouco do outro; nem igualação ou desigualação máximas, aceitando limites den tro do proporcionalismo, quer dizer: diferenças, mas em níveis proporcionais aceitáveis e dignos.

Os níveis de agendonomia ou divisão de trabalho que todos somos forçados a escalar são quatro, no mínimo, sempre em forma de pirâmide, com base mais larga se há muita injustiça, ou mais estreita se houver menos injustiça na distribuição dos frutos da agendonomia de todos. Da base ao topo o seus nomes são: nível de execução que é o nível 1; nível de supervisão que é o nível 2; nível de assessoria que é o nível 3; e nível de direção que é o nível 4. A esses quatro níveis ou posições no mundo da agendonomia ou das ocupa ções, correspondem quatro níveis de vivência, apresentados numa pirâmide invertida. Ao nível de execução, que é ocupado por uns 60% da população, corresponde o nível de minivivência; ao nível de supervisão corresponde o nível de mediovivência; ao nível de assessoria corresponde o nível de grãvivência; e ao nível de direção, que é ocupa do por uma minoria, corresponde o nível de maxivivência.

2.1. NÍVEIS, HIERARQUIAS, DIVISÃO DE TRABALHO

A estrutura ou hierarquia dos três subgrupos e seus muitos níveis condensados em apenas 4 níveis ou escalões tem as diferenças entre eles baseadas na série ou se quência Fibonacci, em que cada número seguinte é a soma dos dois anteriores (0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21). Em sua família, em sua escola, seu trabalho, sua ONG, seu clube, sua roda de amigos, sua carreira, seu partido, sua religião, você está em algum dos três subgrupos e em algum destes 4 níveis. Não me venha com que “aqui somos todos iguais”; “aqui somos um colegiado de iguais”; “aqui estamos todos no mesmo nível”, porque tudo is so são desculpas ingênuas para ocultar o quase sempre sujo e odioso jogo triádico do poder, dominado pelo subgrupo oficial. Ou será você um inocente oscilante que não se dá conta de quem o manipula por trás de mentirinhas de igualdade e democracia?

74

75 De cima para baixo, corre o oficialismo subordinante, desde o Papa ou Dalai Lama, desde o Presidente dos EUA e desde o Presidente do Banco Central norte americano, que são o poder sacral, político e econômico internacional, até o nacional, estadual, municipal e até o chefe ou a chefa de uma família e de uma gangue. De bai xo para cima, corre a subordinação dos subgrupos oscilantes. Ou seja, o nível de su pervisão é oscilante em relação ao nível de assessoria e de direção; mas é oficial em relação ao nível de execução.

Escravo sim, mas que, por sua vez, pode escravizar os de baixo.

É o mesmo que ocorre com os impostos: os de cima pagam impostos, mas os repassam embutidos nos preços ao seguinte imediato; este os repassa ao que tem abaixo de si; este ao de mais abaixo, até que o último não tem a quem repassá-lo e é, realmente, o único que paga. Por isso é tão difícil tributar os mais ricos. Por isso, tam bém, todos querem escalar níveis de poder e agendonomia mais altos, para livrar-se de uma vida de escravo. Quanto mais alto o nível de poder, mais gostosa, livre e impu nemente se pode abusar dos de baixo. O que os três subgrupos disputam entre si é: mais e mais poder, para conquistar e acumular mais e mais meios de sobrevivência-procriação-convivência, rumo à maxi vivência. Daqui em diante, podemos falar de “tri-satisfatores tetranivelados” e de suas correspondentes “tri-vivências tetraniveladas”. Dizemos “tri-satisfatores” porque estão ordenados ao redor dos três cérebros, que vêm com “tri-necessidades”: de informação, de sobrevivência-procriação, e de convivência. Resumidamente, as necessidades de cérebro esquerdo são: educação, conhe cimento, informação, pesquisa, ciência, normas de comportamento e legislação regu ladora da convivência etc. As necessidades de cérebro central são: bom ambiente físi co e comunitário, alimentação, sexo, vida saudável, transporte, segurança, energia, re cursos, capital, instalações industriais e comerciais, liderança, trabalho e administração etc. As necessidades de cérebro direito são: afeto, família, amizades, moral, criativida de, alegria, arte, ética, reconhecimento, estética, espiritualidade, sentido para a vida e desfrute da mesma etc. Dizemos que as necessidades e os satisfatores são “tetranivelados” porque há diferenciação em tudo: entre o melhor, o médio e o pior; entre a equipe campeã, o se gundo e o terceiro lugar; entre crianças, adultos e idosos; entre oriente, médio-oriente e ocidente; entre países desenvolvidos, emergentes e submergentes etc.

75

76 Essas diferenças geográficas, históricas, de idade, de superação e mérito, pos tas aqui em 4 níveis como mínimo, podem ter 21 níveis como máximo, pela sequência Fibonacci e pela lei da proporcionalidade, que trataremos mais adiante. Os 4 ou 21 ní veis de agendonomia são necessários para a produção suficiente de satisfatores, mas têm que ser corresponsáveis. Dizemos “vivência tricerebral” porque a felicidade é uma composição de bem estar tricerebral - educativo-financeiro-emocional - em proporções horizontais, verticais e transversais, segundo as aspirações e os esforços de cada um. O ser humano não pode ter como medida só a endeusada renda per capita que é só de cérebro central. O dinheiro não é mais que um terço de tudo; o resto depende do cérebro esquerdo e di reito. A comparação entre a pirâmide dos 4 níveis de agendonomia se faz com a pi râmide dos quatro níveis de tri-vivência invertida, para mostrar a relação quase sempre perversa entre os ocupantes de cada nível de agendonomia e seu correspondente ní vel de tri-vivência, que se resume em “poucos em cima com muito, e muitos embaixo com pouco. O nível de execução, o mais baixo, é o que tem mais gente, mais ou me nos 60% da mão-de-obra, ocupada ou não. Este povão desfruta sua minivivência, com ameaça permanente de cair na subvivência tricerebral, por desemprego, por substitui ção pela tecnologia etc. As metas do milênio da ONU queriam sanar a miséria da vi vência tricerebral – não só a econômica. Já é hora de ir superando a simplificação que reduz tudo a 2 níveis: os de cima e os de baixo; patrões e proletários; opressores e oprimidos; nobres e plebeus; elites e ralés; classe alta e classe baixa; os “escolhidos” e os “preteridos” etc. Depois de com preender e aceitar os 4 níveis, pode-se complexificar expandindo os níveis. Pela se quência Fibonacci podem chegar até um teto máximo de 21 níveis, com tri-benefícios equivalentes a 21 vezes o valor do piso básico de minivivência. Assim, o conceito de organograma ou níveis de agendonomia poderia ampliar-se até uma pilha de 21 postos ou escalões; e o conceito de classes ou padrões de vida ou níveis de vivência, tam bém.

Mas onde começa o oficialismo e quem predestina os demais a subalternos, medíocres e, até, perdedores e vítimas? Começa no determinismo da matergia que é triforme, hierarquizante, piramidal. Sua fórmula é que o de menor complexidade sirva de suporte alimentar ao de maior complexidade, ou seja, “o peixe maior vive do peixe menor”, que é a cadeia alimentar-reprodutiva. - Mas será que isso é assim também entre os humanos?

76

77 - O filósofo judeu alemão-americanizado, Leo Strauss, falecido em 1973, defen dia que quem deve governar são os que descobrem que não há moralidade; que só existe o direito natural de quem é superior a dominar o inferior. É a filosofia de Maquia vel e de Nietzsche requentada. Mas é a filosofia seguida pelo império judeu-anglo americano e qualquer império da História. Entretanto, os estadistas, os profetas, os reformadores tratam de que essa lei da hierarquia alimentar-reprodutiva seja menos cruel, menos injusta e menos dolorosa pa ra a espécie humana. - E como o fazem? - Propondo utopias igualitárias, tipos de organização social menos injusta, sis temas religiosos e jurídicos reguladores da informação, do trabalho, da sobrevivência, da procriação e da convivência, com ideais de paz etc. - Se na natureza o oficialismo e sua hierarquização férrea tem sua origem e for na ça matergia tri-una, quem lhe dá continuidade entre os humanos? - Entre os humanos, quem encarna essa força e a institucionaliza é a família, com as mães no comando; depois, essa propulsão oficialista vai escalando, degrau por degrau, até instalar ditadores e tiranos. A mãe foi a primeira “autoridade”, o primeiro subgrupo oficial, a criadora da no ção de obediência, culpa e castigo e, se abusou de seu poder, terá sido a primeira di tadora de nossa vida. Algumas vezes, o pai colabora com essa ditadura ou se torna, ele mesmo, ditador. Depois da família, o subgrupo oficial seguinte está no dono ou di retor da escola e, na professora. Depois, encontraremos o oficialismo na catequista, no padre, pastor, rabino, clérigo etc. Depois, está no esporte, no educador físico, no co ach/treinador ou no capitão da equipe. Depois, encontraremos o oficialismo no patrão, se é empresa familiar, ou no executivo, se é uma sociedade anônima. Depois, desco brimos que somos obrigados a escolher e pagar um subgrupo oficial político, municipal, estadual e nacional, para que nos explore e maltrate como e quando quiser. Por fim, uns se conscientizam que somos servos oscilantes de um império, um país que é o subgrupo oficial predador dos demais países. Esta é uma pilha abreviada dos subgru pos “OFICIAIS”, que são necessários, mas não como exploradores. Os antioficiais, que são ex-mansos oscilantes que se rebelaram, e querem tomar o posto oficial, eles também têm uma pilha de postos. Nosso primeiro ensaio revoluci onário foi a adolescência, que é uma “guerra civil” contra a “tirania” do oficialismo do pai, da mãe e dos docentes. Um posto de antioficialismo mais amplo é quando alguém se torna membro de um sindicato que é um partido de luta por direitos econômicos. Outro mais amplo é quando alguém se torna antioficial da estrutura política, econômica ou religiosa nacional. Por fim, alguém pode chegar a ser antioficial do oficialismo impe rial-global. Esta é uma pilha abreviada de antioficiais. Os oscilantes têm lá, também, seus jogos triádicos e suas raquíticas hierarquias. Basta observar um grupo de crianças brincando ou organizando um jogo; ou observar o recém-descoberto jogo triádico entre adolescentes, denominado bully-ing, como nas touradas, que nada mais é que um subgrupo oficial impondo-se à força sobre um pobre oscilante, sob a vista de antioficiais que protestam sem coragem de enfrentar os oficia listas. Não existe diferença de qualidade entre jogos triádicos infantis, adolescentes ou familiares e as greves, os enfrentamentos entre partidos políticos e as guerras; a dife rença é apenas de escala e de quantidade, mas é essencialmente sempre o mesmo jogo triádico e a mesma disputa de poder e bens.

77

78 Como já foi mencionado, os jogadores do jogo triádico, que somos as pessoas, os grupos, os partidos, os países etc., podem deslocar-se de um subgrupo e nível a outro, em períodos sucessivos; ou podem ter três comportamentos subgrupais ao mesmo tempo, em circunstâncias e situações diferentes. Por exemplo, um ambientalis ta pode agir como subgrupo oficial de sua ONG; agir como antioficial dos depredadores ambientais; e agir como oscilante em religião ou em situação de guerra. Para ilustrar isso, nada melhor que este exemplo da sabedoria árabe:

Por isso, dizemos que declarar-se de direita ou de esquerda, liberal ou neolibe ral, conservador ou progressista, capitalista ou socialista, é muito incompleto e equívo co. Primeiro, há que situar-se em relação aos três poderes máximos, porque alguém pode ser oficial no poder econômico e antioficial no poder político, como o megaespe culador George Soros que é oficial no poder econômico e que foi antioficial político do presidente George W. Bush. O Dalai Lama é oficial de sua religião, antioficial da China e oscilante dos EUA. Estes senhores são de direita ou de esquerda? É melhor identifi cá-los pelos subgrupos em que se situam e as alianças entre os diversos subgrupos em que se movem. Depois disso, deve-se analisar seu paradigma ou sua mentalidade, para entender que estratégia está por trás de suas posições subgrupais. A pilha de oscilantes se compõe dos filhos, desde o nascimento até o início da adolescência; aí passam a ser antioficiais, em seus anos de rebeldia contra o oficialis mo familiar-escolar-policial. Superada a adolescência, a pessoa se torna oscilante co mo seguidora ou admiradora de algum caudilho, de um partido, de uma seita, sempre em busca de salvadores que não passam de substitutos inconscientes do pai ou da mãe. Os oscilantes são a multidão de indivíduos soltos, impotentes e perdidos no caos, sem compreender as sucessivas jogadas triádicas da vida, arquitetadas pelos subgru pos oficiais ou antioficiais, como faziam seu pai e sua mãe. Podem chegar a organizar se em associações culturais, em associações de moradores, em ONGs sem fins lucra tivos etc., para depois leiloar-se ao melhor arrematador, já que esta é a moda. A resig nação dos oscilantes com seu suposto pacifismo e sua encenação religiosa configura mais alienação e covardia que amor à paz e à fraternidade. O conceito de “3 subgrupos”, seus níveis e jogos, penetra muito mais a comple xidade do mundo que os anacrônicos conceitos de direita-centro-esquerda, capitalis mo, democracia social, socialismo etc. com que tratam de enrolar-nos. A História mos tra que o oscilante bonzinho ou o revolucionário tão idealista, quando chegam à posi ção de subgrupo oficial, se comportam como este e repetem tudo o que condenavam quando estavam na oposição. “Último día del despotismo y primer día de lo mismo” re petem os equatorianos desde a “independência”, ilustrando o que se afirmou antes.

78

79 Como parar cada pessoa e subgrupo na escalada do oficialismo maximocrático? 2.2. MAXIMOCRACIA E VIOLÊNCIA

Os indivíduos, as famílias, empresas, os partidos e países têm que se esforçar, ser agressivos, combativos e, mesmo, violentos na disputa dos tri-satisfatores tetrani velados. Darwin chamava isso de luta pela sobrevivência entre indivíduos; Marx cha mava isso de luta de classes ou de subgrupos, como redefinimos pelo paradigma triá dico. Ou seja, é uma imposição da matergia-natureza que se lute pela sobrevivência e procriação. Mas esse impulso de luta, de agressividade, tem diversos graus e diversos meios ou arsenais crescentes de intensidade, desde os aceitáveis ou “democráticos” pela regulação social da civilização, até os mais bárbaros da violência gratuita e da brutalidade da guerra. Nesses embates triádicos, os indivíduos, subgrupos, países etc. podem ter um comportamento e resultados positivos, pouco positivos, e negativos. Em linguagem de Cibernética Social se diz: comportamento e resultados proporcionais, menos proporci onais e desproporcionais, para medir numa escala de 1 a 3. Mas pode-se medir numa escala de 1 a 5, como faremos mais adiante; ou numa escala de qualquer extensão. O comportamento de um subgrupo é positivo/proporcional quando toma em con ta os demais subgrupos para alcançar uma divisão proporcional de direitos e deveres, de satisfatores, de resultados do trabalho ou da agendonomia: será um ganha-ganha ganha, diferenciado mas proporcional, em que cada um tira aproximadamente o equi valente à sua contribuição (como se mede?) para o resultado. O comportamento é ne gativo ou desproporcional quando um indivíduo ou subgrupo não se preocupa pela di visão proporcional entre os três subgrupos e seus membros, querendo o máximo para a si, deixando as sobras para os outros. É o individualismo, o exclusivismo, o egocen trismo, a lei do mais forte, a maximocracia monádica. O que tenta um indivíduo ou um subgrupo para que seja negativo, egoísta, indi vidualista, é o impulso maximocrático, a maximocracia, que é inerente à natureza ex pansiva da energia que constitui o nível 1 do cérebro central. Nos níveis seguintes, que são educacionais-culturais, o desenvolvimento da solidariedade do cérebro direito e da racionalidade do cérebro esquerdo teriam que servir de contrapeso à maximocracia do cérebro central. Decidimos usar esta palavra “maximocracia” para identificar a moda, ir responsável e desregulada, da corrida ao topo, à fama, à riqueza, à celebridade, a ser o nº 1, a ser a prima donna, a ser o campeão, a ser o máximo etc. A crença e o compromisso universal dessa ridícula humanidade são: “Fazer tudo, sacrificar-se, renunciar, sofrer, para morrer rico”. “Trate de fazer-se rico ou morra tentando”.

O indivíduo ou subgrupo que se deixe arrastar pela maximocracia, desata uma competição violenta com os demais e entra numa corrida sem fim e sem saída, porque o todo, o máximo, o absoluto, nunca se alcançam, e quem a busca nunca ficará sacia do. E, algum dia, morre desesperado porque faltou muito para conquistar e, assim mesmo, tudo há que deixar.

Frente à maximocracia tudo é pouco e escasso.

79

80

Este impulso, que tanto seduz como sacrifica a humanidade e a cada indivíduo, foi camuflado como ideal de progresso e desenvolvimento ilimitados. E fica animaliza do quando se cria um clima de guerra. Qual subgrupo usa mais o discurso do desenvolvimentismo e do clima de guerra ou de guerra permanente? - É o subgrupo oficial. Quem é mais viciado em maximocracia e a busca com mais ímpeto são os subgrupos oficiais mais altos, pois têm e acumulam cada vez mais os arsenais ou meios para depredar, saquear, espoliar ao máximo os de baixo com ca da vez menos risco, com o máximo de rendimentos e o máximo de impunidade. O ar senal de táticas, recursos ou meios para impor sua desvairada maximocracia pode ser condensado numa escala progressiva de 7 degraus, cada um representando um tipo de arsenal e de intensidade.

Primeiro degrau. A violência oficialista onde tudo começa, é o oficialismo de mãe e pai sobre os filhos e, o oficialismo da escola sobre os alunos; embora a violência físi ca esteja quase abolida, a violência ideológico-emocional é totalmente livre. Esta con siste em pressões feitas sobre ideias, teorias, educação com afastamento da realidade, crenças alienantes, artimanhas afetivas, emocionais, psicológicas, subornos, falsas promessas, ameaças de abandono, discriminação, humilhações, sedução pelo consu mo etc., para conseguir a domesticação e submetimento inicial, básico e essencial da criança ao oficialismo familiar-escolar. Este servirá de fundamento para aceitar o oficia lismo político, econômico e religioso pela vida afora. A socialização e humanização de cada recém-nascido é necessária, indispensá vel. Mas não pode ser abusiva, enganosa, deixando-o tão crédulo e abobalhado que não consiga desvencilhar-se de pai, mãe e autoridades políticas, econômicas e religio sas, na vida adulta. As crianças não têm como defender-se da violência ideológico emocional da família e do ambiente cultural-étnico e social. O segundo degrau de intensidade refere-se ao submetimento dos jovens, pela violência ideológico-moral das religiões, pelos distrativos das telinhas e outras tecnolo

80

81 gias entorpecedoras, pela incitação a diversões desregradas e alienantes, pela violên cia física da polícia etc. A resposta é a rebeldia quase irracional dos adolescentes e jo vens que se tornam críticos e negadores da família, das autoridades e, ateus frente ao poder religioso. O terceiro degrau de intensidade é a manipulação pelo mercado, com seu vio lento bombardeio de marketing para o consumo, sua liberalização das leis trabalhistas, já que os políticos são testas de ferro do poder econômico das grandes empresas in dustriais e financeiras. A reação dos sindicatos de trabalhadores é cada vez mais débil por causa do desemprego e da redução salarial e os ajustes fiscais que são de auste ridade para os de baixo para locupletar os de cima. A reação dos consumidores sem dinheiro, mas convencidos pelo marketing que têm direito à felicidade pelo consumo máximo, é entregarem-se a atividades ilegais e autodestrutivas como tráfico de drogas, assaltos, prostituição etc. O quarto degrau de intensidade é usar o poder político para fazer reformas constitucionais a favor do oficialismo político e econômico, mas sob pretextos de salva ção nacional, ou de combate à corrupção que é deles mesmos. Tais reformas redu zem direitos e impõem sacrifícios para os antioficiais e oscilantes. Como os abusos do oficialismo levam as vítimas a descrer do governo e do mercado, as reformas são acompanhadas de ameaças para quem pensar em rebelar-se. O quinto degrau de intensidade é um maior aperto econômico, com restrição de crédito, elevação de preços, inflação, aumento dos impostos, endividamento, quebra ou absorção das pequenas empresas, criação artificial de escassez pelos monopólios etc. O objetivo é concentrar riqueza para instaurar o governo econômico como poder supremo, submetendo tudo ao dinheiro e aos donos do dinheiro. Os indivíduos não têm como defenderem-se e não têm a quem apelar, pois a justiça, a política, a imprensa e todas as instituições estão subordinadas ao poder econômico. No mundo internacional, para submeter países não alinhados, aplicam-se sanções econômicas, bloqueios, der rame de moeda como o dólar, espionagem, serviços secretos, sequestros, “desapari ções” etc., o que é conhecido como guerra fria. Para derrubar governos desses países resistentes, financiam-se marchas de protesto, ataques pela imprensa, desestabiliza ção e, até, manipulação de legislativos para golpes brancos ou suaves, tudo sistemati zado pelo método Gene Sharp (1993). Os arsenais de resistência dos países atacados são medidas internas de prevenção, como buscar novas alianças, apelar para o nacio nalismo e o sacrifício, entrar numa corrida armamentista etc. O sexto degrau. Se as vítimas, individuais ou nacionais, não se renderem em nenhum dos graus anteriores de violência oficialista, explode o sexto grau de intensi dade que é a guerra armada para o extermínio ou subjugação da etnia, do país ou blo co recalcitrante. A guerra é o arsenal de grau máximo usado pelos oficialistas para de fender e conservar seus privilégios, sem escrúpulos. Até guerra preventiva se atrevem a fazer. O sétimo degrau de intensidade são as negociações de rendição ou paz, depois do veredito dado pela última batalha. Aí o vencedor estabelece a nova ordem nacional ou internacional, que será um imperialismo renovado, travestido com os melhores títu los como democracia, liberdade, paz, justiça etc. A nova ordem encerra um ciclo do jo go triádico em seus 7 degraus, que recomeçará no degrau 1. A paz não é mais que uma trégua, pois os vencidos, dominados e explorados, ensaiarão reações cada vez mais intensas. Isso promoverá uma escalada a graus progressivos de violência entre os três subgrupos. E assim caminha a humanidade.

81

82 O que acabamos de descrever são graus de dominação e violência oficialista que se impõe por trás de aparências democráticas, religiosas, ou científicas, a serviço do suposto livre mercado, baseado na lei da seleção natural, ilegitimamente aplicada à civilização humana. O uso desses arsenais progressivos se caracteriza como uma es calada de violência e terror do oficialismo com a correspondente resposta do antioficia lismo e o horror dos oscilantes, em toda a rede ecossistêmica, com aumento do caos geral. É a violência primordial, violência original, violência oficial ou violência 1a. Esta terá reações correspondentes pela violência 2a do antioficial, com aumento simultâneo da violência comum de quadrilhas e assaltantes de rua que é a violência 3a. Até um animal domesticado, se oprimido um pouco cada vez até ultrapassar certos limites, re agirá com violência repentina contra o amo; e este, para inocentar-se, declarará o ani mal louco, ou agressivo, ou feroz, ou ingrato... Não se pode aceitar nenhuma interpretação monádica ou unilateral da violência ou terrorismo. Caso contrário, o subgrupo oficial forjará qualquer ideologia de autojusti ficação e caracterizará, como violência, só a reação das vítimas, enquanto a dele será justificada como manutenção da ordem e para o bem de todos. É mais ou menos isso que faz o manual de estudo do mal - Ponerologia: Psicopatas no Poder (2015). A inter pretação que o Ocidente e, em especial, os EUA têm dado ao ataque de 11 de Setem bro às torres gêmeas de Nova York são uma demonstração da miséria da razão mo nádica. O antioficial revolucionário e guerrilheiro, quando for monádico e unilateral, tam bém forjará alguma ideologia de autojustificação de sua violência de número dois, ca racterizando como violência só o que faz o subgrupo oficial. Os traficantes, quadrilhei ros e assaltantes saídos do subgrupo oscilante que é o povão, e que se dedicam à vio lência comum nas ruas do mundo, consideram violência só a reação da vítima ou a or dem de prisão dos policiais e a cadeia. Em seu raciocínio, eles alegam ter direito à boa vida sem ser pelo trabalho legalizado, como os predadores e corruptos de cima. Es quecem-se eles que os de cima têm o monopólio do assalto legalizado e os de baixo serão perseguidos como competidores e assaltantes “desleais”.

Como tudo, a violência também tem que ser triadizada e situada em 4 níveis. Há violência entre três subgrupos horizontais em cada um dos 4 níveis. Há violência verti cal, permanente, de cima para baixo nos 4 níveis e, algumas vezes, de baixo para ci ma, como nas greves e nas revoluções. E há violência transversal quando se formam alianças entre subgrupos de níveis diferentes. O jogo triádico com seus diversos graus de violência é conhecido, também, como lei da ação e reação na rede ecossistêmica

82

83 ou a lei do bumerangue, que é universal e eterna. Por isso, nenhum império, nenhum tirano político/econômico ou familiar conseguiu e conseguirá evadir esta lei por muito tempo. Uma frase atribuída a A. Lincoln diz o mesmo:

"Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por todo o tempo; mas não consegue enganar a todas por todo o tempo."

Há que esclarecer que não há “inocentes” no jogo triádico. Todos são corres ponsáveis, com suas correspondentes porcentagens de culpa ou mérito. Nas guerras entre nações e nas revoluções nacionais, há sempre um subgrupo oficial e um antiofi cial lutando pelo poder econômico e sua fachada política, enquanto o resto oscilante, chamado de população civil, fica entre o fogo cruzado. De um modo geral, considera se a população civil como inocente. Mas não é. É cúmplice menor do conflito e, cúm plice oportunista. Porque, enquanto se alargava a desproporção, os oscilantes se be neficiavam, fechando os olhos ao processo que acumulava ódios para a anunciada re ação revanchista, em lugar de protestar para impor limites à maximocracia de seus subgrupos oficiais e de seus subgrupos antioficiais. Os três subgrupos são correspon sáveis, proporcionalmente: o subgrupo oficial tem uns 62% da responsabilidade; o an tioficial, uns 30%; e o oscilante uns 8%. Ao conjunto de táticas e recursos, armadilhas, espertezas, estratégias, corrup ção, truques, enganos e traições de cada subgrupo para sair ganhando mais, nos jo gos triádicos de disputa de tri-satisfatores, denominamos “arsenais”. Segundo o grau em que se usem, os arsenais se caracterizam como brandos ou de intensidade baixa; rigorosos ou de intensidade média; e violentos ou de intensidade máxima, como o abu so de poder, o terrorismo, a guerra; ou então pelos sete degraus de intensidade como descrito antes. Vamos apresentar algumas táticas e alguns arsenais triadizados ao redor dos 3 cérebros, sem mencionar em que nível de intensidade eles podem ocorrer, e sem indi car se se aplicam às relações familiares, empresariais ou político-econômicas.  ARSENAL FÍSICO-ECONÔMICO, mais típico do cérebro central do macho, de ditadores, grandes empresas, banqueiros e bolsas. É o discurso do macho ou do poder fálico, da imposição pela força física e pelo dinheiro. O bullying, embora atribuído aos adolescentes escolares, feito de provocações, forçamento e humilhações impostas pe los mais fortes aos mais indefesos, ocorre em todas as idades, situações, esferas e ní veis. O arsenal físico-econômico começa com gritos, ameaças, golpes, ferimentos, tor tura, estupro, sequestros; cresce com espionagem, invasão da vida privada, prisões, monopólios e tirania econômica, pelo consumo forçado imposto pelos truques do mer cadismo; e termina em ditadura econômico-política, perseguição, repressão e guerra etc.  ARSENAL IDEOLÓGICO, mais típico do cérebro esquerdo, empregado na guerra psicológica e manipulação da informação pelo marketing econômico, político, religioso e, por adultos sobre crianças. Começa com o “buzinar” no ouvido (fala inter minável e atormentadora) para “fazer a cabeça” de outrem ou “matar no cansaço”, ge ralmente no ambiente doméstico. Usa-se também a mentira, a discussão sem lógica, os insultos e as falsas acusações só para vencer ou “ter razão”. No meio social, é a imposição doutrinária ou ideológica pelos meios de comunicação, das telinhas, da edu cação e da pregação. Há também legisladores e tribunais legislando em causa própria

83

84 ou com viés partidista, fazendo apelos patrioteiros para acobertar os interesses dos oficialistas que se portam como donos da Pátria (patrimonialismo). Enquanto o assédio sexual é condenado, o assédio pelo marketing consumista, que se parece cada vez mais com o conto do vigário, é cada vez mais permissivo e intenso.  ARSENAL EMOCIONAL-MORAL DISSIMULADO, mais típico do cérebro direi to da fêmea, das artes, das religiões e da demagogia. O mais comum é o discurso do amor, que encobre a grande cumplicidade das mulheres com as religiões. A pequena listagem que segue dissolve o suposto mistério do comportamento feminino e “sagra do”, que é apenas um oficialismo estrategicamente recoberto de doçura. Assim é a cri ação de complexo de culpa-expiação para os que se esquivam do controle oficialista, sempre negado com a alegação “é para seu bem”; a cobrança por lágrimas, chanta gem afetiva, sexual, econômica, infantilização, mutismo, tromba ou mutismo; a camu flagem do oficialismo fazendo-se de inocente ou de pobre e eterna vítima sofredora; o uso de terrorismo religioso, magia, insinuação de poderes ocultos com perigosos de mônios, deuses terríveis e castigos tenebrosos para pecados inventados segundo os interesses do oficialismo feminino-religioso; discriminação, desqualificação, assédio moral, tirania afetiva, crueldade psicopatológica etc. E, por cima, com maciças relações públicas para “vender” boa imagem...

Assim foram sintetizados arsenais e táticas em busca de dominação e ganhos entre subgrupos na família, na escola, na empresa, na comunidade, no mercado, nas religiões e nos Estados. Começam pelas táticas mais dissimuladas e quase impercep tíveis do cérebro direito; se não conseguem o que querem, passam a usar o arsenal mais verbal que é do cérebro esquerdo para convencer ou dobrar o outro pela argu mentação ou pelo cansaço; se nem assim conseguem o que querem, então põem em marcha o arsenal do cérebro central para o submetimento e abuso do outro pela força bruta ou por arrocho econômico. Mas, cuidado ao desmascarar intenções disfarçadas e os arsenais de qualquer pessoa e grupo. Estes, primeiro negarão tudo; segundo, acusarão você de calúnia; e terceiro farão um contra-ataque usando os mesmos arsenais que você acabou de desmascarar, para defender o que você denunciou. Somos todos jogadores com algum grau de clandestinidade ou somos agentes disfarçados de nossa própria causa ou, al

84

85 gumas vezes, até agentes duplos. São farsas e hipocrisias dos três subgrupos, ainda que em proporções diferentes. De fato, os três arsenais são usados simultaneamente, mas em doses diferen tes, segundo o cérebro predominante. Por exemplo: o macho usa, geralmente, uns 62% do arsenal físico-econômico do cérebro central que é ruidoso e indisfarçável; usa uns 30% do arsenal ideológico do cérebro esquerdo para discussões que o homem aguenta pouco; e usa uns 8% do arsenal emocional-moral do cérebro direito para co mover o outro e terminar dominando-o, no qual o macho é simplesmente incompetente. A fêmea usa, geralmente, uns 62% do arsenal emocional-moral dissimulado para co mover e demover; usa uns 30% do arsenal ideológico do cérebro esquerdo para “buzi nar no ouvido”, e matar no cansaço; e usa, raramente, uns 8% do arsenal físico econômico do cérebro central violento e indisfarçável, para vencer e dominar o outro, isto é, tornar-se subgrupo oficial. É preciso ter entendido bem os três cérebros e os três subgrupos do jogo triádi co; é preciso distinguir bem a maneira como o homem e a mulher usam táticas e arse nais para, por fim, poder perceber a mulher como subgrupo oficial e seu poder sutil, de controle remoto. O paradigma monádico sustenta o mito de que o líder é sempre o mais forte pela força física e econômica, com ruído e bravatas. Nas relações familiares, a suposta liderança machista monádica está condenada e termina na cadeia. Pelo pa radigma triádico há três tipos de líder ou subgrupo oficial. A liderança ou o subgrupo oficial é de quem consegue que os demais façam o que ele quer, por meio de qualquer tipo de tática/arsenal ou da combinação dos três. O oficialismo feminino é exercido, geralmente, com o arsenal emocional-moral, que pode ser brando, sutil e erotizado, deixando a impressão que é o macho que con quista a fêmea, que o homem é o rei do lar etc. Este arsenal refinado pode ser exerci do com progressiva intensidade, impondo cada vez mais exigências ao macho, que re clama e discute; com o tempo, pode tornar-se tão opressor que leve o macho a rebe lar-se. Como o arsenal típico do macho é, quase sempre, a violência física, ele apela para os golpes e, até, para o assassinato. A esse extremo ele chega quando se desco bre vítima da violência ideológico-emocional da fêmea ou quando é contrariado seu mi to machista de proprietário da fêmea; e tem a revelação de que era, na verdade, a ver são pública de um títere doméstico. O homem não tem direito de oprimir a mulher pela violência física e ideológica; e a mulher não tem o direito de oprimir o homem pela vio lência emocional-moral-ideológica. Além do encantamento do amor, ambos precisam de reeducação para administrar proporcionalmente o jogo triádico e, de moderação no uso dos respectivos arsenais. Cada dia se agrava mais a questão da convivência e coexistência entre os três diferentes subgrupos, em seus quatro diferentes níveis. São as relações humanas que estão piorando entre subgrupos horizontais na família, na escola e nas empresas; são as relações de classes, níveis ou subgrupos verticais; são as relações internacionais que se vão deteriorando e dando lugar à escalada de competição, forçamento e abu sos até apelar para os arsenais da violência, do crime e da guerra. Os velhos preceitos morais, a crença na razão e império da lei, têm fracassado em controlar a ferocidade humana. Entraram em crise todas as medidas, os indicado res sociais, morais, o sentido de justiça, de compreensão, tolerância, moderação, limi tes e de regulamentação etc. A sociedade já não é capaz de conter nem “os pequenos” violentos que usam o arsenal emocional-moral, e muito menos “os grandes”, principal mente em seus crimes econômico-políticos.

85

86 Propomos o conhecimento do jogo triádico tridimensional como uma teoria ex plicativa para este fenômeno; e insistimos no proporcionalismo como base para uma nova ética, uma nova justiça triádica para melhorar a convivência em todo o ecossis tema. Uma educação familiar-escolar que não consiga inculcar o conhecimento do jogo triádico e a necessidade de sua regulação triádica pelo proporcionalismo estará for mando ingênuos para a base da pirâmide social e, monstros de muito baixo quociente moral, no alto da pirâmide.

O oficialismo, quanto mais oficialista, mais estúpidos precisa que sejam os oscilantes e mais reprimidos os antioficiais. Por que esse déficit racional, moral, legal e de ordem?

É urgente abandonar o paradigma monádico, unilateral, de egos maximocráticos e centralistas, para compreender e aceitar a natureza triádica de tudo, educando-se para conduzir melhor e moderadamente esse jogo competitivo. Sem jogo triádico, não haveria suficiente pressurização, ou seja, impulso, estímulos, desafios e cobrança para ativar a criatividade e a produtividade. Os empresários aceitam bem a competição por entender que é um fator indispensável para criar esforço em busca de inovação e me lhoria. Os três subgrupos se produzem e alimentam mutuamente. Despois de criar a consciência de que tudo é três, como três cérebros, três sub grupos com quatro níveis, será inadequado dizer “os brasileiros” são corruptos, “os nor te-americanos” são violentos. Será mais adequado dizer: os três subgrupos de brasilei ros são assim e assim, os três subgrupos de norte-americanos são isso e aquilo. Igualmente, em lugar de dizer “as religiões”, é mais correto dizer: “os três subgrupos de religiões”. Da mesma maneira, em lugar de dizer “todos os homens”, “todas as mulhe res”, é mais correto dizer os três subgrupos masculinos, os três subgrupos femininos. Em lugar de dizer “os judeus” ou os islâmicos”, é mais correto dizer os três subgrupos judaicos ou os três subgrupos islâmicos. Em lugar de dizer “os políticos”, é melhor di zer os três subgrupos de políticos; em lugar de dizer “o saber”, “a ciência”, é mais cor reto dizer os três subgrupos de saberes ou de ciências; em lugar de dizer “a cultura”, é mais correto dizer as três culturas etc. O monolítico, os coletivos, as generalizações não têm lugar no paradigma sis têmico tri-uno. Tudo tem que ser tomado, no mínimo, em suas três forças e comuta ções básicas. Tem que ser triadizado. Se a vida é um jogo, então não haveria inimigos, apenas adversários; não haveria mal, apenas sequências de perdas e ganhos com preços maiores ou menores a pagar etc. A criação de conceitos como - mal, desgraça, infidelidade, traição, desordem etc. - é feita pelos monádicos que querem ter tudo e algo mais. A criação de entidades como demônios, espíritos do mal, inferno, exílio, ostracismo, também é obra dos mo nádicos e oficialistas que se julgam no direito de apoderar-se de tudo, sem nem ser cri ticados, e muito menos xingados e enfrentados. Por este paradigma ou mentalidade, o mal são os outros que não se deixam montar. Mas pelo paradigma tri-uno - o trabalho em seus quatro níveis, os ganhos, as perdas, e os preços a pagar com seus altos e baixos - são direitos e responsabilidades compartilhadas pelos três subgrupos, propor cionalmente, sem apelar para velharias como bem e mal, deuses e demônios, sorte e desgraça, destino ou caos etc.

86

87 2.3. O QUE É A PROPORCIONALIDADE TRI-TETRA?

Temos empregado muitas vezes o conceito de “Proporcionalismo”. É um concei to central e indispensável, quando se trabalha com o conceito de três cérebros, três subgrupos, três culturas, três poderes máximos e a inclusão e simultaneidade de três, sempre. É a pluralidade com suas diferenças ou desigualdades. Que peso, que impor tância, que direitos, que deveres, como contribui e é recompensada cada uma das três partes ou cada um dos três subgrupos de jogadores? E como chegar a compatibilizar a convivência das três ou muitas forças que disputam os tri-satisfatores com os arse nais e graus de intensidade que já conhecemos? Esqueçamos o truquezinho que diz que todos nascemos iguais, que todos te mos os mesmos direitos, que todos somos iguais perante a lei, que todos somos igualmente filhos de Deus. As diferenças são normais, mas não a diferenciação máxi ma atual, criada pelos manipuladores do dinheiro. A vida é um jogo cujos resultados são determinados ou pela seleção natural somente, como no nível 1 tricerebral, ou pela seleção natural com alguma regulação humana nos demais níveis. Para escapar da in genuidade da igualação absoluta do comunismo e da criminosa desigualação absoluta do neoliberalismo, apresentamos o PROPORCIONALISMO. A percepção (não a realização) da proporcionalidade é algo inato, natural nos três cérebros: A) Para o cérebro direito é dada pelo sentimento intuitivo-místico de ética, mo ral, justiça, humanismo, harmonia, beleza, arte e estética. B) O cérebro esquerdo traduziu esta percepção pela lei matemática da média e extrema razão que aparece nos desenhos arquitetônicos, no formato de livros e carta zes de publicidade, aproximando-se de 62% de base por 38% de altura ou vice-versa. Essas partes, frações, ou esses módulos se denominam também “fractais”. O matemá tico grego, Pitágoras, quatro séculos antes de Cristo, descobriu que a melhor maneira pela qual a natureza divide um segmento de linha em dois, é pela média e extrema ra zão. Para encontrar a média e extrema razão basta multiplicar o tamanho da linha, ou do que se quer dividir, pelo número φ (Fi ou Phi), que equivale a 1,618, sendo, o inver so, 0,618, que podemos arredondar para 62% (popularmente, 60 por 40). O ponto que divide a média e a extrema razão se chama "seção áurea" ou "Ponto de Ouro". A mé dia e extrema razão já foi chamada de divina proporção, proporção áurea, razão áurea, número de ouro etc., porque é um padrão ou uma geometria que se repete universal mente, como o teorema de Pitágoras.

Nosso corpo é uma vitrine desta lei da proporcionalidade. Ao aplicarmos o nú mero Fi ao tamanho de um braço, teremos mais ou menos 62% da ponta dos dedos até o cotovelo; e teremos mais ou menos 38% do cotovelo até o ombro. Se aplicarmos

87

88 o número FI só do cotovelo até a ponta dos dedos, teremos mais ou menos 62% do co tovelo até o pulso; e teremos mais ou menos 38% do pulso até a ponta dos dedos. O padrão FI se repete, é recorrente tanto quando dividimos e subdividimos miniaturizan do, como quando somamos e agregamos magnificando. Este padrão repetitivo, em di ferentes escalas, se chama também “fractalidade” ou “conjuntos de Mandelbrot”, o ma temático que criou o conceito de fractais (1997). Para a representação em proporções triádicas, usa-se a curva de Gauss, tam bém chamada curva das distribuições ou curva de sino, porque tem, aproximadamente, a forma de sino:

C) O cérebro central busca realizar a proporcionalidade por um esforço organi zativo de impor instituições reguladoras e preservar o estado de direito com suas leis, seus códigos penais e sua justiça, em busca de ordem. Religiões, ciência, revoluções, filosofias políticas, ideologias, tudo são expres sões e interpretações do jogo unitriádico e, ao mesmo tempo, são propostas para con trolá-lo, para ser jogado dentro dos limites da proporcionalidade político-econômica e, diminuir-lhe o carácter doloroso e devorador que tem. Segundo o Proporcionalismo, não há nada fixo, estável, imóvel, linear. Tudo on dula, oscila, flui, se transforma, com rumos e resultados de menos acaso e caos, ou mais disso. Este movimento autotransformativo do todo se vê também no movimento elíptico da terra ao redor do sol; no pulmão que se dilata e se contrai, mas sempre den tro de certos limites de variação, que são dados pelos números do Ponto de Ouro. Em teoria, o distributivismo proporcional teria 38% da parte superior de uma so ciedade desfrutando, aproximadamente, de 62% dos tri-satisfatores; e teria os 62% da parte inferior da pirâmide social gozando, aproximadamente, de 38% dos tri satisfatores. Pode-se lembrar que a pressão arterial e todas as medidas bioquímicas tem um ponto de ouro, ou seja, um piso mínimo e um teto máximo. A proporcionalidade ou ponto de ouro significa homeostase, harmonia, bem-estar, funcionamento com atrito mínimo. O afastamento do ponto de ouro vai gerando diversos graus de desproporcio nalidade e mal-estar, como: os 20% do andar de cima da pirâmide social gozando de 80% dos tri-satisfatores, enquanto os 80% do andar de baixo gozariam de apenas 20% dos tri-satisfatores; ou os 10% do andar de cima gozando de 90% dos tri-satisfatores, enquanto os 90% do andar de baixo penariam com apenas 10% dos tri-satisfatores, o que serve de fermento para as revoltas. É obvio que não há só dois andares ou níveis: são pelo menos quatro ou, de acordo com a sequência Fibonacci, o razoável seria ter 21 níveis, como máximo. Isso porque, em momentos históricos de distributivismo mais equitativo em sociedades mais civilizadas e pacíficas, estes são os intervalos toleráveis para os níveis mais baixos e,

88

89 suficientes para os que têm aspirações e competências mais altas. Mas não ilimitadas ou maximocráticas como os 1% de cima e os 99% de baixo.

Todos os jogos triádicos formam um só e único grande jogo unitriádico, ao redor da informação, da sobrevivência-reprodução e da convivência em todo o planeta. Muda de nomes, de máscaras, de protagonistas abusivos, antagonistas revolucionários e fi gurantes abusados, em cada época e em cada lugar, mas é sempre o mesmo. No ocidente, o subgrupo oficial se chamava império romano; o antioficial, primei ro se chamava Cartago; depois, foi Espártaco; depois foram os cristãos. Quando os cristãos se tornaram o subgrupo oficial, o império romano chamava-se império cristão dos Papas, e o subgrupo antioficial se chamava “os bárbaros do norte”; depois foram os mouros ou islâmicos e, por fim, os renascentistas. Expulsos os mouros ou islâmicos, o subgrupo antioficial foram os anglo-saxões com a Reforma protestante que criou a cultura e desenvolvimento moderno dos últimos quinhentos anos. Quando os anglo saxões se tornaram o subgrupo oficial, tiveram como antioficial, primeiro os espanhóis, depois Napoleão, depois a Alemanha, depois os comunistas e, agora, China e Rússia capitalistas. Os oscilantes são os respectivos povos explorados e vitimados tanto pelos subgrupos oficiais como pelos antioficiais de todas as épocas, que os mandam mata rem e morrerem na guerra para salvar os subgrupos oficiais. Ou estes surrupiam os oscilantes para pagar contas de guerra ou de seus privilégios e desmandos. Por aí se percebe a vantagem de analisar e entender os fatos pelos três cére bros e seus três subgrupos e não por suas máscaras registradas nos livros de História, onde vencedores oficialistas se autoglorificam, autocanonizam, se dedicam monumen tos etc.; e onde os perdedores são demonizados, enquanto os oscilantes seguem con vocados ao sacrifício da reconstrução até a próxima... Por trás das supostas diferen ças, os três subgrupos têm a mesma essência, a mesma identidade e forma de mover se e atuar, aproximando-se ou distanciando-se da proporcionalidade. O modo de agir de um subgrupo oficial é sempre o mesmo: opressor, aproveitador, assim se trate de um subgrupo oficial familiar, escolar, empresarial, religioso, econômico ou político, pe queno, médio ou grande. O mesmo vale para um subgrupo antioficial: sempre crítico, opositor, discurseiro e tumultuador. O destino de um subgrupo oscilante é ser um eter no explorado, resignado, pedinchão, medroso e omisso, seja religioso, comunista ou capitalista.

89

90

ARSENAIS E JOGADAS DO OFICIALISMO A meta de um subgrupo oficial é maximizar e manter seu poder, riqueza e privi légios. Para isso tem que se cuidar ou livrar-se dos antioficiais, para poder depredar os oscilantes a quem se impõe pelo terror. Sua estratégia é fazer-se passar como invisí vel, como sacrificado pelo bem comum, promovendo a autocanonização, o solenismo, apresentando-se como fonte única da verdade e legalidade. Na prática, ele é um assal tante autolegalizado, o terrorista número 1, que usa o exército e a polícia, a burocracia, a lei, o controle da informação, do dinheiro e do emprego para ir, cada dia, o mais lon ge que puder na maximocracia. Damos a isso o nome de violência 1a, ou terrorismo permanente, que é a violência intermitente inerente à natureza, mas institucionalizada e tornada permanente pelos oficialistas político-econômico-sacrais desenfreados.

ARSENAIS E JOGADAS DO ANTIOFICIALISMO A meta de um subgrupo antioficial é a mudança social, a renovação, a substitui ção do subgrupo oficial com a ajuda dos oscilantes, para ele mesmo tornar-se oficial e fazer o mesmo. Sua estratégia é a conscientização das injustiças cometidas pelo ofi cialismo, por meio de uma retórica brilhante e virulenta, de uma pregação messiânica a favor dos pobres oscilantes com fantasias de salvação e outras utopias. Na prática, ele é um terrorista número 2, que funda sindicatos, faz marchas, greves, guerrilha, revolu ções eleitorais ou armadas para a tomada do poder. Damos a isso o nome de violência 2a, ou terrorismo intermitente, que é uma reação à violência permanente e exacerbada do oficialismo.

90

91

ARSENAIS E JOGADAS DO OSCILANTE A meta de um subgrupo oscilante é muita gozadeira e pouco trabalho, ser prote gido, guiado e cuidado como criança, na paz, no amor e na boa vida. Sua estratégia é manter-se inconsciente e irresponsável, justificando-se com mitologias e lendas religio sas, das quais só sabe citar alguns slogans e alimentar fantasias otimistas sem funda mento. Na prática, é uma vítima que defende o algoz, dá sempre algum jeitinho, odeia os extremos, cultiva o centrismo e o baixo perfil, aguentando os abusos de qualquer ti po de oficialismo seja político, religioso ou econômico. Como um animal doméstico, pratica pequenos assaltos e roubos a que damos o nome de violência 3a ou terrorismo rústico, arcando com a fúria do oficialismo desrespeitado. Estes três estilos do agir dos subgrupos são fixos, porque o papel e a posição que cada um ocupa no teatro triádico tem esse formato; e obriga o incumbente a en quadrar-se e desempenhar o papel que lhe cabe. Os três estilos podem ter gradações desde um estilo mais brando, crescendo para um mais ríspido e violento. O desejável, se houvesse educação, aprendizado e intervigilância baseada no proporcionalismo, se ria que cada subgrupo fosse cada vez mais positivo ou proporcionalista. O oficial seria democrático, organizador, condutor, permitiria a participação dos outros dois subgrupos em política; na economia, seria ecossistêmico, construtivo, pro porcional e enriquecedor de todos. O antioficial seria consciente, questionador responsável, inovador e lutador por todos, não só para ele, em política; na economia, seria propositor, alternativo, co criador e facilitador, e não obstrutor dos processos sociais. O oscilante seria integrador, conciliador, pacifista e equilibrador dos extremis mos do oficial e do antioficial, em política; na economia, seria cooperador, profissional, produtivo e cumpridor de seus deveres.

Há jogadores individuais, subgrupais, classistas e nacionais que lutam pela pro porcionalidade entre os três jogadores, mas são sempre uma minoria antioficial de uns 5%. A maioria, que é oscilante, lamenta a desproporcionalidade, mas não luta pela proporcionalidade. Os que lutavam pela igualação máxima, no comunismo, foram de sautorizados pela natureza que é de superação proporcionalista e não, igualitária. As minorias oficialistas, que são apenas 15% da humanidade, mas supremamente fortes, lutam pela desigualação máxima. Os oficialistas de todos os níveis são corporativistas, quer dizer, se unem para depredar e para defender-se de qualquer reação das vítimas,

91

92 por insignificante que seja a reação. Quem não fizer isso será considerado um traidor do oficialismo. Por isso, nunca se viu uma aliança dos oficialistas do Primeiro Mundo ou do Grupo dos 7 grandes ou do grupo dos 20, para resolver o problema da pobreza, para criar convivência pacífica entre todos ou para o ambientalismo; só se unem para devorar o planeta e a maioria da humanidade. Não esquecer que, o bonzinho e santo quando pobre, vai-se convertendo gradualmente em psicopata, à medida em que esca la níveis mais altos. Uma democracia real e triádica, proporcionalista, que substitua a atual ditadura econômica, só será viável depois de existir a percepção sistêmica triádica da realidade e do planeta todo. Enquanto se insistir na atual visão anglo-americana monádica, uni cista, maximocrática e unilateral da realidade, o planeta terá sempre mais conflitos e ameaças à continuidade da vida. Estética, Ética, Justiça (Proporcionalismo) significam aproximação ao Ponto de Ouro; feiura, mentira, injustiça, violência, significam distanciamento do Ponto de Ouro.

Quanto mais perto do Ponto de Ouro, mais longe da anarquia e da guerra. Quanto mais longe do Ponto de Ouro, mais perto do ponto de estouro.

A regulação para manter-se próximos ao Ponto de Ouro se dá pela correlação e contrapeso dos 3 cérebros e suas correspondentes três culturas subgrupais. Isso se aplica a tudo: aos 3 cérebros, à saúde, família, escola, empresa, à sociedade. Cada um dos subgrupos dessas esferas deveria ter leis, poder e força para defender-se. Isso porque os subgrupos oficiais têm monopolizadas e pervertidas as instituições e suas burocracias, para a favorecê-los e para explorar os oscilantes indefesos, depois de re primir os antioficiais desarmados. Para chegar à democracia triádica proporcionalista, entretanto, será indispensá vel renunciar à maximocracia e aderir ou ser submetido a uma Ética do Ponto de Ouro em tudo, começando por impor limites a todo e qualquer oficialismo, seja individual, grupal, nacional e imperial, fazendo o mesmo com o antioficialismo e oscilante. O pri meiro passo é exigir TRANSPARÊNCIA em tudo que venha do oficialismo político, econômico e sacral, que é o único que tem sigilos. Os antioficiais e oscilantes já são minuciosamente vigiados e nada deles é sigiloso para o oficialismo, depois da Internet, celulares, cartões de crédito, GPS etc. A transparência, se existisse, se chamaria controle externo das instituições de poder. Os entronizados no poder político são pagos pelos impostos da sociedade; os entronizados no poder econômico são pagos pela mais-valia dos trabalhadores e os sobrepreços pagos pelos compradores, já que a riqueza não cai do céu; e os entroni zados no poder sacral são pagos por doações e dízimos arrancados dos fiéis por terro rismo espiritual. Já nos fizeram esquecer que “democracia” é o poder de todo um povo. Se pagamos, queremos serviços, e prestação de contas de riqueza, de negócios, de alianças, de planos etc. A credibilidade e a confiança nas “autoridades” e instituições estão morrendo, porque se tornaram mafiosas, precisamente porque se escaparam do controle social. Além de controlar “os de cima” é necessário evitar que os que sobem se cor rompam. Recordemos que o primeiro oficialismo, a base ou semente de todos os ofi cialismos posteriores é o oficialismo das mães sobre os filhos e, algumas vezes, o do

92

93 pai. E este oficialismo, que é a raiz de todos os demais oficialismos, também requer controle externo, pois há cada vez mais mães e pais disfuncionais ou autoritários. Em resumo: o oficialismo, ainda o mais proporcional, tem que saber que está sendo controlado, e tem que temer, para que não ceda à tentação de ser abusivo. Para temer, os oficialistas desproporcionais teriam que ser julgados e punidos por tribunais populares, e não por seus pares, geralmente em cumplicidade corporativa. Será preci so, também, substituir essa justiça do império romano, monádica, de um só culpado, por uma justiça em que haveria sempre três partes com responsabilidades proporcio nais, como propõe o Dr. Sebastião Batista (2004) em sua tese de doutorado “A Base Triádica da Justiça”. Nela, Dr. Batista propõe sentenças com base na corresponsabili dade familiar em que respondem, solidariamente com o réu principal, os pais, irmãos, avós paternos e maternos, tios e primos, até segundo grau, bem como filhos, netos e ex-esposos. A sociedade pode e deve recuperar o poder e a autocondução que lhe se questraram em tantos anos de “democracia” a serviço do poder econômico dos “de ci ma”. O esquema básico para identificar graus sucessivos de desproporção pode ser este: A)Qualquer um dos três subgrupos com menos de 10% da população, desde a família até um império, que concentre ao redor de 90% do poder e dos tri-recursos, de verá ser eliminado por criminosamente injusto. A justificativa para a desobediência civil e a resistência e, até o tiranicídio, é dada tanto pelo católico Santo Tomás de Aquino na parte da Suma Teológica em que trata do Regime dos Príncipes e no Comentário às Sentenças de Pedro Lombardo, bem como pelo filósofo e jurista protestante, John Locke, em seu Segundo Tratado sobre o Governo. B) Qualquer um dos três subgrupos, com menos de 15 ou 20% da população, desde a família até um império, que concentre ao redor de 80% do poder e dos tri recursos dos demais, é imoral ou, pelo menos, amoral e será preciso denunciá-lo, pressioná-lo, persegui-lo e encarcerá-lo. A justificativa é que o patrimônio ecossistêmi co é de todos, que a riqueza é produzida pelos três subgrupos e deve ser partilhada proporcionalmente. Os depredadores maximocráticos vão reclamar que somos contra o sucesso e o enriquecimento. Quem foi que disse e justificou que eles têm o direito a saquear o ecossistema e a abocanhar o máximo dos excedentes da produção? Somos a favor do sucesso e do enriquecimento proporcional, até 21 vezes acima do mínimo vital. C) Qualquer um dos três subgrupos, com mais ou menos 38% da população, desde a família até um império, que disponha de aproximadamente 62% do poder e dos tri-recursos, deverá ser louvado e premiado por estar dentro do ponto de ouro; sig nifica ser viável para todos e de estar de acordo com uma economia de equivalência, de moderação e respeito frente aos limites físicos do ambiente.

93

94

Para que isso seja viável, será necessário reformulação “tri” da vida e do mundo, difundida desde a família e a escola, por uma educação consciente, mais comprometi da com a vida que com a ciência e as perversões oficialistas. A História registra diversos movimentos, estratégias e tentativas para impor limi tes aos abusos do oficialismo que tem toda a liberdade de ação, enquanto o antioficia lismo e o oscilante são estritamente controlados por ele. Na Bíblia judaica, há referên cias ao ano sabático e ao jubileu a cada 50 anos, para deter a acumulação de riqueza pelo oficialismo econômico. A plebe romana, em 495 a.C., impôs os tribunos do povo para defendê-la contra abusos do oficialismo. Os ingleses comemoram 800 anos da conquista da Carta Magna de 1215, que foi um conjunto de medidas, um pre constitucionalismo para frear a maximocracia do oficialismo dos monarcas. O constitucionalismo de hoje em dia está dominado pelos poderosos e serve mais para aumentar seu poder que para submetê-los a um mínimo de limites. A Re forma ou a Revolução Protestante foi uma reação contra os abusos de poder do oficia lismo dos Papas. Daí em diante, o novo oficialismo se entrincheirou no trono e teve que ser derrubado por revoluções, seguidas de enforcamento, guilhotina, fuzilamento etc. Exemplos são a Revolução inglesa de Cromwell, em 1649, para impor o parlamen tarismo; a Revolução francesa em 1789; a italiana em 1870; a soviética em 1917; a cu bana em 1959; as revoluções islâmicas atuais etc. Como um dos arsenais do oficialismo é o secretismo, o sigilo, o camaleonismo, o gatopardismo etc., começou uma reação para forçar o oficialismo a dar TRANSPA RÊNCIA a seus atos, ganhos, declaração de bens etc. Não se trata só da corrupção, nem só do oficialismo político. Trata-se de todos os níveis de oficialismo, de todos os oficialismos e de todos seus abusos: abuso políti

94

95 co, econômico, público e privado, religioso, jurídico, masculino, feminino, manipulação da informação, abusos na dosagem do “opio” moderno ao povo, como futebol, novelas, carnavais, reality shows, jogos olímpicos, marchas etc., que são orgias coletivas. Mas não basta legislação para que os oficialistas “informem” o que fazem. Eles são geniais na mentira e maliciosos no engano; e sabem como burlar a legislação ou usá-la a seu favor. Trata-se não só de conhecer suas maquinações, mas de conter sua maximocracia em tudo. Há mais de 90 países no planeta que implementaram alguma legislação sobre transparência, às vezes sob o nome de liberdade e direito de informação. A Noruega é pioneira, com uma lei de 1766. Em 2009, Lord Myners, um ministro britânico, propôs, sem resultados, que qualquer organização pública ou privada fosse obrigada a infor mar a identidade e o salário de seus 20 membros mais bem pagos. Os bancos norte americanos, depois do golpe do 2008, têm que informar às agências de fiscalização o nome dos seus 5 membros mais bem pagos, já que seus executivos ganhavam até cento e cinquenta milhões anuais em bônus, além do salário regular anual de trezentos mil dólares. Desde 2009, Espanha está informando quanto ganham os membros do Concelho de Governo. Isso pode causar alguma intimidação mas não vai deter o abuso econômico dos oficialistas, pois sabem que com dinheiro todo se ajeita. Recordemos que não se trata só de frear os abusos econômicos de qualquer dos três subgrupos, principalmente dos subgrupos oficiais. Trata-se de frear todo tipo de prepotência e abuso, seja político-econômico-sacral de direita-centro-esquerda; seja ditatorial, socialdemocrata ou democrata; seja de brancos, amarelos ou negros; seja masculino, homoafetivo ou feminino; seja ocidental, médio-oriental ou oriental; seja cristão, islâmico ou budista; seja empresarial, escolar ou doméstico etc. Pelo truque de “ficar invisível” que todos os subgrupos oficiais usam para ficarem como sujeito oculto e, assim, melhor protegerem seus privilégios e desmandos, surgiu outra modalidade de torná-los transparen tes que está em www.wikileaks.org. Este é um sitio ou site que rebusca temas “confidenciais” dos altos mandos de qualquer parte do mundo e os põe na Internet. Como os consegue? Da mesma maneira que o oficialismo consegue saber tudo sobre seus adversários e sobre nós que somos suas vítimas: por espionagem. Os anti oficiais e oscilantes aprendem com os exemplos dados pelo oficialismo e sua tecnolo gia.

2.4. COMUNICAÇÃO TRIÁDICA

A comunicação é uma tática ou um arsenal que se usa para motivar/desmotivar, persuadir/dissuadir/forçar a conquista de satisfatores num jogo triádico. Sua utilidade maior seria adiar guerras.

95

96

A comunicação é a maneira mais branda ou suave de jogar o jogo triádico. Mas deixará de ser arsenal brando à medida que “a vítima” resista à investida. Isso de “di reito e liberdade de expressão”, “democracia”, “igualdade de oportunidades” é um ideal que funciona só quando favorece plenamente o oficialismo. Quando se arma uma ameaça a suas pretensões leoninas, se acabam a “democracia“, a “liberdade” e a “igualdade perante a lei”; e entra o oficialismo com seus arsenais mais pesados para impor seus privilégios por direito “divino”, pois se julgam deuses ou escolhidos pelos deuses. Ao comunicar-se, a pessoa está jogando um jogo triádico numa dada posição subgrupal, frente aos outros dois subgrupos, donde sairá ganhando ou perdendo satis fatores, ou empatando. Não existe comunicação neutra e sem consequências. Esta é a ilusão do subgrupo oscilante, que sempre trata de agradar a Deus e ao diabo, ou ao oficial e ao antioficial ao mesmo tempo, o que o deixa perdido em meio a um fogo cru zado. A comunicação de um monádico, individualista, egocêntrico, não busca o mútuo entendimento e a colaboração. Busca vitórias. A comunicação tem três formas: - Primeiro, a comunicação verbal-numérica que é o que você diz, através das palavras faladas ou escritas, textos, livros e teorias. - Segundo, a comunicação não-verbal que é aquela que você expressa, co munica ou informa silenciosamente, isto é, através da expressão corporal, dos gestos, do olhar, da postura, do seu visual, do seu modo de caminhar, do tom de voz, das co res, das piadas, dos jogos, das artes, do entorno etc. - Terceiro, a mais importante, que é a comunicação factual ou fáctica. Factual quer dizer fatos, poder, decisões, comportamentos, exemplos, trabalho, mercado, di nheiro etc. E esta é a que decide, a que marca, é a que cria fatos e rumos históricos, por isso se diz factual.

Todas as pessoas, em qualquer dos quatro níveis, utilizam estes três tipos de comunicação de maneira integrada, diferenciando-se na proporção e forma de expres são de cada pessoa e subgrupo, de acordo com sua hierarquia tricerebral. Quem tem predomínio do cérebro direito tem uma comunicação mais carregada com características deste cérebro, como roupas mais coloridas, soltas, muita decora ção corporal, muito movimento de corpo, com pequenas dosagens dos outros dois cé rebros.

96

97 Quem tem predomínio de cérebro esquerdo tem uma comunicação mais carre gada com suas características, como apresentação descuidada, crítica aguda e desa brida, lances de valentia e gestos agressivos, com pequenas dosagens dos outros dois cérebros. Que tem predomínio de cérebro central tem uma comunicação mais carregada com suas características, dentre elas: a sobriedade, o solenismo, a grandiosidade, o falar sem comprometer-se, o tom sobranceiro, autolaudatório e superior, como quem dá ordens para ser obedecido, com pequenas dosagens dos outros dois cérebros. A comunicação verbal e não-verbal é muito mais desinformacional que informa cional; como em qualquer jogo, é quase tudo blefe para induzir os adversários ao en gano. A comunicação que realmente conta é a factual, concreta, operacional. Portanto, há que dar maior atenção à comunicação factual, isto é, dar mais atenção ao que é fei to do que ao que é dito e teatralizado. Há que aprender e dedicar-se mais a “ler” e in terpretar a comunicação factual de todos os subgrupos, verticais, horizontais e trans versais; isso é mais importante que ler e interpretar seus escritos, discursos, suas mensagens de Internet, declarações de amor e lágrimas comovedoras. Agora que está de moda a gestão de conhecimento ou de saberes, passados presentes e futuros, que se faz via comunicação, vale a pena apresentar sua forma sis têmica triádica, num fluxo de três momentos ou fases que são – inputs, processamen to, outputs com feedback. Na fase dos inputs ou abastecimento de recursos, requer-se informação de mer cado sobre tipos de recursos necessários: compra, armazenamento e controle de es toque; no momento do trabalho de processamento ou transformação, requer-se infor mação sobre know-how, comunicação de ordens e instruções nas três dimensões do sistema corporativo; no momento dos outputs, requer-se informação sobre controle de qualidade, estocagem, marketing, venda, entrega, encaixe e partilha dos valores com controle contábil e feedback percorrendo o caminho inverso.

No caso de gestão por competências, estas têm que existir e serem distribuídas para cada um dos três momentos do fluxo, tanto na horizontal, como no fluxo vertical e transversal. O problema maior será fazer circular a comunicação informativa de forma coerente e nada ambígua pelos três momentos do fluxo e suas três dimensões. Oitenta ou até noventa por cento de toda comunicação verbal e não-verbal é mutreta para atrapalhar o adversário. A isso se denomina comunicação tática, despis tadora. Não é preciso entender de guerra, para notar isso; basta observar o marketing comercial e político. Portanto, não aceite palavras; observe os fatos. Sempre haverá dissonância normal ou gritante entre o que as pessoas fazem e o que dizem. Jesus Cristo já advertia sobre isso: façam o que eles dizem, mas não o que eles fazem.

97

98 Na hora de enfrentar um auditório, trate de saber, antes, que tipo de cérebros e de subgrupos estarão à sua espera, para adaptar seu linguajar tricerebral e trigrupal à maioria de seus ouvintes. Proceda então à organização de seu vocabulário, de seu vi sual e de seus chamamentos à ação, dando a cada tópico três versões: uma para cada cérebro ou subgrupo e no nível de complexidade de cada subgrupo. Os três subgrupos têm suas expressões, seus circunlóquios e palavrões, em cada um dos seus quatro ní veis. Gírias são expressões do nível 1, enquanto o “tecnocratês” é linguagem do nível três, o nível da tecnocracia.

REFORÇANDO ALGUMAS DICAS DE COMUNICAÇÃO TRI - O cultivo da comunicação verbal supõe falar corretamente. Isto significa: Fa lar a língua dos subgrupos oficiais, da academia, a língua erudita, culta, quando for preciso. Tem que saber escolher entre substantivos e adjetivos, escolher entre frases curtas e frases longas, porque é sempre melhor uma frase curta, na ordem direta. É preciso saber usar um ponto de interrogação, um ponto de exclamação, as reticências etc. É preciso saber usar frases em forma afirmativa e em forma negativa. Deve-se ter fluência, bom vocabulário, bons temas, ideias oportunas, sem deter-se a pensar olhan do para cima, sem tropeçar ou gaguejar. Há defeitos que empobrecem a comunicação como o uso de cacoetes ao come ço e ao final das frases; empregar incorretamente as palavras e os tempos verbais; fa lar com muito estilo e pouco conteúdo, ou muita palha e pouco milho; citar autores em forma excessiva, em lugar de pôr ideias próprias etc. Evite o uso de termos que produ zam cibernoses, isto é, ambiguidades ou mal-entendidos. - O cultivo da comunicação não-verbal supõe esforço, porque as pessoas são inconscientes e fazem gestos mecânicos. É preciso, pois, cuidar a maneira de usar os olhos, o rosto, a cabeça, os ombros, para conectar-se com todos os presentes. Tratar de fazer gestos da cintura para cima, sem esquecer uma das mãos, e que sejam ges tos que estejam de acordo com o que se está dizendo e não fazer gestos banais de abrir e fechar os braços, descuidadamente. Evitar gestos que possam sugerir alguma alusão pornográfica. Também é necessário dar atenção à apresentação corporal, cui dando do penteado, da decoração, combinação de cores, da postura. Esta é o modo

98

99 como se mantêm e se movem as pernas, como se mantém o corpo - ereto ou encurva do - se fica firme ou se balança frente aos ouvintes. É a aprumação pessoal. Será bom injetar alegria, brincadeiras, histórias e emoção no discurso. Os de cérebro direito são sempre a maior parte de um auditório. Uns 70%. - Para a comunicação factual é necessário que se tenha experiência de vida prática, de trabalho e de negócios, que se tenham exemplos para apresentar e, pro postas para oferecer. Sem isso, a comunicação verbal e não-verbal pode ser engano sa. Mas a comunicação factual não. Esta é documentável e tem testemunhas, câmaras de vídeo em todas as esquinas e portas, fotos, gravações e registro de tudo o que cir cule pelos satélites de comunicação etc. Acabou-se a vida privada. Então não fale do que não sabe e não faz, porque as pessoas pesquisam e vasculham a vida dos de mais. É necessário ter coerência factual ou tricerebral e ficha limpa, para que as pes soas possam aceitar a mensagem ou proposta, e para que o passado não desminta ou condene o orador. No caso de personagens públicas, há que ater-se à comunicação factual, porque a verbal é sempre empulhação. Mas também há que aprender a escutar, classificar, analisar e desdobrar as possíveis intenções ocultas do comunicador, para entender e planejar as respostas. Falta treinamento para este tipo de escuta. Há muita oratória e pouca “escutatória”.

2.4.1. SINTONIA COM OS TRÊS SUBGRUPOS

O jogo triádico, que é a interação dos 3 subgrupos, se joga pela comunicação, que é comando, é criar estados de ânimo, é obter reações ou compromissos. Cada um dos 3 subgrupos usa os 3 tipos de comunicação – a verbal, a não-verbal e a factual - à sua maneira, para tirar proveito máximo. Cada subgrupo tem seu estilo. Cada indivíduo faz o mesmo, tem seu estilo. Mas isso de 3 estilos e de comunicação com os 3 sub grupos é, quase sempre, muito inconsciente.

99

100 Os indivíduos e cada um dos 3 subgrupos precisam conscientizar isso para aprender a conviver decentemente entre si; e cada indivíduo tem que saber disputar a vida jogando em qualquer um dos subgrupos, segundo as exigências de cada jogo. Pa ra isso, é indispensável detectar em que subgrupo se está posicionando, a cada mo mento, a pessoa com quem vamos jogar. Algumas regras para a boa convivência e a tolerância são: A. Com uma pessoa oficialista, que gosta de mandar e ser atendida, adota-se uma comunicação de oscilante positivo, submisso, que dá ao oficial os créditos que ele espera. Mas isso só enquanto você estuda o oficialista para começar de maneira corre ta; depois, pouco a pouco, você vai assumindo a liderança e levando o jogo a um ponto proporcional. B. Com uma pessoa oscilante, com pouca decisão, sem metas próprias e que necessita ser “adotada” e mandada, usa-se uma comunicação de oficial positivo, pa ternalista ou maternalista para começar; depois, busca-se o proporcional. C. Com uma pessoa antioficial, que gosta de discussão e de contrariar, começa se dando-lhe logo razão, ainda que não a tenha, mas pedindo-lhe ajuda para encontrar a solução que se está buscando. Isto significa aliar-se para desarmar a discussão e criar colaboração.

2.5. COMO CADA SUBGRUPO JULGA E PENSA OS OUTROS DOIS. Características gerais dos 3 subgrupos mutuamente acusatórios e insultantes, por monádicos, embora, na prática sejam internecessários e corresponsáveis.

NOÇÕES GERAIS Oficialistas são os ocupantes das posições dominantes e mais altas de qualquer grupo nas três culturas, desde a família até os três poderes supremos - político, eco nômico e sacral. O subgrupo oficial e o antioficial são um par de danças puxando-se e empurran do-se de um lado a outro, observados pelos filhos, empregados, cidadãos e fiéis sem saber que partido tomar, pois o subgrupo oscilante é um seguidor. Há três tipos de “sangue” em jogo: sangue frio é o do subgrupo oficial; sangue quente é o do antioficial; e sangue de barata é o do oscilante. Quando qualquer um dos três subgrupos é positivo ou tri-proporcionalista vê, nos outros dois, amigos, complementos, e até, adversários, mas que há que respeitar porque são necessários para que se dê o jogo da vida. Quando um subgrupo é negati vo, monádico, unilateralista, egocêntrico e desproporcional vê, nos demais, inimigos dos quais há que defender-se e, quando possível, aproveitar-se, espoliar, submeter ou destruir, por meio da violência 1a do oficialismo, da contraviolência 2a do antioficialismo e da mini-violência 3a do oscilante. Esta é a origem das tri-acusações e dos tri-insultos. No paradigma monádico, individualista e unilateralista, qualquer dos três sub grupo tende ao corporativismo, à enfeudação, clubização, guetização, clanização, ma fialização, esquadronização, endogamia, exclusão de quem “não é dos nossos”, em bora tenham que conviver em simbiose com os outros dois como trigêmeos siameses, mas indesejáveis. A corresponsabilidade simultânea em tudo o que acontece é de 62% do oficialismo por sua violência 1a, primordial e permanente; é de 30% do antioficialis

100

101 mo por sua violência 2a, em irrupção intermitente; e é de 8% do oscilantismo por sua omissão passiva e violência 3a, torpe, primitiva, de animal caçador-coletor. A triadicidade, com a aliança de dois contra o terceiro, ainda é inconsciente para quase todos. Uns poucos, quando sentem sua presença dolorosa, aludem a ela vaga mente, em termos de bem e mal, desordem, luta de classes, conflitos, problemas etc. Um indivíduo e um subgrupo monádico só veem a si mesmos e seu próprio um bigo oficialista, mesmo sendo uns pobres diabos; e ignoram ou negam os outros dois; o diádico vê o oficial e o antioficial, mas não vê o oscilante; o triádico é o que menos distorce a realidade, porque trata de ver os três simultaneamente, cada um perceben do-se no jogo, fazendo rodízio nas posições do eu, do tu e do ele, ou do subgrupo ofi cial, do antioficial e do oscilante, sob critérios e limites de proporcionalidade. Os 3 subgrupos são irredutíveis um ao outro, ou estão impedidos, pela natureza da matergia, de se tornarem um só, ou seja, não desaparecem, são inextinguíveis. Embora os indivíduos passem de um bando a outro, nunca haverá um só subgrupo ou monobloco, nem nas ditaduras mais exterminadoras do capitalismo, nem no centralis mo democrático ou, classes não-antagônicas do socialismo; o oscilante sabe que está por baixo e é pisoteado pelo oficialismo; e o antioficial pode ficar oculto, clandestino, nas catacumbas, mas existe e espreita; e, no momento apropriado, sai de sua hiberna ção e vai à luta. Cada subgrupo monádico gostaria de ficar sozinho. A realidade nega. A interação, fricção ou disputa entre os três subgrupos tem um só nome: jogo triádico, que é o motor oculto de todos os divisionismos e de todas as guerras. É o agente de bastidores de todas as tramas, das quais poucos se dão conta. Os embates triádicos produzem fumaça que dificulta chegar a uma visão clara do jogo e seus subgrupos. Mas é preciso aceitar que existe e esforçar-se por entendê lo. Quando os três subgrupos se consideram inimigos entre si e não complementa res, o enlouquecido jogo triádico que eles desencadeiam os empurra para um holo causto, para uma tragédia planetária. A muito difícil solução seria aprender a conviver na proporcionalidade, limitando a maximocracia de cada um. Quanto mais alto um nível de oficialismo ou próximo ao mesmo, mais forte é o instinto “natural-automático” centrípeto, de unificação-uniformização-integração; por is so perde menos “átomos” ou membros, tem menos cismas, traições, rupturas. É a ten dência às máfias “naturais” ou coerência natural, por identidade de objetivos. Quanto mais baixo o nível, mais débil será a força centrípeta e mais forte a centrífuga e divisio nista; mais atomizados e pulverizados serão os membros de um sistema ou subgrupo, com mais tendência a perder membros, mais tendência aos rachas, cismas, às traições etc. Essas são as perversões e misérias de cada subgrupo, em seus diversos níveis.

101

102

2.5.1. OPINIÕES E ACUSAÇÕES de parte dos antioficiais e oscilantes ao OFICIALISMO, seja ele capitalista, socialista, religioso, micro ou macro.

“O neoliberalismo já não tolera nada, nem guerra, rede de proteção social, segu rança pública, defesa civil, socorro às calamidades, nem reconstrução pós-guerra sem que tenham fins lucrativos” (NaomiKlein, A Doutrina do Choque, 2008). Paraíso de privilégios para o oficial, purgatório para o oscilante, inferno para o antioficial. Quando não pode ganhar um jogo, o oficialismo muda as regras sem aviso prévio. Frases de Mefistófeles no livro Fausto, de Goethe: “Aquilo que não palpais está a cem léguas distante de vós; aquilo que não compreendeis, para vós não existe; aqui lo que não calculais, credes que não é verdade; aquilo que não pensais não tem para a vós peso algum; aquilo que não podeis transformar em dinheiro imaginais que nada vale”. “Mas até o próprio inferno tem suas regras e medidas”. As ciências exatas e seus profissionais abocanham todas as verbas de pesquisa porque trabalham servilmente para dar armas ao oficialismo e sua maximocracia, con tra o povo oscilante e seus possíveis líderes. Ciências assassinas. O oficialismo sabe criar tensões, comoções e “insoluções” perpétuas para fazer crer às massas que sempre o necessitarão para sobreviverem. Esta é a manha das campanhas psicopolíticas de dirigismo que, depois chama rão de “opinião pública”. O oficialismo está certo que chegou o momento em que é possível o controle absoluto da conduta das populações por máfias como as seguintes: Cúpulas, “Lojas”, “ordens” e clubes secretos que são top máfias, como as congrega ções religiosas católicas dos Templários, do Opus Dei ou de diversas organizações dedicadas ao comércio de almas; partidos políticos e seus guarda-costas como a NSA – National Security Agency - a CIA, a Al Qaeda, a KGB, a Mossad etc.; os grupos sa tânicos do oficialismo econômico mundial na sombra, como o Clube Bilderberg, os Illuminati, o Comité dos 300, o RIIA ou Royal Institute of International Affairs, o Instituto Tavistock da Inglaterra, o CFR ou Council on Foreign Relations dos Estados Unidos, o Fórum Econômico de Davos, as Agências de Risco, o Quarto Reich (este é o império anglo-americano-israelense) etc. O oficial se crê superior e dono de tudo e todos, autodeclarando-se povo esco lhido ou elite dos deuses. Por isso, acha que é um direito natural dele forçar o oscilante a trabalhar para ele na paz como empregado, para enriquecê-lo; e, a matar e morrer na guerra como soldado, para defendê-lo. O oficial é o menos confiável dos 3 subgrupos, um delinquente “credenciado” pelos deuses e autolegalizado por leis que ele mesmo cria. Os subgrupos oficiais políticos e econômicos tirânicos não se rendem e não ce dem por amor ou apelos do cérebro direito (pregação de Jesus Cristo), não cedem pela razão, lei/justiça ou apelos do cérebro esquerdo (Carta Magna, Revolução Francesa, Democracia). Só temem os apelos do cérebro central como canhões, guilhotinas, fuzi lamentos.

102

103 "A guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem, para o proveito de pessoas que, sim, se conhecem, mas que não se massacram". Frase do poeta francês, Paul Ambroise Valéry. “Não é a paz que lhes interessa mas, sim, manter a ordem que lhes faz serem patrões” (Mia Couto). O subgrupo oficial, por monádico, é incapaz de perceber o ponto de vista dos outros subgrupos, porque tem um ego hipnotizado/narcisista; e dá as costas ao plural, ao diferente e universal. Por isso, esquarteja tudo que é triádico ou diádico para reduzi lo a uma medida única: a do oficialismo. Só tem vistas para o efeito; só para o lucro; só para o patrão; só para o dinheiro; só para um lado da jaula tridimensional, o dele, como se fosse o único; só atua naquilo que lhe traz vantagens maiores, deixando, como efei to colateral, só migalhas para os demais. Ao massacrar o antioficial e o oscilante, ele também sofre degradação moral, mas que lhe importa? Pessoas responsáveis se torturam pelo possível mal que pos sam causar a terceiros, involuntariamente, enquanto o oficialista monádico se deleita em seu sadismo. la paraOnela oficialista depositar é como seus aovos vespa e, suas ammophila crias seque alimentarem pica a larva da sem larvamatáviva. Para enriquecer alguns poucos, os oficialistas exploram os trabalhadores mais fracos e violentam os mais indefesos (crianças e idosos), negando-lhes serviços bási cos. O capitalismo é covarde. O oficialismo cria o “vórtice do centro” que engole tudo, como o triângulo das Bermudas, como o império judeu-anglo-americano no mundo etc. O oficialismo não tem que dar explicações a ninguém; nem que repartir com ninguém; nem que ter fé em ninguém e em nada, a não ser em si mesmo. Só o oficialismo “educa” as massas. O oficialismo segue a lei de liberdade de expressão só para ele, e esconde seus segredos sob sigilos mil e, ainda, proclamando transparência; o antioficial e o oscilante seguem a lei do silêncio, mas são obrigados a confessar, até sob tortura, quando o ofi cial o requeira. Por ser monádico, o oficialismo sofre de cegueira do “tu” e do “ele” ou os disso cia do “eu”. Cada um na sua. “Cada um por si e Deus por todos”. Um governo neoliberal é como um caixa automático das elites. “A política não pode ser conduzida pelo mercado” (Pepe Mujica). “Brasil não é um país pobre; é um país injusto” (Fernando Henrique Cardoso). Um banco central independente é a sede do governo econocrático e suas regu lações clandestinas, agindo como uma república independente dentro de um Estado; é um poder paralelo, como a Igreja católica o é para o Estado nos países latinos, e como o judeu-protestantismo o é nos países anglo-saxões. Nas mal denominadas “democracias”, cada novo presidente político recebe as chaves da casa, mas não a combinação secreta do cofre. A ideologia do livre mercado é um totalitarismo com belas desculpas para prati car o mal pela via da livre guerrilha econômica.

103

104 A alta política e as altas finanças são a melhor demonstração do crime bem or ganizado. As gangues de rua são exemplos do crime mal organizado. “Cinquenta as saltos de gangues no Uruguai renderam cinco milhões de dólares; dois assaltos sem armas de fogo, executados por um banco e um financista, renderam bilhões de dóla res”, numa citação do intelectual uruguaio, Eduardo Galeano. Deixai-me emitir e controlar a moeda de uma nação, e não me importará quem escreva as leis! (Rothschild, em 1838). “Dê uma arma a um homem e ele poderá assaltar um banco; dê um banco a um homem e ele poderá assaltar todo mundo”. “Os vampiros de Wall Street compraram um Congresso para si”. (Artigo de Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, em 2008). Os bancos e financeiras dos EUA e da União Europeia estão reproduzindo a mesma conjuntura que produziu um Adolf Hitler. Eles, os oficialistas, não são cegos, surdos e mudos: são maus e perversos. O voto democrático propõe e a ditadura financeira dispõe. Os vivos não são go vernados pelos mortos, como dizia o grande economista, John Maynard Keynes; são governados pelos mais vivos. Qualquer oficialismo pratica a partidocracia de privilégios para seu bando, acima da democracia para todos. A chamada “falta de vontade política” para tomar uma deci são necessária ocorre quando tal decisão não carreia suficientes vantagens ao oficia lismo. O mandamento religioso para os oscilantes “ama a teu inimigo” é extremamente útil para o oficialismo que, sendo perverso e carrasco, ainda se faz amar por suas víti mas por meio de tais princípios sublimistas. “Poderoso cavalheiro é Dom Dinheiro”, dizia Dom Quixote. Um rico, faça o que fizer de mal, sempre será admirado, pois o dinheiro confere respeitabilidade, santidade, virtude e valor a quem o tenha. Os fundos de pensão que investem na especulação bursátil são os “impostos” que o “oficial” dos oscilantes (os diretores dos fundos) cobram, repetindo o mesmo es quema, como um oficialismo de segunda. Fora com a história de que no trabalho há uma dádiva recíproca. O que há é uma hierarquia muito assimétrica na contribuição para o trabalho e na recompensa ou distribuição da mais-valia. Sócios na hora de caçar e inimigos na hora de repartir, como a sociedade de caça entre o leão e a ovelha: esta será o jantar do leão. “Quem parte e bem reparte sempre fica com a melhor parte”. Com a desregulamentação do trabalho, regressamos ao servo da gleba, em que a corporação é o novo feudo e o dono ou executivo é o Príncipe feudal. O neoliberalismo está aumentando o poder e patrimônio privado-particular, pelo assalto ao poder e patrimônio público-coletivo, mal guardado pelo Estado em mãos de políticos comprados. O desejo secreto do oficialismo é inventar armas silenciosas para uma ditadura indolor… Um oficialista não respeita nem a mãe, imagina se vai respeitar o Papa ou ou tras autoridades!

104

105 Para o oficial e seus fins perversos, todos os perversos meios são bons, ou seja, vale tudo. Só existe o que o oficial diga, aceite, descubra. Busca a unanimidade, mas “toda unanimidade é burra”. Os oficialistas parecem estar sempre disputando entre eles o Nobel da Cruel dade. O oficial se faz o desentendido, o desaparecido, não se dá por aludido; enfatiza os resultados ou efeitos, escondendo o causante dos estragos, que é ele mesmo; e assim permanece invisível, um sujeito oculto. O oficial é o verdadeiro “intocável”. Desde sua privilegiada situação inventa/cria dificuldades, carências, terror, para depois vender facilidades de salvação. Os subgrupos oficiais têm medo que o medo acabe... (Mia Couto) A justiça é um sistema de leis-truques para justificar-legalizar as injustiças do oficialismo. O critério de justiça do oficialismo vitimador é evitar que a vítima reaja. “A política é um vaivém de bandos, especialistas em cumplicidades com visão de negócios”. Frase do mexicano Octávio Paz, prêmio Nobel de Literatura. “Está transbordando a burocratização oficialista do mundo”. Frase do sociólogo alemão, Max Weber, já assustado com tal fenômeno no começo do século XX. Os oficialistas, de filhos prediletos da natureza, se autopromoveram a represen tantes de Deus. Reis/imperadores por direito divino já foram banidos; falta banir papas, aiatolás, Dalai lamas por direito divino. O dinheiro é a única via de salvação. Os ricos e poderosos não têm pátria, têm territórios de rapina. Depois de negar aos pobres o necessário, o mercado brinda aos ricos o supér fluo. Regras de comunicação oficialista: Não me diga o que faz; diga o que me é útil e o que me acrescenta. O oficialismo quer luz (holofotes) para o pouco que dá; mas quer o escuro para o muito que tira. O oficialista é um maximocrata errante em busca de sempre mais; é peregrino de um futuro que se afasta como o arco-íris ou miragem, que ele se mata para agarrar. As bolsas-cassino de especulação criaram e alimentam o vício do dinheiro, que o oficialista crê ser sua bondosa virtude. Mandamentos do oficialismo: Não me considere o chefe; considere-me apenas um colega de trabalho que sempre tem razão... O oficialista crê que tem que ser servido pelos demais. Só é honesto quando o golpe pode vir a ser descoberto. Oficialismo: vitória de um só lado com a derrota dos outros dois e seus níveis subordinados. Pombas e falcões são oficialistas ou oligarcas, diferentes só no disfarce. Sobre os mais débeis é onde o oficialismo ostenta sua enorme eficiência buro crática. A lei é só para os infelizes que não podem evitá-la ou comprá-la.

105

106 O Estado não legisla sobre o bem comum; legisla sobre privilégios e exceções. O planeta se tornou o parquinho de diversão dos ricos. O sub-reptício governo do mundo por banqueiros, financistas, agências de risco e donos do dinheiro é ilegal, discriminatório e crime de lesa humanidade. “A glória e o dinheiro são venenos que só se devem tomar em pequenas doses para não danificar a mente” (Manuel de J. Céspedes). Os meios de comunicação de massa, que são concessões públicas a serviço da informação, estão cada vez mais a serviço privado do oficialismo para conseguir que seu banditismo pareça ser de utilidade pública. "Antigamente, os cartazes nas ruas, com rostos de criminosos, ofereciam re compensas. Hoje em dia, pedem votos". O Opus Dei deve constar no livro das grandes sociedades secretas do tri oficialismo, como no livro “Clube de Bilderberg” (Estulin, 1998). A legislação pública, que é encobridora do assalto oficialista, é suportada com resignação e raiva contida, devido ao monopólio ameaçador da força: se as vítimas protestam, o subgrupo oficial põe as tropas na rua. As ligações entre o poder público (político) e o privado (econômico) são perigosas. Cheiram a cumplicidade. Os “ajustes fiscais” são golpes para aumentar o muito dos de ci ma, extorquindo e piorando o pouco dos de baixo. Há um evidente esforço conspiratório dos “de cima” nos 4 níveis para impedir a ascensão “dos de baixo” tanto em educação, informação e política, como para passar de empregado a empresário (ou de pobre a rico) e de membro de um clã famili ar/religioso a um ser livre e autoconduzido. A esquerda faz autocrítica, o oscilante pede perdão pelos pecados que lhe atri buem, enquanto a direita oficialista crê estar sempre certa, desde a época das caver nas ou desde o Big Bang. A Economia não é ciência; é uma coleção de frases feitas para encobrir/justificar os grandes ladrões. Todas as revoluções decepcionam, mais não só as revoluções dos antioficiais: as dos oficialistas também. A escalada social produz psicopatas individuais, grupais, nacionais e imperiais. A guerra contra a droga e os tumultos de rua são uma máscara para a guerra social não resolvida. Para o poder econômico não existe e nem se permite fiscalização popular. Por quê? Capitalismo é um sindicato de egoístas. “As críticas públicas ao 1% dos cidadãos mais ricos são comparáveis aos ataques de Hitler aos judeus (Tom Perkins, membro dos 1%). Quando em algum país o governo comete injustiças, então o único lugar onde um cidadão honesto pode viver é no cárcere (David Thoreau). Depois da perda do paraíso por Adão e Eva, os ricos e poderosos criaram mui tos outros para eles: os paraísos fiscais.

106

107 Trajetória histórica do oficialismo político: de primitivo macho alfa, matri arca/patriarca, xamã, cacique, caudilho, capitão, presidente, rei, imperador de direito divino, chegou, finalmente, a testa-de-ferro do poder econômico. Trajetória do oficialismo econômico: de primitivo coletor-caçador nômade, assaltante, guerreiro, adorador do bezerro de ouro, agricultor, senhor feudal, comerci ante, agiota, empresário, chegou, finalmente, a banqueiro vampiro e especulador fi nanceiro. Trajetória do oficialismo religioso: de primitivo aprendiz de feiticeiro, coroinha, bruxo, mago, sacerdote, profeta, guru, rabino, pastor, pároco, bispo, cardeal, chegou a aiatolá, lama, pontífice.

2.5.2. OPINIÕES E ACUSAÇÕES de parte dos oficiais e antioficiais AOS OSCILANTES.

“Não existe essa coisa chamada sociedade”. Frase da primeira ministra inglesa, Margareth Thatcher. O pobre e o povão são bons enquanto não têm os meios para ascender e serem oficialistas. A cada degrau na ascensão político-econômica, “melhoram” um degrau na perversão. Os mais estáveis são os medíocres. Por isso Deus produz tantos. O oscilante não tem vida senão em simbiose com o oficial ou o antioficial. O oscilante só sabe falar no condicional e em diminutivos para tudo. Ser “alienado” não é ter ausência de ideologia: é ter fragmentos da ideologia ofi cialista ou antioficialista, transformada em crença pessoal. Os oscilantes são um mercado de crédulos. Oscilante é o animal doméstico do oficialismo. “O burro não sabe do moinho que move e vice-versa” (Mefistófeles). Mão dura com o oscilante: ele não aceita facilmente ser dominado ou subalter no, porque ele também é maximocrático. Humildade é hipocrisia. Quando anunciam: “a palavra com o oscilante”, desligam o microfone sem que ele se dê conta. Os oscilantes são um rebanho que segue a lógica do matadouro: vivem e mor rem para o bem do dono, do oficialismo, embora se declarem apartidários, neutros, in dependentes, livres… Sem se dar conta, os oscilantes são convertidos em soldados de um exército sem nome. Não se pode imaginar que todo o povo permaneça todo o tempo em assembleia para decidir sobre os negócios públicos/coletivos (crítica à democracia direta). O oscilante não tem o hábito de ver atrás, por baixo e além das aparências. O oscilante é um místico, irmão de todos, sem suspeitar de Caim.

107

108 O oscilante não sabe se está vindo ou se está indo, é um eterno despistado. Es tá na base de qualquer pirâmide. É dependente, neutro, cérebro direito, proletário alie nado, marionete, inconsciente cultural, e manipulado pelas religiões. O oscilante é um extra, um figurante da peça teatral chamada “Vida”. Só os oscilantes não sabem e não praticam a conspiração social. O oscilante tem comportamento rotineiro, mecanizado. É altamente arregimen tável. É infiel, inconstante, dividido nas lealdades. Eternamente indeciso, amorfo, ane xado pelo oficial ou antioficial, ambivalente, carne de canhão, vai com o rebanho. Osci lante é periferia, está à margem, por fora, está sempre no banco de reservas. O osci lante é o oposto do autoconduzido: é servo, empregado, súdito. O oscilante é um amador, um não profissional, um diletante, gelatinoso, autóma to, fleumático, autodesmoralizado, um anti-herói do silêncio, da passividade, das práti cas quietistas, para gozar o que pode dentro da sua pobreza. “Bom” ou “mau”, o osci lante será sempre maltratado. O oscilante é como um camaleão. Tem mentalidade de formigueiro ou de colmeia. O oscilante é como o zero na matemática, e o centro na política, como as articu lações ósseas, as dobradiças, as esquinas e encruzilhadas, as pontes; são centros ar ticuladores, pontos de convergência, força centrípeta de qualquer conjunto de três e não ponto de divisão, fronteira, alfândega. O oscilante é o homem padrão. Suas virtudes são servis. É um frouxo e simpló rio. O oscilante é um pacifista negativo: esconde seu medo à mudança, à luta, a sair de seu comodismo e reduto familiar-profissional. Os movimentos sociais têm vínculos, mas não integração para a convergência. O subgrupo oscilante é o terceiro lado, que é quase sempre “invisível” nas deci sões importantes do oficialismo que só teme os antioficiais. O valor do oscilante é de mula de carga e de consumidor idiota. O oscilante é “escravo por natureza”, é o homem trivial e obediente. Esperança é o opio dos pobres. Promessas neles! A esperança de todo o oprimido é chegar a ser opressor. Trajetória histórica do oscilante político: de massa amorfa inicial, virou povo, vassalo, eleitorado, cidadão, e chegou mas durou pouco na “ditadura do proletariado”, retornando à condição de João Ninguém. Trajetória do oscilante econômico: iniciando como escarvo, passou a servo, proletário, mão-de-obra, recurso humano, e chegou a consumidor forçado, mas como “precariado”. Trajetória do oscilante religioso: começando como pagão, filho de Deus, de voto, fiel, chegou agora a pagador de promessas e dízimos.

2.5.3. OPINIÕES E ACUSAÇÕES de parte dos oficiais e oscilantes AOS ANTIOFICIAIS.

108

109

Nunca se viu um rico mendigando favores à porta de intelectuais e santos; o contrário é o que se vê todos os dias. Todo homem tem seu preço; os das as esquerdas também. Aviso aos antioficiais: a conquista da liberdade consiste em escalar níveis sem pre mais altos em qualquer hierarquia para poder viver dos demais. A História mostra os antioficiais, idealistas, revolucionários, fracassados e em pobrecidos, como os principais candidatos ao martírio: Buda, Sócrates, Jesus Cristo, Francisco de Assis, Baruch Spinoza, Manuelita Sáenz, Carlos Marx, Flora Tristán, Ro sa Luxemburgo, Olga Benário, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Frida Kahlo, Che Guevara etc. A esquerda é uma fábrica de mártires. O antioficialismo é intermitente, como a fome e a febre. Quando chega à posição oficialista, é como uma exceção ou emergência para algumas correções ou revitaliza ção do processo, dando, em seguida, passo à restauração do velho oficialismo de cé rebro central. Tem o destino do zangão fertilizador... “A enfermidade infantil do esquerdismo”. Famosa frase de Lenin. O antioficial se autoproclama o revisor e censor de tudo e todos. O antioficial é sectário, um separatista para criar sua própria posição oficial de poder. O antioficial está do lado errado da história, é o eixo do mal. O antioficial encarna o mito da hétero-salvação pela política, pela ciência, pela igualdade socioeconômica, pela justiça social etc. Todas suas aventuras não passaram e não passarão jamais de verborreia revolucionária. É hora de aprender que o modo violento de fazer mudanças ou revoluções deve mudar para re-evoluções por via pacífica. O crescimento das esquerdas é o colapso da cooperação e da paz. As revoluções pretendem fazer avanços; mas geralmente puxam o freio de mão para a economia e terminam em marcha à ré. Tudo vem do dinheiro e vai para o di nheiro; a política é periférica, quando não um estorvo. O sindicato de trabalhadores é a cópia estéril do sindicato de patrões. Os movimentos sociais populares não são mais que um trampolim usado pela sede de poder das lideranças de esquerda. Democracia é quando eu mando em ti. Ditadura é quando tu mandas em mim. O antioficial engana e se autoengana sobre o que deseja, mas é sempre o poder. As esquerdas são o inimigo interno de um país. “Não se preocupem com as esquerdas; elas se acabam sozinhas” (Tancredo Neves). O fim da União Soviética marca o fim da história deste tipo de revoluções e uto pias. “Profetas armados venceram; profetas desarmados foram vencidos” é uma frase de Maquiavel. “Quem com ferro fere com ferro será ferido”. O modelo e destino de todos os revoltosos está em Lúcifer. A Teologia da Liber tação provou que a heresia luciferina é eterna. São Miguel e Torquemada neles!

109

110 Se até as comunidades de base dos Atos dos Apóstolos fracassaram sendo compostas de santos, o que se pode esperar de comunidades organizadas por intelec tualoides e fanáticos anarquistas. A UNE, os sindicatos, os movimentos sociais são escolas das esquerdas para formar futuros líderes da direita. A maioria dos membros das esquerdas é raivosa porque tem problemas mal re solvidos com seus pais e autoridades de infância. Esquerdas freudianas! A revolução política encabeçada pelas esquerdas é a mais superficial das revo luções; essencial é a revolução econômica que só a direita sabe fazer. Querer mais do que é possível é um querer pior. O povo sempre esteve melhor sob governos capitalistas que sob governos soci alistas. As esquerdas se valiam de tentadoras ideologias que já não tentam a ninguém mais. Revoluções vitoriosas ganharam este epitáfio: “último dia do despotismo e pri meiro dia do mesmo”. “Quem não é revolucionário na juventude é um alienado; quem continua sendo-o depois, é um tonto”. Mais vale burro vivo que cavalo morto. As esquerdas que chegam ao poder são hábeis politiqueiras; mas levam seus países ao desastre econômico, porque não sabem administrar. “Si hay gobierno”...

Trajetória do antioficial político: de Lúcifer, Caim, ovelha negra, Espártaco, traidor, anarquista, insurgente, revolucionário, guerrilheiro, a esquerdista/marxista. Trajetória do antioficial econômico: de escravo, quilombola, ladrão, bandolei ro, contrabandista, sindicalista, máfia, agora se organiza em comunidades alternativas, clubes de economia social. Trajetória do antioficial sacral: de pagão, infiel, herege, apóstata, cismático, iconoclasta, protestante/reformador, materialista, ateu, chegou a religiões satânicas. Entretanto, o mundo se move e “La nave va”.

2.6. LOGOTERAPIA (terapia do vocabulário, da sintaxe, do texto e contexto).

Fazemos LOGOTERAPIA ou “semioterapia” das prisões conceptuais-verbais das três culturas de hoje, para revelar o que omitem, distorcem ou ocultam. As gramá ticas, expressões ou categorias, sua sintaxe e seus silogismos são de lógica monádica, típicos das ciências mais exatas porque trabalham com números ou realidades discre tas e quantificadas. Como as Ciências Sociais, Humanas e filosofias trabalham com palavras “sem fronteiras exatas” porque são realidades continuas, temos que aderir à linguagem sistêmico-triádica e sua lógica “incerta”, “difusa” e “paraconsistente”, ou se ja, lógica das proporções triádicas. Tudo isso é para chegar a perceber, prever e pro por um novo mundo fora dos patrões gerais do capitalismo, do marxismo, do teologis

110

111 mo e dos padrões das ciências específicas e seus conceitos e silogismos unilaterais. Precisamos de uma Ciência Social Geral. A logoterapia é um exercício de triadização de conceitos. Alguns exemplos:

VELHA LINGUAGEM SACRAL Alteridade

Amar Bem e mal Bruxaria, magia, esoterismo Caminho interior Cisma Consciência (moral) Diabo Eterno retorno Excomunhão Fiéis, crentes Herege Moral, ética, princípios Morte Mundo interior Mundo exterior Pagão

Perfeição Revelação Santidade Teocracia Vícios Virtudes

LOGOTERAPIA TRIÁDICA

Os outros dois jogadores ou subgrupos de mim mesmo. Seria “bi-alteridade”, tri-identidade, inclusão do “tu” e do “ele”. Buscar uma fonte de tri-satisfatores com endorfina Ganhos ou perdas vistos unilateral e monadicamente; ou neguentropia, ponto de ouro e entropia. Fenômenos do cérebro em ciclagem reduzida que produz estados mentais alfa, théta e delta. Alfa-meditativo do cérebro direito. Ruptura, independência, separatismo de um subgrupo an tioficial religioso, para tornar-se oficial. Critérios de julgamento segundo a hierarquia tricerebral de cada um e de cada subgrupo. Símbolo e personificação do antioficialismo. Recorrência do molde sistêmico tri-uno da matergia em cada nova epigênese. Expulsão, exílio, exclusão de membros antioficiais de um grupo pelo subgrupo oficial do mesmo. Subgrupo oscilante de uma religião. Indivíduo antioficial de uma religião. Regras em busca de Proporcionalismo triádico. Transformação energética de um estado presente a outro estado de ser, sem extinguir-se, porque a energia é eterna. Três cérebros tetranivelados e suas interações, interfaces ou comutações. Tricerebrar. Três subgrupos de comportamento tetranivelados e seus correspondentes jogos triádicos disputando satisfatores Nome que qualquer subgrupo oficial religioso dá a seus subgrupos antioficiais, ou aos que não aderem. Para os is lâmicos, os cristãos são pagãos. Para os judeus, todos os não-judeus são pagãos (goyim). Evolução tricerebral. Maximocracia de desempenho. Mensagens intuídas em estado mental alfa, théta, delta, mas interpretadas como recebias de seres sobrenaturais. Proporcionalidade motivada pelo nível 4 do cérebro direito. Clero como subgrupo oficial de uma sociedade. Sucedâneos, fontes não-humanas de endorfina. Comportamentos proporcionais para os 3 subgrupos.

VELHA LINGUAGEM CAPITALISTA Bem Comum Bens, produtos

LOGOTERAPIA TRIÁDICA

Bem dos três subgrupos tetranivelados, em proporções Satisfatores tetranivelados, monetarizados ou não mone tarizados, classificados pelos três cérebros ou pelos 14

111

112

Bem-estar Capital Capital social Cobiça-avareza-avidez Competição selvagem Conflito, problemas Divisão de Trabalho Eleições “democráticas” Elite, elitismo Esquerda, centro, direita Estado Facilismo Governo Homem comum, populacho Inflação

Hierarquias, estrutura Livre mercado Mercado Moeda Necessidades básicas Oferta e demanda Partidos políticos Perdido de si, alienado Poder

Protagônico, hegemônico Povo Trabalho Vida com qualidade Violência

subsistemas. Os quatro níveis de vivência pelos três cérebros ou pelos 14 subsistemas. Símbolo de satisfatores monetarizados. Satisfatores não monetarizados, não precificados. Maximocracia de poder e dinheiro. Pressurização abusiva do jogo triádico. Jogos triádicos. Níveis de agendonomia/ocupações dos 14 subsistemas. Direito de a vítima escolher e pagar seu vitimador. Ser escolhido para o oficialismo mais alto do poder políti co, econômico, sacral/religioso. Antioficial, oscilante, oficial. Personalidade jurídica dos três subgrupos de um país. Despressurização, laxismo do jogo triádico, anomia. Subgrupo oficial de gestão de uma sociedade, tida como um condomínio (co-propriedade dos três subgrupos). Oscilante Elevação de preços pelo oficialismo econômico para ace lerar seus ganhos ou para corrigir alguma mutreta do ofi cialismo político. É como um imposto, mas ilegal. Sa queio. 4 Níveis organizacionais e de funcionamento. Livre maximocracia no econômico. Intercâmbio de satisfatores monetarizados. Qualquer símbolo de equivalência com satisfatores. Necessidades tricerebrais ou dos 14 subsistemas no ní vel 1 (a linguagem socioeconômica é precária nisso). Outputs e inputs de prestadismo e usuarismo. Três subgrupos em disputa de oficialismo político governamental, para o saqueio dos oscilantes. Oscilante que não se dá conta do jogo triádico. Oficialismo micro, médio e macro ou tetranivelado no po der político, econômico e religioso, ou em qualquer dos 14 subsistemas. Posição de subgrupo oficial. Subgrupo oscilante. “Povo brasileiro” abrangeria todos os brasileiros, vistos em três subgrupos e em quatro níveis. Agendonomia tetranivelada. 4 níveis de vivência tricerebral com piso de qualidade mí nima e teto de qualidade máxima. Violência 1a (oficial); violência 2a (antioficial); violência 3a (oscilante) em 4 níveis ou vários graus de intensidade.

VELHA LINGUAGEM DIALÉTICA Alienação Burguês, burguesia Capital Capitalismo, plutocracia Classes não antagônicas

LOGOTERAPIA TRIÁDICA

Noofagia, tornar uma pessoa inconsciente, manejada, oscilante. Oficial econômico ou aspirante a. Símbolo de satisfatores monetarizados, por trabalho pas sado, acumulado. É metáfora para “donos do dinheiro”. Regime onde os donos do dinheiro governam. Suposta “identificação” do oscilante com o oficial e vice

112

113

Conscientização Contradições Economia crítica Ideologia Igualdade, equidade Esquerda Luta de classes Materialismo Dialético

Progressistas Reacionário Superestrutura Valor

versa, sem hegemonia, sem exploração e sem alienação. Dar-se conta do jogo diádico de exploração do oscilante pelo oficial. Teria que ser das jogadas dos três subgrupos. Choques entre as maximocracias dos 3 subgrupos em qualquer jogo triádico. Economia socialista (antioficial) em oposição à clássica (oficial) de Adam Smith e Milton Friedman. Conjunto de razões e crenças de cada um dos 3 subgru po para justificar e negociar seus interesses. Níveis de vivência com diferenças proporcionais. Qualquer subgrupo antioficial, não só o marxista. Jogo triádico vertical entre níveis de vivência. Dominância, oposição e oscilância de, no mínimo, três elementos em todos os níveis de complexidade. Mater gismo trialético-sistêmico. Antioficiais do oficialismo capitalista. Antioficial do marxismo ou de uma inovação. Poder político, econômico, sacral e suas ideologias. Grau de custo e importância conferido a um satisfator convertido em preço ou valor de uso, pelo cérebro central; o cérebro direito, além do custo e importância, confere a um satisfator um apreço ou valor de estima; o cérebro es querdo expressa o valor em termos de custo/benefício e margem de ganhos para mais ou para menos.

Tudo o que se disse sobre grupos, subgrupos e sua interação triádica, aplica-se à escola ou universidade, à associação de pais e mestres, a um centro acadêmico de estudantes, ao sindicato de professores ou trabalhadores, à convivência com a comu nidade e sua associação de moradores e a cada família. Aí estarão, sempre, o dina mismo triádico, os jogos triádicos entre eles e dentro de cada um deles. A escola deve ser o lugar onde se explique, se entenda e se controle o jogo triádico da vida, e onde se assimilem valores ao redor da proporcionalidade, que é o núcleo da democracia tri ádica.

2.7. TRI-MOTIVAÇÃO. Que é motivar?

Motivar é apontar ganhos pelos três cérebros e criar nas pessoas o desejo de obtê-los, mostrando o caminho e as regras, garantindo que se cumpram. - Por que tri-motivação? - Porque por maior diversidade que haja numa organização, pode-se agrupar to da essa diversidade em três grandes subgrupos, três blocos de hierarquia tricerebral. De acordo com hierarquia cerebral, alguém sente atração prioritária pelos ganhos típi cos do cérebro dominante; depois, dá prioridade aos ganhos típicos do cérebro sub dominante; e o entusiasmo menor será pelos ganhos de seu cérebro mais débil. Quer dizer: não todos se motivam pela mesma coisa e com o mesmo grau de entusiasmo. São, por tanto, três tipos de motivações, correspondentes a três tipos de ga nhos. E se queremos ser mais bem enfocados, fazemos um plano de motivação que, além de ser triádico, seja tetranivelado. Alguém de cérebro esquerdo mais alto gostará do vinho, mas o de cérebro esquerdo mais baixo gostará de cerveja. A um alto executi

113

114 vo apetecerá um jantar com caviar e cozinha francesa, enquanto o peão preferirá um churrasco. Podemos ordenar as muitas alternativas de motivação pelo tricerebrar: - Motivações típicas para o cérebro esquerdo são: ganhos de aprendizagem; educação; visão crítica; domínio técnico; conhecimento do negócio da empresa; saber o que acontece; direito à autoavaliação etc. - Motivações típicas para o cérebro direito são: ganhos de reconhecimento e sta tus; autorrealização; respeito e dignidade; sentir-se parte importante; poder criar algo; relações de amizade; convivências, happy hour etc. - Motivações típicas de ganhos para o cérebro central são: ser admitido como colaborador, associado; benefícios econômicos; equidade na partilha; acesso a cargos de liderança e poder; possível ascensão salarial; crescimento profissional; bom ambi ente físico; segurança no trabalho etc.

Estamos, sem dúvida, em transição de época, embora não se saiba o nome da época a que vamos chegar. Mas sabemos que estamos saindo do atual modelo moná dico e maximocrático de organização política, econômica, eclesial, familiar, escolar, empresarial etc. Somos já uma sociedade pós-capitalista, pós-socialista, pós-eclesial. Estamos numa situação semelhante à de Maquiavel, Lutero, Cromwell, Locke, Descar tes, Newton, da Revolução francesa, que tiveram que criar outra explicação da realida de, criar novas instituições, um novo modo de pensar e uma correspondente nova lin guagem para superar a Idade Média papal. Qual será o novo paradigma mental e sua nova linguagem? Pelo que se apre sentou até o momento, terá que ser uma linguagem sistêmico-triádica. Teremos que deseuropeizar-nos, desaportugesar-nos, desembarcar-nos do Século XX e suas bata lhas, para criar outra explicação da realidade, criar novas instituições, um novo modo de usar os três cérebros, aprender a nova linguagem sistêmico-triádica e suas ferra mentas amplificadoras das funções mentais, com uma Ciência Social Geral.

SEM PROPORCIONALIDADE NÃO HÁ CIVILIZAÇÃO

114

115

CAPÍTULO 3 PROGRAMAÇÃO TRICEREBRAL E INSTALAÇÃO DOS CÓDIGOS CULTURAIS E TRILHAS MENTAIS PELA FAMÍLIA

“A mão que move o berço move o mundo” frase do escritor francês Vitor Hugo. “Para compreender um homem, devemos observar a criança nos braços da mãe”. “O homem todo pode ser visto no berço”. (Frases do escritor e político francês Alexis de Tocqueville, no livro Democracia na América, de 1830, depois de visitar Estados Unidos).

115

116 3. COMO SÃO PROGRAMADOS OS TRÊS CÉREBROS?

Para responder a pergunta há que estudar os primeiros sete anos na família. Ao nascer, nos ajustamos à família para sobreviver. Como a família é um sistema unitriá dico - um grupo com três subgrupos disputando pessoas e fontes de satisfatores ou de sobrevivência - isso vai moldando os três cérebros em seus quatro níveis; vai pro gramando e treinando as crianças como jogadoras do jogo triádico mercadológico da vida. Aprendizagem é isso: a composição de redes neurais e sinapses em cada um dos três cérebros e de seus 4 níveis, para o tri-desempenho existencial, segundo os educadores-programadores de cada etnia e sua classe social. Só na adolescência, alguns começam a mudar e a reconstruir seus três cérebros, dada a plasticidade (o deixar-se mudar ou reconfigurar) do cérebro. Mãe, pai e outros membros da família são disputados pela criança como fontes de satisfatores para sua sobrevivência. Isso determina que, por um lado, vai-se crian do adesão, laços, fixação, amor, endorfina, para com a fonte de satisfatores coopera dora (amorosa); pelo outro, significa que se vai dando competição, rivalidade, rejeição e adrenalina entre os disputantes. Como a matergia se move em forma de trança, em forma cruzada ou contralateral, o filho é impelido a apegar-se mais à mãe ou a uma figura feminina; a filha, a apegar-se mais ao pai ou a uma figura masculina. O filho que conquista sua mãe ou uma figura feminina como figura lando fonte vice-versa. o pai principal ou a masculina aprendizagem figura E ode masculina cerebrozinho, esatisfatores comtricerebral outros como terá em irmãos sua familiar-ambiental. explosão algum fonte homens, tipo principal quântico-biológica, de da competição constelação de A filha satisfatores que com vai conquista familiar oassimipai teráou a e

situação oposta. Quem não ganhe nem o pai nem a mãe buscará outra fonte - avô(a), tio(a), irmão(ã) maior etc. Assim vão-se formando os três subgrupos na família, com todos os jogos triádicos possíveis e imaginá veis, que instalam arquétipos, trilhas mentais e respostas automáticas in conscientes nos três cérebros. Esta programação inicial se manifestará em recorrências ou repetições pela vida afora, sem que nos demos conta (mas aparece nas médias estatísticas, sim). “O peixe não compreende a água” diz o psicólogo Clotaire Rapaille (2010). ca paraQual cadaterá umsido de nossos o resultado 3 altamente da composição programáveis biológica, cérebros familiar infantis? e étniA pessoa a quem nos apegamos mais, amorosamente, acaba por ser nosso principal programador mental, principalmente para o cérebro direito - os gostos, o humor, a religião, os sentimentos, a estética, a vaidade, a autovalorização, a aprecia ção do ambiente etc. A pessoa com quem mais tivermos rivalizado acaba por forçar o desenvolvimento do cérebro esquerdo - vocabulário, crítica, discussão, insultos, a luta pela última palavra, estudo, pensamento etc. O cérebro central (projeto e prática de vida, trabalho, dinheiro, modo de caminhar, comer, de lidar com o ambiente, brigar etc.) será resultado, primeiro, do grau de competição e confrontação física com o pro genitor rival e, segundo, da disputa com os irmãos e com o ambiente. Isso tudo fica enterrado no inconsciente; e aparecerá mais tarde em forma de projeto de vida emocional-econômica-intelectual, disposição de luta e capacitação pa ra realizá-lo; denomina-se “recorrência”, projeção ou reiteração, a essa reaparição dos comportamentos iniciais. É como o script de um filme feito na infância e que se

116

117 vai revelando e apresentando na vida adulta. Ou é como um projeto arquitetônico que se vai construindo e realizando ao longo dos anos. Nada que ver com astrologia… Por isso, necessitamos entender melhor o cérebro de nossos programadores familiares, primeiro; depois, de nossos programadores escolares e religiosos, porque eles seguirão funcionando como controle remoto ou piloto automático. Todos estes programadores instalaram, também, em nosso inconsciente, o complexo de culpa expiação, ou sentimento penitente, que acende a luz vermelha (consciência moral, remorso) sempre que contrariamos suas programações. Daí a necessidade de auto autorização, na vida adulta, para romper com o controle remoto dos primeiros pro gramadores e do automatismo dos primeiros programas ou mapas mentais. Na adolescência, acontece uma tentativa de emancipação de nossos três cére bros por auto-reprogramação. Quer dizer que vamos mudar o que pudermos para conquistar sempre mais autonomia, mais autocondução. Mas, a maior parte da pro gramação da infância permanecerá no inconsciente. Estar inconsciente é não dar-se conta de algo, não percebê-lo, não poder explicá-lo e, portanto, não poder controlá-lo ou mudá-lo. A pulsão da energia tri-una inconsciente e da programação familiar que permanece submersa em nosso imemorial inconsciente nos fará atuar como marione tes, por controle remoto, sem que nos demos conta de quem maneja tal controle re moto. Há uma quase total amnesia da infância e de sua programação. A maioria de nós está inconsciente que é um sistema energético movido pelo jogo triádico da energia que nos vai empurrando, que é o inconsciente coletivo. A maioria está inconsciente do formato triádico da família e de como isso vai moldando nossos três cérebros. A maioria está inconsciente que a sociedade é um grande jogo triádico que repete os anteriores, principalmente o da família, controlado pela mãe (algumas vezes pelo pai). Essa forma de repetir, replicar, reiterar formas e fórmulas desde o átomo até o universo todo, se chama RECORRÊNCIA, porque ocorre sempre de novo ou se pro jeta imaginando o futuro como o passado, ou repetindo o passado no futuro. Somos recorrência triádica na estrutura e nos comportamentos subgrupais, condicionados pela família, a etnia e a cultura nacional. Simpatizar, à primeira vista, com pessoas que têm características de nossa primeira fonte de satisfatores é recorrência. Sentir antipatia por alguém, à primeira vista, é recorrência de nossos primeiros rivais. Por recorrência, também, na vida adulta preferimos o subgrupo em que o jogo triádico da família nos encaixou. No jogo da vida, fazemos as mesmas jogadas que fazíamos no jogo familiar, com os mesmos arsenais. Tudo será recorrência mecânica de marionete, projeções de nosso inconsciente triádico, enquanto formos inconscien tes deste jogo. Neste caso, opera mais a recorrência que a causalidade ou a probabi lidade. A pessoa inconsciente é um robô ensinado a ter e proclamar a ilusão de von tade própria, liberdade e de livre arbítrio. Assim também são ensinados os papagaios. Conhecer isso é adquirir capacidade para o autoconhecimento, para a automu dança, para ampliar a liberdade pessoal, para ir superando as limitações e dificulda des da vida triádica, em todos os ciclos, representados no Fluxograma da Vida, a se guir.

OS QUE LIBERTAM SUA MENTE SEUS AMIGOS SÃO; OS QUE A APRISIONAM, INIMIGOS SERÃO.

117

118

118

119 3.1. FLUXOGRAMA DA VIDA COMENTADO

A vida é uma sequência de ciclos como infância, adolescência, juventude, ma turidade, velhice, morte e post-mortem. Mas essa nomenclatura é da psicologia po pular. Podemos melhorá-la, introduzindo outra classificação e denominação desses ciclos do mapa da vida, como uma sequência de 12 ciclos que chamamos o Fluxo grama da Vida. Os 12 ciclos da nossa vida transcorrem num dado ambiente espacial, geográfi co, social e histórico, que abrange desde o Big-Bang, na origem, até o imaginário escatológico, ou seja, o que se espera depois da transformação, morte ou fim. O conceito de “ambiente”, que é um conjunto de esferas geográficas e sociais, é importante, já que todos admitem que a educação depende muito do tal ambiente. Aqui, o ambiente geográfico coincide com o país, estado, comunidade e hereditarie dade biológica e familiar em que nascemos e nos criamos; mas o ambiente social é o tipo de organização política, econômica e sacral que encontramos ao nascer e que nos vai ser imposta. Nossa família é orientada por sua etnia com suas tradições e, pelas autorida des da comunidade. A comunidade é orientada pelo poder político que é o prefeito, o governador, o presidente; pelo poder econômico que é a principal empresa do lugar, a associação comercial, as federações de indústrias, de bancos, da bolsa de valores especulativos ou do mercado etc.; e é orientada, mais que pelos políticos e negoci antes, pelas religiões, suas igrejas, suas doutrinas e seus líderes. Essa tri-orientação comunitária municipal, estadual, nacional, planetária, acompanhada com uma histó ria e uma tradição, é assimilada de maneira diferente pela criança, segundo a classe social ou nível de vivência da família. Cada um dos 12 ciclos do Fluxograma da Vida tem um lado feminino com sua função, um lado masculino com sua função e, um centro, um cenário ou mercado, que resume o que acontece em cada ciclo, entre o lado masculino e feminino. O ciclo 1 é o do Big Bang, o da dinâmica matergística ou da energia tri-una. Quer dizer que tem três lados, não importando se identificamos o próton com o lado feminino, o nêutron como o centro/homo e, o elétron com o masculino ou qualquer outro arranjo; mas são três forças ou elementos em interação complementar. O ciclo 2 é o da dinâmica potencial-ambiental ou da evolução. Também tem seus três lados, comumente chamados de predador, seu competidor e a presa. Esse é um resumo da natureza triádica da matergia de que somos feitos, de nossa evolu ção biológica, e do produto dessa evolução que é o ser humano, cujo centro é o cé rebro, e que denominamos esfera da “dinâmica mental-individual-familiar”, com base em sua tri-hereditariedade: sintática-corporal-afetiva. Da vida intrauterina em diante, vêm os ciclos em que nos desenvolvemos, pela educação escolar, religiosa e mercantil para a vida e o trabalho ou “dinâmica prestu suaria”. Em algum momento, ingressaremos às instituições profissionais, comunitá rias e políticas, isto é, ingressaremos à “dinâmica de grupos e poder” até o ciclo 11, em que esperamos o final da vida. Aí nos situamos frente ao futuro, ao universo eterno e à morte, que denominamos “dinâmica futuro-universal” ou ciclo da escato logia. O conjunto dos 12 ciclos da vida e seu ambiente tem três comandos nascidos dos três cérebros:

119

120 - O "poder político" ou Estado, mais ligado aos ciclos masculinos, porque polí tica e governantes são recorrência inconsciente do pai. - O “poder sacral” de religiões e credos esotéricos, mais ligado aos ciclos femi ninos, porque igrejas e religiões são recorrência inconsciente da mãe. - E o “poder econômico” que é a soma de trabalho, empresas, mercado, finan ças, bancos, bolsas, onde ocorre o jogo triádico da sobrevivência, que é recorrência do jogo triádico que ocorreu na família. Os titulares e donos desses três poderes supremos, que nos manipulam e ex ploram, têm suas respectivas ideologias. Ideologia é o conjunto de argumentos e truques de cada um desses três poderes supremos, para justificar ou disfarçar sua inclinação para dominar, oprimir e depredar. Quando surgimos, provenientes da metergia do ciclo 1, na realidade não nas cemos, não “viemos” a este mundo; somos deste mundo, somos energia eterna que se transformou em ser humano e que se transformará em algo diferente no futuro, depois do ciclo 11. “Ninguém e nada nasce, ninguém e nada morre; tudo se trans forma”. A vida é um prêmio de viagem em 12 ciclos, que são estações turísticas ou estações de uma via sacra, segundo se considere o planeta um parque de diversões ou, um vale de lágrimas. Os três poderes supremos nos fazem trabalhar para pagar-lhes a viagem de tu rismo ou de via sacra da vida, em seus 12 ciclos. A vida de cada ciclo está organiza da em 14 subsistemas (Müller, 1958) ou setores, chamados instituições, cada uma com 4 níveis, pelo menos. É nesses 14 subsistemas que acontece a manipulação e espoliação, por meio de esquemas de repressão, de recompensas e, principalmente, de promessas que nunca se cumprirão. A essas promessas chamamos "iscação" por manter expectativas, e fazer as pessoas correrem atrás delas sem alcança-las.

3.1.1. OS 14 SUBSISTEMAS NOS CICLOS DO FLUXOGRAMA DA VIDA

Tudo que existe no universo são sistemas ou conjuntos de três partes mínimas em seu fluxo de inputs-transformação-outputs. A matergia tri-una é o dinamismo ou motor oculto de autopropulsão de todos os sistemas. E a circulação dessa matergia no interior de cada sistema se faz por 14 canais que chamamos de 14 subsistemas. Os 14 subsistemas, setores ou áreas de interesse, são como canais de irriga ção da vida de qualquer sistema. Os 14 setores ou canais da vida são os mesmos tanto para um sistema-pessoa, um sistema-família, um sistema-empresa, como para um sistema-país etc. O referencial dos 14 subsistemas é uma expansão da classifi cação das necessidades e dos correspondentes bens satisfatores que, até aqui, classificávamos pelos três cérebros. É bem mais eficiente que a classificação socio econômica dos economistas anglo-saxões. Agora já temos uma metalinguagem sistêmica, universal, supradisciplinar, que abrange as Ciências Sociais e Humanas e ajuda a ver a realidade muito mais clara e ordenadamente que a velha linguagem de Adam Smith. Quem aprender a usar este referencial dos 14 subsistemas não tem que mudar de linguagem quando passa da ecologia à psicologia, da sociologia à economia, da economia à política, enfim a to das as Ciências Sociais e Humanas; porque elas são ramificações ou especialidades desse tronco comum que chamamos Ciência Social Geral.

120

121 Este referencial classificatório foi tese doutoral do antropólogo e economista brasileiro, professor da FESP, Antônio Rubbo Müller, defendida em Oxford:

S01 Parentesco – gêneros, sexualidade, família, demografia, comunidades. S02 Saúde pessoal/pública – hospitais, farmácias, profissionais, cemitérios. S03 Manutenção – abastecimento, feiras, comércio, cozinha, dietas. S04 Solidariedade – amor, lealdade, confiança, associações, cooperação. S05 Recreação – descanso, artes, clubes, esportes, férias, turismo. S06.1 Comunicação – idiomas, correio, mídia, Internet, informação, marketing. S06.2 Transporte – vias, terminais, equipamento, circulação, depósitos. S07 Educação – escolas, educadores, manuais, pesquisa, ciência. S08 Patrimonial – propriedade, bancos, bolsa, corretoras, seguros, negócios. S09 Produção – energia, prestusuárias, trabalho, oferta de satisfatores. S10 Religioso – templos, livros sagrados, ritos, fé num mundo “sobrenatural”. S11 Segurança – forças armadas, polícias, presídios, violência, defesa, paz. S12 Político-Administrativo – organização social, Estado, gestão do bem-estar coletivo. S13 Jurídico – leis, moral, justiça, tribunais, poder legislativo e judiciário. S13 Precedência ou Ranking – maximocracia, fama, mérito, reconhecimento. Se quisermos, podemos triadizar ou organizar os 14 subsistemas ao redor ou sob o comando de cada um dos três cérebros. Comandados principalmente pelo cérebro esquerdo são: S06.1 ou subsistema de comunicação; S07 ou subsistema de educação e pesquisa; e S13 ou subsistema jurídico. Comandados principalmente pelo cérebro central são: S01 ou subsistema de parentesco ou família; S02 ou subsistema de saúde; S03 ou subsistema de manu tenção; S06.2 ou subsistema de transporte; S08 ou subsistema patrimonial; S09 ou subsistema de produção; S11 ou subsistema de segurança; S12 ou subsistema polí tico-administrativo. Comandados principalmente pelo cérebro direito são: S04 ou subsistema de lealdade; S05 ou subsistema de lazer; S10 ou subsistema religioso; S14 ou subsis tema de mérito e ranking ou precedência.

121

122

Cada recém-nascido é um novo sistema triádico que vai atravessar os 12 ciclos previstos no Fluxograma da Vida, disputando satisfatores, primordialmente para o estômago ou a sobrevivência e esta para servir ao sexo ou à procriação. Mas, à me dida que vai crescendo, em cada novo ciclo crescerão suas necessidades que vão despontando nos 3 cérebros ou nos 14 subsistemas, setores ou canais da vida. Cada ciclo do Fluxograma da Vida dura entre sete e nove anos, aproximada mente. Transcorre sobre trilhos preestabelecidos pela matergia quântico-biológica desde baixo, e pela manipulação dos três poderes supremos desde cima, segundo a maior conveniência deles. No imaginário inconsciente, o trilho masculino é formado por uma pilha de recorrências do pai, que podem ser professores, chefes, até o grande pai inconsciente que é o Estado, o Governo, ou o Deus de cada cultura. No imaginário inconsciente, o trilho feminino é formado por uma pilha de recorrências da mãe, que podem ser professoras, chefas, superioras, até a grande e reverenda mãe inconsciente, a Igreja, a Virgem Maria, e Deusas de cada cultura. Ao centro, entre os dois trilhos ou as duas margens corre o jogo triádico de disputa de satisfatores entre irmãos e pais, cuja recorrência é o mercado, a riqueza, o dinheiro, o rei Midas, o be zerro de ouro, o Deus Mamóm etc.

3.1.2. SÍNTESE DE CADA CICLO DO FLUXOGRAMA DA VIDA Examinemos uma breve explicação, muito geral, de cada ciclo e, a possível presença de dificuldades e enfermidades hereditárias ou incidentais a superar em cada um deles. Ciclo 1, ou ciclo matergístico, o do Big Bang. Antes de transformar-te em ser humano, tu eras energia; e como a energia é eterna e tri-unitária, tu es eterno e tri

122

123 unitário. Chamamos a isso inconsciente matergístico, ou inconsciente coletivo universal, que funciona de acordo com leis sistêmicas triádicas, iguais para todo o planeta, determinadas no domínio quântico, segundo o que se sabe do domínio quântico da física. Para mais detalhes, consulte o texto “Leis do Modo de Ser e Operar dos Sistemas Tri-unos” em www.csproporcional.com.br. Este inconsciente coletivo-universal aparece na poesia, na arte, nos sonhos, como dois lados em contraposição. Alguns exemplos: sol e lua, fogo e água, luz e trevas, dia e noite, vida e morte, pai e mãe, Estado e Igreja, deuses e deusas, Yin e Yang ou outros símbolos assim comparados, combinados, que são chamados arquétipos, e são recorrentes. Em física, aparece como matéria e antimatéria, matéria luminosa e matéria escura etc. Seria melhor triadizar estes pares, intercalando um terceiro elemento que está latente. Por exemplo: próton, nêutron, elétron; positivo, neutro, negativo; luz, meia luz, trevas; frio, morno, quente; amor, indiferença, ódio; Deus, semideus, diabo; causa, processamento, efeito; tudo, algo, nada; sol, terra, lua; fogo, vento, água; Estado, mercado, Igreja; deuses, anjos e deusas; Yin, Tao, Yang; sim, talvez, não etc. Ciclo 2, ou ciclo evolutivo, que também é recapitulativo. Existem basicamente três teorias ou narrativas sobre nossas origens. - A mais antiga, de cérebro direito, é a teoria da criação, que vem narrada por todas as Bíblias, a dos judeus, mayas, incas, muçulmanos, hindus etc. - Outra narrativa, de cérebro esquerdo, é a do Big Bang da ciência moderna. - E a terceira narrativa, de cérebro central, é a teoria da evolução de Darwin, como continuação do big-bang, e que se prolonga na teoria do mercado, em que vale a lei do mais forte, mais apto ou mais vivo, chamada lei da seleção natural. Não há que brigar por causa dessas narrativas ou teorias. Basta respeitar o direito de ca da cérebro de conectar-se com a realidade segundo sua hierarquia tricerebral. Mas teríamos, sim, que brigar pela saúde do ecossistema do qual os oficialistas devoram uns 62%, os antioficiais uns 30% e os oscilantes uns 8% de sobras. O con teúdo, o ímpeto do ciclo 1 da energia, e o deste ciclo 2 da evolução, com seu molde ou arquétipo tri-uno, desemboca no nível 1 dos três cérebros. O que vem depois, nos níveis 2, 3 e 4 dos três cérebros, será construção familiar-escolar-cultural étnica, sobre o “material” energístico-evolutivo recebido gratuitamente. É preciso tomar consciência que somos compostos de uns 38% de um arquétipo tri-uno energístico evolutivo natural, igual para todos na concepção, salvo defeitos de conformação, e de uns 62% de um arquétipo tricerebral cultural construído depois pela família escola-etnia de cada um. Esta dupla composição e suas dosagens nos fazem dife rentes. Alguns fatores de risco para a felicidade. Pelo Cérebro Esquerdo (E): Grau de ati tude científica na explicação e controle da realidade. Pelo Cérebro Central (C): o grau de sanidade/morbidez ambiental, seja rural, periferia urbana, centro ou metrópole. Epidemias, parasitas, controle de pragas, fumigação, vacinação de animais, controle da água etc. Pelo Cérebro Direito (D): Crenças religiosas sobre vida/morte, saúde/enfermidade, origem do uni verso, culpa-expiação etc.

Ciclo 3, que é o ciclo familiar, até os sete anos, aproximadamente. Depois do ciclo energístico e evolutivo, vem este ciclo da transformação em ser humano e sua integração familiar, porque surgimos dentro de uma estrutura de família onde ire mos disputar nossas primeiras fontes de satisfatores que são mãe, pai, irmãos, avós, tios, padrinhos e parentes ou substitutos. A arquitetura básica tricerebral ou educaci

123

124 onal é aí desenhada; e começa a ser construída neste ciclo pelo jogo triádico que se dá na família, como veremos mais adiante, no estudo do familiograma. Além de repassar uma mescla da hereditariedade genética masculina e femini na, a família repassa outra “hereditariedade”: a “familiar-étnica”, que denominamos “hereditariedade social”. É chamada “hereditariedade” porque é quase sempre in consciente para a família que a atribui à natureza, ou acha que tal criatura “nasceu assim”. A família teria que saber que repassa a “hereditariedade social” de uma cul tura familiesca com suas trilhas mentais típicas. Não é o mesmo ser de família judia, árabe, saxã, africana, latina, esquimó ou indígena. Desde o útero, a família começa a conformar um perfil tricerebral genético-endócrino-neuronal no feto, e trilhas men tais para tudo, que irão projetar-se como recorrência ou reiteração pelos demais ci clos, sem que seu dono se dê conta. Depois que o exame de ultrassom informa o gênero do feto, os pais começam a fazer planos e preparativos. Muito cuidado para não projetar alguns preconceitos sobre ser menino ou menina e fazer um condicionamento inadequado. O filho adoti vo terá outra carga genética e terá outra programação inicial, que começará a mudar no dia da adopção. O filho com algum tipo de deficiência ou de necessidades espe ciais requer cuidados especiais de programação. Filhos gêmeos não podem ter es timulação e programação iguais, como supõem mães supersticiosas. Na disputa, cada gêmeo se vinculará a uma fonte de satisfatores diferente (favorecido por pai ou mãe, impelidos estes por suas recorrências) e receberá desta fonte os estímulos de programação tricerebral que o farão diferente do outro. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Iniciação à comunicação número verbal. Pré-escolar e aptidões fonoaudiológicas. Educação para a saúde preventiva. (C) Problemas durante a gestação, hereditariedade genética, nascimentos prematuros, deficiên cias congênitas, as enfermidades infantis, as vacinas, a falta de amamentação, a deficiência alimentar, infecções parasitárias que prejudicam a inteligência, a dentição; iniciação à higie ne pessoal, à psicomotricidade; os acidentes domésticos; (D) Criação de laços afetivos com uma fonte do gênero oposto e de rivalidade com fontes do mesmo gênero; vida em ciclagem cerebral reduzida; iniciação à convivência; fobias etc. Complexo de culpa-expiação pela vio lência psicológica de pais, educadores, religiões e meios de comunicação, ou por “derrotar” irmãos na competição.

Ciclo 4 ou ciclo escolar, de cinco a treze anos, aproximadamente. Chama-se ciclo escolar, porque, à medida que se cresce, a família vai inserindo a criança na escola, na comunidade de vizinhos, no mercado, nos meios de comunicação e suas telinhas, na catequese ou escola dominical. Vai também viciando-a no labirinto do consumo, do dinheiro, da propriedade, do trabalho e profissão. É recomendável que, desde os 10 anos de idade, a criança receba informações sobre seus três cérebros; sobre seus vínculos de fixação-rivalidade-neutralidade com pai/mãe/irmãos e o seu triplo comportamento subgrupal desenvolvido em família, bem como das recorrên cias a que está sujeita na escola e em todos os ciclos de sua vida. A criança busca, entre professoras ou professores, um substituto de mãe/pai, simpáticos e antipáticos e, entre colegas, substitutos de irmãos simpáticos e antipáticos. Há que informar e alertar, também, que os docentes têm, igualmente, suas recorrências nos estudan tes, as quais se manifestam em preferências e discriminações no trato diário e, prin cipalmente, na hora da avaliação. O Concelho de Classe, que é uma equipe de pro fessores avaliadores, pode corrigir ou compensar este viés, se conhece este fato. Na universidade, os professores se queixam que os estudantes não têm base do ensino médio. Os professores do ensino médio se queixam que os estudantes

124

125 não têm boas bases do fundamental. E os professores do pré-escolar vão-se queixar que as crianças não tem boa base de onde? Da família. Aí a queixa ou o mérito tem que dirigir-se a quem? Uns 70%, à mãe.

A sociedade cometeu o erro de substituir a educação familiar pela escolar. Uma traição das mulheres… ou foram elas as traídas?

Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Desadaptação escolar. Orientação sexual. Problemas fonoaudiológicos. Transição educativa de puro cérebro direito e livre no jardim, a um máximo de cérebro esquerdo e disciplinado na primeira série. Deficiência cog nitiva. (C) Higiene pessoal autônoma, dentição, problemas de postura, acidentes na escola, stress, anemia, comida gororoba, obesidade e outros vícios alimentares; violência psicológi ca; assédio consumista pelo marketing; contágios propiciados pelos agrupamentos, alergias; distúrbios do crescimento. (D) Iniciação ao machismo (brinquedos de luta, armas); iniciação ao mulherismo (brinquedos de dominação de bonecas e bonecos); obcecação pelas teli nhas; regressão à primeira infância; atitudes necessárias de gratidão, de obediência e acei tação em relação à família e à escola; fixação em professoras(es) como substitutos de fon tes de endorfina-oxitocina da família.

Ciclo 5 ou da autocondução, que vai dos dez aos dezoito anos, aproximada mente. Ser adulto é deixar de ser oscilante, deixar de ser propriedade de papai, mamãe, avós, tios, enfim, deixar de ser propriedade do sistema familiar; se alguém quiser romper com o primeiro sistema de dominação, o mais próximo, terá que en frentar a autoridade da família e da escola – mães e professoras, principalmente, com seus sutis e adocicados métodos/arsenais de domesticação. A adolescência é o primeiro ensaio de rebeldia, a primeira batalha para con quistar algo de liberdade individual ou autocondução. Em cada ciclo haverá outras batalhas pela liberdade ou autocondução, como no matrimônio, na empresa, na polí tica, na religião etc. Entre os 10 e 12 anos, a criança deveria tomar consciência do Currículo Familiar-Escolar do cérebro esquerdo, para começar a comprometer-se com sua autoeducação; do currículo emocional-moral, centrado no “Fluxograma da Busca do Alguém Amado”, para iniciar sua educação afetiva e espiritual; e do currí culo da Gramática do Corpo, Trabalho e Dinheiro, para iniciar sua educação finan ceira. Com o surgimento dos métodos anticonceptivos, a educação para amar e se xuar pode começar mais cedo, e o fazê-lo também, se houver mais corresponsabili dade e autocondução masculina e feminina. Como a mulher é o subgrupo oficial, há que preparar melhor as meninas para a condução dessas relações, que sempre obedecem à meta suprema da natureza: sexo e procriação. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Início da orientação vocacional e pro fissional; gagueira; atropelo da linguagem nas mensagens por Internet. (C) Doenças vené reas, ortodontia, convulsões, stress, timidez. Vergonha do crescimento, da separação dos pais; hiperconsumo por vaidade ou por competição com seus “pares”... Hemorragias. Gravi dez e paternidade precoces. Formação de gangues. (D) Primeiros amores, conflito entre homo/heteroafetividade. Vergonha da menstruação, dos primeiros fios de bigode. Fobias. Orfandade. Dificuldade de integração e convivência. Predomínio do inconsciente. Decep ções afetivas, sucedâneos. Piercing, tatuagem. Obcecação por Internet.

Ciclo 6 ou de casal e profissão, que vai dos quinze aos 28 anos, aproximada mente. É um período de definições essenciais e opções deliberadas: ideologia, es

125

126 tudos, formação profissional, emprego; e, a aventura mais importante, a experiência afetiva. O amor é a busca de outra pessoa, de outra fonte de satisfatores e endorfi na, de quem alguém se enamora e com quem se associa para ter um projeto de vi da, como casal. A isso se chama “formação do núcleo afetivo” que é um conceito mais amplo e mais claro que o tradicional conceito de “família”. “Núcleo afetivo” abrange as uniões homoafetivas, os segundos e terceiros matrimônios etc. Num “núcleo afetivo” estão os que realmente se gostam e são solidários, enquanto numa “família” podem estar também os odiados e os inimigos. Em Cibernética Social, oferecemos um treinamento de Lealdade/Solidariedade ou de Filoterapia, para este ciclo. Vale lembrar que é sempre a fêmea a que selecio na o macho, quando o matrimônio não é imposição da família; a impressão oposta é porque ela oculta isso com seu arsenal emocional-moral-sexual de extrema sutilida de. O “efeito pílula”, que foi mencionado como inerente a este ciclo, refere-se à conquista de maior liberdade e independência sexual/procriativa da mulher, frente ao macho e às instituições que querem controlá-la. Também significa direito a uma vida profissional/financeira feminina própria, mesmo com a tal dupla ou tripla jornada. Já é tempo de rever os contratos matrimoniais pelos 14 subsistemas, para que a vida de casal não se torne prisão/opressão para nenhum dos dois, quando falta a suficiente “educação afetiva”, em que as escolas são analfabetas. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Aprendizagem da vida adulta (auto condução). Busca da cidadania e documentação legal. (C) Sexualidade, enfermidades liga das ao esporte, stress, comportamento violento, acidentes com veículos. Tabagismo. Difi culdade de emprego e autoprovimento. Serviço militar. Acidentes com armas. TPM, anticon ceptivos, gravidez, partos. (D) Aprendizagem da vida afetiva e das relações humanas. Mãe/pai solteiros. Depressões, droga. Problemas de autoimagem. Possessividade, escondi da sob a palavrinha “ciúmes”. Dependência afetiva ou viciado na endorfina produzida pela pessoa amada. Distúrbio bipolar ou ciclotímico. Psicopatia ou ausência de sentimentos e escrúpulos.

Ciclo 7 ou de consolidação de casamento e profissão, que vai dos vinte e cinco aos trinta e oito anos, aproximadamente. É o ciclo em que chegam os filhos, próprios ou adotivos. É o ciclo em que se está dedicado a uma carreira e dedicado a sentar bases de poder político-econômico para o futuro, ou seja, para os demais ciclos. Diz se consolidação/ampliação porque aí entram amigos e amigas, parentes, colegas de trabalho, pessoas de influência e amigos do esposo e da esposa; é a construção de redes de apoio e convivência, mas que pode afetar a relação básica do casal. Cada pessoa que ingresse/saia deste círculo modificará o jogo do núcleo afetivo e sua rede de contatos/expectativas. Com as aceleradas mudanças familiares e eco nômicas, é preciso levar em conta as relações com ex-esposos(as), ex-sogros(as), filhos próprios/adotados de diferentes matrimônios etc. Isso faz crescer o labirinto de jogos triádicos, violência, gastos extra e complicações educacionais para os ex-filhos e os novos filhos e parentes. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Aprender a ser pai/mãe, a ser fonte de satisfatores. Enfermidades mentais (esquizofrenia, psicoses, neuroses, demência). (C) En fermidades profissionais, cardiopatias, obesidade, problemas de coluna, divórcio, stress. L.E.R. que é Lesão por Exercício Repetitivo ou D.O.R.T. que é Distúrbio Osteomuscular Re lacionado ao Trabalho; sedentarismo, preventivos de câncer etc. Descontrole sexual/natal. Ligação de trompas, vasectomia. Pobreza. (D) Descompensação por lutas familiares. Aprender a conviver com os familiares do esposo e da esposa e namoradinhos(as) dos fi

126

127 lhos(as). Dificuldades de um segundo matrimônio e conflitos com os ex-esposos(as), fi lhos(as).

Ciclo 8 ou de luta pela independência econômica, que vai dos trinta e cinco aos cinquenta e cinco anos, aproximadamente. É o ciclo de busca de projeção na liderança grupal/comunitária e de acumulação econômica. É uma etapa da vida decisiva para a realização/escalada profissional/econômica, pois os anos criam au mento de custos/problemas e, escassez de oportunidades. Alguns lutam/escalam pelo lado oficial, outros pelo lado antioficial, porque ambos são caminhos para o po der; outros simplesmente são explorados ingenuamente, alienadamente, inconscien temente, como oscilantes, porque não têm poder algum. Enfim, é o jogo triádico de subgrupos ou classes que tem um determinado destino político-econômico de maxi, grã, médio, minivivência ou subvivência. Para os indivíduos e famílias, isso depende do domínio que cada qual tenha da “Gramática do Dinheiro”; para as comunidades, depende da “gubernética social” que é a arte de governar ou administrar o bem co mum, em que as escolas são analfabetas. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Pedantismo. Incompreensão, intole rância. Atualização profissional, educação continuada. (C) Acidentes, stress, pressão arteri al, diabetes, cardiopatia, geriatria; stress matrimonial. Preventivos de câncer e check-up. Andropausa. Menopausa, climatério. Histerectomia. (D) Perda da função paterna/materna. Divórcio. Fanatismo religioso, delírios. Ilusões que morrem.

Ciclo 9 ou da terceira idade, que vai de cinquenta e três a sessenta e cinco anos, aproximadamente. É o ciclo em que se inicia a chamada, politicamente corre ta... terceira idade ou decadência biológica. Não quer dizer envelhecimento psico lógico ou social. Pode-se estar socialmente comprometido com uma luta cada vez mais lúcida, cada vez mais forte; mas, biologicamente, a pessoa sente/sabe que começa a perder um pouco de vitalidade, um pouco de agilidade, um pouco de ele gibilidade sexual e prestígio social etc. Começa a corrida aos geriatras, aos cirurgi ões plásticos e esteticistas para prolongar a existência e a beleza. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Reabilitação cognitiva, dificuldade pa ra manter-se informado, isolamento. (C) Gastrite, mau hálito, stress, infarto, irritabilidade; re abilitação, terapia ocupacional. Formação de nova família. Distúrbios hormonais. Calvície. Stress dos amantes. Varizes. Hérnia de hiato. (D) Melancolia involutiva, depressão. Alcoo lismo e outros sucedâneos. Rejeição ou sentimento de exclusão, instabilidade ou perda de companheiros e grupos. Reinserção na espiritualidade, retorno a alguma religião. Competi ção com amantes. Amargura ou reconciliação. Plásticas.

Ciclo 10 ou da aposentadoria, que vai dos sessenta e três aos setenta e cinco anos, aproximadamente. A aposentadoria de empregado ou de autônomo é um reti rar-se do trabalho habitual para outro tipo de atividade menos exigente. A desocupa ção, neste ciclo, é um convite ao Alzheimer. A aposentadoria de empregados chega cada vez mais tarde porque os subgrupos oficiais têm o vício de explorar os mais débeis, neste caso, os idosos. Mas há que preparar-se para a isso em tempo, se gundo a Gramática do Dinheiro. Neste ciclo já se é avô/avó e acontecem muitas perdas de amigos e familiares e outras. Será preciso refazer uma série de rumos, uma série de situações de vida e de núcleo afetivo. Isto requer estar lúcido, compre ender o jogo da vida, não só economicamente, politicamente, mas também psicolo gicamente. Nessa hora, então, se notará a importância de ter cumprido/conduzido bem todos os ciclos anteriores. Colheita supõe semeadura. Embora o envelhecimen to seja inevitável e, até, desejável para os que querem vida mais longa, a recomen dação é manter os três cérebros bem ativos.

127

128 Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Esclerose, amnesia. Caducidade. Hemicrania ou percepção de um só lado das coisas. Hipermnésia ou hiper-reminiscências de conteúdos dos 5 sentidos que estavam “no arquivo morto” e que reaparecem. Perda pro gressiva da memória breve. (C) Aposentadoria. Hipertensão, osteoporose, artroses, surdez, presbiopia, quedas e fraturas, stress, dietas de saúde; hipercinese iterativa ou ti ques/agitações incontroláveis; bulimia ou apetite insaciável; satiríase ou hiperexcitação se xual insaciável; descontrole do hemograma, AVC, CA etc. Impotência. Próstata. Dilema de passar o comando e os bens aos filhos. (D) Solidão. Infantilização e tratamento infantilizador da pessoa idosa ou doente. Perda de elegibilidade afetiva, sexual, profissional. “Duplicação da consciência” ou saída do corpo, que é ver-se a si mesmo como em espelho ou desde “fo ra”. Alucinações, visões ou fotismo, “revelações”.

Ciclo 11 ou da espera da transformação, que vai dos setenta e três aos oiten ta e cinco anos, aproximadamente. É o ciclo das transformações finais do presente estado de ser ou forma humana da energia-matéria. Embora para a sociedade e o mercado os idosos sejam considerados um peso descartável, o idoso não deve submeter-se a isso e entrar em melancolia. Liberdade e amor são valores para sem pre e não devem ser perdidos, abandonados ou negados, nem na última idade. O que se tem que abandonar e negar é o deus mercado e seus frívolos e fugazes ca prichos e suas fúteis fantasias. Para encarar a transformação, pois não há morte propriamente, é importante recusar a cultura espiritual terrorista de muitas religiões e também a cultura economicista de um mercado que quer lucrar sempre mais com a doença e a morte. Chegam até a cobrar aluguel do morto em alguns cemitérios. É melhor dar um chute neles todos, preparar-se sem pânico, deixar as coisas arruma das, agradecer e desapegar-se de tudo, recomendando aos que ficam, que cele brem a vida e não a morte, para que sofram menos o luto. Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Inventário. Conversação mórbida so bre doenças e mortes. (C) Enfermidades crônico-degenerativas, morte, pacote funerário, sepultamento ou cremação, suicídios, incapacitação física crescente, stress, insônia, perda de autonomia nos cuidados pessoais; eutanásia. (D) Hipocondria. Controle e perdão de desgostos. Tipos de assistência espiritual, terrorista ou consoladora. Viuvez.

Ciclo 12 é o do imaginário escatológico, ou do que se espera depois da trans formação. Desde a infância, ainda antes que as religiões o façam explicitamente, a família e o ambiente metem no cérebro direito da criança um imaginário escatológico de acordo com cada religião ou etnia. Os cristãos o fazem de uma maneira, os hin dus de outra, os antirreligiosos ou materialistas de outra. Cada imaginário escatoló gico é manejado pelo poder religioso como iscação para conseguir o submetimento e “bom comportamento” de seus seguidores; quando não consegue isso pelas boas, apela para ameaças de um terrível inferno depois de um juízo final de revelação e castigo de pecados e os “comportamentos clandestinos” cometidos para safar-se do controle do poder sacral/religioso. O poder político-econômico aproveita para nutrir o esperançoso cérebro direito com “iscações” mais terrenais, como a promessa de pa raíso socialista na terra, ou o sonho de riqueza capitalista e de sociedade do ócio para todos… Alguns fatores de risco para a felicidade: (E) Neuroses, dúvidas religiosas pelo ab surdo da morte, questionamentos do passado. (C) Correrias por clínicas geriátricas e expe riências exóticas de prolongamento da vida, inclusive recurso à clonação e à criobiologia que é o congelamento do cadáver à espera da descoberta da cura para a enfermidade que matou o tal ricaço; desistência de viver. (D) Depressão e pânico, por saber-se imperfeito, pecador, culpado de algo ou pelas perdas afetivas; luto, tentativa de “reter” o falecido.

128

129 3.1.3. RITOS DE ENTRADA, TRAVESSIA E SAÍDA DE CADA CICLO

Para cada um dos 12 ciclos, a biologia tem seus programas previsíveis, sobre os quais as três culturas e seus três poderes de cima ajustam seus programas para explorar os de baixo. Mas cada indivíduo também tem seu programa, seu querer, sua intencionalidade, que não é mais que o querer da natureza através dele e o que rer da família, da etnia e da sociedade. Assim é, na infância; mas poderá ir-se dife renciando em cada ciclo, se o indivíduo quiser lutar para libertar-se desse condicio namento natural e social. Para sinalizar e garantir seus programas em cada ciclo, os três poderes máxi mos da cultura inventaram ritos, sacramentos ou cerimônias, conhecidos também como ritos de passagem de um ciclo ao outro. Um ciclo pode ser dividido em três fa ses, como num ciclo sistêmico, com inputs, transformação e output; ou entrada no novo ciclo; travessia; e saída do ciclo, para entrada no próximo. Como estamos submetidos aos três poderes supremos, os ritos de passagem também são triadizados: ritos políticos, ritos econômicos, e ritos religiosos, ao longo do Fluxograma da Vida. Do começo da vida ao pós-morte, alguns dos ritos manejados pelo poder políti co são: 1. Certidão de nascimento ou registro como membro de um clã e de um país. 2. Matrícula escolar e montagem da lealdade civil. 3. Escoteiros. Debute para as moças. Recrutamento militar para os moços. Iniciação à militância em algum dos três poderes supremos. 4. Casamento ou licenciamento da sexualidade e procriação. Maioridade, direitos e deveres de cidadão. 5. Formatura ou monopólio de um campo econômico. Admissão a alguma corpora ção civil. 6. Admissão a clubes. Participação comunitária, política. Senhas, escudo de armas, juramentos. 7. Promoção a idoso. Atuação política. Medalhas de mérito. 8. Galeria da fama. Prêmio Nobel. 9. Inclusão na História. Monumentos. Centenários.

Do começo da vida ao pós-morte, alguns dos ritos manejados pelo poder eco nômico são: 1. Primeiro cofrinho. 2. Mesada. Introdução ao dinheiro e propriedade privada. 3. Iniciação ao trabalho e ao sexo. Câmara Júnior. 4. Profissão, trabalho, renda e investimento. Iniciação à paternidade e à maternida de. 5. Nomeação para posições mais altas. Inauguração da empresa.

129

130 6. Cumplicidade com homens de negócios. Admissão a círculos e redes de quocien te moral negociável. Associações de classe, sindicatos. 7. Aposentadoria. Candidatura às Diretorias de Associações de classe. 8. Empresário do ano. Operário do ano. Atestado de óbito. 9. Disputa da empresa, do nome e dos bens pelos sucessores.

Do começo da vida ao pós-morte, alguns dos ritos manejados pelo poder sacral são: 1. Batismo ou registro como membro de uma organização religiosa. 2. Iniciação à eucaristia e penitência, no caso dos cristãos. Montagem da lealdade religiosa. 3. Confirmação ou crisma. Iniciação à militância religiosa. Grupos de jovens. 4. Casamento ou licenciamento religioso da sexualidade e procriação ou escolha de celibato. 5. Consagração, ordenação. Admissão a uma corporação religiosa ou partido. 6. Admissão a movimentos religiosos. Participação pastoral. Insígnias, hinos, jura mentos. 7. Admissão a escalões religiosos, secretos ou abertos. Medalhas, comendas. 8. Bodas de outro. Extrema unção. 9. Missa de 30o dia. Veneração, Canonização.

A cada rito ou cerimônia de entrada como alguns dos mencionados, corres ponde outro de saída, como as festas de graduação, os ritos de despedida, os ritos de promoção ou de reprovação e degradação etc. Que bom seria se, a partir dos 10 anos de idade, cada criança tivesse alguma iniciação ao Fluxograma da Vida e aos ritos de entrada e saída de cada ciclo. Isso seria de grande ajuda para os jovens começarem a elaborar seu projeto de vida.

130

131

131

132 3.2. COMO DESCOBRIR O FAMILIOGRAMA E A PROGRAMAÇÃO LÁ ESCONDIDA

Recordemos o Fluxograma da Vida, com seus 12 ciclos e o trilho masculino e o trilho feminino. A pilha de posições e recorrências acima da figura do pai, sob o Po der Político, já é dessacralizada, é laicizada, profana, desmitificada, desprestigiada. Mas a pilha de posições e recorrências acima da figura da mãe continua sacralizada, mitificada, ostentando supostos poderes e privilégios misteriosos e exagerados. Su perioridade da mãe. Por isso, a programação do pai sobre as filhas é menos eficiente, isto é, menos aprisionadora. Que sorte, porque isso propicia que as adolescentes se emancipem mais facilmente. Entretanto, a programação da mãe sobre os filhos é muito mais aprisionadora, como estratégia da mulher para ter fonte afetiva e de suporte vital no futuro; por isso, a maioria das esposas não investe em maridos, investe nos filhos. Daí que a emancipação do adolescente masculino seja mais difícil e quase sempre fracassada frente à mamãe, pois ela o deixa abobalhado e dependente de mulheres pelo resto da vida. É o que afirma Ester Villar em O Homem Domado (1973). O movimento de libertação da mulher, dos homoafetivos e a urbanização da vi da transformou a família, tornando-a cada vez mais inadequada e incompetente para o upaya-coaching ou condução emancipadora dos filhos, que formam um conjunto de irmãos desconhecidos entre si, porque são de dois ou três matrimônios. Por isso a escola é cada vez mais convocada a complementar a família: Educação familiar escolar. A família se diz célula mater da sociedade porque é o primeiro centro de trei namento para o jogo triádico da vida. A sociedade mesma é uma recorrência da fa mília e vice-versa. Até as concepções do mundo “sobrenatural” o são, projetadas no inconsciente escatológico (o que vem depois da morte/transformação). Na família, geralmente, a mãe ou uma mulher é o subgrupo oficial, proporcional ou desproporci onal, disfarçando suas táticas de manipulação pela sutileza da força ideológico emocional, e disparando queixas contra o machismo, real ou fictício, para despistar. Os demais ciclos, instâncias, níveis ou esferas sociais por onde transitamos, os to mamos e vivemos inconscientemente como recorrências ou símiles da família inicial e seus jogos triádicos. Este oficialismo e centralidade da mãe e mulher são apoiados pelo poder sa cral, porque a mãe é a primeira catequista de todos. A mãe é também apoiada pelo poder político e econômico porque ela é a primeira a impor a noção de oficialismo, autoridade, obediência etc.; e é a primeira que toda criança identifica como fonte de abastecimento e consumo a quem, depois, o mercado se dirige por ser ela que toma setenta por cento das decisões de compra. Que programação tricerebral seria melhor desde o início, e que mudanças te ria alguém que fazer depois para viver bem e ter êxito em cada ciclo do Fluxograma da Vida? É necessário recordar que a dinâmica inata e a programação ambiental, tanto do cérebro esquerdo, como do cérebro direito e do cérebro central estão condicio nadas pela necessidade de sobrevivência da criança, por sua luta para ganhar o pai, a mãe, vencendo os irmãos, ou disputando com eles o poder sobre os meios de so brevivência e procriação. E cada família faz o mesmo com as demais famílias; e as famílias de uma classe social disputam com as de outras classes; e o país disputa

132

133 com os demais no planeta globalizado. Isso está muito bem ilustrado neste dito ára be que vale a pena repetir:

Este processo de jogos triádicos recombinatórios é o que estimula o desenvol vimento maior de um lado ou de outro do cérebro, o qual culmina numa dada hierar quia tricerebral como resultado dessa seleção natural-cultural. Resulta num “estilo” de tricerebrar. Alguns destes estilos foram ilustrados pela literatura: Peter Pan, Robin Hood, a Gata Borralheira, Polyana, o Zorro, Édipo Rei, Chapeuzinho Vermelho, Alice no país das maravilhas, Dom Quixote, Sancho Pança etc. Evidentemente, a mãe é a rainha neste ambiente inicial, porque a mãe é o pri meiro ambiente e meio de sobrevivência de todos nós, “nosso vínculo e vício mais antigo” (Ângelo Gaiarsa, 1992). Ela é o artífice, a construtora primeira de nossos três cérebros, desde a vida intrauterina. Ela é o árbitro do jogo triádico extrauterino com o pai, com os irmãos, com os elementos domésticos e vizinhos, com a terra e com a sociedade que são extensões da mãe, do pai e da família, como recorrências. Ela é o subgrupo oficial e dela dependemos para sobreviver e ter as primeiras experiências sensoriais de sobrevivência, de emoção, de erotização e de aprendizagem. Valeria a pena entender melhor algumas mães: Maya, a mãe de Buda, e seu jogo triádico familiar; Maria, a mãe de Jesus, e seu jogo triádico familiar; Khadija, tia e esposa de Maomé, e seu jogo triádico familiar; a mãe de Oliver Cromwell, de Na poleão, de Zumbi, de Casimiro de Abreu, de Juscelino Kubitschek etc., e seus jogos triádicos familiares... Igualmente, valeria a pena estudar a mãe e o jogo triádico fami liar dos fracassados, dos criminosos, dos drogados etc. Graças à mãe sobrevivemos. E graças a ela, também, temos nossos rolos mentais, nossas desproporcionalidades entre os três cérebros e nos comportamen tos. Seria muito bom conhecer nosso familiograma para identificar quem influenciou cada lado de nosso cérebro. Tudo o que seja aprendizagem do cérebro direito, vem mais da pessoa que é nossa principal fonte de satisfatores, que está mais próxima sensivelmente de nós, que nos causa prazer e nos torna viciados em seu tipo de endorfina/oxitocina que buscaremos reencontrar em outras mulheres ou outros homens pelo resto da vida. Tudo que seja aprendizagem do cérebro esquerdo se desenvolve principalmente pe la competição com a pessoa ou pessoas que são ou foram nossos rivais na disputa pela principal fonte de satisfatores, que nos acostuma à adrenalina, à discussão, ao debate agressivo/defensivo. Tudo que seja aprendizagem do cérebro central é imita ção do exemplo do cérebro central paterno e materno e pelos jogos de rivalidade en

133

134 tre irmãos; segundo o tipo desta rivalidade, ficaremos mais condicionados à peleja, ou à ação, ao trabalho, ao dinheiro, à conquista, ao stress, à adrenalina e ao cortisol. Se o bebê é um menino, vai apegar-se naturalmente à mãe e, disputá-la ao pai, o que lhe produz endorfina/prazer. Quando aparecer outro irmãozinho, a competição se dará principalmente entre os dois, pois o pai é um competidor “civilizado” que “cede” a vez ao filho, quase sempre; mas o irmãozinho é um competidor feroz, que foi representado, na mitologia, por Caim e Abel. É um jogo de ganhar, empatar e perder; e de eliminar ou ser eliminado. O perdedor se encherá de adrenalina/raiva, e seguirá lutando por alguma outra fonte de apego. Se o bebê é uma menina, pouco a pouco se irá apegando naturalmente ao pai, o que lhe produz endorfina, disputando-o à mãe, o que lhe produz adrenalina (em ci clos futuros, disputará satisfatores nos 14 subsistemas). Quando aparecer uma ir mãzinha, a competição se dará principalmente entre as duas, terminando com uma ganhadora do pai, compensada com endorfina, e uma perdedora da figura paterna, cheia de adrenalina. Esta buscará outras fontes, enfrentando outros jogos triádicos até que saia vencedora em algum.

Com isso, ganhando ou perdendo, vai-se desenvolvendo cronologicamente a criança, montando redes neurais tri-tetracerebrais, com predominância ou hierarquia determinada pelas exigências do ambiente, com raízes ou centros de onde partem repercussões para todo o espaço cerebral: o cérebro como holograma. Quando, na família, há mais de um irmão e mais de uma irmã, a disputa por papai e mamãe como fontes de tri-satisfatores será mais dura para eles. É que papai e mamãe, também disputam entre eles os(as) filhos(as) como fontes de endorfina. Aí, o inconsciente paterno/materno será guiado por suas recorrências de infância: o pai ou a mãe vão preferir e favorecer o filho ou a filha que mais evocações lhe traga de sua primeira fonte de apego na infância. Um pai de duas filhas, se teve apego maior à sua mãe, preferirá a filha que lhe traga mais evocações inconscientes da mãe dele. A mãe de dois meninos, se teve apego maior a seu pai, preferirá o filho que lhe traga mais evocações inconscientes do pai dela. Isso resultará em filhos pre feridos e filhos preteridos, embora mães e pais insistam em dizer que querem a to dos os filhos igualmente. Os filhos sabem que não. Todos são amados, mas não igualmente. Havendo duas filhas, o pai tem que aprender a ser o “namorado” das duas, já que ninguém, muito menos as crianças, quer ser igual a ninguém: quer ser superior, melhor, única ou único. A solução é tratar as duas filhas em separado, levando cada uma a crer que é a preferida e única, até que isso seja descoberto. Aí, é parar para conversar sobre o jogo triádico familiar ou familiograma. Havendo dois meninos, ca be à mãe fazer o mesmo. Isso de um menino ser da mamãe e outro do papai não é correto, o mesmo com as filhas.

134

135

Quando não saibam fazer isso, os pais estarão preparando futuros ressentidos, neuróticos, fracassados na vida, ou eternos rebeldes, agressivos, vingativos, porque tiveram um começo atrapalhado e turbulento. Outra coisa muito importante: é necessário que a criança viva num contexto de jogo triádico completo, isto é, com figura feminina/maternal e figura masculi na/paternal, não necessariamente pai/mãe biológicos. Se faltar a figura masculi na/paternal, o menino se apega muito à figura feminina, desenvolvendo um hipercé rebro direito romântico, com risco de atrofia do cérebro esquerdo e central; torna-se um frouxo, efeminado, sem garra, por falta de competição com a figura masculina. Se faltar figura masculina/paternal, a menina desenvolverá um hipercérebro esquerdo e central competitivos, com risco de atrofia do cérebro direito; torna-se du ra, masculinizada, sem afetividade, por excesso de competição com a figura mater na. Se faltar a figura feminina/maternal sucederá o mesmo. A menina desenvolverá um hipercérebro direito por apego ao pai, com risco de atrofia do cérebro esquerdo e central por falta de competição com a figura feminina; e o menino desenvolverá um hipercérebro esquerdo e central por excesso de competição com o pai, correndo o risco de atrofia do cérebro direito por ficar sem a experiência da afetividade com a fi gura materna. Esta é a tese central de Pearce (A Criança Mágica, 1982): o aumento de filhos e jovens disfuncionais é proporcional ao aumento de famílias incompletas ou disfuncionais. Mais adiante apresentaremos o Projeto de Carreira de Mães cons trutoras de cérebros. O filho único ou filha única, num contexto familiar com figura masculina/paternal e figura feminina/maternal que não conheçam ou não saibam desempenhar seus papéis dentro do familiograma, correm o risco de serem disputados como fonte de endorfina tanto pela figura paterna como pela figura materna. A disputa se dá pela “compra de afeto ou lealdade” do filho ou da filha por meio de presentes, promessas, subornos etc. Não são os presentes que estragam o filho único. Este, ao dar-se con ta que o estão leiloando, convence-se que tem o poder de exigir apostas cada vez mais altas pelo seu afeto e vai virando um ditador precoce. Mais tarde, fora da famí lia, ninguém se submeterá a suas manhas ditatoriais e vai sofrer muitas frustrações e raivas porque suas manipulações não funcionam. Crer que o filho único se estraga por excesso de mimo é falso: se estraga porque caiu em mãos de pai e mãe irres ponsáveis que se puseram a disputá-lo como objeto de propriedade particular. O impulso para disputar fontes de sobrevivência e procriação com os demais, o impulso para usar sinais de informação e comunicação para entender o jogo e os adversários, o impulso para vincular-se afetivamente e ter aliados - isso tudo é inato, é hereditário, programado pela evolução biológica de uns três milhões de anos. Este impulso corresponde ao nível 1 dos três cérebros, que é um padrão universal co

135

136 mum, quase indiferenciado entre as diversas etnias. As diferenças serão cada vez mais notórias na medida de sua evolução para níveis crescentes do tricerebrar, nível 2, 3 e 4; quanto mais alto o nível, maiores serão as diferenças; quanto mais baixo, maiores as semelhanças. Algo do nível 1 e quase tudo mais dos níveis dois, três e quatro são construí dos: é aprendizagem, é montagem neuronal de hábitos ou trilhas mentais, desde a aventura de explorar, pelos cinco sentidos, o ambiente inicial, até os ambientes que emergem nos ciclos que vêm depois, que se exploram, também, com ferramentas de abstração matemática e filosófica. O desenvolvimento do potencial inicial do cérebro central é aprendizagem mo tora, quer dizer, mover-se para a luta, indiferença, ou fuga, sexual e profissional. O desenvolvimento do potencial inicial do cérebro direito é aprendizagem afetiva e lú dica, quer dizer, vinculação, indiferença, ou rejeição e abandono. O desenvolvimento do potencial inicial do cérebro esquerdo é aprendizagem informativa ou comunicati va, quer dizer, observação, balbucio, palavras, frases. Se a educação familiar-escolar for de boa qualidade tricerebral, a criança, o jo vem e o adulto deixarão, pouco a pouco, de ser totalmente influenciados e teleguia dos pela família e ambiente, e passarão a ser mais autônomos influenciadores do ambiente. Toda essa programação será melhor detalhada mais adiante, ao exempli ficar “Educação para o Desenvolvimento de Competências Tricerebrais até os Dezoi to Anos”. Dizer que a vida tem três linhas que se intercruzam - a formação, o trabalho e o desfrute - é um enfoque triádico, sim, mas muito genérico. É melhor compreender a formação, que é cérebro esquerdo, o trabalho que é cérebro central, e o desfrute que é cérebro direito, pelos ciclos do Fluxograma da Vida, porque tudo vai mudando em cada ciclo. Todo esse treinamento e assimilação de programas tricerebrais se dá, princi palmente, pela expressão corporal, não-verbal, de sentimentos e atitudes do cérebro direito dos educadores; se dá bastante pelo exemplo, pelo modo de viver e de atuar, pelo factual do cérebro central; e se dá muito pouco através da comunicação verbal, sequência de comandos, explicações e conselhos dos educadores, pois o cérebro esquerdo da criança é o último a entrar em funcionamento. Apesar disso, os três cé rebros deverão receber estimulação simultânea em todas as idades. Assim que, para entender-me e entender aos demais, o método é o exposto até aqui, e não, fazendo perguntas de crédulos sobre “destino”, “signo”, “horóscopo”, “bênçãos ou maldições dos deuses” e outras superstições.

A tri-programação tem uma espécie de reóstato ou piloto automático: sempre reajusta o aparelho cerebral ao que foi previamente programado, quer dizer, se submete a um “controle remoto” operado pela família e figuras recorrentes dela.

3.2.1. COMO ELABORAR O FAMILIOGRAMA

Para elaborar o familiograma será preciso recuperar memórias da infância até os sete anos. O pouco que lembramos se completa perguntando a quem nos viu

136

137 crescer. Não é tão fácil, pois é como penetrar num nevoeiro, que é o inconsciente coletivo e o inconsciente familiar dos primeiros anos. Mas como todo nevoeiro, pou co a pouco vai-se dissolvendo. POSIÇÃO RELATIVA ou ordem de nascimento. Começa-se estabelecendo nossa posição relativa, quer dizer, se sou o primogênito, o segundo, o terceiro etc. dos filhos, que é preciso identificar pelo nome e idade. Não se contam irmãos faleci dos até um ano de idade, pois só ao redor de um ano de idade a criança sai da sim biose com a mãe e começa a perceber-se em jogo triádico com os demais. Se a cri ança troca de família antes dos cinco anos, será necessário fazer dois familiogra mas: o primeiro será o da família de origem; o segundo será da nova família, porque vai haver cruzamento, entrechoque e contradição entre as programações da família de origem e as da nova família. É o caso dos que foram criados pelos avós, o dos filhos de um matrimônio que foram criados noutro, dos filhos adotivos, dos órfãos recolhidos em algum centro de atenção, das crianças da rua etc. Quanto menos idade tenha a criança, menos lhe importa quem tenham sido seus genitores biológicos; importa-lhe somente ter sua fonte de tri-satisfatores e aguentar os rivais na busca dessa fonte. Os laços de san gue são um mito de quando não se sabia dos laços tricerebrais, que são os que re almente valem.

MINHA PRINCIPAL VINCULAÇÃO AFETIVA ATÉ OS SETE ANOS. Essa vin culação ou apego refere-se a uma fonte de amor, de energia, fonte de tri-satisfatores das tri-necessidades infantis, e não só de carinho, como crê a psicologia popular. Os meninos buscam vinculação com figuras femininas, começando pela mãe, se não houver nenhuma interferência; as meninas buscam vinculação com figuras masculi nas, começando pelo pai, se não houver nenhuma interferência. A tarefa, aqui, é identificar a primeira fonte ou vinculação afetiva maior: pai, mãe, avô, avó, tio, tia, padrinho, madrinha, irmão, irmã, empregado(a) etc. Se alguém não conseguiu con quistar/ganhar o pai ou a mãe, poderá conquistar/ganhar alguma outra das figuras mencionadas. Mas se não conseguiu uma vinculação afetiva satisfatória com nin guém, então vai-se agarrar a um sucedâneo, que consiste em apaixonar-se por algo

137

138 não-humano, como um travesseiro, um brinquedo, uma árvore, um bicho de estima ção, livros, jogos etc., que mais tarde poderão ser as drogas. É imprescindível des cobrir quem foi a primeira fonte afetiva. É importante descobrir isso porque essa primeira fonte afetiva foi a que mais contribuiu para a programação de meu cérebro direito em seus 4 níveis: o tipo de pessoas de quem gostamos e o modo de conquistá-las; o humor e o sentido da arte; a visão de futuro e o otimismo; o sentido estético-místico etc. Pode-se perguntar: - Por que fulano tem tal cérebro direito tetranivelado? Resposta: - Porque é como uma fotocópia ou clone do cérebro direito da pessoa que foi sua primeira vinculação afetiva e fonte de tri-satisfatores. Se o fulano tem o cérebro direito em grau de intensidade alta, é porque quem o programou tinha o cérebro di reito alto; se o tem baixo, é porque quem o programou o tinha baixo, salvo interfe rências melhoradoras ou empobrecedoras de uma fonte posterior com mais peso que a fonte anterior. MINHA PRINCIPAL FONTE DE RIVALIDADE até os sete anos. Como o molde da vida é de três lados-ângulos-forças, ao buscarmos uma fonte de satisfatores en traremos em competição com alguém mais, igualmente interessado(a) na mesma fonte. É o famoso triângulo amoroso que existe desde a infância entre filho(a) mãe e pai. Identifique essa fonte de rivalidade: pai, mãe, avô, avó, tio, tia, irmão, irmã, pri mo, prima, empregado(a) etc. É mais difícil admitir isso se a primeira fonte de rivali dade foi o pai ou a mãe, porque na infância ensinam a recalcar ou reprimir o ódio. Mas é importante descobrir isso porque essa primeira fonte de rivalidade foi a que mais contribuiu para a programação do cérebro esquerdo e central em seus 4 níveis. É que o cérebro esquerdo se desenvolve quando é desafiado pela discussão, a crítica, a mentira, a provocação, a obrigação de pensar; e o central se desenvolve quando é desafiado fisicamente pelo trabalho, a briga, a perseguição, a pressão físi ca e econômica etc. Pode-se perguntar: - Por que fulano tem o cérebro esquerdo tetranivelado alto ou baixo? - Porque o rival tinha o cérebro esquerdo alto ou baixo e a rivalidade foi alta ou baixa. - Por que fulano tem o cérebro central alto ou baixo? - Porque o rival tinha o cérebro central alto ou baixo e a competição e briga físi co-econômica foi alta ou baixa. TRI-PROGRAMAS de conquista, arsenais ou mecanismos desenvolvidos e usados para ganhar e conservar a fonte de tri-satisfatores e aliados. Apresentamos, a seguir, uma breve lista para identificar tais programas ou mecanismos tricerebrais. Arsenal pelo cérebro central: obedecer; submeter-se em tudo; tratar de ser for te; imitar e repetir seu modo de atuar; ajudar a fazer coisas; acompanhar em tudo; levar comida, roupa, calçados etc.; cuidar da higiene pessoal; evitar brigas; sentar em suas pernas, tocar; dormir a seu lado etc. Arsenal pelo cérebro direito: esperar na porta sua chegada; beijar, abraçar, dar carinho; cantar, dançar; declamar; orar pela fonte de satisfatores; elogiar, dizer coi sas bonitas; vestir-se bem, tratar de ser elegante; tratar de agradar; tratar de imitar suas expressões emocionais; tratar de seduzir, fazer declarações “amorosas”; brin car, jogar juntos etc.

138

139 Arsenal pelo cérebro esquerdo: aprender suas palavras e modo de falar; es tudar muito; mostrar o que sabe; tratar de ser inteligente; ler para a fonte de satisfa tores escutar; ver televisão juntos; perguntar e escutar sua história de vida; mandar mensagens, cartinhas; aceitar suas normas, seus critérios de certo e errado; não responder mal etc. Às vezes é duro reconhecer que tínhamos “inimigos”, adversários, competido res na família; é duro admitir que qualquer um de nós tenha um lado bom para quem é sua fonte de gosto e endorfina; e tenha um lado “mau” ou de guerra para quem é fonte de desgosto e adrenalina. TRI-PROGRAMAS de luta: arsenais ou mecanismos desenvolvidos e usados com os rivais para combatê-los e defender-se na disputa pela fonte de tri satisfatores. Quais são os tri-programas ou arsenais considerados "maus comporta mentos" ou mecanismos de infância para fazer raiva ou guerra aos rivais, sejam eles pai, mãe, irmãos? Apresentamos, a seguir, uma breve lista para identificar tais pro gramas ou mecanismos tricerebrais. Arsenal pelo cérebro central: desobedecer; fazer tudo ao contrário; rebelar-me; esconder as coisas; romper, roubar coisas; ter medo; comportar-me bem quando na presença de outros e comportar-me mal quando fora da vista ou vice-versa; evitar encontros; “adoecer”; recusar-me a comer; provocar brigas; fazer maldades; fechar a cara e a comunicação; fugir de casa etc. Arsenal pelo cérebro direito: rejeitar carinho, dizer que não gosto, maldizer, de sejar o mal, criar desconcerto, fazer gozação, recusar cantar, orar; mau humor, “cor tar relações”, fazer-se o indiferente etc. Arsenal pelo cérebro esquerdo: responder, discutir; criticar, acusar; mentir; descuidar os estudos; “perder” livros e materiais escolares; falar mal dos professores e da escola; falar errado de propósito; fingir que não escuto; guerra de silêncio; insis tir em fazer as coisas erradas; fazer-me o(a) ignorante etc. LEI DA ATRAÇÃO: O que eu mais gostava dos três blocos de atrativos (que chamamos “its”, ou algo especial e inconsciente que forma o charme ou o poder de atração de alguém) de minha fonte afetiva de satisfatores eram:  Traços físicos do cérebro central, como corpo, cabelo, voz, olhos, dentes, pele e sua cor, força, trabalho, modo de mandar, relação com o dinheiro etc.  Traços intelectuais do cérebro esquerdo, como inteligência, modo de pensar e falar, relação com o estudo, a conversação, amor à verdade etc.  Qualidades afetivas e morais do cérebro direito, como atenção, carinho, ale gria, elegância, artes, jogo, religião, justiça, modo de tratar etc. O mesmo vale para a LEI DA AVERSÃO OU REJEIÇÃO: Os traços dos três cérebros da pessoa que era meu rival e que mais me desagradavam e eu rejeitava, ao que chamamos anti-its, ou algo inconsciente que provoca antipatia, eram:  Traços físicos do cérebro central, como corpo, cabelo, voz, olhos, dentes, pele e sua cor, força, trabalho, modo de mandar, relação com o dinheiro etc.  Traços intelectuais do cérebro esquerdo, como inteligência, modo de pensar e falar, relação com o estudo, a conversação, a verdade etc.

139

140  Qualidades afetivas e morais do cérebro direito, como atenção, carinho, ale gria, elegância, artes, jogo, mística, justiça, modo de tratar etc. JOGO DE PODER DOS TRÊS SUBGRUPOS na família. Há três forças, três blocos de interesses, três “partidos”, três tipos de comportamentos com três tipos de táticas/arsenais em qualquer família. Não importa se é de brancos-negros-amarelos; de hétero-homo-bisexuais afetivos; de humanos, de chimpanzés, de cobras, deve getais etc. Sempre haverá um oficialismo feminino-masculino-homoafetivo, com sua combinação típica dos três arsenais; sempre haverá um antioficialismo feminino masculino-homoafetivo com sua combinação típica dos três arsenais; sempre haverá um oscilantismo feminino-masculino-homoafetivo com sua combinação típica dos três arsenais. Distinguindo entre liderança por força físico-econômica, estereotipada como machista e, liderança por força ideológico-emocional, estereotipada como “mulheris ta” com seu arsenal de bate-boca, resistência passiva, lágrimas, chantagem emocio nal ou religiosa, fazer-se de vítima, inspirar compaixão, outros truques para impor se, O SUBGRUPO OFICIAL muito-pouco-ou nada proporcional em minha família até meus sete anos foi: a mãe___ a avó___ uma tia___o pai___ o avô___ etc. O ANTIOFICIAL muito-pouco-ou nada proporcional era: OS OSCILANTES muito-pouco-ou nada proporcionais eram: MINHAS RECORRÊNCIAS. Recorrências são comportamentos ou programa ções inconscientes da infância que voltam a ocorrer outras vezes, inconscientemen te, nos ciclos seguintes e em outros campos de vida. Um exemplo de recorrência da relação afetiva inicial: um jovem ou uma jo vem quando busca namorada(o), em geral simpatiza de imediato com quem, em seu inconsciente, lhe evocar a figura de sua primeira fonte afetiva (mãe, avó, tia, pai, avô, tio etc.) e despertar os gostos/endorfina que isso lhe causava. Por que nos apegamos ao nosso grupo, ao nosso time, à nossa empresa e religião e ao nosso país? Porque é recorrência de nossa família. Um exemplo de recorrência da rivalidade inicial: na escola, o professor mais “antipático” é o que, no inconsciente do estudante, lhe evoca a figura de sua primeira fonte de rivalidade na família e os “maus momentos” que lhe causou. O mesmo se repetirá na empresa, no Estado, nas figuras religiosas etc. Isso explica “amor à pri meira vista” e também “antipatia e rejeição à primeira vista” que não vem de nenhu ma causa externa, mas nasce do condicionamento inicial de nossos três cérebros que projetarão essa “sua” maneira de “perceber”, que lhe foi introjetada. Se é recor rência de amor, põem-se todas as virtudes na pessoa que substitui nossa primeira fonte de apego; se é recorrência de rivalidade/antipatia, põem-se nela todos os de feitos: sempre faltará algo, nunca satisfaz. Se amamos, endeusamos; se somos re legados, demonizamos; se nos reconciliamos, endeusamos outra vez. Coisas do cé rebro direito e suas recorrências inconscientes. Os três cérebros fazem recorrências. PARA AMIGOS OU AMIGAS PREFIRO gente com as seguintes característi cas, lembrando as listagens anteriores para cada um dos três cérebros: Traços físicos de cérebro central: Traços intelectuais de cérebro esquerdo: Qualidades afetivas, estéticas e morais de cérebro direito:

140

141 E agora tente identificar as razões para isso, porque têm a ver com recorrên cias familiares. De que e de quem? NÃO GOSTO, NÃO ME ATRAEM PESSOAS com as seguintes características, lembrando as listagens anteriores para cada um dos três cérebros:  Traços físicos do cérebro central:  Traços intelectuais do cérebro esquerdo:  Qualidades afetivas, estéticas e morais: E agora tente identificar as razões para isso, porque têm a ver com recorrên cias familiares. De que e de quem? PARA ESTUDO OU TRABALHO EM EQUIPE na escola, universidade, na em presa, na política etc. prefiro atuar num dos três subgrupos a seguir, como:  Oficial, coordenador, diretor, chefe, cérebro central:  Antioficial, crítico, rebelde, inconformado, cérebro esquerdo:  Oscilante, obediente, tranquilo, colaborador, mediador, cérebro direito: PARA MELHORAR A CONVIVÊNCIA e meu desempenho tri-grupal quero de senvolver competências próprias num dos três subgrupos seguintes:  Oficial, coordenador, diretor, chefe, cérebro central:  Antioficial, crítico, rebelde, inconformado, cérebro esquerdo:  Oscilante, obediente, tranquilo, colaborador, mediador, cérebro direito: Qualquer decisão ou proposta tem que ser operacionalizada para encontrar o caminho de sua realização.

ESTUDO DO TRICEREBRAR DE MEUS NEUROPROGRAMADORES. Com o Revelador do Quociente Tricerebral temos uma ferramenta para examinar e conhe cer cada vez melhor o conteúdo de nossos três cérebros e seus respectivos modos de atuar. Mas falta o porquê desse modo de atuar. A resposta é o familiograma. - E como se faz para saber mais sobre como fomos programados desde a con cepção? - Para saber mais sobre a origem de meus programas para pensar, sentir e atuar que instalaram em meus 3 cérebros e seus 4 níveis, vou estudar os 3 cérebros de meu pai, mãe, professor(a), catequista, sacerdote, pastor, chefe, autores de livros que marcaram minha vida.

3.3. CURRICULUM VITAE DO MEU TRICEREBRAR 1. MEU ATUAL QUOCIENTE TRICEREBRAL TEM ESTA PONTUAÇÃO:

No cérebro esquerdo: central:

No cérebro 1.1. Minha hierarquia direito: tricerebral é uma das seis seguintes:

141

142 1º esquerdo, direito, central; ou esquerdo, central, direito; 2º direito, central, esquerdo; ou direito, esquerdo, central; 3º central, direito, esquerdo; ou central, esquerdo, direito. 1.2. Meu grau de intensidade do cérebro esquerdo situa-se num dos quatro in tervalos ou escores da escala seguinte: Inferior, que vai de 9 até 27 pontos, indicando subdesenvolvimento, incompe tências e poucas chances de êxito; Médio, que vai de 28 até 34 pontos, indicando competências medianas e boas ou regulares chances de êxito; Superior, que vai de 35 até 40 pontos, indicando competências superiores e grandes chances de êxito; e Genial, que vai de 41 até 45 pontos, indicando competências geniais e chances to tais de êxito.

Meu grau de intensidade do cérebro direito situa-se num dos quatro intervalos ou escores seguintes: Inferior, que vai de 9 até 27 pontos, indicando subdesenvolvimento, incompe tências e poucas chances de êxito; Médio, que vai de 28 até 34 pontos, indicando competências medianas e boas ou regulares chances de êxito; Superior, que vai de 35 até 40 pontos, indicando competências superiores e grandes chances de êxito; e Genial, que vai de 41 até 45 pontos, indicando competências geniais e chances to tais de êxito. Meu grau de intensidade do cérebro central situa-se num dos quatro intervalos ou escores seguintes: Inferior, que vai de 9 até 27 pontos, indicando subdesenvolvimento, incompe tências e poucas chances de êxito; Médio, que vai de 28 até 34 pontos, indicando competências medianas e, boas ou regulares chances de êxito; Superior, que vai de 35 até 40 pontos, indicando competências superiores e grandes chances de êxito; e Genial, que vai de 41 até 45 pontos, indicando competências geniais e chances to tais de êxito. 1.3. O bloco cerebral que quero estimular e desenvolver mais por enquanto é o esquerdo, ou central ou direito (escolher um): 1.3.1. No cérebro escolhido, a competência que quero desenvolver é a seguin te: 1.3.2. A operacionalização da meta ou competência a desenvolver se faz indi cando o onde e o quando isso vai acontecer; quem (a própria pessoa) e colaborado res se necessário; quais atividades e como serão executadas; que método e técni cas serão utilizados; orçamento a ser empregado; dificuldades esperadas ao longo do percurso; resultados esperados no fim do prazo estipulado; técnicas de confirma ção dos resultados (estatística ou opiniões de terceiros); e quem será o exigidor des te meu compromisso.

142

143 Os itens de uma operacionalização são dos quatro fatores operacionais: espa ço, cronologia, personagens, procedimentos e suas subdivisões.

1.3.3. Eu fui escolhido(a) como exigidor(a) de (nome de quem me escolheu): 1.3.4. A função mental que vou monitorar é a de No... do QT, ou qualquer ou tra. Transcrevendo: Nesta busca de sobrevivência entre os extremos de neguentropia e de entro pia, de esforço e descaso, de adrenalina ou cortisol e endorfina ou oxitocina, de stress e de distensão, de prazer e de dor, você começou a desenvolver seus três processos mentais. A inteligência não foi herdada. Não herdou tampouco a capaci dade mística, nem herdou a capacidade administrativa para ganhar dinheiro e fazer negócios. O que herdou foi um potencial tricerebral do nível 1 que se foi desenvol vendo segundo as circunstâncias do jogo triádico que começou em sua família e continuou, depois, na educação escolar-ambiental de primeiro, segundo e terceiro grau e ao longo dos anos etc. O processo de ser usuário e prestadio é contínuo e progressivo nos três cére bros. Enquanto se vive, se aprende, e se modifica. O resultado não é a seleção na tural “pura” como propunha Darwin. É uma seleção modificada e intercondicionada pela origem e programação familiar-étnica que, por sua vez, é condicionada pelas regras de jogo estabelecidas pelo poder político, econômico e sacral de seu ambien te comunitário, nacional e imperial. Sabendo que, entre 60% e 70%, o cérebro é resultado do matricondicionamen to, não será difícil descobrir através de quais experiências, quais peripécias existen ciais vão-se formando uma mentalidade e seus comportamentos. O resto dos famili ares tem importância como partes do jogo triádico familiar que é o palco de estreia de todos.

143

144 3.4. UM ESTUDO DE CASO DE seguindo Ciclo DINÂMICA Cibernético os passos INDIVIDUAL, de do Feedback CCF:

1. 2. Tema. Coleta Estudo de Dados. do caso “Borges Filho”

O Dr. Borges Filho é um pouco médico, um pouco Diretor de Faculdade, um pouco político, um pouco Presidente da sociedade filantrópica, um pouco casado, um pouco pai, um pouco filósofo, muito espiritualista. É católico, mação, Rosacruz e dirige uma sociedade de parapsicologia. Herdou de seu pai uma boa posição socio econômica. Por linhagem materna, pertence a uma tradicional família de pensado res, filantropos, artistas, políticos e homens de espírito. Na Faculdade de medicina, mais preocupado com a alma que com o corpo, sobressaia como modelo de cava lheirismo e de cientista clássico frente ao mistério da vida. Era assaltado por mil in terrogações metafísicas. Passou por todos os movimentos sociais e retiros em conventos, até que, no primeiro amor seguido de matrimônio, reencontrou o eixo de sua vida, a base para todas suas incursões heroicas pela vida. Surgiu como um novo e mais vigoroso Dr. Borges Sênior. Hoje, entretanto, com duas filhas, Sílvia de dezessete anos, Eva de quinze e o filho Borges Neto de treze, chegou num beco sem saída: a esposa é alcoólatra; a fi lha mais velha está apaixonada por um professor casado; o pai deixou a esposa, e esta veio viver com o filho único; seu filho caçula, Borges Neto, o acusa de destruir a família; e seu velho pai faz o escândalo de viver com uma jovem concubina... O Dr. Borges Filho gastou toda sua vida até aqui, altruistamente, atendendo a todos. Agora, interroga o céu que lhe manda essas provações. Como Jó, busca ex plicações enquanto, estoicamente aguenta essas desgraças terrenais. Em suas meditações revive sua história. A linda história de uma aurora exis tencial quando lhe apareceu Naná, uma fada loira, com o mapa de todos os cami nhos, a chave de todos os segredos e a altura senhorial que era a soma da nobreza dos mais nobres espíritos. Apresentada em casa, foi declarada imediatamente como “uma senhora” e dada como continuação da família. “O filho casado não se desvin cularia da família” disse a mãe. “Eu e ela condividiremos nossa missão”. A lua de mel foi um tempo de poesia, de lirismo e de elegância na intimidade. Depois vieram os filhos e apesar do apetite sexual de Dona Naná, sempre houve muitos motivos para ir diminuindo os encontros sexuais. Era a gravidez, eram as responsabilidades sociais, era a mamãe que o necessitava cada vez mais, e a políti ca cada vez pior! No terceiro filho, mandou esterilizar Dona Naná, sem que ela o soubesse, mas por amor a ela... Daí em diante, o inferno que era remoto, começou a fazer-se cada vez mais próximo, um inferno de discussões, de mesquinharia, de perda da dignida de, de desmoralização da tradição familiar, da derrocada do amor e da visão sagra da da figura sublime de Dona Naná.

144

145 Começava a pensar, sem admiti-lo, que o casamento e a família eram como uma tênia solitária desvitalizadora do organismo, que cortava qualquer carreira he roica e minava qualquer militância que não fosse a família mesmo. Pouco a pouco, afastou-se das reuniões sociais. Recorrer a psicólogos? “Não entendem nada da transcendência do espírito humano, desrespeitam o mistério com um par de frases tolas sobre sexo, uma meia dúzia de acusações ao pai e, principalmente, à mãe, que se aplicam a todos, negando a unicidade de cada pessoa”. Recorrer à religião? “Pa dres e ministros têm vida secreta e não passam de uma sociedade comercial com o escritório no altar e o balcão no confessionário”. Enquanto não aparece uma saída, o Dr. Borges Filho vê que ele e tudo a seu redor seguem funcionando normalmente. Ele, funcionando como um boneco de cor da, sem empenho, sem paixão. E o resto do mundo funcionando com aquele ar oti mista típico das propagandas. Então, por quê? “Economicamente estou bem, intelectualmente estou atualiza do. Sempre fui austero, incansável na prática do bem, honesto, humanitário”. Será stress? Estarei ficando antiquado aos 45 anos, como me dizem os filhos? No momento, o Dr. Borges Filho está confiado à sabedoria do tempo. Espera. A maior parte do tempo fica na chácara, acompanhado pela mãe e sua segunda fi lha, Eva, que brigam entre elas, enquanto ele lê livros de Neurolingüística e de pen samento positivo. 3. Processamento dos Dados. 3.1. Quociente Tricerebral. Que pontuação aproximada tem o Dr. Borges Filho em cada um dos três cérebros e qual seria sua hie rarquia tricerebral? Ele tem o cérebro direito como dominante com 43 pontos, o esquerdo como subdominante com 42 pontos e, o cérebro central 3.2. como Faça o mais o familiograma baixo, com de 32 Borges pontos. Filho com seu pai Borges Sênior e sua esposa; e entre os dois, o filho único. 3.2.1. A quem se vinculou afetivamente Borges Filho, quando menino e filho único, para obter satisfatores para seus três cérebros? À mãe! Com quem teve que disputar, entrar em competição? Com o pai! Teve, além disso, algum sucedâneo ou outras fontes obsessivas de fixação não-humanas como um bicho de estimação, uma árvore, um cobertor, um brinquedo, um esporte, livros, religião etc.? Não! 3.2.2. Que características dos três cérebros da mãe, que “its” ou atrativos se tornaram marcantes para dar-lhe prazer, dar-lhe endorfina/oxitocina, formar-lhe o gosto por figuras femininas no futuro? Firmeza, desembaraço e soluções para tudo do alto de sua elegância loira. Que características do pai se tornaram marcantes pa ra causar-lhe desprazer, provocar-lhe adrenalina ou cortisol e a rejeição? Individua lismo, materialismo e independência sem escrúpulos. 3.2.3. Quem foi o subgrupo oficial, positivo, neutro, ou negativo, de força psico lógica para o menininho Borges Filho? Foi a mãe com exercício desproporcional do poder. E quem foi o antioficial positivo, neutro, ou negativo da mãe? O esposo, dedi cado à carreira e ao dinheiro, isolado pela aliança fechada entre mãe e filho. Em que subgrupo se encaixou o menininho Borges Filho frente à mãe e frente ao pai? Foi absorvido e abobalhado pela ventosa materna, fazendo dele seu clone e marionete oscilante; frente ao pai, tornou-se antioficial crítico, mas tímido e distante.

145

146 3.2.4. Que programas mentais ou comportamentos e arsenais para os três cé rebros lhe impôs a mãe para continuar sendo sua fonte de satisfatores, e que pro gramas desenvolveu ou aprendeu o menino Borges para dar gosto a ela e não per dê-la? Impôs-lhe submissão incondicional ao oficialismo e caprichos femininos e, a receita materna para dar continuidade à linhagem materna, que aceitou para agradá la. Que programas mentais desenvolveu para disputar a mãe com o pai, para defen der-se dele, combatê-lo e superá-lo? Entrou em competição silenciosa para superá lo como médico e ativista social; seu raciocínio inconsciente era: “se meu pai como médico e rico conquista minha mãe, eu a conquistarei fazendo o mesmo e melhor que ele”. 3.2.5. Recorrências. A crise do estudante Borges Filho na faculdade de Medici na são projeções ou recorrências de que programas infantis? São mais de origem materna ou paterna? A crise religiosa é símbolo da crise de adulto por falta de emancipação da mãe e seus valores, na adolescência; e a crise intelectual e outras surgem pelo complexo de culpa-expiação por superar o pai, o que, psicologicamen te, significava “matar o pai” e “roubar-lhe” a mulher. Que tipo de “its” ou atrativos ti nha a esposa que escolheu? Eram os “its” ou atrativos de sua mãe. Era, Dona Naná, prolongamento ou reposição de alguma outra figura feminina? Era reposição da mãe. Sua posição subgrupal frente a sua esposa Naná é de subgrupo oficial, antiofi cial ou oscilante, e é manifestação de alguma recorrência? É de oscilante em adora ção, como recorrência do que fazia com sua mãe. Sua rejeição progressiva ao sexo terá relação com alguma recorrência inconsciente? Seria “fornicar” com a mãe. Quando, em meio à crise, rejeita com força o auxílio de psicólogos, padres e outros profissionais, trata-se de recorrência de alguma figura hostil de sua vida familiar? É recorrência de sua rejeição/negação do pai. 3.2.6. Desdobramento. Desdobramento quer dizer pôr-se na roupa do Dr. Bor ges Filho e interpretar seu raciocínio inconsciente, suas “racionalizações”, seu racio cínio “maya”, (que aceita as aparências e jogos de cena como reais, autoengano) em busca do raciocínio triádico, raciocínio mais real. A técnica do desdobramento torna clara a disputa triádica fundamental da sobrevivência e procriação, desde a gravidez e os demais ciclos até a transformação ou morte; e indica em quais jogos a pessoa saiu GANHADORA ou perdedora em cada ciclo e, se ela reconhece ou acei ta isso, ou se esquiva com desculpinhas para não sentir-se fracassada. Todos têm o cérebro programado para defender-se sempre, mesmo contra su as próprias necessidades. Os pais fazem com que a programação seja “protegida” como nos CDs protegidos contra regravação, que seja autodefensiva, embora seja desastrosa para o dono que é o filho. As justificativas dadas pelo raciocínio incons ciente ou maya são as aprendidas ou programadas de forma monádica na infância centrada no ego, de acordo com o jogo triádico de sobrevivência na família e no am biente mais amplo. Por exemplo: se perguntássemos ao Dr. Borges Filho, por que se dedica tanto às atividades sociais, sua resposta poderia ser: “porque é um deverso cial de todos”. Essa é uma resposta de raciocínio maya, inconsciente, cego, porque não está correlacionada com seus jogos triádicos de infância e suas recorrências. Todos te mos esse dever social porque somos corresponsáveis por tudo e todos. Mas podem existir motivos ocultos, inconscientes. A resposta com desdobramento triádico pode ria ser: “Eu, Borges Filho, me dedico tanto às atividades sociais porque, no jogo triá dico de infância, com isso agradava e conquistava minha mãe, ao mesmo tempo em que competia com meu pai”.

146

147 Aí está o jogo triádico infantil com seus três participantes, mãe-filho-pai; aí es tão os condicionamentos ou programações de luta-passividade-fuga para ganhar e defender-se; e aí está a recorrência na vida adulta. Outro desdobramento. Se perguntássemos: por que escolheu Dona Naná co mo esposa? A resposta poderia ser: “porque estava muito apaixonado e me fazia vi brar de felicidade”. Esta é uma resposta comandada pelo raciocínio maya inconsci ente, monádico, cego, unilateral e autocentrado. A resposta com desdobramento tri ádico poderia ser: “Eu, Borges Filho, disputei e conquistei a Naná frente aos demais, porque ela tinha os “its”, ou os atrativos e características agradáveis de cérebro direi to por ser elegante, loira, muito senhora etc. que me produziam endorfina ou prazer, como minha mãe. Aí estão os elementos do jogo triádico infantil: Ele, os its ou atrati vos que são como ímãs do gosto, criados pela mãe, os programas de competição frente aos demais e a recorrência adulta de marionete da natureza e do jogo da fa mília. Outros possíveis desdobramentos: por que, Dona Naná, você se entregou ao sucedâneo da bebida? “Porque na disputa triádica entre eu, a sogra e meu marido Borges Filho, a sogra me ganhou, me tirou o esposo como minha fonte de satisfato res. A programação de filho foi mais forte que a de esposo, e eu, no desespero, busquei na bebida um sucedâneo, uma fonte compensatória. Novamente, aí estão os elementos mínimos para o raciocínio triádico, mais real. Outro desdobramento. Por que, Sr. Borges Sênior, rompeu com sua senhora para viver com outra muito mais jovem? “Porque no jogo triádico entre minha mulher, o filho e eu, me senti por fim derrotado, me fez trabalhar muito para deixar uma boa herança ao filho e a ela se ficasse viúva; faz tempo que deixou de ser minha fonte de tri-satisfatores físico-econômicos, afetivos e de diálogo”. Teríamos que investigar por que escolheu essa companheira e não outra, dado que aos 67 anos segue do minado por suas recorrências; seria uma recorrência de sua primeira fonte infantil de tri-satisfatores? Ou seria uma “anti-recorrência”, por rejeição a sua esposa? Por que, senhora esposa de Borges Sênior, se agarrou tão ferozmente a seu fi lho a ponto de estragar seu casamento? “Porque, tratando de garantir-me fontes de satisfatores entre Borges Sênior e o filho, percebi, desde cedo, que Borges Sênior estava dedicado mais à sua carreira e a seus negócios que a mim; e eu escolhi o fi lho como minha eterna fonte de satisfatores; sinto muito”. O desdobramento poderia continuar assim: “Eu me apaixonei e me tornei ganhadora de Borges Sênior frente às demais competidoras, porque era uma recorrência de minha primeira fonte de tri satisfatores e me produzia muita endorfina; mas o filho, pouco a pouco, foi manifes tando características de minha primeira fonte de satisfatores (meu pai), de uma for ma tão superior à de Borges Sênior, que me dominou completamente pela inunda ção de endorfina que me produzia, enquanto começava a rinha com Borges Sênior, que me amargurava com adrenalina. Todos têm a mesma trajetória de vida nos 12 ciclos predeterminados pela energia físico-química-biológica, representada pelo “Fluxograma da Vida”. Mas nos tornamos diferentes, porque, para cada um dos ciclos, recebemos da família, princi palmente da mãe, quase sempre em aliança com alguma religião, programação para os comportamentos básicos, complementados pela escola, a catequese religiosa e a catequese das telinhas. Ao fim do ciclo familiar que ocorre quando entra a adoles cência, cresce um pouco mais a autonomia e também a influência de colegas; por outro lado, aumenta o cerco legalista do Estado e o assédio economistoide do mer

147

148 cado. Por isso, insistimos tanto em adquirir capacidade de desdobramento triádico ou de raciocínio “mais real” em busca de compreensão do jogo e de mais liberdade e autocondução. Para jogar melhor. 4. Diagnóstico. O Dr. Borges Filho tem um tricerebrar desproporcionado: 43 pontos de cérebro direito; 32 pontos de cérebro central; e 42 pontos de cérebro es querdo, sendo a hierarquia - direito-esquerdo-central. Vive em clima de dúvida por que seus lados direito e esquerdo anulam sua capacidade de discernimento pela es cassa diferença entre eles; e tem pouco poder de autocondução no sistema familiar e pouco poder de manejo do jogo na rede sistêmica da sociedade, porque tem o cé rebro central demasiado baixo. O mais grave, entretanto, é que continua sem dar-se conta que isso é fruto da programação doméstica e suas recorrências. Com isso tem baixo poder de autocompreensão de si mesmo e, portanto, de automodificação. 5. Futurologia e Criatividade. Dr. Borges Filho foi viver na chácara, dedicado aos livros de mentalismo e de autoajuda. Não lhe vai servir porque são só pílulas de otimismo e, sem o familiograma, não lhe revelam e não lhe mudam os programas in conscientes que traz desde o jogo triádico familiar, sobre os quais não terá nenhum controle, enquanto ficarem inconscientes. Ao descansar um pouco, longe do centro do jogo e “fogo” triádico que é a família, poderá lançar-se outra vez à luta; mas logo sucumbirá, quando se acabe a bateria, porque o problema de fundo é a falta de ma nejo dos jogos triádicos dos quais ele nem suspeita. Um neurolingüista poderá fazer lhe algumas reprogramações mais superficiais e meter-lhe pensamento positivo, otimista, sem tocar o problema de fundo. O efeito desta pílula duraria pouco. 6. Decisões. A solução mais duradoura é buscar meios de compreender sua programação tricerebral, cultivar-se, reprogramar-se; depois de algum tempo, dedi car-se a solucionar as situações em que foi envolvido e nas quais ele meteu outras pessoas. No caso de haver menos de dois pontos ou mais de sete pontos de dife rença, é preciso, primeiro, escolher metas para diminuir a exagerada diferença e dis tanciar os cérebros com pouca diferença. 7. Planejamento, implementação, supervisão e feedback. Tomadas e hierar quizadas as decisões, faz-se a operacionalização e começa-se a pô-la em prática, sob a supervisão de um exigidor. Quando um novo QT ou o feedback do exigidor e da prática indiquem que o tricerebrar vai retornando à proporcionalidade, escolhem se novas metas de reorganização familiar e profissional, retomando uma vida menos sobrecarregada, mais sadia e prazerosa. Vamos a outro exemplo, onde se aplica o CCF da mesma maneira que no caso anterior.

3.4.1. ESTUDO DE CASO PARA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

1. Tema. O caso “Sílvia Borges”. 2. Coleta de Dados. Sílvia, 17 anos, é primogênita do Dr. Borges Filho e Dona Naná. Tem uma irmã de 15 anos e um irmão caçula de 13. Sílvia cursa o 3º ano do 2º grau. Vai muito mal. O pai a botou no cursinho, aonde vai a contragosto. Prefere tomar aulas particulares com o professor de Biologia. Vive de chiclete na boca, desligada, paradona, deslei xada, não joga mais direito. Começou a sair sempre com a mãe para a igreja. Está pensando em sair para um centro maior, morar numa pensão de moças, trabalhar e

148

149 estudar. Pra passar o fim de semana fora, foi a um encontro de jovens. No fim do dia, chamou o orientador, Jorge. - Jorge, eu preciso desabafar! - Está bom, Sílvia. O que é que rola? - Estou gamada no professor de Biologia. Que é que eu faço, hein? - Assim no cá e no já não dá pra falar nada não. Você tem que me contar um pouco de sua infância, de sua família com seus irmãos, do seu crescimento, do caso com o professor. Sem isso, o que eu dissesse seria um tremendo chute. Eu não en tenderia você e não poderia ajudar você a se autoconhecer, que é a coisa mais boni ta do mundo. - Tá bom. Por onde começo? - Não tem uma sequência lógica. Vai desfiando que eu ponho os dados em or dem na minha cabeça. - Minha vida está toda na contramão. Eu sempre fui boa. Agora fico grilada à toa. Ia bem de estudos. Agora só dá zebra. Todos elogiavam minha figura de prin cesa, minha elegância loira, herdada de minha avó paterna. Agora estou detestando isso. Puxa, como é duro ser neta e filha dessa família, ser estudante, ser desta soci edade, quando não se tem liberdade de amar. Esse professor foi o primeiro que rompeu as trincheiras do meu coração. Sem pre tive medo de amar. E tenho razão. Basta ouvir as músicas do Legião Urbana, de Leandro e Leonardo, da Marina... E as novelas, então? Não são feitas para mostrar o sofrimento da mulher, a ilusão do amor? Mas esse professor me pegou mole, mole! Foi só começar as aulas, já tava na dele. Louca pra ficar! Sua firmeza, liderança, seu desembaraço de movimento e de ideias tomaram conta de mim. De lá prá cá, minha vida tá um negócio. Ele é casado. Mas, e daí? Quem ama tem direitos! A mulher dele não o faz feliz. Ele está amarrado no casamento, há 15 anos, só por causa da nota dela. Num caso assim, tem que haver divórcio ou Deus tem que dar um jeito. Porque é uma injustiça o que eu sofro e ele também. E não é por sexo, não. É amor puro. Nem é por dinheiro, que eu não ligo a mínima pra isso. Eu já não aguento mais. Vou ter que abrir o jogo com ele. - Sílvia, você já soltou isso pra sua mãe, pro seu pai? - Deus me livre! O clima lá em casa é insuportável. Mamãe está arrasada pela bebida. Quando não bebe, chora. Dói ver a “fada loira” como papai a chamava, des controlada. Papai é rico, médico, muito espiritualista, benemérito da sociedade, pre sidente de tudo que é coisa. É a tradição da linhagem materna. É filho único, mas, diz a vovó, saiu melhor que o pai dele. Vovó, com sua firmeza, seu desembaraço e sua elegância loira, foi líder e cen tro da família. Ela sempre me preservou sexualmente e me ensinou a lidar com os homens. Mesmo papai recebeu dela uma educação refinadíssima, sempre trajado à mesa, gestos nobres, conversa amena, cheia de gentilezas. Mas não serve pra na da. É só show. Agora, isso tudo me grila. Papai está afastado de mamãe. Vovô largou de vovó e vive amasiado por aí. Meu irmão caçula começou a acusar papai de ser culpado de tudo (acho, até, que ele tem razão). Papai, em vez de reagir, passou a morar na

149

150 fazenda, onde vive meditativo, atendido em tudo por minha irmã que foi sempre o xodozinho dele. Assim não dá, pô! É só sofrimento. Até droga dá vontade de tomar. E tem muita coisa ruim que passa pela cabeça. A vontade que tenho é ir para um canto qualquer. Ou sumir no mundo...

3. Processamento dos Dados. Cumpra com todos os passos como se fez com o Dr. Borges Filho. 3.1. Queesquerdo, cérebro pontuaçãocentral teria Sílvia e direito: no

3.2. Faça o familiograma de Sílvia: 3.2.1. A quem se vinculou Sílvia, em quem se fixou quando menina, primeira e úni ca (antes que nascesse sua irmã), para obter seus tri-satisfatores? Pode-se dizer, também, quem foi sua fonte cooperativa de trifina. satisfatores. pai como suaComo fonte de estava tri-satisfatores só, vinculou-se e endorao

Com quem teve que disputar, entrar em competição? Com a mãe, o que se po de expressar, também, como a fonte de rivalidade. E quando nasceu sua irmãzinha, Eva, que lhe aconteceu? Houve competição entre as duas, disputando o pai; termi nou com Sílvia como perdedora do pai, e Eva como ganhadora do pai, ajudada pela preferência do pai por ela. E teve que procurar outra fonte de vinculação. Agarrou-se a algum sucedâneo (apego a fontes não-humanas como um bichinho de estimação, uma árvore, um cobertor, um brinquedo, livros etc.) ou se agarrou a uma figura hu mana entre as que estavam a seu alcance? Agarrou-se à mãe e, depois, à avó pa terna, que estava mais próxima e era a que mandava no clã! 3.2.2. Que características dos três cérebros da avó, que “its” sobressaíram pa ra dar-lhe prazer, dar-lhe endorfina, formar-lhe o gosto por figuras humanas? A fir meza, a segurança de si, o desembaraço, a liderança com soluções para tudo. 3.2.3. Quem foi o subgrupo oficial - positivo, neutro, ou negativo - de força psi cológica para a menininha Sílvia? Foi a avó paterna. E quem foi o antioficial compe tidor - positivo, neutro, ou negativo - frente à avó? O avô. Em que subgrupo se en caixou a menininha Sílvia frente a eles? No oscilante, submissa, até a adolescência. 3.2.4. Que programas mentais (comportamentos e arsenais para os três cére bros) lhe impôs à avó para seguir sendo sua fonte de satisfatores, e que programas desenvolveu (aprendeu) a menina Sílvia para dar-lhe gosto e não perdê-la? Todo o receituário da avó matriarca para dar continuidade à linhagem materna; e Sílvia acei tou e cumpriu, como estratégia para ganhá-la e conservá-la como sua fonte de en dorfina. Que programas mentais desenvolveu para disputar a avó com o pai, com o avô e com os irmãos, e para defender-se, combatê-los e superá-los? Deixar-se guiar em tudo pela avó, estudar, cultivar elegância, isolar-se dos demais. 3.2.5. Recorrências. Em sua adolescência, por que Sílvia rejeita seu pai? Por que na adolescência desabrocha a agressividade e o pai, sendo seu rival junto à mãe e avó, deve ser negado. Por que Sílvia busca o professor de Biologia? Porque

150

151 é o início de seu ciclo afetivo e ela busca um namorado que substitua a avó. Por que a crise em seus três cérebros? Porque anda confusa e quer mudar sua programação que a está atrapalhando. Por que Sílvia “guerreia” a esposa do professor? Porque é sua rival junto ao professor. Por que se tornou aliada do irmão menor e da mãe? Porque são adversários do pai e ela os toma como aliados. Por que alega não que rer sexo, só amor platônico com o professor? Porque tem programação de rejeição de sexo, feita pela avó. Que acontece em seu cérebro para ir mal nos estudos? Por que o cérebro direito cresceu com a paixão pelo professor, e está empatado com o esquerdo, gerando indecisão. Por que quer ir-se da casa? Para sair do círculo de fo go que é o jogo triádico em família que a faz sofrer; mas como tem cérebro central baixo, não tem forças para tomar decisões. 3.2.6. Agora desdobre triadicamente, pondo-se no lugar dela, e começando por “Eu Sílvia” todas as questões do número 3.2.5., que já estão desdobradas, mas não triadizadas. Por exemplo: Por que, Sílvia, você combate o pai? Eu Sílvia combato o pai porque ambos estamos disputando a avó como fonte de endorfina e eu a quero só para mim. Outro: Por que, Sílvia, você se apegou ao professor de Biologia? Na busca de fonte de endorfina adulta, fora da família, eu escolhi o professor de Biolo gia porque ele é recorrência de minha primeira fonte que foi a avó, com os mesmos its; para isso vou ter que tirá-lo da mulher dele. Etc., etc., etc. Desdobre triadicamente também os comportamentos e situações de Dona Na ná; da irmãzinha Eva que foi morar na chácara com o pai, e da avó que fez o mes mo; desdobre as atitudes do irmão contra o pai, do pai refugiando-se na chácara, com suas leituras e suas meditações (seus sucedâneos). Faça você, leitor, o mesmo que se fez com o Dr. Borges e com Sílvia. Desta par o inconsciente familiesco e aceitar a nova realidade triádica conscientizada é um processo lento e que exige coragem. Jesus Cristo já sabia disso e proclamava: “quem não abandonar seu pai e sua mãe”...

3.5. A ÁRVORE NOOLÓGICA TRICEREBRAL LHE DIRÁ MUITO MAIS QUE A ÁRVORE GENEALÓGICA SEXUAL A educação dada pela família é, em grande parte, implícita, inconsciente, sem técnica alguma. Não é psicológica, não é didática, tem um “currículo oculto”, isto é, nem a família sabe o currículo que segue. É simplesmente reprodutora, se reproduz automaticamente, inconscientemente, segundo a tradição familiar, religiosa, étnica, piorada pelas telinhas. Os pais vão transmitindo a seus filhos suas tradições, seus modos de pensar e modos de fazer; os filhos farão o mesmo para seus filhos e seus netos, e assim indefinidamente. Saber isto - a genealogia noológica (tricerebral) - é mais importante que saber ou conhecer a genealogia biológica. Não é “o sangue”, mas o cérebro que nos dá identidade. Vamos esquematizar, formatar, delinear e diagramar os possíveis conteúdos da programação dos três processos mentais que a família retransmite, para instalar ou montar o CCF do filho. Lembre que cada parte do cérebro pode ter sua evolução diagramada ou estru turada em quatro níveis que correspondem à hierarquia mínima de qualquer sistema triádico: o nível de execução, o nível de supervisão ou animação, o nível de asses soria e o nível de direção ou comando, aos quais correspondem os quatro níveis de

151

152 vivência: minivivência, mediovivência, grãvivência e maxivivencia. Vamos memorizar o título do conteúdo dos quatro níveis. Para o cérebro esquerdo, o nível um é o da comunicação por palavras e núme ros; o nível dois é das classificações e memória; o nível três é o da pesquisa e ciên cia; e o nível quatro é o da filosofia ou do pensamento crítico global. Para o cérebro central, o nível um é o da motricidade, sobrevivência e procriação; o nível dois é o da profissão e dinheiro; o nível três é o de planejamento e tecnologia; e o nível quatro é o da administração e seu resultado que é o dinheiro. Para o cérebro direito, o nível um é o da afetividade e relações humanas; o nível dois é o da criatividade e arte; o nível três é o dos fenômenos que ocorrem com a ciclagem reduzida do cérebro co mo parapsicologia e meditação; e o nível quatro é o da espiritualidade mística. Aqui só mencionamos os títulos de cada um dos quatro níveis tricerebrais, sem fazer a listagem dos conteúdos, o que já foi feito no Capítulo 1 deste livro, sob o ponto 1.2: O Cérebro em Evolução-Complexificação. Podemos também memorizar os títulos do conteúdo dos três cérebros de cada nível, em linha horizontal: o primeiro título será do cérebro esquerdo, o segundo do central e o terceiro do direito. No nível 1, horizontal, dos três cérebros estão: comunicação; sobrevivência e procriação; e afetividade. No nível 2 dos três cérebros estão: classificações; profis são; e criatividade. No nível 3 dos três cérebros estão: ciência; planejamento; e fe nômenos da ciclagem reduzida. No nível 4 dos três cérebros estão: filosofia; admi nistração; e espiritualidade estético-mística.

152

153

O currículo educacional de família, mais condicionador que educacional, come ça no nível um dos três cérebros da criança, que é o nível de execução, o nível que é mais genético-hereditário-procriativo, mais próximo dos animais; aí a criança aprende a comer e caminhar, pelo cérebro central; ela aprende a conquistar afetiva mente os pais com a endorfina que lhes produz, pelo cérebro direito; e ela aprende a falar depois de balbuciar, pelo cérebro esquerdo. Depois, buscará o nível dois que é de supervisão ou animação, junto com a escola e a arte; daí para o nível três, que é de assessoria técnica, quando precisará da ajuda da universidade e da iniciação à ciclagem cerebral reduzida; para chegar ao nível quatro, que é de alta filosofia, dire ção/administração, se requerem longos anos de experiência e estudos de pós graduação, com sentido de missão e espiritualidade estético-mística. O nível um é mais de corporeidade física, é o da criação inicial dos filhos, com a ajuda de pediatras e creches; já os demais níveis são culturais e dedicados a pro gredir nos níveis de vivência. Ao nascer, a criança sabe algo, não nasce como tábula rasa. Ela traz tri saberes genéticos ou biológicos hereditários, que são uns 38%. Os restantes 62% dos neurônios, a família e o ambiente irão organizando ou torcendo, “educacional mente”, para alcançar níveis superiores nos três cérebros; ou só em dois cérebros que são os preferidos e o terceiro deixado de lado; ou num só dos três para ter um gênio e ser a glória da família... É preciso dominar a estrutura das competências tricerebrais em seus quatro níveis, porque há três maneiras de analisá-la. A primeira, horizontalmente, distin guindo as competências predominantes em cada cérebro. A segunda vez, vertical mente, analisando o desenvolvimento gradual de cada cérebro em seus quatro ní veis, seguindo a direção do crescimento, de baixo para cima, porque de cima para baixo é a direção da decadência e desmontagem do tricerebrar, que ocorre por en fermidade ou por envelhecimento. A terceira vez, fazendo combinações transversais entre distintos níveis tricerebrais que compõem distintos perfis de CCF. Pode-se perguntar quais níveis tricerebrais se combinaram para formar o CCF de Einstein, Chiquinha Gonzaga, Getúlio Vargas, Marcelo Gleiser, Oscar Niemeyer etc. Depois de dominar os quatro níveis e os conteúdos de cada um deles, pode-se subdividir cada um deles em quatro subníveis também. Por exemplo, o nível 1 do cé rebro esquerdo é de comunicação. Ao dividir este nível 1 em seus quatro subníveis, teremos quatro níveis de comunicação verbal: o da comunicação infantil primeiro; o da comunicação dos secundaristas segundo; o da comunicação dos professores ter ceiro; e o da comunicação dos grandes oradores e escritores quarto. Faríamos o mesmo ao estabelecer quatro subníveis da matemática. O mesmo se poderá fazer com o conteúdo de cada nível do cérebro central e direito. O resultado disso tudo é a composição do CCF que é sempre uma combinação dos diversos níveis e subníveis de cada cérebro. Isso significa, também, que nin guém terá um CCF de nível 1, nos três cérebros; o CCF terá sempre um perfil que combina níveis mais altos e outros mais baixos porque a hierarquia tricerebral sadia é sempre diferenciada. Para nós, as pessoas valem por seu tricerebrar ou por seu CCF, isto é, pela combinação do nível de desenvolvimento de cada um dos três cérebros articulados.

153

154 Segundo nossa escala, os graus de intensidade do CCF pelos quais avaliamos as pessoas são: Inferior ou de incompetência; médio ou de meso-competências; supe rior ou de supercompetências; genial ou de maxi-competências. Não serve muito avaliar pelo grau de formação académica como segundo grau, universidade, mes trado e doutorado, ou pelo posto numa dada hierarquia como capitão ou soldado, al to executivo ou menino de recados, cardeal ou coroinha, nem por grau de santidade ou pecador, de riqueza ou pobreza. Porque as aparências são quase sempre tea trais. O que vale mesmo é o que está detrás de tudo: o tricerebrar tetranivelado e suas combinações no CCF.

3.6. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PARA CADA CICLO DA VIDA

O currículo escolar da Educação Fundamental, mais condicionador que educa cional, está escravizado pelo mito da razão desde a Revolução Francesa, ou seja, está quase todo dedicado ao cérebro esquerdo. A educação superior está dedicada às profissões, às teorias e práticas delas. As ciências exatas, além das teorias, têm laboratórios e experimentos, ou seja, ensino prático. Mas as Ciências Sociais e Hu manas têm quase só teoria e discurso em que predomina o cérebro esquerdo. Entre tanto, a vida segue sendo tricerebral e multinivelada, o que supõe um trançado de competências tricerebrais e não uma pilha monocerebral de especialistas. A interdis ciplinaridade é cada vez mais urgente; e é cada vez mais viável quando se tem uma Ciência Social Geral. O problema será sua implementação e as resistências que so frerá do que já está estabelecido, ainda que esteja com prazo de validade vencido. Vamos apresentar, primeiro, um muito sintético programa da construção produtividade-decadência tricerebral que cobriria, aproximadamente, os ciclos do Fluxograma da Vida, condensados em apenas cinco: o primeiro é o genético-natural biológico, hereditário, da infância; o segundo é o da adolescência; o terceiro é o da juventude; o quarto é o da maturidade; e o quinto é o da decadência e fim. O desenvolvimento do ser humano e suas competências transcorre dentro de limites estabelecidos pelos subgrupos oficiais do poder político, econômico e sacral, que têm olhos, braços, controles e ameaças onipresentes. Isso de que “todos nas cem livres”, “nascem para ser felizes” ou “nascem para a grandeza” são mitos primá rios e bobos. menteTodos dependentes nascemdaignorantes, natureza e completada sociedade, pequenos e impotentes, alguns em posição inicial melhor que outros, até conquistar morrer alguma canso, migalhas. paz parae ter felicidade posição algunsde que momentos poder, não passam lutando de desaté de

Será que o dinheiro compensa o que nós fazemos por ele? Será que o Estado compensa o que nós fazemos por ele? Será que a vida, a natureza, os deuses com pensam o que fazemos por eles? Ninguém pede para nascer, poucos pedem para morrer, mas, no intervalo de tempo entre essas duas imposições, podemos ter sonhos, ensaiar aventuras e in

154

155 ventar festas. Quanto melhor conhecermos este intervalo de tempo, aqui organizado em cinco ciclos, melhores serão nossos sonhos, aventuras e festas.

155

156

F INAL Preparação para a perda Preparação para a desatua breve. da atenção O cérebro e da se memória apaga lização. Decadência biológi ca, perda de motricidade e como a cebola apodrece: saúde. Perda de autonomia. Dependência desde fora para o centro.

Preparos para despedir-se da vida e dos apegos, para ser ignorado e humilhado. Soledade, ressentimentos ou “Graças à Vida”.

M Epistemologia: crítica do ATUR cérebro, do conhecimento, dos métodos, linguagens e teorias das 3 culturas. Filosofia. J Estudos universitários e U pós-graduação. Generali VEN zação.Busca interdisciplinar mo nádica, diádica, triádica. T Ciência cartesiana especi U alista. Pesquisa. Pensa mento hipotético, crítico.

Política. Corresponsabilida de histórica pela vida, pelo ecossistema planetário. Administração para todos. Transpersonalidade. Administração específica, gestão de conhecimentos. Dinâmica de Grupo. Habili dade de Planejamento, su pervisão e feedback. Asses soria, consultoria. Profissio nalização. Economia. Pro dução. Produtividade.

Mística e Estética: místico unificado ao todo, e alegre. Esteta: contempla o todo em quanto belo. Sentido de missão. Nível alfa, theta, delta: concentração, meditação. Parapsicologia. Ecologia. Percepção holística, paz. Futurologia. Visão estraté gica. Amor solidário. Asso ciativismo. Ética, moral. Proporcionalismo.

A D O L E S C Ê N

Busca de sobrevivência por negócios. Competição. Lu tas de poder. Adaptação à vida grupal e à divisão de papéis e tarefas. Pragma tismo. Manejo de instrumen tos, máquinas. Trabalho. Salário. Mercado. Individua lismo.

Percepção mística do infi nito, eterno, do todo. Mito logias. Percepção do outro como rival ou fonte de satisfato res. Necessidade de valo res. Arte, espírito lúdico. Curiosidade. Criatividade. Imaginação, fantasia.

Coordenação espaço temporal de si, do meio am biente, em loteamentos vá rios. Reflexos triádicos de procriação-sobrevivência. Conexões (redes) neuro nais. Autopropulsão triádica maximocrática e automática da energia neuro-endócrinogenética hereditária.

Percepção do corpo e de suas emoções. Aprimora mento dos sentidos. So nhos. Afetividade egocên trica. Sensibilidade. Endor fina/oxitocina (recompen sa, prazer). Simbiose com o meio. Início da discrimi nação sensorial entre mãe-filho. Vínculos afeti vos hereditários.

I NFÂ

N C I A

Uso de linguagem e refe renciais número-verbais, classificatórios, relacio nais. Raciocínio e lingua gem dicotómicos, por pa lavras opostas, mutuamen te exclusivas. Pensamento repetitivo por citação de autores e Bíblias. Cultura memorística. "Raciocínio" e linguagem por clichés, slogans, pro vérbios, frases de publici dade. "Pensamento" con creto. Livre associação, casuísmo mental. Pastosi dade. Conceitos. Balbucio. Grito. Sintaxe número verbal hereditária.

156

157 O primeiro ciclo é o genético-natural-biológico hereditário da infância, que é universal, igual para todos. O desenvolvimento do cérebro esquerdo começa pelo balbucio, as primeiras palavras, as primeiras frases sobre o que está ao alcance dos sentidos, aprendizagem da leitura e dos números, de slogans, de ditos populares e citações bíblicas e frases de autores, ao crescer. O desenvolvimento do cérebro cen tral começa pelo impulso de sobrevivência que reclama a amamentação e o contato erótico oral, anal e genital, vai despertando a motricidade, a combatividade, a força, a iniciação nos serviços de casa, no trabalho manual e consumo. O desenvolvimento do cérebro direito começa com as sensações primárias, a vinculação afetiva à mãe, o apego à endorfina e o egocentrismo, o brinquedo e a imaginação. O segundo ciclo corresponderia à adolescência. O desenvolvimento do cérebro esquerdo assimila os princípios comparativos da linguagem dicotômica, das classificações e da memória. O desenvolvimento do cérebro central adquire domínio sobre as tecnologias do entorno, escolhe alguma profissão, participa em equipes, começa a ganhar dinheiro e independência para um maior acesso à sexualidade e ao consumismo. O desenvolvimento do cérebro direito começa a admitir os outros e aceitar conviver e compartilhar, pratica algum esporte, começa os namoricos e aplica a criatividade a tudo para gozar mais prazeres. O terceiro ciclo é da juventude. O desenvolvimento do cérebro esquerdo é feito na universidade, onde se familiariza com o pensamento hipotético-científico e a di versidade do conhecimento. O cérebro central se especializa numa profissão, aprende a planejar e a organizar sua vida econômica rumo ao enriquecimento. O cé rebro direito é dedicado aos amores até afunilar-se num casamento, é confrontado com princípios ético-morais, e é convocado para associações e sindicatos. O quarto ciclo é o da maturidade. O desenvolvimento do cérebro esquerdo po de chegar à interdisciplinaridade e aos estudos pós-graduados, ao pensamento ge ral ou filosófico e à crítica das três culturas. O cérebro central pode chegar a postos administrativos cada vez mais altos e, até, a posições políticas e à responsabilidade social ou ecossistêmica. O cérebro direito pode chegar à solidariedade geral, ao al truísmo humanitário e ecológico, com experiências místicas, via meditação e sentido de missão. O quinto ciclo é o da decadência e terminalidade da existência. O cérebro es querdo começa a desconjuntar as redes neuronais, das superiores às inferiores, com perda da memória e do raciocínio, isto é, vai-se decompondo como a cebola: de fora para o centro e do recente para o passado. O cérebro central vai perdendo forças, saúde, motricidade, autonomia, se desatualiza e vai-se apagando biologicamente. O cérebro direito vai ficando solitário, melancólico, vivendo de afetos, resistindo teme roso ao fim que se aproxima, embora alguns deem graças à vida. É bom repensar nosso começo hereditário, inato, genético, biológico dos três cérebros, imposto pelo arquétipo/molde tri-uno sistêmico de tudo. É a energia natureza, o instinto, o impulso vital do nível 1 dos três cérebros, com sua sintaxe ló gica, existencial e relacional, hereditária. Este é o piso, é a prisão da natureza, mas é também o primeiro degrau que nos ajudará a escalar degraus superiores, passan do por complexizações progressivas. Alguns poucos seres humanos conseguem chegar bem alto no desenvolvimento vertical dos três cérebros, com forte conexão tridimensional entre os três, resultando num eficiente CCF. Se a conexão tridimensi onal entre os três processos fosse débil ou nenhuma, resultaria num cérebro frag mentado, cartesiano, dissociado e com CCF em pedações.

157

158 A constatação é que, infelizmente, a grande maioria da humanidade nasce e fi ca presa no nível um dos três cérebros, onde quase tudo é predeterminado, com pouca conexão tridimensional, muito próxima ao tipicamente animal, ao primitivo. Esses robôs da natureza passam a vida sem dar-se conta dos mecanismos que os movem, sem articular as partes e sem ordenar o começo, a metade e o fim de seus procedimentos, porque o CCF não foi montado adequadamente. Muitas crianças são vítimas de noofagia, quer dizer, “comem” seus miolos ou abortam seu desenvolvi mento mental e permanecem robôs da natureza. Outros poucos seres humanos se superespecializam num só dos três cérebros, virando gênios verticais de um lado do cérebro e idiotas nos outros dois. Neste caso, faltou proporcionalidade, ou o CCF não se completou. Tudo se origina e deriva de um bom ou mau começo tricerebral. Um pequeno erro inicial se converterá em provável tragédia futura. Por isso, vamos examinar um programa para um bom ou mau começo, que é o ciclo familiar-escolar, desde a vida intrauterina até os 18 anos. Por volta dos 18 anos, considera-se concluído o upaya-coaching, com a emancipação e autocondu ção dos filhos e estudantes, tanto avaliados pelos três cérebros como pelos catorze subsistemas. Os manuais elaborados por pediatras contemplam mais a programa ção ou o desenvolvimento do cérebro central, cobrindo principalmente o subsistema S02 de saúde, e o S03 de manutenção; o cérebro esquerdo e direito, bem como os outros 12 subsistemas são, solenemente, omitidos e descuidados. Por que não re desenhar a pediatria pelos 14 subsistemas, tendo o S02-Saúde como eixo? O processo de formação, educação e desenvolvimento do programa dos zero aos 18 anos que propomos, é chamado upaya-coaching. É um processo dedicado a preservar, alimentar, organizar, potencializar, mover os três cérebros do impotente recém-nascido para que consiga adquirir e desenvolver, de degrau em degrau, as competências para ser cada vez mais autoconduzido e poderoso. O upaya-coaching é o processo de condução feito pelos pais sobre os filhos, do chefe sobre seus cola boradores, do médico sobre o paciente, para dar-lhes ou restituir-lhes a autocondu ção, a autonomia ou a autossuficiência. Pode-se representar este processo com duas linhas onduladas. Na linha de cima, algo ascendente, movem-se a mãe, o pai, o médico, o supervisor, o educador, enfim, os upayadores ou coaches. Além destes, podem estar nesta mesma linha, ajudando ou atrapalhando o upaya-coaching, as avós, tias, sogras, babás, cuidado ras de creche, os docentes etc.; na linha de baixo, que começa bem distanciada da de cima, mas que sobe para, ao final, cruzar-se com a linha de cima, move-se o educando, o supervisionado, o conduzido, o paciente, rumo a mais autonomia, mais competência e mais realização pessoal. Este é o ideal. Mas o processo poderá per correr três tipos ou trilhas diferentes para o educando: - Se lhe montam cadeias neuronais positivas, potencializadoras e desemboba doras, ele caminhará para a autonomização. - Se as condições de upaya-coaching e de quem conduz o processo forem so fríveis e restritivas, o resultado será o cidadão medíocre. - Se lhe abortarem o cérebro ou se houver erros e omissões na montagem das tais cadeias neuronais, caminhará para o fracasso como ser humano, como cidadão, e será um eterno dependente ou um parasita social. Einstein e um mendigo têm o mesmo número de neurônios. Mas o gênio tem uma tessitura mais densa de redes neuronais, típicas dos níveis culturais 2, 3 e 4,

158

159 enquanto o mendigo ficou estagnado no nível 1 ou pouco mais, e só com as redes neurais biológicas ou primárias.

Ninguém conseguirá desenvolver com igual eficiência seus três processos mentais. O resultado será um trançado de competências com porcentagens e níveis diferentes de cada um deles. A palavra “metaconsciência”, como ponto mais alto de evolução mental, pode ser substituída por “metatricerebrar” que é o tricerebrar cons ciente de si mesmo. A metaconsciência ou metatricerebrar se define aqui como o mais alto ideal de realização de uma pessoa, ou de uma civilização em cada um de seus três cérebros ou culturas: “se reconhece em tudo, se compromete com tudo, se unifica com o todo”. O programa a ser desenvolvido neste processo upaya-coaching familiar-escolar se concentra nos primeiros dezoito anos de vida. Podemos resumi-lo em três verten tes que correspondem aos três cérebros; e cada vertente com quatro blocos verticais que correspondem à primeira e segunda infância, e à primeira e segunda adoles cência. O programa não poderá ser executado pelos currículos atuais, nem pelos pais e docentes atuais, sem a correspondente capacitação baseada nesta Ciência Social Geral e a Neuroeducação. Remendar os currículos com os temas transversais é completo autoengano e escapismo dos docentes; e é suma esperteza do oficialismo político-econômico-sacral e seus legisladores que lucram com o atual sistema de formação de mão-de-obra e consumidores para o mercado, sem formação de perso nalidades e cidadãos livres e independentes (ignorância convenientemente planeja da). Acrescente-se a isso o clima anti-intelectual, de materialismo grosseiro e salaza rista portuga-brasileiro grosso, preservado pelas elites do Triângulo das Bermudas brasileiro, e tem-se o quadro do atraso civilizatório por aqui.

159

160

160

161 As três vertentes ou três blocos de competências a desenvolver têm o título de Gramática número-verbal da matemática, do idioma e da ciência para o cérebro es querdo; Gramática do corpo, do trabalho, do dinheiro e da administração para o cé rebro central; e Gramática emocional, artístico-espiritual para o cérebro direito. Este programa tri-uno começa na vida intrauterina e seu contexto familiar. Daí a impor tância de conhecer o familiograma do feto, da criança e do adolescente, junto com as competências tricerebrais maternas e paternas, para fazer o upaya-coaching de seus rebentos. O programa é proposto em quatro ciclos contínuos, sendo que o fim de um e o começo de outro são imprecisos, porque o fim de um ciclo e o surgimento do outro se sobrepõem como escamas de peixe, como a noite e o dia, ou como as estações do ano. Depois da vida intrauterina, vem a primeira infância que vai do nascimento aos sete anos, aproximadamente; depois vem a segunda infância que vai dos 6 aos 10 anos, aproximadamente; em seguida, vem a primeira adolescência que vai dos 9 aos 15 anos, mais ou menos; e por fim, vem a segunda adolescência que vai dos 14 aos 18 anos, que desembocaria na juventude ou vida adulta. Na primeira infância, algumas das competências do cérebro esquerdo a tratar são: choro, olhar, balbuciar, escutar, explorar o ambiente, aprender seu nome, aprender o nome de cada coisa ao alcance dos sentidos, descobrir as primeiras re lações de causa e efeito, conhecer limites, regras, aprender sequências, familiarizar se com a topologia, aprender a perguntar e a responder, manuseio de livros de brin quedo, aprender a contar e a ler etc. Na primeira infância algumas das competências do cérebro central a tratar são: contato físico, carícias, amamentação, alimentação, banho, sono, abrigos, sentir se gurança, colo, firmar o olhar, a cabeça, pegar e segurar objetos, virar-se, engatinhar, ficar sentado, ficar em pé, caminhar, cair e levantar, equilíbrio, perceber o corpo, re gular a agressividade, a birra, as rivalidades familiares, as manifestações da sexuali dade, melhoria da motricidade em geral, toques, higiene corporal, comer sozinho, vestir-se, manter-se limpo, posturas corporais corretas e iniciação à ordem nas coi sas e no ambiente etc. Na primeira infância algumas das competências do cérebro direito a tratar são: estimular os cinco sentidos, sorrir, reconhecer gente, sentir afeto, alegria, beijos, abraços, brincar, expressões faciais, reações emotivas, vinculação afetiva a pai/mãe e rivalidade com pai/mãe/irmãos e irmãs, cantar, dançar, contar histórias, teatralizar com “heróis” preferidos, busca de aprovação dos adultos, frustração, interpretação e imitação do comportamento não-verbal dos adultos, expressão de emoções diver sas. Desde os primeiros anos começa a diferenciação entre as competências a de senvolver para o sexo masculino e feminino, segundo a filosofia de vida e crenças tradicionais da mãe, do pai, dos avós, bem como da etnia e da nação, o que produzi rá, depois, as diferenças de gênero. Desde cedo começa, também, a influência do ambiente, que interfere na educação familiar. A interferência no cérebro esquerdo é feita pelas telinhas e programas de creche e jardim; a interferência no cérebro cen tral é feita pelos centros comerciais e marketing de consumo; e a interferência no cé rebro direito é feita pela religião da família, pela catequese e pela ostentação da vai dade e artificialidade modernas. Podem-se estabelecer pesos diferentes na estimulação das competências tri cerebrais em cada ciclo. Na primeira infância, por exemplo, sugere-se que se dê um

161

162 peso de 15% ao programa do cérebro esquerdo; um peso de 60% ao programa do cérebro central; e uns 25% ao programa do cérebro direito. Cada uma das compe tências a ser adquirida pela criança deverá ser operacionalizada, isto é, estabelecer o que é mais oportuno tanto no espaço, como na cronologia, nos personagens e procedimentos. Quando falta o hábito da operacionalização, tudo será deixado ao acaso e guiado por hábitos inconscientes, o que fará os pais se perguntarem depois: onde foi que eu errei? O programa tri-uno para crianças com necessidades especiais pode tomar es sas sugestões, adaptando-as segundo o tipo e severidade de cada caso, obedecen do a um ritmo mais lento ou mais intensivo. Para os considerados precoces ou ex cepcionais positivos num dos três cérebros, o mesmo programa pode ser mais car regado nos outros dois cérebros, para corrigir alguma desproporção. Na segunda infância algumas das competências do cérebro esquerdo a tratar são: fazer com que o currículo familiar e o escolar sejam compatíveis e complemen tares, estimular a curiosidade para aprender, disciplinar os deveres de casa, apren der a anotar tarefas, cuidar da boa pronúncia e boa escrita, geometria do entorno, gosto pela quantificação matemática, crítica da TV e Internet, hábitos de estudo de todas as matérias, pensamento abstrato, aprender do ambiente, segunda língua, consciência do Quociente Tricerebral e do Ciclo Tricerebral mínimo etc. Na segunda infância algumas das competências do cérebro central a tratar são: motricidade grossa e fina, manejo do lixo, iniciação às TICs, autocontrole da agressividade, ajudar nas tarefas da casa, trato da sexualidade com naturalidade, espírito de equipe, alimentação universal, esportes e movimento, ambidestrismo, trabalhos manuais, aprumação completa, cadastro dos bens pessoais, prestação de contas da mesada, participar do mercadinho escolar, entender o familiograma sem ressentimentos etc. Na segunda infância algumas das competências do cérebro direito a tratar são: aceitação de si mesmo, narração de sonhos, admitir “o outro”, elegância, bom gosto, sentido de reverência e gratidão, bom humor, contar piadas, criatividade, arte, estéti ca, desenho livre, amizades, educação icônica, aprender a ganhar e também a per der, aprender do fracasso, bons modos, urbanidade, reconhecer as recorrências fa miliares na escola etc. Neste ciclo, o peso do programa poderá mudar. Como exemplo, sugere-se que seja de 25% para o cérebro esquerdo; de 45% para o cérebro central; e de 30% pa ra o cérebro direito. O mesmo peso poderá ser usado para a avaliação, ou seja: 25% para a avaliação por exames escritos; 45% para a avaliação por observação do de sempenho factual; e 30% para a avaliação por observação das relações e trato intra e interpessoais. Na primeira adolescência algumas das competências do cérebro esquerdo a tratar são: linguagem de relações humanas, expansão do vocabulário, diálogo esco la/família, sentido crítico proativo, cumprir normas e compromissos, avaliar pessoas, orientação espacial por mapas, estudar sozinho, participar moderadamente nas re des sociais, uso de mapas mentais tricerebrais, iniciação à atitude científica, estudo biológico da própria adolescência, palavras cruzadas, autoconhecimento pelos três cérebros, método de estudo, desdobramento de recorrências etc. Na primeira adolescência algumas das competências do cérebro central a tra tar são: identidade de gênero, manejo de tecnologias, noção de tempo e disciplina, seguir horários, autorresponsabilização frente às drogas e brigas, enten

162

163 der/solucionar jogos triádicos, sexualidade segura sem gravidez e sem doenças se xualmente transmissíveis, escolher comidas e roupas, aprender a cozinhar-lavar passar-limpar, praticar o antidesperdício, a poupança, controle do consumismo, or dem no seu ambiente, reconhecer-se adolescente e controlar a rebeldia e a raiva etc. Na primeira adolescência algumas das competências do cérebro direito a tratar são: educação ambiental, educação artística em alguma modalidade, decoração, linguagem não-verbal, saber-se fonte de endorfina, buscar e ser buscado para rela ções afetivas, convivência entre gêneros e com amigos, folclore nacional, superação de mitos e superstições, conquistar/evitar pessoas, prática de esportes, natação, vi agens, linguagem galanteadora, expressão corporal, desculpar-se, perdoar, visão de futuro, sonhar um projeto de vida, cultivo de ideais, valorização da família, educação afetiva etc. Neste ciclo, já será notória a maturidade maior das meninas em relação aos meninos, porque as mães os envolvem muito e assim atrasam os meninos, enquan to os pais são menos envolventes e liberam mais facilmente as meninas. Mas as di ferenças de gênero, com exceção para a sexualidade e procriação, deverão ser ca da vez menores. Na segunda adolescência algumas das competências do cérebro esquerdo a tratar são: domínio de fontes de informação, leitura dos grandes livros, linguagem erudita, estatística, leitura dinâmica, fazer resenhas de livros, conhecer leis, direitos e deveres, consciência das injustiças, argumentação em debates, falar em público, redigir textos, sistemas de classificação, autocrítica, educação autoconduzida em forma permanente, preparar-se para a universidade e carreira de esposa/mãe e de esposo/pai etc. Na segunda adolescência algumas das competências do cérebro central a tra tar são: saúde autoconduzida, jogos de educação financeira, iniciação aos negócios, saber decidir e pagar seus preços, liderança, fazer consertos, planejar e operaciona lizar, trabalho em equipe, cidadania participativa, identificação e vigilância do poder político-econômico-sacral (como na Suécia), noção de custos gerais, definição voca cional, empreendedorismo, condução de veículos, emancipação da família etc. Na segunda adolescência algumas das competências do cérebro direito a tratar são: solução criativa de problemas, compaixão, solidariedade, fidelidade na amiza de, cautela com os desafetos, autoconfiança, otimismo, metas pessoais, vida afetiva responsável, sentido de missão, ética proporcionalista, controle da maximocracia, astúcia estratégica, ajustar-se a situações novas, controle da ciclagem reduzida do cérebro, corresponsabilidade social etc. Este programa supõe que as mães, pais, docentes e seus colaboradores dese jem e promovam a emancipação dos filhos/educandos para que estes adquiram o maior grau possível de autonomia/autocondução nos três cérebros, com critérios de proporcionalidade e autorresponsabilização. O êxito aqui consiste em que mães, pais e docentes se tornem ex-mães, ex-pais e ex-docentes; e os filhos se tornem ex filhos, ex-alunos e novos grandes parceiros de seus familiares e educadores. Quando as intenções não forem estas, a adolescência será uma batalha cada vez mais renhida entre dominadores e adolescentes insurgidos, o que vai gerar abandono precoce do lar e da escola, ou parasitas eternos da família e da socieda de. Infelizmente, este é o caso cada vez mais frequente com pais e docentes disfun cionais, e filhos e alunos também, porque não há programas explícitos e adequados

163

164 para os três cérebros, nem um pré-vestibular para a vida adulta, como havia nas so ciedades tribais.

3.6.1. “NEUROMÃES”, “NEUROPAIS” E “NEURODOCENTES” TRICEREBRAIS

As famílias ignoram, em grande parte, que estão desenvolvendo este neurocur rículo de formação e direcionamento dos três processos mentais dos filhos, partindo dos processos básicos hereditários e projetando-se para os níveis culturais máxi mos. Por isso, fala-se em “currículo oculto”. Seria importante que soubessem melhor o que estão fazendo. Por isso, o título de “neuromães” dado às mães, conscientes construtoras do tricerebrar, apoiadas por “neuropais” e “neuromestres”. E a escola sabe o que está fazendo? Estas duas instituições pretendem ignorar que estão trabalhando na mesma tarefa, que é a construção tricerebral; insistem em ignorar o trabalho uma da outra; e resistem a fazer a integração de seus currículos (Oliveira, 2011). A escola desenvolve um currículo denominado “académico”, de cérebro es querdo (com muitas partes ocultas também), de disciplinas muito teóricas, que se vão fragmentando e subdividindo em subdisciplinas, entrechocando-se, anulando-se com didáticas e avaliações contraditórias. O educando recebe um treinamento men tal tão confuso, fragmentado, disperso, e tão pobre em racionalidade, humanismo e operatividade que, dificilmente, poderá compatibilizar essa miscelânea pelo resto de sua vida. Pode-se comparar o resultado deste tipo de formação de cérebros com uma panela de espaguete ou um vidro de minhocas retorcendo-se: um emaranhado mental sem saber onde está o começo, o meio, e o fim de cada coisa. Pessoas as sim terão dificuldades para seu equilíbrio mental e o êxito profissional. Só repassar os conteúdos da ciência e da cultura não serve já como currículo educacional. É preciso repassar instrumentos de construção dos processos mentais, de produção dos saberes dos três cérebros, instrumentos de construção e crítica da cultura, das relações pessoais, sociais e mercadológicas, para uma cidadania cons ciente e ativa. Por isso, a proposta de um currículo de educação/desenvolvimento tricerebral até os 18 anos. Por isso, o título “neuro” anteposto a mães, pais e docen tes, quando conscientes de que são construtores tricerebrais. Pais e docentes que não fazem isso são pouco mais que domadores de crianças para o circo humano. Uma das propostas deste livro é a Carreira de Mães-pais-docentes como cons trutores de cérebros. Para uma proposta mais ampla de educação ou ensinagem global/integral, po de-se expandir e completar o que está condensado nas três vertentes tricerebrais, distribuindo seu conteúdo pelos 14 subsistemas, chamado “Currículo da Vida”, na Capítulo 5. Por agora, queremos postular o Lar-Escola, nossa primeira escola, de fa to, onde a professora é a “Neuromãe”, com a colaboração dos demais membros do lar. O “currículo” do Lar-Escola é tudo que vimos até aqui. Mas o ambiente também é educador. Por isso, a “Neuromãe” tem que começar por organizar seu ambiente, uti lizando os 14 subsistemas, mais ou menos assim:

164

165 LAR COMO AMBIENTE PROGRAMADOR S01-Familia, parentesco

Casa com espaços para os 14 subsistemas. Dormitórios ambienta dos para dormir. Educação e regras para atividades sexuais. Con trole de interferências “educacionais” de parentes... Privacidade. Relações “casa/rua”. Chegada de filhos e novos membros da famí lia, por nascimento ou adoção etc. S02-Saúde Saúde tricerebral. Higiene ambiental, plantas, animais. Primeiros socorros. Controle de medicamentos. Morte na família. S03-ManuCozinha, despensa, lavanderia. Armários, guarda-roupas. Bar. Ho tenção rários e hábitos de alimentação. Controle de excessos. Drogas. S04-Lealdade, Sala, cantinho dos namorados e amigos. Cantinho dos mascotes. Solidariedade Relações com vizinhos e com “inimigos”. S05-Lazer Ambiente para jogos, diversões, TV, rádio. Materiais de esporte. Transporte S06-Comunic. Telefones, computadores, Internet, imprensa, quadro de avisos. Arquivos de documentos. Garagem, uso de veículos. Viagens. S07-Educação Ambiente e materiais de estudo. Biblioteca. Deveres de casa. Bole tins. Títulos e Diplomas. S08 Cofre ou lugar seguro para objetos de valor. Cartões de crédito, Patrimonial cheques. Compras, negócios. Contabilidade doméstica, preços de tudo. Impostos. S09-Produção Trabalho de escritório. Divisão do trabalho doméstico. Ferramentas para pequenos consertos domésticos. Jardinagem. Artesanato. S10-Religioso O “cantinho” religioso da casa e seus símbolos. Práticas. S11-Segurança Trancas, chaves, alarme, seguro, armas. Controle da violência do méstica masculina, feminina e de filhos. Prevenção de acidentes. S12-Político Hierarquia familiar. Projeto de vida. Local e horário de reunião para Administrativo discussões, avaliações, decisões. Organização familiar, cronogra ma e horários. S13-Jurídico Exposição das normas. Solução de conflitos domésticos. Atos le gais e ilegais. Documentação. S14-Mérito Ranking e Galeria da fama, retratos, condecorações, obras de arte. Decora ção. Premiação. A Carreira da Neuromãe se justifica de mil maneiras e todos a aprovam. A difi culdade consiste “só” em convencer as autoridades e “tão só” em convencer as mu lheres. Examinemos como se está propondo a carreira pública ou carreira de Estado mais importante de todas, a carreira da real criadora e formadora da cidadania: a carreira de mãe.

3.7. PROJETO DE CARREIRA DE MÃES. As novas gerações estão à mercê de pais, mães, educadores escolares, religi osos e mediáticos que são cada vez mais disfuncionais, não prestam contas a nin guém e não têm nem reconhecimento nem sanções. Como as crianças – de todas as classes, migrantes, de rua, com necessidades especiais, órfãs etc. - não têm sin dicato, elas estão à mercê das qualidades ou dos caprichos destes adultos educado res ou domesticadores e do respectivo ambiente.

165

166 Legislações sobre direitos das crianças, estatutos de crianças e adolescentes, direitos humanos, feitos por legisladores com sensibilidade social, só se aplicam a posteriori, depois de algum mal feito, para punir abusos. Nenhum político estará jun to às crianças, educando-as, protegendo-as. Quem faz isso são as mães e suas as sessoras em casa, na creche ou no pré-escolar. Por um lado, o sacrifício de muitas mães é tanto e, por outro, a irresponsabilidade de outras é tanta, que é necessário instituir algum sistema de formação, avaliação, premiação ou penalização de “Neu roeducadores”. Os “Neuroeducadores” são a pilha de pessoas, instituições e correlatos que atendem os primeiros dezoito anos de todos: são a mãe, o pai, serviçais da casa, crecheiras, educadores, catequistas e criadores de programas mediáticos. Os mar queteiros, os catequistas, os pregadores e a Internet estão bombardeando e mani pulando o cérebro da criançada, para seu condicionamento, enquanto os pais e os professores continuam apegados a simplórios e velhos mitos sobre a infância…

OBJETIVO DA PROPOSTA DE CARREIRA DE MÃES.

O primeiro será capacitar mães, pais, famílias, docentes, catequistas e pro gramadores dos meios de comunicação para atuarem como construtores mais cons cientes e efetivos do tricerebrar de crianças e jovens e não, como corruptores ou domesticadores. O segundo objetivo é instituir legalmente: - A CARREIRA DE MÃES de até três filhos e, - O TRIBUNAL PARA JULGAR NEUROEDUCADORES.

A) CARREIRA DE MÃES. A trabalhadora-mãe japonesa tem três anos pagos para dedicar-se à progra mação de filho(a), em tempo completo, pelo “currículo” tradicional. Aqui propomos inscrever noivas e mães jovens no programa de Carreira de Mães para capacitá-las como construtoras de cérebros. Desde a gravidez até o fim do primeiro ano de vida, se pagará à mãe para dedicar-se à criança, em tempo completo; por outros 5 anos, ela dedicará meio período, remunerado, à criança e o outro, a um trabalho profissio nal externo para não marginalizá-la do mercado de trabalho e profissão. Seria remu nerada como funcionária pública temporária, equiparada a uma professora do ensino fundamental. Como qualquer outra carreira, a carreira de mãe terá direitos sociais, aposentadoria etc., por considerar-se que a mãe é quem põe as bases sadias e dá um bom começo à futura cidadania. Por isso, deve ser considerada a mais importan te funcionária do Estado. Inicialmente, seria um programa com uma Escola de Mães, informal, com a correspondente capacitação de casais para a educação tricerebral. Com a introdu ção do programa de “Carreira de Mães” no currículo das escolas regulares da edu cação fundamental, com supervisão de Educadores e Orientadores Familiares, a Escola de Mães se extinguiria pouco a pouco. O dinheiro para custear tal projeto é o que se esbanja atualmente em polícias, casas do menor infrator, prisões, hospitais, terapias, em fracasso escolar, em tribu

166

167 nais e outros custosíssimos programas para combater as drogas, a deserção esco lar, a violência, a desordem e o conflito social devido à cada vez mais deficiente pro gramação tricerebral das novas gerações. Para convencer as autoridades que tenham alguma boa von tade e visão de futuro, aqui está um argumento na linguagem que eles entendem, do economista da Universidade de Chicago, Prê mio Nobel de 2000, JAMES HECKMAN:

Tentar inculcar nos adolescentes o que deveria ter sido feito 12 ou 15 anos an tes, custa uns 60% mais caro e será bem menos eficaz. Quanto antes a criança receber a estimulação adequada, mais chances terá de ser um adulto bem sucedido; e sai mais barato. Mais do que a escola, importantes são os programas sociais de apoio à família. O investimento em educação familiar-escolar precoce custa 10 vezes menos que o que se gasta em segurança. A família é o fator mais determinante das desigualdades sociais, em qualquer regime político. Um país que busque altos índices de produtividade depende de altos índices de “produtividade” na educação familiar-escolar (Heckman, in Revista Veja, 2007).

B) TRIBUNAL PARA AVALIAR NEUROEDUCADORES

Todos os Neuroeducadores seriam avaliados simultaneamente. Entretanto, os Neuroeducadores do ciclo em que o educando se encontra no momento da avalia ção o serão com peso maior. Os Neuroeducadores seriam avaliados por um TRI BUNAL, recebendo prêmios e sanções segundo seus desempenhos e méritos. De 14 anos em diante, o educando também será avaliado, como corresponsável. O TRIBUNAL PARA JULGAR NEUROEDUCADORES e suas normas estaria sob a responsabilidade de especialistas em Educação e Orientação Familiar, Psicologia, Sociologia, Direito, Medicina, Administração, Política, Espiritualidade etc. B.1) CRONOLOGIA DA AVALIAÇÃO DE NEUROEDUCADORES As avaliações terão que ser cumulativas e ao final destes ciclos: - Ciclo familiar inicial: da gestação aos 2 anos; - Ciclo familiar e pré-escolar: de 2 a 5 anos; - Da primeira até a quarta série; - Da quinta até a nona série; - Da primeira série do segundo grau até o final ou até os dezoito anos. Dos 15 aos 16 anos, todos os jovens, moços e moças, terão seu ano de “IN TRODUÇÃO À VIDA ADULTA”, com programas especiais para obter sua emancipa ção familiar e responsabilizar-se por sua vida adulta, tricerebralmente autoconduzi

167

168 da. No programa de “Introdução à Vida Adulta”, entraria a Carreira de “Neuromães” para as moças e a de “Neuropais” para os moços. Ao término dos programas de In trodução à Vida Adulta, moças e moços participarão do TRIBUNAL PARA JULGAR SEUS NEUROEDUCADORES. A implementação do TRIBUNAL PARA NEUROE DUCADORES requererá alguns anos de preparativos e ensaios, depois de anuncia do, e antes de entrar em vigor como lei.

B.2) PROCEDIMENTOS DO TRIBUNAL PARA NEUROEDUCADORES.

Os “Neuroeducadores” e o Tribunal se guiariam por um programa desenhado para cada ciclo mencionado anteriormente, até os dezoito anos, com as tarefas e os critérios ou parâmetros do que seja o processo upaya-coaching tricerebral. Seria como um manual dos deveres e direitos dos Neuroeducadores e dos direitos e deve res dos educandos. É um processo onde todos ensinam e todos aprendem, embora em proporções diferentes, mas cujas diferenças irão diminuindo na medida em que o educando conquiste e assimile as competências desejáveis. Para isso, os Neuroeducadores terão que dispor dos meios de upaya-coaching referentes aos três cérebros. Pelo cérebro esquerdo são: Internet, manuais virtuais e impressos, comunicação, conscientização, diálogo, persuasão, avaliação tricerebral etc.; pelo cérebro central são: dinheiro, recursos físicos e equipes, exercícios, exem plos, direito a impor disciplina e repressão por meio de ações físicas (mas não casti go físico) e econômicas proporcionais etc.; pelo direito são: recurso à força emocio nal, afetiva, humanística, associativa, artística, espiritual etc.

Faz falta uma reformulação urgente e drástica dos estatutos ou códigos de pro teção a crianças e adolescentes, porque neles só constam seus muitos direitos, mas

168

169 não seus deveres; neles só estão restrições à autoridade dos pais e educadores, mas não seus direitos. Estes estatutos e códigos são fruto de um escandaloso lobby do mercado para impor um enlouquecido consumismo mediante um marketing que é tão violador de crianças e adolescentes como os violadores sexuais. Por que será que tais estatutos e códigos não têm nenhuma restrição aos abusos e taradismo do mercado e seus marqueteiros? Uma vez estabelecido este Manual de Procedimentos do Tribunal para Neuro educadores, os administradores públicos teriam que oferecer aos Neuroeducadores os meios tricerebrais e a assessoria convenientes. O TRIBUNAL seria como um rito de passagem, que é a saída de uma idade e entrada noutra; ou saída de um ciclo e entrada no seguinte, com certificação gradual ou completa para o ciclo seguinte. Serviria também para que o educando de hoje se veja e se prepare como “Neuro mãe”, “Neuropai”, “Neuroeducador” e “Neuroprofissional” de amanhã. As premiações e sanções seriam compartilhadas sistêmica e proporcionalmen te e não individualmente; quer dizer que não haveria um único premiado, nem um único culpado. O TRIBUNAL teria como objetivo prioritário criar um sentido mais agudo e urgente da responsabilidade dos Neuroeducadores, premiando-os; para os não cumpridores seria uma oportunidade para redirecionar o futuro, mais que para receber castigos por erros do passado. Vamos acrescentar um argumento para convencer mulheres e homens que queiram filhos exitosos e não filhos disfuncionais.

A EDUCAÇÃO QUE VEM DO BERÇO “O Estadão”, um dos principais jornais do Brasil, publicou um estudo onde afir ma que o ambiente familiar é responsável por 70% do desempenho escolar de um estudante, enquanto o contexto escolar influencia apenas 30%. A pesquisa, realizada pela Fundação Itaú Social, mostra que na equação para uma boa formação entram fatores como escolaridade dos pais, renda familiar, tipo de moradia e acesso a bens culturais. O estudo surpreende, pois sugere que melho rias no ambiente escolar, tais como educação pré-escolar, qualificação dos professo res e uso de computador em sala de aula, têm impacto relativamente pequeno na formação dos alunos. A pesquisa deixa claro que para melhorar a educação, as políticas públicas de vem promover uma integração maior entre o ambiente familiar e o escolar. Mas a in fluência aparentemente pequena da própria escola na educação não pode ser vista como um convite a um abandono ainda mais grave das escolas (O Estado de São Paulo, 30/10/2008).

169

170

170

171

CAPÍTULO 4 MONTAGEM ESCOLAR do TRICEREBRAR EM TODOS OS NÍVEIS EDUCACIONAIS

38% dos neurônios vêm pré-programados; 62% estão para serem programados pela educação familiar-escolar-ambiental.

171

172 4. A CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRICEREBRAIS E TRI-GRUPAIS TETRANIVELADAS

O paradigma monádico-diádico-triádico e o referencial a ele acoplado se sobrepõem à realidade, dando-lhe forma e significado. É a lei do instrumento. Até agora, a didática vem instalando, secretamente, o paradigma monádico neoliberal dos donos do mundo…

Em cada país, em cada bloco de países, existe a intenção dos três poderes máximos de modelar os processos mentais de crianças e jovens. Uns países inves tem mais no cérebro prático, em segundo lugar no lógico, e deixam o último lugar para o cérebro emocional. Outros investem mais no cérebro central prático, depois no cérebro direito e, por último no cérebro esquerdo. Outros investem principalmen te no cérebro direito, tido como o cérebro do futuro segundo o exitólogo Daniel Pink (2005), logo no esquerdo e, pouco no central, prático. Os mais monádicos investem só no lado prático da produção, dos negócios e da guerra, ou só no cérebro direito da religião e circo, ou só no cérebro esquerdo da ciência e filosofia.

Faça um balanço para descobrir em que porcentagem seus neuroeducadores fizeram investimento em cada cérebro seu e, até que nível de cada um deles você chegou. Cada um dos três cérebros está sob o controle dos 3 poderes máximos que determinam o tipo e nível educacional geral que lhes convêm. Além disso, o poder político determina a porcentagem de cientistas, professores e escola pública que lhe convém, investindo quase só no cérebro esquerdo de ensino, pesquisa e extensão; o poder econômico determina a porcentagem de gente de cérebro central empresarial-profissional que lhe convém por meio de institutos especializados, como

172

173 o sistema S, mas principalmente pós-graduações em administração e negócios; e o poder sacral se encarrega da maioria de robôs sociais, distanciados da luta político econômica, por meio de suas escolas e universidades confessionais, que apontam para o “sobrenatural”. Chamamos ao novo modelo educacional de “NEUROEDU CAÇÃO” para reivindicar mudanças drásticas na pedagogia, na psicopedagogia, na educação familiar-escolar, emocional e profissional-financeira.

Cada qual vale por seu tricerebrar tetranivelado em seu desempenho no CCF. Na aula cada um usará seu crachá com o Perfil de Competências tricerebrais, porque ele indica o estilo de aprendizagem do estudante; e, assim, o upayador-coach poderá fazer uma educação que seja o mais personalizada possível.

4.1. EDUCAÇÃO E MONTAGEM DO CICLO CIBERNÉTICO DE FEEDBACK A DIDÁTICA TRICEREBRAL MOSTRA O COMO As operações, habilidades e faculdades ou compe tências tricerebrais são muitas. Pelo QT são 27, em três blocos e quatro níveis. Pelo CCF completo são dez em quatro níveis. Mas, para começar, é melhor tratar de criar o hábito CCF oude Ciclo juntar Tricerebral as trêsmínimo: operações Saber, mínimas, Criar, Fazer. chamadas Tudo supõe saber da situação com que se tem que lidar, principalmente do estilo de ensinagem dos docentes e estudantes, dos chefes e subordinados; supõe criatividade para contornar dificuldades ou agregar inovação; e supõe um agir ou fa zer pondo em prática ou aplicando o conhecimento e a criatividade para obter os ganhos esperados. Dizemos que as três operações formam um “Ciclo” para indicar que funcionam em giros sem fim, um depois do outro, como numa espiral.

173

174 A palavra “Cibernético” é para indicar um sistema de processamento e simu lação de resultados. A palavra “Feedback” é para indicar que há que fazer controle de cada passo a executar até o último, que é revisão e controle de todo o processo, pois é preciso iniciar o próximo ciclo com melhorias e redução de erros. É a aprendizagem basea da na experiência e na correção progressiva de erros. - Em que ordem e em que combinações se podem e convém ensinar a exe cutar essas três operações do CCF mínimo? Em que ordem costuma você usá-las? - Primeiro imagina, depois pensa e termina fazendo? - Ou primeiro imagina, depois faz e termina pensando no que fez? - Ou primeiro atua seguindo o impulso da hora, depois pensa e termina cho rando de arrependimento? Quando conseguimos que um educando ou um grupo de trabalho adquiram o hábito de cumprir, em qualquer situação, com essas três operações, dizemos que tem o CCF bem instalado. Do contrário, dizemos que a mente funciona por livre as sociação, confusamente, ao acaso, ou que é desarticulada, para não dizer coisas piores. A livre associação é só para o cérebro direito; para o esquerdo, ela produz longas listagens arbitrárias, sem mapa estruturador/relacionador, sem hierarquia e criando dificuldades enormes de assimilação, memorização e pensamento. A supe ração desse estágio primário da mente se faz pelo uso de referenciais organizado res como os três cérebros e seus quatro níveis, os quatro fatores operacionais, os 14 subsistemas etc. - Como fazer para montar e treinar o CCF? O começo está na família, depois na escola fundamental e por fim na universidade e na empresa. Atualmente, as pes soas só se enfrentam com o CCF em cursos de pós-graduação, à hora de fazer pesquisa e tese de mestrado e doutorado. É um lamentável descuido retardar tanto a aquisição da racionalidade e da atitude científica. Já que a família ainda não tem consciência e método para a montagem do CCF, isso terá que começar na escola, em aulas e didática onde se ensina tudo so bre os três cérebros, realizando práticas pela sequência do CCF mínimo, organizan do os estudantes em equipes com representantes de cada cérebro. Isto quer dizer que antes de exigir qualquer aprendizagem, é preciso que o educando conheça e aprenda a usar a cabeça pelo CCF mínimo. Assim, o aprendiz terá consciência que pelo cérebro esquerdo ele adquire conhecimento e memória; pelo direito cria cami nhos; e pelo central, realiza. Esta é a sequência dedutiva. Pela sequência indutiva, se dá ao educando uma tarefa para o cérebro cen tral; ele terá que criar caminhos para realizá-la pelo cérebro direito; e terminará cri ando conhecimento e memória para o cérebro esquerdo; é a ensinagem por projetos ou aprender fazendo que é como uma reconstrução do conhecimento. Outro caminho é o do ensaio e erro: o estudante imagina e sonha algo pelo cérebro direito; dedica-se alternadamente ao cérebro central e esquerdo até acertar, que é a sequência criativa ou de ensinagem ao gosto do educando. Isso exemplifica o processo individual de ensinagem, isto é, de ensino-aprendizagem. No processo grupal de ensinagem, exige-se um processo com muito mais organização. A ensinagem ou trabalho em equipe exige uma didática mais complexa. Re quer-se o uso explícito do CCF durante a aula ou reunião, assim como a organiza

174

175 ção da dinâmica de grupo explícita, senão a competição vai consumir muito tempo, improdutivamente. Usar o CCF quer dizer que triadizamos os temas que ensinamos ou vamos discutir, e os expomos em, pelo menos, três etapas ou passos, em sequência dedu tiva ou indutiva. A sequência dedutiva é – esquerdo-informação; direito-criatividade; e central-realização. A sequência indutiva é o caminho inverso. Em cada ocasião, vota-se a sequência dedutiva ou indutiva a ser seguida.

Esquerdo Cérebro

tos minu-

CérebroDireito

tos minu-

Cérebro

minu-

Central

tos

INFORMAÇÃO: expor, questionar, pesquisar, expli car, perguntar, opinar, aprender. É o saber teórico. FUTUROLOGIA: projetar/imaginar o tema estudado no curto, médio e longo prazo. CRIATIVIDADE: fazer brainstorming para intuir pro blemas, necessidades e soluções para o tema estu dado, com propostas de ação que se discutem e aprovam por votação. É o saber intuitivo. Fluxograma da proposta aprovada: decompor ca da atividade ou projeto, em passos sequenciais para sua realização. Operacionalização: detalhar cada passo do fluxo grama pelos operacionais. Feedback: revisar o que se fez durante a realização, para melhorar na próxima ocasião. É o saber prático.

Fig. 57. Aula/reunião pelo CCF mínimo Como toda aula ou reunião é um CCF, será preciso dividir o tempo que se tem, entre cada uma das três grandes etapas, sob a supervisão e condução geral do educador ou supervisor. Se tivermos 45 minutos, e a aula for dedutiva, podemos dar 20 minutos à informação; 10 minutos à futurologia ou criatividade; e 15 minutos para decidir e praticar atividades ou projetos. E “cabeça à obra” com esforço maior do cé rebro esquerdo! Essa seria uma aula ou reunião que dá mais importância à ensina gem tradicional de cérebro esquerdo. Seria mais produtivo se a aula/reunião fosse de 90 minutos, distribuídos nas mesmas proporções. Numa aula ou treinamento de arte-educação, daríamos 25 minutos à criativi dade e futurologia, 15 minutos à coordenação motora e, 5 minutos à informação so bre alguns fundamentos necessários. E “cabeça à obra” com esforço maior do cére bro direito! Seria a sequência criativa por ensaio e erro. Numa aula ou exercício de educação física ou de laboratório, daríamos 25 minutos ao trabalho, 5 à futurologia ou criatividade e, 15 à informação. E “cabeça à obra” com esforço maior do cérebro central! Seria a sequência indutiva ou de ensi nagem por projetos, a partir da prática. Quer isto dizer que, segundo a natureza do tema, isto é, segundo a hierarquia tricerebral exigida por cada matéria, se faz uma distribuição diferente do tempo. Ponha-se, logo, a pensar quanto de cada um dos 3 cérebros exige cada uma das diferentes disciplinas, matérias ou tarefas a enfrentar.

175

176 Este uso do CCF muda a metodologia e a didática de uma aula ou reunião. Deixará de ser o discurso do docente ou do chefe que é só de exposição ou explica ções de cérebro esquerdo e a complementa com a criatividade e outras atividades de cérebro direito, finalizando com a operacionalização e prática de cérebro central. Deixará de ser um aula ou reunião em que só o professor ou chefe ensina e pontifi ca, transformando-a em equipe de ensinagem, onde todos ensinam e todos apren dem, embora em proporções distintas, e que vão mudando gradualmente à medida em que o educando evolui. Uma aula ou reunião organizada pelo CCF é mais equitativa com a hierarquia tricerebral de todos os estudantes ou membros de uma equipe de trabalho. Na parte de exposição do tema, brilham os que têm predomínio de cérebro esquerdo e os demais aprendem com eles. Na parte de criatividade, futurologia, busca de soluções alternativas e propostas, brilham os que têm predomínio do cérebro direito e os de mais aprendem com eles. Na parte de operacionalização de atividades e da prática, brilham os que têm predomínio de cérebro central e os demais aprendem com eles. 4.2. PODER E PAPÉIS DE LIDERANÇA EM AULAS E REUNIÕES QUE SE TORNAM EQUIPES DE ENSINAGEM E TRABALHO. Para a execução de qualquer tarefa, os membros de um grupo competem, al tercam e entram em disputa, sem saber bem o porquê. É porque sempre existem e existirão três subgrupos, bandos ou facções em disputa de poder e outros satisfato res. É o jogo triádico. A parte mais visível do jogo é o desempenho de papéis de li derança. Quais papéis e quem os designou e como os exerce? O jogo do poder é sempre meio clandestino e safado para quem não conhece o jogo triádico. Na aula e na empresa, o professor e o chefe tradicional concentram diversos papéis que po dem ser mostrados e situados em cada parte da aula ou reunião. Quando se distri buem, descentraliza-se o poder e ameniza-se o jogo triádico. 

A liderança que controla os minutos para cada etapa é o “Cronometrista”.

A liderança de preparar o salão, de criar ambientação e recepcionar as pessoas na porta é o “Recepcionista”.

A liderança que comanda e apresenta a informação é o “Expositor, Instrutor, Explicitador ou Facilitador” etc.

A liderança que orienta a futurologia, a prospectiva ou os cenários é o “Futurólo go”.

A liderança que recolhe as propostas de atividades práticas ou projetos é o “Se cretário Propositor”.

A liderança que faz avaliação para buscar melhorias para aula ou reunião e para cada equipe de ensinagem é o “Feedbacker”.

A liderança que conduz e move a aula ou reunião nas sucessivas etapas do CCF é o “Coordenador ou Animador”.

Quando um professor, chefe, pastor religioso, líder etc. concentra muitos pa péis se diz que se trata de Dinâmica de Grupo Implícita, que é centralismo e ditadu ra; e quando os papéis são conhecidos e compartilhados com os membros do grupo se trata de Dinâmica de Grupo Explícita, que é democratização, porque todos co

176

177 nhecem a sequência, a distribuição de papéis, a distribuição de tempo para cada passo da aula/reunião, as normas etc. e podem fazer o controle recíproco. As normas e sanções são necessárias para regular a interação dos três sub grupos, por isso é recomendável que sejam estabelecidas com a participação deles, mas de maneira progressiva. Isto quer dizer que se começa com um mínimo de normas e que só se criará uma nova norma quando surja um problema que a re queira. Elas devem ficar penduradas ou projetadas no ambiente da aula ou reunião. As que apresentamos a seguir são um exemplo. Não se propõem todas de uma vez, mas pouco a pouco, começando com as essenciais.

4.2.1. NORMAS MÍNIMAS PARA A CONVIVÊNCIA TRI-GRUPAL PRO PORCIONALISTA

00. ELEIÇÃO do COMITÊ ARBITRADOR TRI-UNO, composto pelo docente ou che fe de turno e de outros dois membros do grupo. Estes 2 membros do grupo se rão substituídos quinzenal ou mensalmente. 01. Bons modos e respeito de todos a todos. 02. Abolição ou uso moderado de títulos profissionais. 03. As decisões são tomadas por votação simples ou tripla, quando não sejam téc nicas ou de lei. 04. Uso da palavra só com autorização depois de levantar a mão, e com tempo limi tado. 06. É obrigatório o uso da língua erudita, sem gíria e sem palavrões. 07. Nenhuma crítica sem contraproposta e corresponsabilidade. 08. O cochicho em aula ou reunião está permitido, se breve e em tom confidencial. 09. É obrigatória a memorização imediata do nome dos membros do grupo. 10. Respeitar e apoiar as lideranças de serviço e de cultivo, que se trocarão ao final de cada sessão, de cada dia ou semana, segundo cada grupo. 11. Desvios não se corrigem com protestos. Pede-se "questão de ordem". 12. Respeitar as divergências, propor negociação ou buscar intermediação. 13. Quem está decide, quem não está cumpre. 14. Cumprimento exato e total do horário da aula/reunião, da disciplina ou do traba lho. Multa para atrasados e descumpridores, sentenciada pelo Comité Arbitrador. 15. Exigir que a ensinagem se faça cada vez mais por redescobrimento ou método indutivo de projetos ou atividades e por integração de cada disciplina com as demais, de acordo com os mapas do conhecimento pelos operacionais ou pelo hológrafo. 16. Em cada aula/reunião se fará mudança de lugar e de vizinhos. 17. Realização completa dos deveres e tarefas de casa e da escola ou do trabalho. 18. Autorresponsabilização pela limpeza e beleza ambiental. 19. TER e valorizar um exigidor ou monitor que ajude a realizar metas de cultivo pessoal.

177

178 20. Não vale justificar-se, diminuir-se, ser prolixo. 21. O grupo faz e altera suas normas por votação. 22. Antes de brigar, solicitam-se esclarecimentos, propõe-se diálogo e negociação; se a questão não se soluciona, contrate-se um mediador ou advogado.

Algo semelhante se pode organizar para a família, sem transformá-la num quartel ou numa empresa. Não se creia que na família não existem normas. Essa ilusão existe porque na família as normas são implícitas, isto é, não declaradas ou não conscientizadas. Mas na hora de um conflito aparecem as normas, proclamadas ou inventadas, instantaneamente, por algum adulto. Seria melhor que as normas fossem explícitas e expostas em algum lugar, para evitar a história de dois pesos e duas ou três medidas, ou de duas morais. Vamos fazer uma lista de alguns tipos de papéis de liderança que ocorrem nos grupos, com indicações de como desempenhá-los. Quando se queira usar al gum destes papéis em aula ou reunião, o docente ou supervisor terá que desempe nhá-lo primeiro, para demonstrar e modelar o papel.

4.2.2. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS TRICEREBRAIS POR EXERCÍCIO DE LIDERANÇAS

ADMIRADOR – frente a cada pessoa, expressa admiração por alguma característi ca, com uma frase assim: eu te admiro por… e menciona o aspeto que admira. O Admirador pode também fazer circular uma folha com o nome de todos para que cada um expresse sua admiração a todos. AFINADOR - busca restabelecer relações de amizade depois de algum atrito ou quando há algo que perturbe a relação. Não é o papel de exigidor; é o papel de con ciliador. Pede tempo para esclarecer o que aconteceu, pede desculpas; se o pedido for aceito agradece e reconfirma a amizade. AMORIZADOR – “eu amorizo” é um modo de vincular-se ou tratar afetivamente a sempre mais coisas ou fatos, principalmente o que nos custa mais aceitar. ANIMISTA - fala em nome de animais, plantas, coisas, dando mensagens a seus ex terminadores: os humanos. APRUMADOR - estuda os recursos corporais de alguém; depois faz sugestões para sua melhor utilização. “Você tem que virar uma tentação”. AQUI E AGORA - alguém que lembra frequentemente que é preciso aproveitar o momento e lugar presentes para viver e ser feliz: aqui e agora. AUTOIMAGEM - alguém diz como se sente frente a si mesmo e frente aos demais; os que escutam o ajudam a corrigir e a melhorar sua autoimagem. Há um roteiro de Sessões de Autoimagem ao final do Capítulo 6 deste livro. CARISMÁTICO – fala de altos ideais e causas sublimes, com muito entusiasmo. CINESISTA - faz observações e descrições da linguagem não verbal de outros. Po de também pedir que as pessoas representem determinadas emoções ou atitudes.

178

179 COMPLETADOR TRIÁDICO - quando alguém menciona um só lado de uma ques tão ou grupo, o completador triádico pergunta peIos outros dois lados complementa res. CONDECORADOR – distribui prêmios, medalhas ou títulos fictícios aos que se so bressaíram numa aula ou reunião. COORDENADOR - o que comanda os passos do CCF de uma aula ou de uma reu nião. CRIATIVO – o que coloca um problema a solucionar e as regras do brainstorming ou chuva de ideias que são: treinar-se na autoautorização para imaginar soluções inovadoras ou “loucas”; suspender a censura lógica do cérebro esquerdo e a censu ra de factibilidade do cérebro central; dar as soluções por palavras soltas ou frases muito curtas; criar um clima alegre ou de distensão fazendo o grupo levantar-se, es preguiçar-se, gritar etc. para que se faça o exercício alegremente, provocando gar galhadas e catarse; por fim, ordenar que se comece a chuva de ideias. Pode-se fa zer uma “chuva” de ações ou de qualquer outra coisa que requeira imaginação, li berdade e fluência mental. CRONOMETRISTA - o que controla os tempos de cada passo do CCF de uma aula ou reunião. DEFINIDOR OPERACIONAL - o que apresenta definições ou pede definições atra vés dos 4 fatores operacionais. Quando a definição se baseia no verbo ser é uma definição “essencial”; quando explica o significado das partes que compõe a palavra é uma definição etimológica. A maioria das palavras são ambíguas, polivalentes, po lissêmicas (com muitos significados diferentes) e a gente sofre de “inconsciência lin guística” (não se dá conta de que o sentido de uma mesma palavra pode ser dife rente para quem a diz e para quem a escuta). Lembre-se a logoterapia. DESACELERADOR - o que faz falar mais devagar aos “matracas” da comunicação. DESPALHADOR - alguém que exija brevidade e precisão de quem esteja falando; se este se alonga, diz “muita palha pouco milho”, “não faz falta repetir”, “não use pa lavras inúteis”! DESDOBRADOR - o que se põe no lugar de outra pessoa de cada um dos 3 sub grupos e pensa e fala segundo a cabeça, os interesses e a linguagem de cada um deles. É recomendável fazer isso sempre, porque cada um só percebe seu terço de realidade e só sabe de seu terço de verdade (tudo tem 3 partes ou três lados, se gundo o paradigma unitriádico). DESOBSTRUTOR - alguém que observa um diálogo em que as pessoas não con seguem chegar a um acordo por alguma cibernose (mal-entendido) de que não se dão conta; o desobstrutor se dá conta e intervém para desfazer a cibernose. DETETIVE DO SUJEITO OCULTO - o que recusa nominalizações (palavras genéri cas) que ocultam pessoas ou subgrupos com termos gerais como - o mercado, o capital, a situação, o poder, o governo, as circunstâncias, a pátria, a humanidade – e aponta as pessoas e subgrupos que se ocultam atrás desse truque. DICIONARISTA – ajuda a memorizar ou a adquirir palavras novas. EMISSOR FANTASMA - um espontaneísta que fala a qualquer hora, por impulso, sem propósito, só porque tem coceira na língua.

179

180 EXPRESSÃO CORPORAL - propõe exercícios para entrar em contato artístico e afetuoso com cada parte do corpo. FEEDBACKER - o que avalia, por si mesmo ou com a ajuda do grupo, resultados e dificuldades ao final de uma aula ou reunião e oferece sugestões para o melhora mento dos papéis, das técnicas, de cada participante e de cada subgrupo. O melhor é perguntar ao grupo: “Como foi fulano de tal no papel de Cronometrista”? Todos têm que responder “muito bem”, embora pouco haja feito. Em seguida, pergunta-se: ”Em que pode melhorar”? Antes de aceitar respostas, há que estabelecer esta nor ma: é proibido apontar falhas, defeitos ou fazer críticas negativas; só se pode intervir para sugerir soluções ou dar instruções de melhoria. GEÔMETRA - o que faz descobrir e dar nome a todas as formas geométricas daqui lo que está no ambiente da escola, para acostumar-se a usar a linguagem matemá tica. ISCADOR - O que, em nome de pai ou mãe ou de suas recorrências (professor, pro fessora, Estado, Mercado, Igreja, Deus etc.) faz promessas inalcançáveis e inaveri guáveis, para conseguir cooperação e esforço dos oscilantes. LOGOTERAPEUTA TRIÁDICO – escolhe palavras do paradigma monádico capita lista e diádico socialista, leigo ou sacral, e as substitui pelo vocabulário do paradig ma sistêmico triádico. Logotriadizador. MEDIADOR - o que intervém entre dois litigantes e os ajuda a aceitar propostas e contrapropostas progressivas até chegar a um ponto satisfatório para ambos. NORMÓLOGO - o que propõe novas normas ou mudança de normas para que os 3 subgrupos sejam positivos ou proporcionais. OFICIALISTA IDEOLÓGICO-EMOCIONAL - trata de impor comportamentos, objeti vos, normas etc. sem o uso da força física ou econômica, tão só por meio de insis tência verbal, mentiras, crenças, carinho, religião, lágrimas, chantagem emocional, ameaças de ruptura afetiva ou ameaças de forças espirituais invisíveis etc. PILHAS - alguém que grite “pilhas” ao que fale muito baixo ou molenga. PLANEJADOR - o que põe uma decisão em fluxograma e a operacionaliza. POSITIVADOR - o que ajuda a abandonar pontos de vista e linguagens negativos e derrotistas, para reformulá-los sob pontos de vista de aprendizagem, de oportunida des novas, de atitude proativa, positiva, reconstrutiva. PRAGMÁTICO – intervêm fazendo exigências realísticas aos discursantes: quanto custa, quem vai fazer, como se pode fazer, em quanto tempo se fará etc. PRESSIONADOR - o que, teatralmente, inventa um ataque a alguém para que este aprenda a ter “cabeça fria” segundo estas normas: não contra-ataque, escute em si lêncio humilde, e por fim pergunte “tem alguma sugestão para mim?” Quando a re ceber - agradece, promete que levará a sério a sugestão e se despede; oportuna mente, busca o pressionador para afinar-se, se houver interesse em preservar a amizade. PSICOSSÍNTESE - é fazer uma síntese positivadora, reconstrutiva, depois que se fez uma análise ou um diagnóstico duro e doloroso para alguém. Análise é “desmon tagem”; psicossíntese é remontar, arrumar de novo a cabeça, a personalidade. QUANTIFICADOR - o que aponta e ensina a ver e expressar tudo que há no ambi ente, por números, medidas, porcentagens, escalas.

180

181 RASTREADOR DE COMUNICAÇÃO - observa a comunicação de outros e a anali sa; pode ser uma vez rastreador verbal, outra não verbal, outra factual. REDENOMINADOR – Substitui palavras, denominações, expressões ambíguas ou desatualizadas por outras mais precisas e atuais. RELATIVIZADOR - o que ajuda a ver outros lados de um mesmo tema, de uma mesma questão (pelo menos três, pelos 3 cérebros ou pelos 3 subgrupos); é bem importante esse papel para a mútua compreensão e tolerância porque, pelo condici onamento monádico que temos, cremos que as questões tenham um só lado, uma só verdade, uma só solução e, precisamente, só a de cada um. RELAX - pronuncia esse comando - RELAX - quando percebe que o grupo ou al guém está ficando tenso ou preocupado; pode dizer igualmente: dê um suspiro. REPRESSOR DE CIBERNÓTICOS - encarregado de conter os que causam ciber nose, ruído, confusão, encrencas desnecessárias, ou rompem as normas e pertur bam o grupo, sem razão. RITUALISTA - cria e induz o grupo a executar ritos correspondentes a algum mo mento ou evento que valha a pena celebrar ou reforçar. SECRETÁRIO PROPOSITOR - o que recolhe propostas para aplicação prática do tema de estudo ou reunião, anotando-as. Depois pede emendas. Terminadas as emendas, arma um breve debate com um defensor e um opositor. Encerrado o de bate, inicia a votação de cada proposta, por maioria simples, que é de metade mais um dos votantes, ou por votação tripla, perguntando quantos votam a favor, quantos votam contra, quantos se abstêm. Faz a contagem em voz alta e anuncia o resulta do. O papel do SECRETÁRIO CONCLUSOR é diferente: ajuda a tirar conclusões teóricas ou de aprendizagem, depois da exposição do professor, instrutor ou chefe. SENSIBILIZADOR - cria técnicas e exercícios para agudizar os sentidos; para apro fundar mais, pode-se pedir que a percepção de cada sentido seja operacionalizada. SIMBOLIZADOR - indica um objeto e propõe: quais os possíveis significados in conscientes sugeridos por ele ou a ele associados? Ou faz o oposto, indicando pa lavras, significados ou fantasias e perguntando: com que objetos ou coisas se pode representar isso? SINTETIZADOR – terminada uma exposição, faz um resumo em duas ou três frases (não é repetição de quem falou, nem é selecionar frases de efeito; é fazer síntese). TIAGORDA – alguém que não entende nada de nada, mas tem conselhos popula res ou supersticiosos e palpites para tudo. Temas e linguagem em nível de coma dres. TRIPLECODIFICADOR - propõe uma frase, um provérbio etc. e pede a alguém que o pronuncie, uma vez à maneira do oficial, outra do antioficial e outra à maneira do oscilante. UTOPISTA - informa sobre livros e experimentos de utopia e propõe alguma. VOZ DO MAYA - alguém encarregado de recordar frases, recomendações, leis, prêmios e castigos da programação que as autoridades do poder sacral, do poder político e do poder econômico impõem e reforçam, para que o povão não saia dos trilhos oficiais.

181

182 Obs.: Podem-se criar outros papéis, segundo a idade, a cultura e as necessidades do grupo como: ambientalista, arquivista, consultor sentimental, demógrafo, fotógrafo, internauta, nu tricionista, primeiros socorros, repórter etc. etc. etc.

4.2.3. DIDÁTICA COMO PROCESSO UPAYA-COACHING

Esquerdo Cérebro Cronometrista Expositor Recepcionista Lideranças

Cérebro Direito

Propositor Secretário Criativo Futurólogo

Cérebro Central

Feedbacker Planejador

CCF Distribuição e controle do tempo. Recepção e saudação Informação; técnica Grupal; diagnóstico ou Conclusões; síntese. FUTUROLOGIA Criatividade. Priorização de Alternativas PROPOSTAS de atividades. Emendas à redação. Debate e votação. Fluxogramas e operacionalização. Feedback e melhoramentos.

Fig. 57.1. Aula/reunião com CCF mínimo e lideranças Para sair da educação e didática ou gerência domesticadoras, o docente ou gerente terá que se automodificar. Terá que transformar-se de amo e senhor autori tário, em orientador dos educandos ou trabalhadores, para gerar cada vez mais au toeducação e autocondução. Para conseguir isso, o educador/gerente vai entregan do os papéis de cultivo dos três cérebros, ou os papéis de comando do CCF, aos educandos/trabalhadores, orientando-os para desempenhá-los cada vez melhor. A esse processo de educação/gerência de desenvolvimento de competências para au tocondução chamamos de upaya-coaching. Upaya é um termo tomado da filosofia e dos mestres zen; e coaching é um termo tomado de técnicas de conduzir atletas e equipes esportivas a um alto desempenho.

182

183 O educando ou aprendiz avançará em linha ascendente quando adquirir o há bito de, em tudo, usar o CCF, individualmente; e o hábito de usar o CCF com os di versos papéis de liderança e normas da dinâmica de Grupo Explícita, quando estiver em equipe. Quando não se consegue isso, em lugar do processo upaya estará em andamento o processo “maya”, que significa domesticação do educando para sub meter-se e aguentar qualquer modelo de dominação política, religiosa e econômica de seu ambiente e cultura. Neste caso, o educando ou aprendiz avançará em linha paralela à do educador/gerente ou em linha descendente por causa da condução maya ou inibidora. É assim que se produzem medíocres e fracassados. Depois de umas semanas de ter começado as aulas/reuniões com a didática do CCF mínimo, o docente ou chefe entrega, aos estudantes ou aos membros das equipes, os papéis de Recepcionista e de Cronometrista. Os papéis trocam-se a ca da dia, semana ou quinzena, segundo a frequência das aulas ou reuniões. Depois de duas semanas, o docente ou chefe entrega o papel de Criativo, primeiro, depois também o de Futurólogo. Após umas quantas demonstrações, entregará o papel de Secretário Propositor, um papel que exige bastante perícia. Um a um, vai entregan do os demais papéis. Os últimos a entregar são o de Feedbacker e o papel de Ex positor, reduzindo-se o docente/chefe ao papel de “Orientador de Ensinagem” ou de Monitor. E assim vai-se democratizando a ensinagem, o treinamento, o trabalho e a vida em grupo. E os membros do grupo se educam para a cogestão democrática do poder. Esta didática ou este processo upaya-coaching educativo ou de treinamento vai tendo êxito à medida que os filhos, estudantes ou membros de um grupo de tra balho cresçam no uso do CCF, dos papéis de liderança, da organização da informa ção, tudo em forma sistêmica triádica. Quer dizer, à medida que o educando (filhos, estudantes, trabalhadores) assumem cada vez mais compromisso com sua autoe ducação, o que diminuirá a dependência da hétero-educação e aumenta a autoedu cação. E o processo vai patinando ou fracassando quando continua centrado no professor ou supervisor, quando o conhecimento é linear, memorístico, quando a di nâmica de grupo é repressiva em vez de ser autonomizadora. Êxito quer dizer que o educando ou aprendiz segue o processo até culminar com sua emancipação e au tossuficiência, o que o tornará companheiro, colaborador e amigo de quem era seu superior. Quando não se atua assim, o único que sobra é a continuação do processo maya e pigmalião que está em vigor em toda parte. Claro que haverá resistências e protestos porque há jogo triádico entre estudantes ou trabalhadores e os pais, pro fessores ou chefes, por causa do esforço requerido. Não existe educação fácil. A motivação para a aprendizagem e a superação tem que tomar em conta o perfil tricerebral/trigrupal que está no crachá de cada aprendiz ou trabalhador. Aí es tá a matriz do estilo de aprendizagem e de comportamento de cada um. Os que têm predominância do cérebro esquerdo preferem ser do subgrupo antioficial, cuja moti vação é discutir, investigar, descobrir, saber mais que os demais; os que têm pre dominância do cérebro central preferem ser do subgrupo oficial, cuja motivação é o desafio para fazer, aplicar, liderar, organizar, ganhar, ser exemplo; e os que têm predomínio do cérebro direito preferem ser do subgrupo oscilante, cuja motivação é afeto, amizade, vaidade, gozação, busca de status pessoal e familiar e a fantasia de ser benquisto por gregos e troianos.

183

184 Aparecem também os mais retardadinhos e os precoces. Não há que forçar a precocidade de um lado do cérebro porque estropiará os outros dois, como se pode ver na história dos gênios que foram geniais de um lado do cérebro e retardados, medíocres ou fracassados nos outros dois. Uma solução é criar a entreajuda entre os aprendizes ou trabalhadores, dois a dois, em que o precoce ajuda o mais lento, o mais desenvolvido num cérebro ajuda os outros. Por isso, ao formar equipes, ter a precaução de juntar, pelo menos um membro com predominância de cérebro cen tral, que será o coordenador ipso facto; outro com predominância do esquerdo, que será o secretário ipso facto; e, algum ou alguns com predominância do direito, que terão liderança de recepcionista, coringa, integrador, cronometrista ou outras. Quando há um grupinho de puros cérebros esquerdos, estes passarão o tempo todo discutindo. Quando é de puros cérebros direitos, os membros nunca sa bem o que há que fazer e passarão o tempo divertindo-se. Quando são puros cére bros centrais passarão o tempo todo brigando pela liderança e o controle de miude zas. Se um grupinho tem só cérebros centrais e esquerdos, o conflito será eterno porque os de cérebro central querem mandar e os de cérebro esquerdo só querem protestar contra o poder e safar-se. Depois de uns meses, pode-se ampliar o CCF, agregando-lhe mais passos e papéis de liderança, pouco a pouco. Isso se faz durante o processo de educação ou treinamento; em reuniões de trabalho, os postos de liderança não serão para apren dizes; serão só para veteranos para não comprometer o rendimento da reunião. O roteiro geral, dedutivo ou indutivo, desta nova didática, pesquisa ou prática, é o CCF, mais condensado ou mais ampliado. Todos os processos são aqui deno minados “fluxograma” tal e tal, porque têm embutida a ideia de permanente fluxo sis têmico em suas três etapas mínimas de input-processamento-output.

184

185

Quando seestiverem de salaaula/reunião deaulaou em sessões – nãoem Fig. 58. Fluxograma com CCFdetreinamento ampliado reuniões de trabalho–pode-se complexificar e sofisticar a didáticado CCF, acrescentando alguns passos. A execução, um tanto teatral, seria assim: O Coordenador, sentado em círculo com os demais ou, depois de formar a mesa com os que têm papéis de liderança, dá início ao Passo 1: declara aberta a sessão. Passo 1.1: passa imediatamente a liderança ao Recepcionista (passa a li derança ou o comando e não só a palavra, porque se trata de descentralização do poder). Este, depois de ter recebido os participantes na porta e acomodado a todos, recebe o comando e dá as boas vindas, acrescidas de alguma motivação. Abre a palavra para avisos breves. Ao terminar dirá: “devolvo a liderança ao Coordenador”. Este vai ao Passo 1.2: passa o comando ao Secretário que anunciará o que está previamente programado, com o nome dos líderes e os prazos de cada passo; os prazos estarão previamente combinados com o professor ou treinador e o cronome trista. Ao terminar, pergunta se há contrapropostas; se houver, fará os devidos ajus tes, depois do que, pedirá a aprovação dizendo: “levante a mão quem aprova”. Con ta os votos em voz alta e, ao chegar à metade mais um, declara aprovado ou rejei tado o programa. Aqui termina seu papel e dirá: “devolvo a liderança ao Coordena dor”. Durante a sessão, o Cronometrista avisará a cada liderança quantos minutos terá, antes que comece sua função; e avisará quando estiver esgotado cada prazo, fazendo um alerta alguns minutos antes. Se alguém pedir prorrogação, terá que pe dir aprovação ao grupo, mediante votação; se for uma prorrogação de até 3 minutos, o próprio Cronometrista decidirá se concede ou não. Recebendo a liderança devolvida pelo Secretário, o Coordenador vai ao Pas so 2: passa a liderança ao Expositor ou Facilitador/Instrutor/Orador para sua expo sição. Este anunciará o tema, as habilidades a serem adquiridas e a técnica de pro cessamento uma vez terminada a exposição. Ao terminar, o Expositor dá início ao Passo 3: organiza a técnica de elaboração da ensinagem, escolhendo uma entre mutirão (trabalho em plenário); trabalho em equipes com representantes dos três cé rebros; painel; trabalho dirigido; ou duplas etc. Um trabalho em equipe terá um Co ordenador que será automaticamente quem tiver em seu crachá o cérebro central mais alto; quem tiver o cérebro esquerdo mais alto será automaticamente o Secretá rio Propositor; outro assumirá a liderança de Cronometrista, já que estas são as três lideranças essenciais para qualquer reunião. Outras lideranças serão complementa res. Esgotado o prazo para a elaboração, o Expositor comanda o Passo 3.1: o rela tório dos secretários ou outra técnica escolhida. Terminada esta parte, o Expositor ou Instrutor devolve a liderança ao Coordenador (quando o Coordenador estiver bem treinado, ele mesmo poderá comandar o Passo 3 e 3.1). Em seguida, o Coor denador procede ao Passo 4: passa a liderança ao Secretário Conclusor, que per guntará: “o que foi aprendido e o que faltou aprender”, anotando essas conclusões. Devolve a liderança ao Coordenador para o Passo 4.1: passa a liderança ao Sinte tizador que reproduzirá o tema em duas ou três frases, devolvendo a liderança em seguida. Até este momento da aula/sessão, predomina o cérebro esquerdo. Em continuação, o Coordenador dá início ao Passo 5: passa a liderança ao Futurólogo que levará o grupo a fazer previsões sobre o tema, a curto, médio e lon go prazo, e devolve a liderança. O Coordenador dá andamento ao Passo 5.1: passa a liderança ao Criativo que organiza o brainstorming para solucionar algum proble

185

186 ma relacionado com o tema da sessão e devolve a liderança. O Coordenador avan ça para o Passo 5.2: passa a liderança a quem tenha que fazer algum cultivo do cé rebro direito. Depois, entra no Passo 6: passa a liderança ao Secretário Propositor, que só aceitará e anotará 2 ou 3 propostas de ação, relacionadas com o tema, quando se trate de aula ou treinamento. Em seguida pede emendas; depois organi za o debate com o proponente na defesa e um voluntário na oposição; terminado o debate, anuncia a votação, declarando antes se a aprovação se dará por maioria simples (metade mais um) ou, por votação tripla (quantos votam a favor, quantos contra e quantos se abstêm). Terminada a votação, devolve a liderança. Com isto, se encerra a parte em que predomina o cérebro direito. Continuando, o Coordenador prossegue com o Passo 7: passa a liderança ao Planejador das decisões, que começará por desenhar um diagrama/fluxograma com sequência de quatro ou cinco círculos ou quadrados com setas conectoras (é a representação de sistemas em série); e colocará as perguntas operacionalizadoras em sequência vertical, à esquerda do fluxograma; agora, volta-se para o grupo e pergunta qual deveria ser o primeiro passo e os seguintes para concretizar a ação em questão. Depois de revisado e concluído o fluxograma, iniciará a operacionaliza ção; isto se faz formando uma pergunta que junte a palavra que está na coluna da operacionalização com o conteúdo do primeiro passo do fluxograma; por exemplo, se a palavra da coluna da operacionalização é “onde” e o conteúdo do primeiro pas so do fluxograma é “fazer um levantamento”, a pergunta será: “onde será feito o le vantamento”, e assim por diante até passar por todas as palavras da coluna da ope racionalização; em seguida, repete-se o mesmo processo - a operacionalização - do segundo passo do fluxograma e assim até o último. Aí, devolve a liderança. (Obvia mente, haverá um intervalo para execução da tarefa que se acabou de planificar, em casa, na rua ou no trabalho, que seriam os Passos 8 e 9). Para finalizar a reuni ão/sessão buscando melhorias para a próxima, o Coordenador vai para o Passo 10: passa a liderança ao Feedbacker que perguntará ao grupo: “como se desempenhou o Coordenador”? Todos dirão: “muito bem”. Continua com a pergunta: em que pode melhorar, esclarecendo que só aceitará sugestões bem pontuais, e não aceitará in dicação de falhas ou críticas negativas. Fará o mesmo com cada passo da reuni ão/sessão e suas lideranças. Retornada a liderança, o Coordenador vai ao Passo 10.1: passa a liderança ao Programador da próxima sessão, trocando lideranças, tema, cronograma, conforme seja oportuno. Terminada a programação, o Coorde nador vai ao Passo 10.2: passa a liderança ao Recepcionista para o encerramento, fazendo os agradecimentos cabíveis e convidando os presentes para o intervalo ou para a próxima reunião, despedindo-os.

186

187

LOCAL_____________Dia____Hora_____CRONOMETRISTA____________Sessão Nº___ Tema ou Agenda(s)____________________________________________________ 01 1.1 1.2 02

COORDENADOR RECEPCIONISTA SECRETÁRIO EXPLICITADOR

____________________ ____________________ ____________________ ____________________

Abertura Saudação. Controla presença. Avisos Leitura deste fluxograma, com prazos Didatiza o saber, o ser, o poder. Corrige coletivamente a tarefa anterior Expõe o tema, a meta, os conceitos. Motiva pelos três cérebros. Trabalha provocando respostas por parte dos 3 subgrupos.

__min __min __min __min

03

EXPLICITADOR 3.1

____________________ TÉCNICAS de elaboração: Exercício coletivo___ min Tarefa em grupo ____min Tarefa individual____min Rodízio de perg. ____min Estudo dirigido______min Painel ___________min Duplas ___________min

Organiza o processamento e relatório 3.2. Resultados:

__min

Informe _________________________ Feedback da tarefa ______________ Rodízio de opiniões______________ Relatório_______________________ Feedback do painel______________

__min __min __min __min __min __min

____________________

4.1 05

SECRETÁRIO CONCLUSOR SINTETIZADOR FUTURÓLOGO

5.1

CRIATIVO

____________________

5.2

LIDERANÇA DE CULTIVO SECRETÁRIO PROPOSITOR

____________________

Pregunta: Que foi aprendido? Que falta aprender? Aponta opiniões Faz a síntese do tema tratado Leva o grupo a fazer previsões sobre o tema, problemas, necessidades Dirige a busca de soluções para os problemas mencionados/esperados Comanda a tarefa designada

04

06

____________________ ____________________

____________________

Pede emendas Organiza o debate Encaminha a votação ____________________

__min __min

Faz o fluxograma e a operacionaliza ção das decisões aprovadas.

__min

PLANIFICADOR DAS DECISÕES

(8,9)

PRAZO PARA EXECUÇÃO

Exigidores, monitores

Supervisionam diariamente a execu ção do que ficou planificado

10 10.1

FEEDBACKER PLANEJADOR DA PRÓXIMA SESSÃO RECEPCIONISTA

____________________ ____________________

Avalia para orientar Preenche outra folha igual a esta tro cando as lideranças Agradece. Encerra a aula/reunião

____________________

__min

Faz ou pede propostas de aplicação prática do tema tratado ou acordo so bre tarefas pendentes Trabalha uma proposta a cada vez.

07

10.2

__min __min __min

__min __min __min

Fig.58.1. Aula/sessão pelo CCF pleno com técnicas de processamento

Note-se que o Coordenador não passa a palavra: passa a liderança, o coman do ou o poder; e os líderes não devolvem a palavra: devolvem a liderança, o co

187

188 mando ou o poder. Para serem autorizados a usar a palavra, os presentes pedem autorização ao líder do momento e não ao Coordenador. Com esta coreografia do CCF tão complexa, ao início haverá muitos tropeços, mas o educador, monitor ou treinador que domina esta Dinâmica de Grupo Explícita estará atento aos tropeços para intervir quando necessário. O crescimento do grupo se dará à medida que es sas intervenções forem diminuindo. Por este último roteiro de reunião ou de CCF expandido, para aulas ou ses sões de treinamento, treinam-se novas funções e novas lideranças. Pode-se criar e introduzir lideranças segundo as necessidades do grupo. Por exemplo, se fizer falta que se fale mais corretamente, cria-se a liderança de Gramático. Se fizer falta inte gração, cria-se o papel de Coringa, Afinador ou Recreador. Em cada matéria ou dis ciplina escolar e em cada departamento da empresa, vão-se criando os papéis que atendam necessidades do grupo em sua ascensão upaya-coaching. Com a descentralização do poder, aumenta a liberdade individual e subgru pal, o que pode dificultar a convivência e o trabalho. Para isso, expostas na sala de aula ou de treinamento devem estar as normas citadas antes. Como se podem criar novas lideranças, podem-se também criar novas normas, segundo as necessidades. Os grupos não funcionam bem na completa anomia, nem no excesso de legislação ou burocracia. Bom senso, proporcionalismo, negociação, mediação e nada de per feccionismo e absolutismo. Quando se chega a este grau de treinamento, pode-se gravar ou colar na es tante ou mesa de trabalho, o CCF pleno. Pode-se tê-lo, também, como maquete em forma de pirâmide triangular, ou em forma de um porta-canetas. O educador ou o gerente pode exigir, de quem lhe leve um problema, que o leve já elaborado pelos passos do CCF, incluindo o passo seis com duas ou três possíveis decisões, cada uma já operacionalizada como exige o passo sete. Assim procedendo, garante-se maior clareza, economia de tempo; e transforma-se o aluno e empregado em cola borador real.

188 Fig. 59. CCF sobre a estante ou mesa de trabalho

189 Retomando o tema das técnicas de processamento ou elaboração do tema de ensinagem, damos aqui uma lista com mais opções, para controle do que foi aprendido e do que será preciso completar. Será bom variar no uso dessas técnicas de elaboração da informação recebida, lá no Passo 3.1., onde diz “Técnicas de ela boração”.

4.3. TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO OU ELABORAÇÃO EM EQUIPES Esta denominação substitui as mal denominadas “dinâmicas”.

Não esquecer que a primeira tarefa de qualquer grupo, antes de começar a trabalhar, será a de explicitar e designar os papéis de liderança. Lembremos que as lideranças são competências derivadas de cada um dos três cérebros. Em reuniões de trabalho, para ter um bom cronometrista, será melhor indicar alguém que tenha bom cérebro central; para ter um bom sintetizador será melhor indicar alguém que tenha bom cérebro esquerdo; para ter um bom recepcionista será melhor indicar al guém com bom cérebro direito; para ter um bom secretário propositor, que é um pa pel que requer imaginação e boa redação, indicar alguém que tenha bom cérebro di reito e esquerdo. Só em processos educacionais e durante sessões de treinamento é que se faz rodízio de lideranças, para que todos aprendam a fazer todos os pa péis, apesar de sua hierarquia tricerebral. 01. AULINHA: cada aluno prepara e explicita um aspecto do tema para toda a clas se. 02. CÍRCULO DE ATUAÇÃO E CÍRCULO DE FEEDBACK: divide-se o grupo em dois, pedindo às pessoas que se autoenumerem 1 e 2. Pede-se às de número 1 que formem um círculo no centro da sala, que é o círculo de atuação. Dá-se lhes um tema para discutir e um prazo limitado, informando que a tarefa do círculo de feedback consiste em observar o debate em silêncio e, depois, verbalizar o pro cesso grupal do círculo de atuação, nos seguintes aspectos: - Em paisagem: o posicionamento das pessoas. - Em cronologia: o fluxograma da reunião, o uso do tempo. - Em personagens: o jogo triádico, as lideranças implícitas/explícitas exercidas. - Em procedimentos: o tratamento e resultados do tema encomendado. Depois, inverte-se a posição dos grupos. A finalidade é conscientizar o que ocor re na Dinâmica de Grupo implícita, em que ninguém se dá conta do jogo triádico e suas manobras, para ir construindo e valorizando a Dinâmica de Grupo Explíci ta. Nesta, os participantes se dão conta dos jogos triádicos e sabem que é preci so nomear lideranças, ter uma sequência para reunião, ter prazos para cada passo, ter normas para regular a participação etc. 03. DEBATE ESPONTÂNEO ou MUTIRÃO: após a exposição, cada um participa espontaneamente com perguntas, opiniões, críticas etc. A desvantagem é que os oscilantes, que são uns 70% da turma, sempre se omitem. 04. DRAMATIZAÇÃO: aula encenada ou fato encenado, após preparação das ce nas e dos “atores”. Segue-se questionamento do tema ou dos fatos. É um socio drama.

189

190 05. DUPLINHAS ROTATIVAS: organizam-se dois círculos de cadeiras frente a fren te. Cada participante do círculo interno toma a iniciativa de uma tarefa como dar se a conhecer, entrevistar, comentar um tema etc. frente à pessoa do círculo ex terno, durante um minuto. Depois, todos os do círculo interno se levantam e pas sam para próxima cadeira à direita, recomeçando a tarefa e, assim, sucessiva mente, até completar o círculo. 06. GINCANA: alunos ou grupos sorteiam tarefas ou perguntas que passam a exe cutar ou a responder durante um prazo determinado, competindo para chegar primeiro. Há a apresentação diante de uma mesa julgadora. 07. GRUPO DE ESCUTA: dividido o grupo em equipes, a cada uma se encomenda anotar a menção de um determinado fator operacional ou um dos 14 subsiste mas da apresentação que se fará do tema; ao término, cada equipe relata as anotações que fez, pois se trata de aprender a usar referenciais para classificar, condensar e dominar a comunicação que é sempre muito diversificada. 08. GRUPO DE ESTUDO ou de ESTUDOS DIRIGIDOS: feita a apresentação do tema, dividir a classe em equipes para estudo do mesmo tema ou aspectos dife rentes, seguindo um conjunto de perguntas que lhes são entregues, devendo trazer respostas e conclusões. 09. JÚRI SIMULADO: dramatização, com papéis distribuídos em forma de júri, de qualquer assunto que empolgue. 10. PAINEL INTEGRADO ou Painel de GRADE: dividir a classe em equipes de cin co alunos cada uma. Enumerar cada aluno de 1 a 5. Discutem o assunto durante um tempo dado. Num segundo tempo, todo os números “1” formam um novo grupo, assim como os números 2, 3 etc., apresentando aí um relatório de seus grupos anteriores. 11. PAINEL TRIÁDICO: dado um tema para debate, divide-se o plenário em três subgrupos. O primeiro terá papel de oficial; o segundo, de antioficial; o terceiro, de oscilante. Antes do debate, o oficial e o antioficial buscam um recanto para ensaiar seus respectivos papéis, lances, estratégias, estilos de comunicação tá tica etc., como subgrupos negativos ou de “vale tudo”. O oscilante não faz prepa rativos, fica em seu lugar, divertindo-se enquanto os outros conspiram. Depois de uns 5 minutos, reúnem-se os três subgrupos distribuídos em forma de triângulo e dá-se início ao confronto. O educador ou chefe declara terminado o debate quando se define a superioridade gerada pela aliança de dois lados que se impõem ao terceiro. Solicita-se a cada subgrupo que revele as estratégias que havia preparado frente ao que esperava dos outros subgrupos, para o diag nóstico de seu êxito ou fracasso. Organiza-se o segundo embate, fazendo rodí zio dos papéis: os que eram subgrupo oficial passam a oscilante etc. Vão para os preparativos, realiza-se o embate, analisa-se. Repete-se até todos passarem pelos três subgrupos, para que todos tenham a experiência de pensar, sentir e viver como membros dos três subgrupos e de saber usar/evadir seus arsenais em cada situação da vida. Aprendida a malícia com que cada subgrupo se con duz, organiza-se uma última rodada para que os subgrupos atuem como positi vos ou proporcionalistas, através de negociação, com propostas e contrapropos tas até chegarem a um acordo. Pode-se fazer PAINEL DIÁDICO com metade das pessoas no oficial protagonis ta e a outra no antioficial antagonista, sem oscilantes. Em cada lado, pode-se

190

191 notar que aparecem de novo os três subgrupos, que é o motivo da fragmenta ção, dos cismas, da multiplicidade de tendências, correntes e partidos. Uniformi dade é doença. Mas pode-se organizar um PAINEL DIÁDICO - “não-dialético” ou não-antagônico – com uns 20% dos membros como subgrupo oficial e os demais como subgrupo oscilante, sem subgrupo antioficial. Neste caso, o sub grupo oficial discursa, decide, manda, faz cobranças, disfarçando-se de gestor do bem comum e o oscilante escuta calado, consente, aplaude, obedece e paga, sem questionar; quer dizer, confundindo sua bobeira com virtude. 12. PHILIPS 66, em salões com cadeiras fixas: apresentado o tema, pede-se a três pessoas de uma fila de cadeiras que se voltem para trás e troquem ideias com três da outra fila, durante seis minutos (o tempo e número podem variar). Segue se a síntese da discussão, questionamentos e depoimentos, com conclusão ge ral. 13. RODÍZIO DE PERGUNTAS E DEPOIMENTOS: após a exposição do professor ou instrutor, o Coordenador chama cada um pelo nome, na sequência horária, para fazer uma só pregunta, que é obrigatória, para forçar o oscilante a partici par. Após a rodada de perguntas, inicia-se a de depoimentos ou opiniões, tam bém em rodízio e de participação obrigatória. Não são permitidos depoimentos na hora das perguntas (que é coleta de dados passo 2 do CCF), nem perguntas na hora dos depoimentos (que é análise de dados, passo 3 do CCF). É bom sa ber distinguir essas duas operações ou etapas do CCF. 14. SIMPÓSIO: apresentação de um tema por um ou vários especialistas, seguida de questionamento entre eles ou pelo plenário. 15. STOP: maneira de fazer o assunto progredir. Uma pessoa fala... e, quando outra tem uma ideia a acrescentar ou desdobrar sobre o que foi falado, diz “stop” e toma a palavra para fazê-lo, até que outra diga “stop”. 16. TELEAPRENDIZAGEM: é a aprendizagem em que se usa um programa de rá dio, um vídeo, um software, ou a Internet como fonte de informação, em lugar do livro ou do professor, que passará a “orientador da ensinagem”. Para isso, usa se um Rotador que indica em cada página a tarefa a ser cumprida. A primeira ta refa é anotar o título do que se vai tratar, que corresponde ao primeiro passo do CCF; o segundo passo é a coleta de dados - lendo, vendo, ouvindo - até o final, classificando-os pelos 4 fatores operacionais; o terceiro passo é o processamen to, reflexão ou análise dos dados coletados; o quarto passo é para elaborar um diagnóstico, explicando o que está acontecendo de bom/mau, de cor reto/incorreto, de suficiente/insuficiente, em relação ao tema em questão. O quinto passo é a futurição e a criatividade sobre o que se diagnosticou, tentando intuir ou pressentir o rumo das coisas; o sexto passo é o que se dedica às pro postas de atividades ou projetos, para pôr em prática o que se aprendeu no pro grama de rádio, de televisão ou de computador; o sétimo é a planificação das decisões tomadas. O oitavo é a execução, acompanhada a cada dia pelo passo 9 que é a supervisão para não se desviar do rumo ou da meta; o décimo passo ocorrerá ao final do processo, como um balanço geral do acontecido, dos resul tados, das falhas, com busca de melhorias a implantar na próxima vez. Uma au la cumprirá, sempre, um CCF completo; ou parte dele num dia, que se completa rá no dia ou aula seguinte. O uso de computador e de Internet traz poucos resultados para ensinagem quando falta o ordenamento mental dado pelo CCF e a classificação das infor

191

192 mações dada pelos referenciais. Temos à disposição um manual intitulado “Aprendendo pelas Telinhas” e um software para isso. 17. PARTICIPAÇÃO EM DUPLAS OU TRIOS: apresentado o assunto (tema ou problema), os alunos são organizados, dois a dois ou três a três, para discutir sem sair do lugar; mas só uma pessoa apresenta as perguntas ou opiniões. É a técnica de COCHICHO, por DUPLINHAS ou TRIOS, para lidar com classes nu merosas ou com carteiras fixas.

4.4. OS MUITOS NOMES DADOS AO TRICEREBRAR PLENO NO CCF. Depois de um semestre, tem-se que chegar ao uso do CCF pleno em forma automática, não só para uso pessoal e grupal na escola e na empresa, mas também para entender os pedaços de CCF de outros autores sob diferentes nomes. Cada disciplina acadêmica e cada profissão têm nomes diferentes para cada passo do CCF, criando desordem mental e problemas de comunicação interprofissional e in terdisciplinar. Por isso é preciso identificar essas palavras e expressões, fazer a “tradução” das mesmas à linguagem unificadora do CCF e saber onde encaixá-las. Esta unificação de linguagem e método é uma das vantagens da Ciência Social Ge ral. Vamos a um exercício. Se você já memorizou a sequência e o nome de cada passo do CCF, trate de identificar os muitos nomes e variadas expressões dessas funções para encaixá-las no CCF. - Fazer negócios (encaixa no passo 6 que é tomar decisões). - Sensibilidade (“faculdade mental” para intuição, imaginação do passo 5). - Questionar, duvidar, criticar (é do passo 1, questionamento do tema). - Ter garra ou combatividade (é do passo 8: implementar exige liderança). (Continue por sua conta) - Escolher tema, metas ou ideais (é do passo...): - Levantamento de dados (é do passo...): - Sentido premonitório ou profético (é do passo...): - Classificar (é do passo...): - Trabalho físico, manual (é do passo...): - Pronunciar sentenças (é do passo...): - Tabelas estatísticas (é do passo...): - Avaliar, fazer balanços (é do passo...): - Orientar, tutorar processos (é do passo...): - Refletir, analisar (é do passo...): - Fazer controle (é do passo...): - Buscar soluções e estratégias (é do passo...): - Empreender, decidir (é do passo...): - Buscar informação (é do passo...):

192

193 Há outras palavras e expressões que agrupam diversos passos. Por exem plo: - Investigar, pesquisar, estudar um tema: isto agrupa os passos 1, 2, 3 e 4 do CCF que são: escolha do tema, coleta de dados, processamento e diagnóstico. Inovar: agrupa os passos 5, 5.1 e 6 do CCF que são: futurição, criatividade e decisões. Administrar; agrupa os passos 7, 8, 9 e 10 do CCF que são planejar, imple mentar, supervisionar e avaliar. Agora, mais um exercício, para reforçar o anterior. São frases que expressam alguma função do CCF, mas com outras palavras; trate de interpretá-las e indicar o passo do CCF em que se encaixam. Por exemplo, “Estudar factibilidades e decidir se por algo” é uma frase que se refere à tomada de decisões, que é o passo 6 do CCF. Esta outra “Averiguar ganhos, perdas e resultados” é uma frase idêntica à fun ção Feedback que é o passo 10 do CCF. Continue o exercício com as frases que seguem: - Ter a realidade questionada, escolher paradigmas, temas, projetos, metas: - Tirar conclusões, emitir sentenças, declarações de suficiência/insuficiência: - Distribuir ações em sequência, operacionalizá-las, destinar-lhes recursos: - Investigar, entrevistar, buscar, classificar e armazenar informação: - Implementar planos, dar comandos, manejar cronogramas e orçamento: - Antecipar consequências, encontrar soluções e estratégias vencedoras: - Correlacionar dados triadicamente, descobrir intercausalidades, graficar: - Acompanhar, animar processos no dia-a-dia, dar orientações:

QUEM NÃO TEM CCF ORGANIZADO NÃO TEM CABEÇA

A organização mental que estamos buscando é a sequência lógica e cronológi ca do CCF pleno, apesar de tantos nomes e expressões diferentes, criadas por dis ciplinas acadêmicas e profissões que multiplicam, obscenamente, palavras para re ferir-se à mesma função ou coisa. Vamos recordar a sequência dos passos do CCF de um a dez, agregando alguns dos diferentes nomes de cada passo.

CCF TÍTULOS DE CADA PASSO DO CCF 01 Tema, Projeto, Objetivo, Hipóteses e Glossário de Conceitos. É o assunto de uma aula, de uma pesquisa, de um trabalho, indicando seus objetivos ou metas quantificadas, a expectativa de resultados e o sentido dado aos termos principais que se vão usar. 02 Coleta de Dados, Sondagem ou Survey, Levantamento, Consulta, Estu do de Mercado. É a busca de informação verbal, não-verbal e factual por diversos métodos, inclusive a espionagem, seguida de sua classificação, arquivamento e recu peração. Nas ciências exatas é pelo método positivo-matemático

193

194

03

04

05

5.1

06

07

7.1

7.2

quantitativo, enquanto nas Ciências Sociais e Humanas é mais qualitativo ou quali-quantitativo. Mas o roteiro será sempre o CCF, pleno ou incompleto, porque é o sistema operacional do cérebro de uns e outros. Processamento ou Tratamento dos Dados, Análise, Reflexão, Valida ção. É a comparação e interpretação dos dados para ver relações, significados e seu grau de confiabilidade e validade por técnicas como Alfa de Cronbach, fatoração, ANOVA. t de Studente outros. Diagnóstico da Situação, Conclusões, Julgamento, Sentença, Parecer. É a conclusão sobre a questão estudada: o que há de certo e o que há de errado, o que vai bem e o que vai mal, suas causas identificadas no proces samento, seguida de uma priorização do que terá que ser resolvido. Às ve zes, se complementa com um exercício de psicossíntese para converter er ros e fracassos em trampolim (psicossíntese). Futurologia, Prospectiva, Cenários, Simulações, Feeling, Previsão, Pro fecia, Visão de Futuro, Prognóstico. É prever o que poderá suceder a curto, médio e longo prazo, é estudo de probabilidades ou plausibilidades, primeiro em contexto global e depois em esferas mais reduzidas até chegar à local e à escola e empresa. Isso serve para escolher caminhos e estratégias para vencer jogos triádicos. Criatividade, Inovação, Insight, Intuição, Imaginação, Pensamento Late ral, Divergente ou Alternativo, Invenção, Visão Estratégica. É buscar soluções para os problemas diagnosticados e futurizados, por téc nicas diversas como o brainstorming ou chuva de ideias, caixinha de suges tões, renovação, diversificação de rotinas, meditação, percepção extra sensorial, uso da mente em ciclagem reduzida por relaxamento ou por dro gas etc. Decisões, Propostas, Projetos, Iniciativas, Empreendimentos. É escolher um caminho de ação, decidir o que se vai fazer, o projeto que se vai executar, avaliando sua factibilidade, seus custos e riscos etc. Planificação, Organização e Compatibilização de Recursos, Espírito Prático, Pragmatismo, Redução de Imprevistos, Plano de Voo. Plano A eB É fazer o fluxograma de cada decisão tomada e que virou projeto, com a operacionalização de cada passo do respectivo fluxograma, que resultará no plano geral que se poderá ver em planos específicos como plano patrimoni al, plano cronológico, plano de recursos humanos, plano de ação, plano fi nanceiro etc. Fluxograma, Rede PERT, Processo, Fluxo sistêmico. É pôr as atividades iniciais, intermédias e finais que levam à concretização de um projeto, numa sequência lógica e cronológica em que a realiza ção da seguinte depende da realização da anterior como num fluxo sistêmi co de inputs-transformação-outputs com feedback. Operacionalização, Detalhamento, Definição tática, Fixação de Porme Operacionalizar é descrever algo pelos 4 fatores operacionais. É decidir on nores de, quando, quem, como, com que resultados se irá realizar cada passo de um fluxograma. Nada acontece de golpe. Tudo tem um fluxo, mas há que aprender e obedecer os operacionais de cada um dos seus passos ou mo mentos sucessivos.

194

195 08

Execução, Administração, Implementação, Gestão, Realização, Práxis. É fazer acontecer na prática, pôr em marcha o que está operacionalizado no plano, é fazer sair do papel ou teoria para a prática no dia-a-dia. 09 Supervisão, Microcontrole Diário, Acompanhamento, Upaya-Coaching, Follow-up, Orientação e Controle. É presença no ambiente onde ocorre a ação, observando o que acontece pelos operacionais, prevenindo desperdícios e corrigindo, na hora, o que for preciso para não desviar-se do rumo que leva à meta ou ao produto final. 10 Feedback, Macrocontrole Semestral ou Anual, Balanço Geral, Assem bleia Geral, Replanejamento. É a avaliação dos resultados, distribuição dos ganhos e busca de melhorias para o novo ciclo de atividade, o que quer dizer, melhorar cada passo do CCF no novo período. Aprende-se mais dos próprios erros do que dos ma nuais. Fig 60: Ciclo Cibernético de Feedback com seus diversos nomes dispersivos

Como o cotidiano é uma corrida de obstáculos ou um labirinto de jogos triádi cos de sobrevivência-reprodução, de informação e de convivência, associar cada passo do CCF com o jogo triádico poderá ser de ajuda. 4.4.1. DESCRIÇÃO do CCF EM TERMOS DE JOGO TRIÁDICO

PASSOS do CCF 01. TEMA. METAS

DESCRIÇÃO Seleção de um jogo triádico a ser compreendido em suas partes e corrigido em suas desproporções; objetivos, metas, hipóteses e suposições sobre os resultados finais para o jogo triádico e cada uma de suas partes e níveis. 02. COLETA DADOS DE Selecionar ou armar um quadro classificatório dos dados a coletar. Conectar as antenas dos 5 sentidos para captar os sinais verbais, não-verbais e factuais provenientes de cada um dos três lados do jogo que foi selecionado para compreender e operar melhor. 03. MENTO PROCESSACombinar os dados como se faz com um quebra-cabeça, até compor um quadro/modelo com informações significativas sobre o jogo completo. 04. DIAGNÓSTICO Fazer um balanço explicativo (FADO) de aspetos “bons e menos bons, suficientes e insuficientes, menos problemáticos e mais pro blemáticos, fortalecedores e ameaçadores” etc. do jogo triádico que estamos pesquisando, fazendo priorização das necessidades correspondentes. 05. FUTUROLOGIA Imaginar possíveis rumos e desenlaces do jogo triádico a partir dos diversos aspetos do diagnóstico, e de modificações sucessi vas de inputs, para simular e adivinhar estratégias, e ganhar dos competidores. 05.1. CRIATIVIDADE Encontrar soluções referentes aos distintos caminhos do jogo, previstos na futurologia, que se traduzem em estratégias vitorio sas. Priorizar os dois ou três caminhos estratégicos mais viáveis. 06. DECISÕES Estudar a factibilidade, os riscos e os custos de cada decisão para ganhar o jogo: acautelar-se; ou avançar; ou retroceder; ou arriscar; ou mudar de jogo. Decidir uma ação do ou sobre o jogo e as ativi

195

196 dades correspondentes. Tomada a decisão, trata-se de juntar inputs de todos os operacio nais, organizá-los para a etapa de transformação, para servir co mo mapa de orientação de caça ao tesouro. Tudo é jogo, mas só o jogo triádico é real. 08. ÇÃO ADMINISTRA- Dar comandos para mover articuladamente os três subgrupos ou elementos do jogo em seus quatro níveis para chegar às metas preestabelecidas de ganhos. 09. SUPERVISÃO Vigiar cada um dos três lados do jogo e a “lei de Murphy” contra a entropia, redirecionando o jogo e os jogadores para as metas pre estabelecidas ou para a neguentropia. 10. FEEDBACK Revisar o jogo ao final do semestre ou do ano, computar os preços pagos, os ganhos ou perdas, distribuir dividendos ou dívidas. Re tomar tudo desde o passo 1 do CCF, incluindo melhorias para es tar no páreo dos próximos jogos ou próximos campeonatos locais ou mundiais. O jogo não termina. Só as partidas.

07. PLANIFICAÇÃO

Fig60.1: CCF condicionado pelo jogo triádico

O mesmo CCF descrito até aqui pode ser apresentado, com breves explica ções de uso de cada passo:

Fig. 60.2. CCF pleno com instruções de uso

196

197

A lógica social ou mental do jogo triádico - jogar para ganhar - supõe o uso dos três processos integrados no CCF e abarca os três subgrupos simultâneos. Por isso se postula que a lógica seja triádica. Caso contrário cada lado cria sua “lógica justificadora” unilateral, para tudo o que faz, e outra “lógica condenatória” para tudo o que os outros fazem, ainda que seja o mesmo que ele faz. Daí o uso de “dois pe sos e duas medidas”, que conduz ao “olho por olho”. O mundo se encheria de ce gos, dizia Mahatma Gandhi. Entretanto, o termo “lógica” também se usa para cada lado do cérebro sepa radamente, mas com conotações diferentes: lógica racional ou formal quando se re fere ao processo do cérebro esquerdo; lógica “ilógica”, irracional, paraconsistente, lógica da fé, do amor, da moral-ética e do humanismo, quando se refere ao modo inspiracional, ou quando vem da ciclagem reduzida e inconsciente do cérebro direi to; e lógica dos fatos, da força, lógica da sobrevivência, do ganho, da avareza ou ló gica do mercado, quando se refere ao processo central-operativo de buscar vanta gens acima de tudo, ou acima da lógica racional do cérebro esquerdo e da lógica ética do direito. São três “lógicas”. Realmente, a lógica é simultaneamente racional ou não contraditória no cérebro esquerdo; é difusa, para-consistente, “ilógica”, intui tiva, elástica no cérebro direito; e, na maioria das vezes, é a “lógica do mais forte” no cérebro central. A vida, que é uma sucessão de jogos triádicos, se move como tran ça e assim também os três processos mentais, com suas três lógicas, que podem coexistir dentro da “lógica” do proporcionalismo. Pela cultura monádica em que nos desenvolvemos, não existe muita comuni cação, nem entendimento entre esses três comportamentos do cérebro, suas três culturas e suas três lógicas, que enchem nosso cotidiano de choques e absurdos. O Ciclo Cibernético de Feedback indica que cada um de seus passos ou ca da uma das operações aí indicadas supõe estar em cadeia com todas as demais, sejam anteriores ou posteriores. Por isso há que cumprir com todos os passos, sempre. Se cada um dos três cérebros quisesse ter seu próprio ciclo separado dos outros dois, teríamos pessoas ou grupos atuando como esquizofrênicos. Cada cére bro arranjaria os dez passos assim:

CCF de Cérebro Esquerdo 01. Tema 02. Coleta de dados 03. Processamento 04. Diagnóstico, sentenças 05. Futuro como passado 5.1. Soluções lógicas 06. Mais estudos e consultas 07. Reuniões técnicas 08. Burocracia, pareceres 09. Produção de relatórios 10. Debates dos relatórios

CCF de Cérebro Central Projeto, missão Outsourcing de experiências Estudo de mercado Ocasião oportuna, nichos Visão de futuro, simulação Estratégias Decisões por feeling Planejamento e orçamento Administração e Controle Supervisão de produção Balanço e replanejamento

CCF de Cérebro Direito Sonho Intuição, fantasia Autopersuasão O que deveria ser Premonição, miragem Alegre criatividade, inventos Missão a cumprir Improvisação Entusiasmo em aventuras Fé em Deus e na sorte Celebrações de tentativas

Fig. 61. Três CCFs esquizofrênicos ou um CCF por tribo monocerebral

197

198 Essa é uma paródia de cada lado do cérebro, segregado dos demais e prisi oneiro de si mesmo. Os fundamentalistas do cérebro esquerdo têm quase aversão à sensibilidade do cérebro direito e ao fazer do cérebro central. Por que será que o IBAMA leva 2 anos para dar um parecer, e os juízes levam 10 anos para dar uma sentença? Por que as empreiteiras têm que subornar os funcionários públicos para que liberem seus projetos? Os fundamentalistas do cérebro central têm quase aversão à ciên cia/racionalidade/legalidade do cérebro esquerdo e à sensibilidade do cérebro direito humanista. Por isso, seu CCF ficou reduzido ao PDCA. Por que será que os indus triais desrespeitam tanto os trabalhadores e agridem tanto o ambiente? Por que será que os banqueiros e especuladores assaltam tão descaradamente os cidadãos e os governos? Os fundamentalistas do cérebro direito têm quase aversão à ciên cia/racionalidade do cérebro esquerdo e à realidade/objetividade socioeconômica do cérebro central. Por que será que as religiões fogem tanto da ciência questionadora e se refugiam alienadamente num mundo sobrenatural/mágico? Isso reforça a necessidade do paradigma triádico sistêmico, da reformulação das Ciências Sociais e Humanas e sua integração interdisciplinar numa Ciência So cial Geral. A integração complementar dos três processos num ciclo único tem as carac terísticas do holograma: cada parte contém o todo e o todo é mais que a soma arit mética das partes. Quer dizer que cada operação do CCF pode ser tomada como eixo de todas as demais; cada uma pode ser número um, ou ser ponto de partida para o CCF, mas sempre e quando seja completada por todas as demais. Dito de outra maneira: cada uma supõe todas as demais para sua realização; cada uma forma um micro CCF. Quando não se compreende isso, tem-se a impressão que o CCF tem as funções sobrepostas ou repetitivas, que ele é confuso ou que uma eta pa tem que ser independente da outra. O CCF é um ciclo com epiciclos, ou seja, cada passo requer os demais ao redor de si mesmo. Como são dez funções, serão dez micro-CCFs que sua cabeça percorrerá toda vez.

198 Fig. 62. O Ciclo Cibernético de Feedback com microciclos

199

O TRICEREBRAR ou CCF é o encadeamento dos três cérebros e dos méto dos particulares de cada um deles, historicamente desenvolvidos em separado, co mo consequência do método cartesiano, monádico, dissociativo, especializando-se e diferenciando-se em cada nova área de conhecimento que surge. Esses três blo cos cerebrais e seus métodos particulares, quando tomados em separado, se cha mavam e, para muitos, ainda se chamam assim: A) Método científico ou metodologia da pesquisa, que cobre as funções do cérebro esquerdo, do número um ao número quatro do CCF; o resto se completaria como mencionado antes sob o título dos três CCFs esquizofrênicos. B) Método estratégico, qualitativo-emocional-opinativo, o dos consultores, do clima organizacional, que são funções do cérebro direito, condensadas sob os números cinco e seis do CCF. C) Método administrativo, o dos executivos, das competências gerenciais, que co bre as funções do cérebro central do número sete ao número 10 do CCF, como propõe o PDCA. Quando os educandos tenham montado o CCF pleno e, compreendido o micro ciclo de cada uma das suas dez operações, terão muitas vantagens sobre os de mais que não tenham o CCF, porque dominam o segredo do APRENDER A APRENDER, do APRENDER A CRIAR, do APRENDER A FAZER. Depois de um ou dois semestres de domínio do CCF pleno, em sala de aula ou local de trabalho, pode-se passar ao próximo passo. Este consiste em aprender instrumentos para dominar a enormidade de informação da ciência, dos noticiários, da arte, do mercado e do funcionamento da sociedade. Isso tudo está organizado e armazenado em enciclopédias, bibliotecas, Internet e buscadores como Google, Yahoo, Baidu etc. Mas você necessita reter o essencial em seus três cérebros como banco de dados à disposição de cada passo do CCF. O que necessitamos saber de cada matéria é o 10% essencial e suas fórmulas ou seus algoritmos; para o resto, basta saber onde está, como buscá-lo e como usá-lo. Como chegar a usar a cabeça para sobreviver ao tsunami da informação? Pelo uso de mapas mentais tricerebrais.

4.5. MAPAS MENTAIS TRICEREBRAIS

Mapa mental é o modo como o cérebro condensa e organiza uma realidade captada e como a representa graficamente, por desenhos, por esquemas conceptu ais ou maquetes. O psicólogo inglês Tony Buzan (2012) registrou os direitos auto rais sobre modelos ou desenhos com o tema ao centro e ramos ao redor, embora os grafiteiros neandertais já tivessem desenhando mapas mentais nas paredes das ca vernas. Os mapas mentais do cérebro direito são chamados “modelos icônicos” por que aí predominam ilustrações, imagens e cores para representar a estrutura e o fluxo de funcionamento de algo.

199

200 Os mapas mentais de cérebro esquerdo são chamados “referenciais”, marcos ou quadros conceptuais porque neles predominam quadros, gráficos, conceitos, classificações verbais; até agora foram apresentados os referenciais dos 4 fatores operacionais, dos 14 subsistemas, das esferas “dinâmicas”; O Hológrafo ou macros cópio, que é uma síntese composta por todos os demais, será apresentado mais adiante. Estes referenciais são chamados também “mapas conceptuais”. O cérebro central constrói seus mapas mentais por miniaturas ou maquetes, como fazem os arquitetos, engenheiros, odontólogos etc. Há pouca dificuldade para construir ou entender uma “maquete”; é só uma redução de escala. Há pouca dificuldade para construir e entender um modelo pois é desenhar a percepção gestáltica e condensada de um todo. A dificuldade maior está em construir, validar, entender e manejar um referencial conceptual de cérebro esquerdo. Os modelos e referenciais podem combinar-se: o referencial processa e explica, e o modelo ilustra. Referencial é todo conjunto de conceitos inter-relacionados formando um quadro gráfico, de dupla ou tripla entrada, em lugar do discurso linear, por livre as sociação de ideias. Este é prolixo, labiríntico, cheio de meandros; aquele é conciso, bem claro e eficiente na orientação. O referencial serve para condensar, ordenar ou classificar fatos ou informações, para qualquer operação mental do CCF. Qualquer profissão tem seu marco teórico, sua linguagem, alguns esquemas classificatórios que, às vezes, servem também para o processamento e o diagnóstico. Estes refe renciais se encontram em seus dicionários, ou dispersos nos textos e manuais de cada profissão, que se dizem lineares ou discursivos. Aqui queremos marcar bem a diferença entre linguagens e referenciais lineares-discursivos e, linguagens e refe renciais gráficos. Aqueles são antiquados e obscuros; estes são modernos e claros. Uma das inovações em Cibernética Social é o combate ao discursismo, aos referenciais lineares-discursivos do livre associacionismo, que são sempre muito ex tensos, tagarelas e confusos. A Ciência Social Geral introduz e usa cada vez mais os modelos, referenciais e maquetes tangíveis ou virtuais, úteis para todas as Ciên cias Sociais e Humanas. Os referenciais (quatro fatores operacionais, 8 dinâmicas etc.) e os modelos (o cérebro tri-uno tetranivelado, o DCF, o fluxo sistêmico etc.) começam em forma “menor” e menos complexa, como módulos que se podem ir combinando ou agrupando, progressivamente, até chegar ao referencial global chamado Hológrafo Social ou macroscópio e vice-versa. Pode-se desmembrar o Ho lógrafo pelos módulos que o compõem e usá-los como referenciais “menores”. Nes te caso, perdem-se detalhes pela menor densidade do conteúdo, mas não se perde nem a conexão com a globalidade do Hológrafo, nem a coerência ou compatibilida de com os demais módulos. Para o uso de mapas mentais triádicos na didática e ensinagem, há uma se ção chamada USO DE MAPAS MENTAIS, adiante.

4.5.1. REFERENCIAL DOS QUATRO FATORES OPERACIONAIS

O referencial mais simples e que se usa para identificar e situar qualquer sis tema é o dos quatro fatores operacionais, já usados antes em exercícios de opera cionalização:

200

201

Podemos combinar um referencial (sua parte verbal) com um modelo ou ilus trações. As quatro palavras-chave que formam este quadro referencial dos Operaci onais são: Espaço, Cronologia, Personagens e Procedimentos. Popularmente se diz onde, quando, quem, por que e como. Mas é melhor usar a nomenclatura técnica organizada num gráfico, porque cada palavra-chave é um pacote de conceitos e po de cruzar-se com as demais palavras-chave em diferentes combinações. A palavra-chave “ESPAÇO” contêm outros conceitos menores como esferas, fronteiras, ambiente, endereço, distâncias, cenários, implementos, volumes, pesos etc. A palavra-chave “CRONOLOGIA” se decompõe em outros conceitos como eras, épocas, história, ciclos, as três fases de um ciclo, evolução, ritmos, tempora das, horários, passado, presente, futuro, paciência e pressa etc. A palavra-chave “PERSONAGENS” inclui conceitos como: fluxograma da vi da; três cérebros tetranivelados e seu CCF; o jogo triádico de quem, com quem, contra quem; hierarquias de prestadios e usuários em quatro níveis de atuação e quatro correspondentes níveis de vivência etc. A palavra-chave “PROCEDIMENTOS” contêm conceitos como: agen das/ações ou ocupações, programas e profissões; símbolos verbais, numéricos e símbolos não-verbais, como bandeiras e uniformes; know-how, métodos, técnicas, praxiologia, didática; valores e recursos tricerebrais, meios com que; crenças, filoso fia de vida, tradições, folclore; sanções ou resultados positivos, neutros ou negativos dos quatro operacionais e feedback. Às vezes aparece a expressão “os 5 W e um H”. São as iniciais de palavras em inglês: Where, When, Who, What, Why and How” que correspondem a “onde, quando, quem, que, por que e como” muito divulgadas pelo movimento de Qualida de Total. - É possível combinar o CCF, que é o sistema operacional do cérebro, com qualquer software ou banco de dados que, neste caso, são os referenciais classifi cadores de informação? Pode-se e deve-se para ampliar o potencialmental. - Vamos começar acoplando os Quatro Fatores Operacionais ao CCF.

201

202

Isto quer dizer que cada um dos dez passos do CCF vai ser especificado ou desdobrado pelos quatro fatores operacionais e seus conteúdos. Por exemplo, se o tema que é o passo número um do CCF for “Currículo Infantil”, ele estará situado em algum espaço, em alguma data ou cronologia, estará vinculado a determinados per sonagens prestadios e usuários, e se realizará por determinados procedimentos. No passo dois do CCF que é a coleta de dados para o Currículo Infantil, esses dados serão coletados em determinado espaço, lugar ou jardim; em determinado período e horário do ano e do mês; entrevistando uma determinada amostra de educado res/cuidadores e de crianças; para conhecer/escolher programas e atividades do currículo. O mesmo se fará nos demais passos do CCF. Isto indica que cada passo do CCF tem que situar-se, delimitar-se e deixar-se definir pelos quatro fatores operacionais. A maioria das pessoas aprendeu a usar explicitamente os operacionais só para planejamento e administração, ou passos de número sete e oito do CCF, que são do cérebro central. Pouco a pouco, vamos ampliando o poder mental que nos confere o CCF, por subdivisão de cada um de seus passos e também do referencial, sem estropiar a matriz original. As ferramentas-matriz têm que ser estáveis para servir como lingua gem compartilhada e coletiva, que é o que falta às Ciências Sociais e Humanas.

QUEM NÃO USA REFERENCIAIS NÃO TEM BANCO DE DADOS E TERÁ POUCA MEMÓRIA

4.5.2. REFERENCIAL DAS ESFERAS DINÂMICAS “Dinâmicas” são áreas, esferas, âmbitos, círculos, ambientes ou campos do dinamismo da energia-natureza, coexistentes e mutuamente não-deformadoras co mo os círculos da água numa lagoa quando se lança uma pedra e outra e mais ou tra, ou como as ondas do eco, o que é uma metáfora do holograma. As esferas di nâmicas são infinitas mas as básicas são:

202

203  Dinâmica Matergística (palavra formada pela contração de matéria e energia): o Big-Bang, o bóson, os quarks, o átomo, a física quântica.  Dinâmica Potencial-Ambiental: a evolução, os recursos naturais, o ecossistema.  Dinâmica Mental: neurociência, sistema nervoso, competências dos três cérebros e Ciclo Cibernético de Feedback.  Dinâmica Individual-Familiar-Escolar: programação tricerebral, autocondução e desempenho de uma pessoa pelos ciclos do Fluxograma da vida. Personalidade.  Dinâmica Prestusuária (ex-economia): conjunto de agendas prestadias/usuárias; empresas, trabalho, produção, distribuição, consumo, poupança e níveis de vivên cia.  Dinâmica de Grupo (ex-política): organização em 3 subgrupos para disputa de poder e controle dos satisfatores, das pessoas, famílias e dos países.  Dinâmica Simbólica ou Cultural: teorias e comunicação número-verbal; represen tação não-verbal, artística e mitológica; representação simbólica de satisfatores pelo dinheiro e seus equivalentes.  Dinâmica Futuro-Universal: o que transcende o ser humano e sua vida, o planeta, o cosmos e o que se espera no além. Como o CCF é o sistema operacional, ele pode conectar-se e operar com qualquer banco de dados ou software. Já constatamos isso com os operacionais. Vamos agora acoplar-lhe o referencial destas 8 esferas “Dinâmicas”. Usando o mesmo tema do “Currículo Infantil”, no passo número 1 do CCF este tema se espe cificaria e aplicaria primeiro na dinâmica/educação das ciências naturais; segundo, este mesmo tema se especificaria e aplicaria na dinâmica/educação ambiental; ter ceiro, na dinâmica/educação mental; quarto, na dinâmica/educação individual familiar; quinto, na dinâmica/educação prestusuária; sexto, na dinâmica/educação de grupos; sétimo, na dinâmica/educação simbólica; e, oitavo, na dinâmi ca/educação futuro-universal. No passo número dois do CCF que seria a coleta de dados sobre o “Currículo Infantil”, primeiro se coletariam dados sobre seu conteúdo na dinâmica matergística ou ciências naturais; segundo, se coletariam dados sobre seu conteúdo na dinâmica ambiental; terceiro, sobre seu conteúdo na dinâmica mental; quarto, sobre seu con teúdo na dinâmica individual-familiar; quinto, sobre seu conteúdo na dinâmica pres tusuária; sexto, sobre seu conteúdo na dinâmica de grupos; sétimo, sobre seu con teúdo na dinâmica simbólica; e, oitavo, sobre seu conteúdo referente à dinâmica fu turo-universal etc.

203

204

Este referencial das “dinâmicas” é muito útil quando se quer uma compreen são das esferas, campos de vida e ambientes progressivos e hierarquizados de uma realidade. Pode-se abarcar desde o mais básico ou micro como energia, mente, in divíduo, família, avançando para o médio como grupos, instituições, empresas, até o mais amplo/superior, como a sociedade, a cultura, o universo.

4.5.3. REFERENCIAL DOS 14 SUBSISTEMAS DE QUALQUER SISTEMA

Quando se quer uma cobertura total dos setores de uma comunidade ou de qualquer sistema, devemos empregar o melhor referencial que foi inventado para is so: os catorze subsistemas sociais do antropólogo A. R. Müller, um doutorado de Oxford. Já vimos sua lista no Capítulo 3, sob o título - 3.2.1: Os 14 subsistemas de uma vida sistêmica.

Fig. 65. O referencial dos 14 subsistemas em forma de Roda-Viva

Os catorze subsistemas podem ser apresentados em forma de Roda-Viva com um eixo no centro, tomado como sistema toto-total e os raios como subsiste mas ou sistemas toto-parciais. A família, que na primeira roda-viva é um sistema to to-parcial, pode ser tomada como um sistema toto-total, formando nova roda-viva com o S01 no centro e seus 14 raios, porque é um holograma da primeira roda-viva Se tomamos a escola como sistema toto-total, a família será um subsistema ou sis tema toto-parcial da escola. O mesmo se fará com uma empresa, uma comunidade. Isso implica que uma vez estabelecida uma Roda-Viva, cada um dos seus catorze subsistemas pode tornar-se um sistema toto-total, o que vai gerar catorze mini Rodas-Vivas ou mini-hologramas. Isso está de acordo com o princípio de que a energia é um holograma que se repete em mini e macro hologramas. Outra maneira de representar o mesmo conceito de Roda-Viva como holo grama que gera outras rodas-vivas é tomar um dos catorze raios e daí estender li nhas para todos os demais. Ao fazer isso partindo dos catorze raios, aparecerá um

204

205 belo desenho que se pode chamar a urdidura da vida. Foi o que fez a artista equato riana Maria Judith Hurtado. A Roda-Viva dos catorze subsistemas se apresenta com círculos concêntri cos, representando os quatro níveis de divisão de trabalho ou agendonomia e os quatro níveis de vivência em cada um deles. Uma pessoa, uma família ou uma co munidade não tem os níveis de agendonomia e de vivência iguais em todos os ca torze subsistemas. Ao traçar um perfil delas, a linha será uma sequência de picos e vales, já que em alguns subsistemas terão posição mais alta e noutros, posição mais baixa, segundo os fatos e o critério de medida adotado. Como já conhecemos o referencial dos Quatro Fatores Operacionais, pode mos associá-lo ao referencial dos catorze subsistemas, formando, assim, um refe rencial mais complexo e mais eficaz. Ao fazer isso, compreendemos que cada um dos catorze subsistemas tem seu conteúdo organizado pelos Quatro Fatores Ope racionais, que funcionam também como engrenagens que os movem. A maneira mais didática de acoplar ou associar estes dois referenciais é a dupla entrada, dis pondo os catorze subsistemas na vertical formando colunas, e dispondo os Opera cionais na horizontal, formando linhas.

A leitura mais proveitosa, na horizontal, é partir do fator operacional “Espaço” e desdobrá-lo em catorze subespaços, cenários ou instalações de cada um dos 14 subsistemas, que receberão os seguintes nomes: As instalações no subsistema 1-parentesco/família recebem, por exemplo, o nome de moradias; as instalações no subsistema 2-saúde recebem, por exemplo, o nome de hospitais e farmácias; as do subsistema 3-manutenção recebem, por exemplo, o nome de restaurantes, feiras e lojas; as do subsistema 4-lealdade, re cantos; as do subsistema 5-lazer, clubes e praças; as do subsistema 6 comunicação/transporte, emissoras e vias de circulação; as do subsistema 7 educação recebem, por exemplo, o nome de escolas; as do subsistema 8 patrimonial, são propriedades e bancos; as do subsistema 9-produção, são minas, lavouras, fábricas e escritórios; as do subsistema 10-religioso, templos; as do sub sistema 11-segurança recebem, por exemplo, o nome de quartéis e presídios; as do subsistema 12-político-administrativo, palácios e órgãos públicos; as do subsistema 13-jurídico recebem, por exemplo, o nome de tribunais e cartórios; as do subsistema

205

206 14-precedência-mérito recebem, por exemplo, o nome de passarelas, museus e monumentos. A “Cronologia” de 24 horas também é dividida entre os catorze subsistemas. Os “Personagens”, em seus papeis de cada um dos 14 subsistemas, têm nomes di ferentes. E em “Procedimentos”, as agendas, ocupações e profissões têm nomes apropriados a cada um dos 14 subsistemas.

Com isso, é possível lidar organizadamente com a quase infinita variedade dos fatos sociais. Com este referencial que conjuga os operacionais com os catorze subsistemas e vice-versa, temos uma matriz para fazer qualquer questionário e pesquisa, em qualquer das Ciências Sociais e Humanas. Esta matriz funciona como um aparelho que revela a realidade ou estrutura de qualquer sistema, seja uma pes soa, família, comunidade ou país, com detalhes, nitidez e presteza muito superiores ao que faz a Economia desde os tempos de Adam Smith, que é velho de 1776. Adam Smith dividiu a realidade em dois grandes campos que são o econômico e o social, ou socioeconômico, deixando o resto na escuridão. Os autoendeusados eco nomistas dizem conhecer esta parte escura, mas vêm sendo desmentidos todos os dias desde a crise de 2007/2008. O quadro de referência socioeconômico é demasiado pobre e simplório em sua pretensão de lidar com a complexidade de hoje, com apenas duas categorias. Só insistem em usar tal quadrinho de referência os que têm a má intenção de tirar proveito da situação, enganando os demais. É cada vez mais evidente a razão por que os subgrupos oficiais e seus escudeiros - os economistas - têm interesse em ocultar a realidade dentro de um pacote socioeconômico: eles a manipulam para lu

206

207 crar, enquanto se esforçam para que as vítimas não se deem conta e aceitem tudo sem questionar, estonteados com tantas mágicas econômicas e políticas. A malicio sa linguagem socioeconômica de mercadores e políticos oculta a concentração da renda e do poder, a corrupção e a manipulação da lei para que o saqueio dos mais débeis seja um assalto legalizado. Isso só vai mudar quando mais gente rejeitar o esquema socioeconômico, falsamente democrático, e aderir ao princípio tri-uno dos três cérebros, dos três subgrupos e aderir ao esquema e uso dos 14 subsistemas, que é um desdobramento mais científico do malicioso referencial socioeconômico. Os catorze subsistemas, que são a estrutura interna de circulação de energia de qualquer sistema, são indispensáveis para quem queira captar e classificar a rea lidade mais profunda e completamente. Com isso, deixaremos de ser enganados pelo atual discurso político e econômico sobre a realidade. Qualquer referencial, sozinho, é apenas um arquivo, um catálogo, um check list, isto é, uma lista para conferir o que há e o que falta. Mas quando se acopla ao CCF torna-se um potente organizador e amplificador tricerebral. E o mais potente é o dos 14 subsistemas com os 4 fatores operacionais, aplicado a qualquer das esfe ras dinâmicas:

Quem quiser incluir mais segmentos, áreas ou especialidades profissionais nos catorze subsistemas pode segmentar ou subdividir cada um deles, sem alterar a matriz ou seu formato original. Isto é indispensável para poder funcionar como meta linguagem e ferramenta compartilhadas por todas as Ciências Sociais e Humanas. O subsistema S01-Família pode ter os seguintes segmentos: reprodução ve getal, animal, humana; demografia, etnias; habitação, hotéis; comunidades, urbani zação, ecologia etc. O subsistema S02-Saúde pode ter os seguintes segmentos: sanidade ambiental, ciências médicas, fisioterapia, enfermaria, farmácia, tanatolo gia, odontologia, psicologia, fonoaudiologia; veterinária, fitologia etc. O subsistema S03-Manutenção pode ter os seguintes segmentos: hidrologia, vestuário, alimenta ção, nutrição, culinária, bebida; comércio, shopping; restaurantes; marketing etc. O subsistema S04-Lealdade pode ter os seguintes segmentos: amizades, namoros, noivados; associações, cooperativismo, sindicalismo, redes sociais, ONGs; máfias, organizações secretas, quadrilhas etc. O subsistema S05-Lazer pode ter os seguin

207

208 tes segmentos: turismo, esportes, agências, rotas turísticas, points; jogos, campeo natos, compra e venda de atletas mercenários; games, artes, artesanato etc. O subsistema S06-Comunicação e Transporte pode ter os seguintes segmentos: idiomas, imprensa, correios, Internet, TICs; estatísticas nacionais; vias espaciais, aéreas, aquáticas, terrestres; sistema ferroviário, ro doviário, aquático, espacial, pedestres, tele guiados, drones etc. O subsistema S07 Educação pode ter os seguintes segmentos: educação formal, informal, presencial, a dis tância, e-learning, educação especial; siste mas de ensino, graus de ensino, métodos di dáticos, neurociências e neuropedagogia; pesquisa, revistas científicas, editoras, biblio tecas, catálogos físicos, catálogos virtuais etc. O subsistema S08-Patrimônio pode ter os se guintes segmentos: sistemas de propriedade, sistema monetário, sistema bancário e finan ceiro, bolsas, seguradoras; economia infor mal, economia social; corretoras, impostos etc. O subsistema S09-Produção pode ter os seguintes segmentos: pesca, mineração, ex tração vegetal, agropecuária, construção, in dústria; energia, tecnomanutenção, serviços, organização do trabalho, profissões etc. O subsistema S10-Religioso pode ter os seguin tes segmentos: animismo, judaísmo, taoísmo, budismo, xintoísmo, zoroastrismo, cristianis mo, islamismo; religiões sincréticas, ateísmo etc. O subsistema S11-Segurança pode ter os seguintes segmentos: defesa terrestre, marí tima, aérea, espacial, cibernética; segurança pessoal, doméstica, empresarial, ecossistê mica; criminalidade, sistema prisional etc. O subsistema S12-Político-Administrativo pode ter os seguintes segmentos: gestão individual, familiar, municipal, regional, nacional, global, ONU; sistemas eleitorais, governo teocrático, monárquico, aristocrático, popular, plutocráti co, republicano; regimes políticos, revoluções etc. O subsistema S13-Jurídico pode ter os seguintes segmentos: poder judicial, jurispru dência; constituições, códigos de direito; direi to internacional, tribunais internacionais, pena de morte, direitos humanos, direito canônico etc. O subsistema S14-Mérito e ranking pode ter os seguintes segmentos: museus, patri mônio histórico, patrimônio universal, relí quias; ordens de mérito, ISO, canonização,

Fig. 65.4. Segmentação dos 14 subsistemas

208

209 premiações; concursos de beleza, heróis, monumentos, modelos, celebridades etc. 4.5.4. INICIAÇÃO À DIDÁTICA SISTÊMICO-TRIÁDICA

Com o tempo, o professor tem que reorganizar seus materiais didáticos dentro da visão ou paradigma e linguajar sistêmico-triádicos, em todos os passos do CCF e seus triplos mapas mentais. É a “triadização sistêmica”: distribuir os conteúdos de qualquer disciplina pelos 3 cérebros e num fluxo sistêmico (input-transformação output). Os manuais que existem são monádicos, à exceção de algumas Ciências Sociais e Humanas em que se introduziu a visão sistêmico-diádica do marxismo. Nas ciências “mais exatas” é fácil ver os temas sistemicamente, num fluxo de causas que correspondem aos inputs; transformação que é o processo que ocorre no interior do sistema; e o efeito que corresponde aos outputs; no retorno gerado pelo feedback, o efeito se torna causa. As ciências exatas notaram o fluxo sistêmico, mas não seu trançado triádico porque são unilineares, monádicas, unilateralistas; se muito, notaram as antinomias, as dicotomias. Mas como são maniqueístas, um lado e somente um será o bom e o outro será o mau e tem que ser negado e, quando possível, eliminado. O triádico, isto é, a inclusão do terceiro lado ou elemento é menos visível, ape sar de terem já passado mais de 100 anos desde que a física nuclear determinou a triadicidade da energia, três partículas do átomo, com suas três cargas, três senti dos e, agora, tríades de quarks, bósons etc. Antes de apresentar qualquer tema, esta didática deve criar consciência, no estudante, que ele é um sistema triádico, porque a energia é um sistema triádico e tudo que existe são sistemas triádicos em rede ou cadeia natural e cultural: - O estudante tem receptores para todos os estímu los ou inputs, que são os sentidos e os nervos aferentes. - Tem um organismo que é um processador, metabolizador ou transformador de tudo o que aí chegue, sob o comando central dos três cérebros tetranivelados. - Tem os nervos eferentes e os músculos que levam para fora os outputs, os resultados ou os comportamentos. Dizer input/processamento/output é muito genérico. Dizer fluxo sistêmico ope racionalizado diz mais, já que qualquer input, processamento e output tem que ser identificado no espaço, na cronologia, nos personagens e nos procedimentos.

209

210

Tudo é processo, movimento, evolução por ciclos trançados, tanto na prática ou domínio externo de nosso cérebro, como na teoria ou domínio interno de nosso cérebro. Tudo é fluxo de energia tri-una “pura” ou condensada em moléculas, célu las, corpos e organismos sistêmicos cada vez mais complexos, mais não ao acaso. É fluxo em, pelo menos, três tempos ou etapas: input, transformação e output, que traduzimos por fluxo usu-trans-prestadio ou, abreviadamente, fluxo usuprestadio ou prestusuário. Isso é porque quando tomamos ou recebemos um input somos usuários, consumidores, pagadores; a esse usuarismo que tomamos do domínio externo, nós o transformamos, o assimilamos, o processamos em nosso domínio interno; e essa transformação ou processamento resulta em outputs ou frutos, ou produtos que ofe recemos a quem queira recebê-los ou comprá-los no domínio externo, caso em que somos vendedores ou prestadios. É a velha oferta e demanda, traduzida ao para digma sistêmico, porque este unifica esse processo para todos os campos de ativi dade, seja para os três cérebros, seja para empresa, seja para os catorze subsiste mas, seja para qualquer área da ensinagem e da vida. Como seria a triadização sistêmica da ensinagem? Para explicar os sentidos, por exemplo, se mostra que eles são antenas cap tadoras de inputs que são levados ao cérebro; o cérebro faz o processamen to/transformação que resulta num produto, num conhecimento ou numa sensação; este produto do tricerebrar é o output. Conscientizar isso é ter percepção sistêmica de si mesmo:

Para obter a percepção triádica e sistêmica dos sentidos simultaneamente, os sentidos podem ser reduzidos a três blocos como faz a Neurolinguística: os inputs visuais são para o cérebro esquerdo descritivo; os inputs auditivos são para o cére bro direito emocional-artístico; e os inputs cinestésicos do olfato, gosto e tato são para o cérebro central do bem-estar físico. Esta é a didática triádica sistêmica para os sentidos, em que cada um dos blocos disputa a posição oficial, mas termina numa aliança de dois blocos contra o terceiro. Sobre os resultados, será ativado o feedback reforçador para os GANHA DORES, e feedback corretivo para os perdedores. O mesmo acontece com a ensinagem das cores: se o input é a cor vermelha, o output será algo de cérebro central; se o input é a cor azul, o output será algo de cérebro esquerdo; se o input é a cor amarela, o output será algo de cérebro direito. No guarda-roupa de uma pessoa, numa sala de aulas, ou numa festa, as cores dis putam a hegemonia, ou a posição oficial. Tudo com o feedback autocorretor.

210

211 O mesmo acontece com a “alimentação” diária dos três cérebros, com inputs cognitivos, inputs calóricos e inputs endorfínicos; depois do processamento, teremos outputs de saberes, de saúde e de prazer.

É preciso encontrar o fluxo usu-trans-prestadio e a triadicidade de tudo que se queira ensinar, pois isso é fundamental para abreviar, sistematizar e acelerar a ensinagem, principalmente nas Ciências Sociais e Humanas e em algumas exatas. Em Física, se injetarmos uma força, isto é, um input ou estímulo a um corpo, ele sairá da inércia porque processa ou assimila o impacto, e seu movimento será o output, num contexto eletromagnético-físico de forças triádicas que se determinam mutuamente. Segundo o resultado, atuará o feedback. Em Química, se injetarmos um ingrediente reator, que é input, a uma solução qualquer, dar-se-á uma reação ou transformação que terminará num resultado ou output que será um novo composto, determinado pela triadicidade das valências, com feedback sobre o resultado. Em Biologia, se injetarmos um antitérmico, que é o input, a um organismo com febre, este reagirá ou processará produzindo um mudança, cujo resultado ou output será a nova temperatura, cujo controle do efeito proporcional ou desproporci onal será feito pelo feedback confirmativo ou corretivo. Em Educação Física, se dermos uma ordem, que é o input, para uma ativi dade teórica, um exercício físico ou de recreação, ao ser executada vai-se transfor mando o organismo, cujo resultado ou output será neutro ou um benefício ou fra casso qualquer, a que reagirá o feedback. Se a um animal lhe trocarmos o ambiente, o que equivale a muitos inputs tri ádicos, ele fará suas mudanças para ajustar-se e sobreviver; e as consequências ou o output serão os novos comportamento ou a enfermidade e morte se o feedback não alcança readaptá-lo. É o ser humano um animal de costumes? É melhor dizer que é um animal adaptativo. Se a uma planta ornamental a mudarmos de lugar para que tome mais sol ou se começarmos a pôr-lhe adubo, que é o input, ela vai assimilar ou rejeitar tais in puts, e responderá a estes inputs convertendo-os em modificações ou outputs de cor, de crescimento, beleza, com o correspondente feedback regulador etc. Se a um estudante se der mais tempo, melhores materiais e alimentos, neu roferramentas, melhor método de estudo e estimulação afetiva, que são inputs, seu cérebro tri-uno converterá esse “alimento” em resultados ou outputs que podem ser melhores notas para o cérebro esquerdo, melhor desempenho prático para o cére

211

212 bro central e melhor relacionamento e mais satisfação para o cérebro direito, com feedback reforçador. Nas Ciências Sociais e Humanas, a noção do fluxo sistêmico era reduzida a uma palavra demasiado vaga e confusa: processo. S-R, estímulo-resposta, Depois, melhorou mas um pouco; sem mencionar passou-seoamomento falar em da transformação, nem o feedback e a triadicidade. Isso é influência do método científico das ciências exatas positivistas que só aceitam o que está ao alcance dos sentidos e o que se possa medir, considerando o resto como caixa negra ou inverificável. Depois da ressonância magnética por ima geamento funcional, isso melhorou mais um pouco; e o que era só estímulo resposta ficou S-O-R, ou seja, estímulo-organismo-resposta, porque admitiram pes quisar o que antes se chamava caixa negra. Foram aceitas as três etapas mínimas do fluxo sistêmico, mas faltou incluir o conceito de feedback reforçador, corretivo ou neutro e, mais que isso, faltou o conceito de triadicidade: seus autores são sistêmi cos, mas monádicos. O que era caixa negra, ou domínio interno inverificável, é um sistema ou or ganismo que já sabemos que é triádico e podemos descrever em suas três partes ou subgrupos, e em 4 níveis. Já não é tão “caixa negra” impenetrável ou incognos cível, depois das tomografias computorizadas, ressonâncias e outros aparelhos de cerebroscopia, dissolventes de mistérios.

Às vezes, usamos a expressão “sem feedback” junto a feedback reforçador e corretivo. É para indicar que há sistemas humanos que não fazem nem feedback re forçador nem feedback corretivo. Vivem ao Deus dará. Creem! E se justificam di zendo: o que tem que ser será… Já falamos, antes, na operacionalização de cada uma das três etapas de um sistema e seu fluxo. Se já dominamos isso, podemos passar a um grau superior de complexidade ou aprofundamento, usando o referencial dos catorze subsistemas. Isso significa que analisaremos qualquer tipo de input por seus catorze subsistemas, ou que, de fato, os inputs provenientes do domínio externo são ou trazem: os cator ze subsistemas. Significa que o processamento ou transformação se dá nos catorze subsistemas que são a estrutura interna de um sistema; e significa que os outputs são ou carregam em seu bojo os catorze subsistemas, o que se completa com o feedback sobre os catorze sistemas de cada etapa.

212

213

As ciências mais exatas não tem a preocupação de saber se o dinamismo é diádico ou triádico ou se tem 14 subsistemas, já que não faz muita diferença para sua concepção de mundo e realidade. O terceiro lado, o neutro, é sempre o mais di fícil de admitir, embora se admita na física quântica. Mas em Ciências Sociais e Humanas, não se pode ser realista sem a triadicidade, do contrário, tanto a percep ção como as ações daí derivadas serão gravemente distorcidas. E sem os 14 sub sistemas e seus fatores operacionais, cai-se necessariamente no antiquado esque ma socioeconômico anglo-saxão. Não é difícil constatar que sempre há dois subgrupos humanos em ruidosa competição, disputa, guerra, contradição, como foi insinuado por Hegel e posto em prática por Karl Marx. Mas o terceiro lado ou subgrupo é mais difícil de perceber, porque está perdido entre eles, silencioso, passivo, e que é a vítima manipulada por ambos. Por outro lado, está o desejo dos subgrupos oficiais de ficarem invisíveis e tratam de disfarçar-se, de negar ou esconder sua superioridade, suas vantagens, seus trambiques, seus privilégios, atrás de alguma máscara, alguma desculpa, al guma justificação. Para a maioria das desgraças que nos infligem, o disfarce mais comum é atribuir-lhes um sujeito oculto, genérico, abstrato, difuso. Dizem que é cul pa do mercado, que são as circunstâncias, é a sazonalidade, é a vontade de Deus, são as forças históricas, são as razões ou segredos de Estado, enquanto se fazem passar por bonzinhos, como agora os banqueiros e seus cúmplices políticos. Pela visão sistêmica triádica, o sujeito de todos os acontecimentos sociais, exceto os da natureza, são os três subgrupos, sem engolir a trapaça do “sujeito oculto” que são os subgrupos oficiais ocultando sua criminalidade psicopatológica. Mas estes mesmos sujeitos pretensamente ocultos não admitem sujeitos ocultos dos subgrupos antioficiais e oscilantes, vigiando-os e perseguindo-os com micros cópios, telescópios, satélites de espionagem e supressão da privacidade para não reagirem à opressão oficial, como o exemplo encenado pelos Estados Unidos norte americanos depois de 11 de setembro de 2001. Os idiomas e as matemáticas são linguagens descritivas das partes tri-unas dos sistemas e seu fluxo, de suas relações sintáticas de sujeito-input, verbo-ação e complemento-output; ou de relações de somar, subtrair, multiplicar ou dividir que são aspetos do jogo triádico dentro de um sistema ou entre sistemas. Esta estrutura sintática corresponde à estrutura sistêmica que é hereditária-inata (Chomsky, 2015). Antes de começar a ensinar uma teoria gramatical ou de matemática sobre algo, é preciso lançar mão de algum dos três tipos de mapas mentais para fazer en tender este algo como um sistema tri-uno e seu fluxo na vida prática. A aprendiza gem vem de ter experiência prática, mas não de qualquer jeito. A experiência prática de qualquer coisa tem que ser de cada coisa como um sistema triádico que se move em ciclos, dentro de uma rede universal; daí passa-se à teorização sistêmica triádi ca que tem graus crescentes de abstração da experiência prática. Isso significa mu dança de mentalidade, isto é, sair da monádica que cria uma balbúrdia de casos, nomes, situações, ideologias, ramos de conhecimento e manuais, como um vasto e

213

214 incontrolável quebra-cabeça, e passar a uma mentalidade sistêmico-triádica que es tabelece os nexos, as classificações e articulações progressivas dos eventos da rea lidade. Sem passar de monádico a triádico, as mudanças educacionais, políticas, econômicas e culturais não passarão de maquiagem para disfarçar privilégios oficia listas. Qualquer interpretação de texto verbal-numérico ou virtual supõe uma inter pretação lógica pelo cérebro esquerdo com perguntas, informação, vocabulário, conceitos e significados; supõe, ao mesmo tempo, uma interpretação de imagens, símbolos, sons, metáforas e artes pelo cérebro direito; e supõe, imediatamente, uma busca de correspondência ou identificação factual ou na prática, pelo cérebro cen tral. Em resumo, qualquer interpretação de um texto ou discurso supõe a percepção e análise verbal-numérica pelo cérebro esquerdo, a captação não-verbal pelo cére bro direito e a avaliação prática pelo cérebro central. Interpretação de texto tem que percorrer o CCF completo e não parar no processamento que é o passo número três do CCF. A matemática faz melhor a descrição das partes pela geometria, a descrição do fluxo, das relações entre as partes -input-transformação-output- e da lógica cau sal entre elas pelas equações, o que permite fazer cálculos, deduções, previsões etc., embora não tenha consciência do fundamento sistêmico triádico que a torna possível: A (grandeza input) + B (grandeza em transformação) = C (grandeza output). A (grandeza input) = C (grandeza output) - B (grandeza em transformação). Os idiomas são um pouco mais pobres, porque são fracos em integrar coisas, formar redes, fazer aflorar relações; são palavrório monádico, são frases ou discur sos inconsequentes que, a duras penas formam um silogismo, cuja consistência se busca nas determinações puramente conceituais-linguísticas recíprocas, sem refe rência à realidade prática. Falta uma nova linguagem sistêmico-triádica, para ficar mais próxima à realidade que é sistêmico-triádica. Para isso, seria preciso substituir a atual análise sintática, que é análise das relações sistêmicas, por uma análise pe los quatro fatores operacionais, depois do domínio prévio das categorias gramati cais, que são as unidades da frase ou discurso. Se tomamos algo como sistema triádico em fluxo e o operacionalizamos, isso traz muito mais clareza que a análise sintática tradicional, inventada pelos filósofos gregos que eram fanaticamente teóricos. A tradução das categorias gramaticais pe los operacionais e da análise sintática pela análise sistêmico-triádica levaria ao se guinte:  O verbo representa uma agenda prestusuária de input, transformação, output; os adjuntos adverbiais ou associados aos verbos representam aspetos do espaço, da cronologia e dos procedimentos que situam, qualificam ou caracterizam e dimensionam a ação.  O sujeito representa um personagem/ator, explícito ou oculto, dos três subgrupos, que expressa sua ação ou agenda frente aos outros dois subgrupos através do verbo, como GANHADOR, perdedor ou como empate, como sujeito ati vo/passivo ou prestadio/usuário; no caso de agenda ou ação representada por verbo intransitivo, o resultado está contido no verbo.  O complemento/objeto direto ou indireto representa outputs, satisfatores ou valores que os indivíduos e subgrupos-sujeitos estão produzindo, intercambiando

214

215 ou disputando num contexto triádico, segundo o que indique o verbo; ou representa o resultado de um jogo triádico ou suas relações ativas/passivas, de confronto ou oscilância entre eles.  Os adjuntos adnominais, ou associados a substantivos são parâmetros ou quantificadores (não-numéricos) de todos os operacionais, exceto da agenda que é representada pelo verbo e cujos parâmetros ou modificadores são os adjuntos ad verbiais. Os adjuntos adnominais têm que concordar em gênero e em número, sin gular ou plural, com o nome ou substantivo a que estão associados, enquanto os adjuntos adverbiais não: estes são invariáveis, não mudam de gênero nem de nú mero.  Os artigos, conjunções, disjunções e as preposições são partículas conec ou tivas indicações da estrutura e do fluxo sistêmico da frase ou das frases entre si.

Falta uma nova gramática do idioma, um novo dicionário triádico, assim como existe um dicionário diádico (Pequeno Dicionário Burguês Proletário; Soares, 1983), novos manuais de matemática e de todas as disciplinas, com novos currículos e di dática, tudo baseado na Ciência Social Geral.

4.5.5. MELHORANDO AS ANOTAÇÕES COM MAPAS MENTAIS

Pode-se melhorar as anotações em sala de aula, que se fazem com palavras chave ou frases lineares, isto é, uma linha depois da outra, por livre associação. Frente à avalanche de informações fragmentárias dos currículos escolares e das te linhas, a livre associação é o mais pobre dos métodos de ensinagem e de compre ensão, assimilação e armazenagem de informação. Podemos ganhar em ensinagem e cultura se usarmos as neuroferramentas e mapas mentais da Ciência Social Geral como forças ordenadoras e de armazenagem de conteúdos. “Mais vale cabeça or ganizada que cabeça cheia”, numa bela expressão de Edgar Morin (2011). A arru mação e registro da informação pode, também, ser feita só mentalmente quando se tem os modelos e referenciais na memória, como os três cérebros, três subgrupos, fatores operacionais, os 14 subsistemas etc.

215

216

Fig.68. Alguns modelos de mapas mentais

Nem todos os temas podem ser encaixados nos modelos e referenciais dos três cérebros, três subgrupos, CCF, catorze subsistemas etc. Por isso, cada qual deve aprender a adaptar/criar outros modelos ou mapas mentais. Para um mesmo tema podem-se usar dois ou mais destes mapas mentais, basta ter um “caderno” com muitas folhas dos diversos mapas mentais já impressos. Uns são mais detalhis tas como o dos quatro fatores operacionais e os três cérebros com seus quatro ní veis; outros são mais extensivos, como os 14 subsistemas e as dinâmicas. Pouco a pouco se aprende quando usar cada um deles; ou o docente pode indicar qual pre

216

217 fere. As matemáticas, principalmente a geometria e as ciências exatas, já têm mo delos, fórmulas e algoritmos próprios.

4.6. TRIADIZAÇÃO DAS DISCIPLINAS

A neuroeducação tricerebral supõe que o ser humano se desempenha se gundo as competências que necessite e tenha, em seus três cérebros e quatro ní veis, em cada ciclo de seu Fluxograma da Vida. Isso se concretiza organizando cur rículos tricerebrais correspondentes a cada ciclo, cobrindo as três grandes vertentes ou colunas da educação: número-verbal, teórica, racional para o cérebro esquerdo; socioemocional para o cérebro direito; e corporal, profissional e financeira para o cé rebro central, em porcentagens que vão mudando de acordo com a idade e os qua tro níveis tricerebrais. A vida é tricerebral, do nascimento à morte. lo quase Porsóenquanto, para o cérebro a educação esquerdo temecurrícusó para jovens, falhando no cérebro direito e central; depois só oferece cursos de profissionalização Doutorados. e especializações em Mestrados e Aceitando como ponto de partida que a educação é tricerebral e, portanto, tri curricular, propõem-se as correspondentes competências a desenvolver ou adquirir em cada ciclo do Fluxograma da Vida, como se fez no Capítulo 3, propondo as três gramáticas para desenvolvimento de competências até os dezoito anos. Teríamos que completar a proposta para cobrir os demais ciclos do Fluxograma da Vida. Como, por enquanto, os cursos não desistem da fatiação do conhecimento em disciplinas e currículos privativos, teremos que, pelo menos, triadizar cada um desses currículos e saberes; a História da respetiva disciplina; propor sua interdisci plinarização; e um correspondente sistema de avaliação. Tudo isso é possível com os recursos da Ciência Social Geral. A avaliação teria duas etapas: A) Primeiro, avaliação de competências tricerebrais para a vida, conforme o que se estabeleça participativamente ao início do mês, bimestre ou semestre. B) Segundo, avaliação de assimilação de conteúdos tricerebrais específicos da disciplina em questão. Este sistema de avaliação deveria ser adotado desde a educação de jardim até a pós-doutoral. Caso contrário, estaremos educando, capacitando e avaliando só em função do mercado. “Um professor-escravo educando outros escravos”, se gundo Paulo Freire.

4.7. ESTIMULANDO SEUS TRÊS CÉREBROS

Você já adquiriu conhecimentos sobre seus três cérebros, já deve ter dado graças por seus três cérebros, já deve ter posto os três cérebros a “trialogar”, enfim, já deve estar dando-lhes algum tratamento mais amistoso e de maior atenção do que faz com os penteados e os chapéus.

217

218 Podemos realizar, em forma deliberada, alguns exercícios para trabalhar com seu cérebro. Você pode programar sua própria mente, não permitir que outros sigam manejando sua cabeça. Você é o dono de seu cérebro e de seus três processos mentais e vai entrar em maior intimidade com cada um deles através de alguns exercícios. LEITURA AO ESPELHO: Ponha uma folha de jornal diante do espelho e tente ler. Faça isto duas, três, dez, vinte vezes, até conseguir a leitura reflexa ou especular. Você pode ler os textos de trás pra frente, da direita para esquerda, em círcu los, em diagonal, em ziguezague. Isso se faz para descondicionar seu modo linear de olhar e entender os textos e tudo o mais. É a principal técnica para leitura dinâ mica ou acelerada. Este tipo de exercício vai “massageando” seus processos men tais para ficarem mais plásticos. EXERCÍCIO DE ESCRITURA COM AS DUAS MÃOS Tome uma folha de papel e um lápis. Comece a escrever seu nome com a mão esquerda. Se você é canhoto use, então, a mão direita. Escreva normalmente, começando no lado esquerdo do papel. Agora comece de novo, só que vai escrever do lado direito para o esquerdo, tal como fazem os árabes. Ao virar a folha de papel ao avesso e olhá-la contra a luz, verá esta última escritura como “normal”. Chama se escritura reflexa ou especular. Depois que consiga escrever seu nome da direita para esquerda do papel, escreva os números de um a dez. Não diga que não é possível. Faça autoautoriza ção mental: “Eu me auto-autorizo a escrever da direita para a esquerda”... Agora tome dois lápis, uma folha de papel em branco (que seja transparente) e comece de novo. Comece do centro para as bordas do papel, escrevendo seu nome com as duas mãos; com uma escreva da esquerda para a direita do papel; e com a outra escreva da direita para a esquerda, isto é, com escritura reflexa. Faça isto muitas vezes com seu nome e com o nome de outras pessoas. Escreva nova mente os números, agora com as duas mãos, até que consiga fazer isso de maneira fluente. Se você quiser, pode escrever sem olhar. Basta que se autorize, basta que autorize seu cérebro. Exercite isto até que o considere suficiente. EXERCÍCIO DE DESENHO COM AS DUAS MÃOS Se você escreve com a mão direita, tome um lápis com sua mão esquerda e comece a desenhar qualquer coisa, um rosto, por exemplo. Se você é canhoto faça o então com a mão direita. Logo, desenhe dois rostos, um masculino e outro femini no de frente um para o outro, mas com um lápis em cada mão; depois, desenhe o corpo inteiro com os traços que você maneja. Agora faça uma figura de cabeça para baixo. Quando termine, vire o papel, e examine-o. É a prova de que seu cérebro é esférico, quer dizer, que não tem problemas de direção. Isso quer dizer que ele per cebe a realidade em qualquer direção porque foi feito à imagem e semelhança do universo, onde tudo é tridimensional, elíptico, ondulatório, serpenteante, fractal, ho logramático. Faça esses exercícios até que sinta gosto por eles, e sinta que seu cé rebro está conseguindo fazer isso sem resistência e com prazer.

218

219

AUTOAUTORIZAÇÃO Você começou sua vida com as hétero-autorizações e hétero-proibições de sua mãe, de seu pai, de seus irmãos maiores, de seus educadores escolares e reli giosos, dos adultos em cumplicidade com o sistema político, econômico e religioso vigente. E também lhe ensinaram a sentir-se culpado quando fizesse algo fora da li nha, algo proibido por eles. Instalaram o chamado complexo de culpa-expiação ou sentimento penitente, como um sistema de controle interno, como um cão de guarda em seu cérebro, que pode ser ativado por controle remoto. Na realidade, isso tem que ser assim, do contrário não se daria a socialização ou capacitação para conviver com os demais. Mas tem que ser assim até o final da adolescência somente. Ao final da adolescência tem que ir terminando a hétero autorização, a hétero-condução e começar a autoautorização, a autorresponsa bilização e a pagar seus preços. Significa rever as programações dos três cérebros, escolher quais conservar e quais apagar e substituir. Para fazer essa mudança, há que enfrentar o programa de autocontrole que é sentir-se culpado por agir fora do que é considerado normal pelos seus programadores e controladores. Isso se con torna pelo exercício de autoautorização assim: eu me autoautorizo a não sentir cul pa; eu me autoautorizo a decidir por mim mesmo o que me convêm e o que não, apesar de meus programadores e sua doutrinação; eu me autoautorizo a pagar meus preços; eu me autoautorizo ao que seja proporcional etc. NÃO ENTREGUE SUA CABEÇA

4.8. O REFERENCIAL do HOLÓGRAFO OU MACROSCÓPIO SOCIAL

219

220

O Hológrafo é uma composição de todos os referenciais anteriores. Compõe se de: - uma moldura externa que representa um sistema e seu fluxo; - de três linhas cruzadas, marcadas com neguentropia e entropia nos extre mos, que representam o princípio triádico e seu proporcionalismo. - CCF na entrada da moldura que representa um sistema, porque faz o con trole dos inputs que entram, o que se repete na saída para o controle dos outputs. - dos 14 subsistemas na vertical, com os 4 fatores operacionais à esquerda na horizontal, e as esferas dinâmicas como campos de aplicação dos 14 subsiste mas, em posição diagonal. O Hológrafo serve para organizar e classificar qualquer conjunto de eventos e saberes porque, supostamente, é global e pode assimilar qualquer inovação sem perder esta sua configuração original: basta subdividir e subenumerar. É o grande teclado da realidade.

Fig. 69.1. Classificação de alguns saberes pelo Hológrafo social

220

221

Para os principiantes, em vez de utilizar o Hológrafo, pode-se começar a or ganizar os saberes só pelos Quatro Fatores Operacionais:

01

ESPAÇO, esferas (onde?) Física. Química. Meteorologia. Astronomia. Astrofísica. Geologia. Geografia. Botânica, Zoologia. Recursos Naturais. Oceanografia. Engenharia Civil. Arquitetura e Urbanismo. Turismo. Municípios, regiões, países, blocos, fronteiras. Transporte. Construção. Ecologia.

02

CRONOLOGIA (quando?) Paleontologia. Arqueologia. Evolução. Mudança. História. Museus. Jornalismo. Futurologia.

03

PERSONAGENS, agentes (quem, com quem, para quem?), prestadios, usuários, inter câmbio, mercado. Níveis, hierarquias, jogos triádicos. Biologia. Etnologia. Antropologia. Psicologia. Pedagogia. Sociologia. Relações Humanas. Famí lia. Migrações, demografia, moradia. Relações Públicas. Política. Religiões. Níveis e Hierarquias. Associações, sindicatos, cooperativas. Jogos Triádicos. Direitos Humanos.

4.5. 4.4 4.3 4.2 4.1 4.6 04 PROCEDIMENTOS  Agendas (que ocupação, atividade?) Planejamento. Produção. Administração. Orientação voca cional/Profissional. Recursos Humanos. Capacitação. Trabalho. Carreira.  Símbolos (através de que representação?) Matemática, Português, Telinha. Simbologia. Arte.  Tecnologia, metodologia, tradições (como?) Engenharias. Informática. Tradições. Folclore.  Valores financeiros, informacionais, morais (com que?) Economia. Bancos. Mercado. Risco.  Princípios, crenças, paradigmas (por que, para que?) Filosofia. Ética. Visão monádica, triádica.  Resultados, controle, feedback (e agora?) Avaliação. Contabilidade. Estatística. Recompensas.

4.9. PROCESSO UPAYA-COACHING familiar-escolar-empresarial TUTORIA, CONDUÇÃO/ORIENTAÇÃO PARA MAIS AUTONOMIA.

UPAYA-COACHING é o conjunto de jogos e contra/jogos de um processo de condução de um educando ou treinando desde um ponto de origem de baixa auto condução a um ponto de chegada desejado, de maior autocondução, seja em edu cação, esporte, consultoria, empresa etc. São lances que se dão entre condu

221

222 tor/educador e conduzido/educando, compartilhado em partes complementares, tra tando de conseguir progressivamente a emancipação do conduzido até culminá-la. UPAYADOR/COACH/SUPERVISOR é aquele que, por ter mais recursos, co nhecimentos e consciência, conduz alguém, por algum tempo (não para sempre), com o intuito de diminuir e até eliminar a distância entre ele e seu dependente ou, dito de outra forma, visando à emancipação e autossuficiência de seu filho/dis cípulo/aprendiz. Upaya é um conceito da filosofia zen-budista. Na pedagogia ocidental, por ser monádica, não existe vocábulo para expressar este conceito. Por isso se fala em educação dirigida e não-dirigida, ou centrada no professor ou no aprendiz. Na visão triádica, o professor, o aluno e a família coexistem, todos aprendem e todos ensi nam, proporcionalmente, em porcentagens que vão mudando à medida que o pro cesso se desenrola ao longo do tempo. Pais/professores/supervisores vão reduzin do sua porcentagem de poder enquanto cresce o poder do aprendiz. O upaya impli ca elevar as competências do upayado até a igualação e superação do upayador. Por isso se diz que o discípulo tem que superar o mestre, ou estabelecer uma con vivência proporcionalista entre ambos. Os norte-americanos introduziram o termo “coaching”, tomado do treina mento de atletas, para referir-se ao mesmo processo. Obviamente, é um termo mais pobre que o de “upaya”. Aqui juntamos “upaya-coaching” dado o caso de que al guém não conheça a riqueza e complexidade do termo “upaya” original. Vamos des crever novamente o processo upaya-coaching.

A criança, o aprendiz, o atleta podem ter as pernas, os braços, a beleza que tiverem, mas quem move tudo é o cérebro. Daí que fazer upaya-coaching é liberar e potencializar os três cérebros, em seus 4 níveis. Como tudo começa na família e continua na escola, começa-se por descobrir o que fizeram a mãe, o pai, a família como continuadores da energia tri-una da genética, prolongados pelas professoras catequistas, tendo entre elas o shopping center. Pode-se representar o processo por duas linhas: uma superior que é a dos pais, educadores e supervisores; e outra infe rior que começa bem distanciada dos upayadores-coaches representando o edu cando. Se o upaya-coaching é bem sucedido, a linha do educando sobe de grau em

222

223 grau até encontrar a linha superior e cruzá-la, indicando que o upayado superou o upayador. A linha do educando se representa “ladeira acima”, porque conquistar compe tências tricerebrais de níveis superiores requer treinamento, esforço, persistência e grandes aspirações a um futuro melhor e bem recompensado. Sem um convincente sistema de recompensas reais ou, pelo menos, de promessas-iscação ou de algum sonho de grandeza, ninguém se lança “ladeira acima” rumo ao êxito. Por isso, a maioria prefere a lei do mínimo esforço, o conforto da inércia e a mediocridade da planície ou da cama. Isso se representa por uma linha intermédia entre a do êxito e a do fracasso, bem abaixo. A linha do fracasso representa o educando que sofreu abandono, negligência, inibição e repressão de maneira a abortar seu potencial tri cerebral. É a noofagia. O supervisor-coach-educador pode ser um genitor, professor, um técnico, chefe, médico, psicólogo, treinador etc.; o educando ou upayado-coachee pode ser um filho, aluno, principiante, aprendiz, trabalhador, paciente etc. que tem três alter nativas possíveis: se lhe montam cadeias neuronais positivas-potencializadoras desembobadoras, marchará para a autonomização; se optarem pelo facilismo, co modismo da paparicagem e mamaricagem, o resultado será medíocre; e se a in competência familiar/profissional reprimir/inibir tais cadeias neuronais, o “desupaya do” maltratado marchará para o fracasso como ser humano e como profissional. Um parasita familiar e social. A operacionalização do upaya-coaching supõe: 1. Um lugar de encontro presencial, um contexto com uma relação de sinto nia inicial entre upayador-condutor e upayado-conduzido, pois uma relação só virtual ou à distância é insuficiente, por ser só de cérebro esquerdo. 2. Um período de tempo, com sessões/tarefas diárias ou semanais, que cul mine na emancipação e autonomização do que era conduzido, mudando a relação de dependência para independência e cooperação entre pares ou entre subgrupos proporcionais. 3. Uma metodologia de diagnóstico inicial como o QT, o perfil tricerebral, o familiograma, arquétipos e trilhas mentais, dinâmica de grupo, comunicação triádica para capacitação e transformação dos três cérebros levando os três cérebros a um novo projeto de vida, de grupo, de trabalho ou profissão. Ou seja, uma metodologia contrária à domesticação e que produza competências para autonomia tricerebral e o sucesso existencial em todos os ciclos do Fluxograma da Vida. Upayar ou fazer coaching não é criar clones ou robôs de um upayador vampiro, como ilustrado na lenda de Pigmalião, passada para o cinema como My Fair Lady. O upayado terá que desejar e construir um projeto de vida próprio, que não seja nem o do upayador, nem o de seus pais. Conquistar a autocondução ou independência tricerebral é dominar a arte de viver. Depois de desvencilhar seus três cérebros do embobamento da infância, o adulto se dedicará a adquirir compe tências e superação pelos catorze subsistemas, priorizando os que mais contribuam para seu projeto de vida e êxito profissional. O requisito mais essencial do upaya-coaching é que o upayador se compro meta com seu papel emancipador, conheça métodos e técnicas próprios desta fun ção, e tenha vivenciado, ele mesmo, algo deste processo para estar um pouco à frente do upayado. Tem que ter um pouco mais a oferecer, tem que saber apontar o

223

224 passo proximal de avanço, isto é, terá uma "reserva técnica" inicial que se irá esgo tando na medida em que o upayado-conduzido aprende, cresce e se autoafirma. Daí a insistência na Carreira de Mães-pais-docentes. Tudo o mais é processo, são etapas de um caminho que começa pela cria ção de uma indispensável relação de confiança. Segue com um diagnóstico do trice rebrar ou QT individual ou grupal, inclusive com o familiograma de cada upayado. Logo continua com a execução de tarefas de aquisição de saberes para a autotrans formação dos três cérebros e de comportamentos subgrupais ou profissionais. O resto do caminho são jogadas de poder, escaramuças, períodos de entusiasmo e de desânimo, na escalada rumo a mais conscientização, melhor relacionamento e au tonomização final. Toda posição educacional/gerencial entre condutor e conduzido que não se paute pela condução upayadora, será uma condução inibidora, subjugadora, anula dora de personalidades e vampiresca-pigmaliona de aprendizes, pacientes, atletas, trabalhadores e cidadãos. Ou seja, em lugar de upaya haverá autoritarismo, manipu lação, prepotência, tirania, despotismo e intimidação, repressão, domesticação, tudo acobertado com prédicas sobre liberdade, direitos humanos e cordialidade. Algo a ver com o modelo salazarista-portuga-brasileiro? Com Casa Grande & Senzala? O mundo de hoje tem abundância de tudo, em toda parte: abundância de ci ência, riqueza, tecnologia etc. A pobreza está nos métodos de convivência, de orga nização e distribuição de satisfatores, nas relações grupais de dominação e explora ção, em lugar de ética e regras de convivência proporcional. Temos muita condu ção subjugadora ou domesticadora: falta mais condução upayadora, superadora, emancipadora. Até aqui, falamos da supervisão upayadora para indivíduos. Agora vamos aos grupos. A supervisão upayadora grupal, além da convivência cotidiana, requer que se façam reuniões especiais. Se não se tem uma boa técnica de reunião, que é a di nâmica de grupo explícita, aí se inflama o jogo triádico e se martiriza a comunica ção. Todos os grupos, desde os casais até os blocos de países, convivem com di nâmica de grupo implícita, isto é, ocultando o jogo de poder, as lideranças, as nor mas, o modo de usar o tricerebrar etc. Quem não for capaz de ver as relações triá dicas de poder num casal, num grupo e seus arsenais típicos, não está apto para conduzir e supervisionar um upaya-coaching de indivíduos, casais, grupos etc. Ao final de cada encontro, reunião ou exercício de upaya, tem que haver um feedback pelos 4 Fatores Operacionais, cobrindo mais ou menos os seguintes aspe tos: No operacional espaço: a posição física das pessoas, vazios ou espaços en tre os participantes, uso de cadernos ou equipamentos; maneira de sentar-se, mo ver-se, vestir-se, e toda a comunicação não-verbal. No operacional cronologia: o fluxograma da reunião, o bom uso ou perda de tempo, pontualidade etc. No operacional personagens: quem e como começou a disputa de poder, quem to mou papéis de liderança e quem se omitiu, quem participou mais e quem menos, os subgrupos que se formaram e como se controlou o jogo triádico etc.

224

225 No operacional procedimentos:- normas seguidas, como começou o tratamento do tema encomendado, que resultados produziu e a qualidade dos mesmos, grau de aceitação do upaya-coaching etc.

4.9.1. A COMUNICAÇÃO TRIADIZADA NO UPAYA-COACHING O jogo triádico, no qual desfilam as interações de indivíduos e subgrupos com suas táticas, seus arsenais, suas estratégias e competências, é jogado através da comunicação. Comunicação é, sempre, comando, é criar estados de ânimo, é evo car arquétipos para obter reações, motivações ou compromissos, para ganhar mais. Mas como tanto quem comunica como quem escuta e reage têm três cérebros e jo ga em três subgrupos, a comunicação tem que ser triadizada.

A comunicação triadizada fica assim: no cérebro esquerdo predomina a verbal numeral, o que se diz e escreve, as ideias e seu por que; no cérebro direito predo mina a não-verbal, os gestos, as imagens, cores, o visual e a emocionalização; e no cérebro central predominam as ações práticas, as ordens, os fatos, os exemplos. Cada subgrupo tem estilo próprio, de acordo com sua hierarquia tricerebral. O antioficial prefere uma comunicação agressiva, questionadora e crítica de cérebro esquerdo; o oscilante prefere uma comunicação indefinida, ambígua e apaziguadora de cérebro direito conciliador, pois depende de gregos e troianos; o oficial prefere uma comunicação solene, superior, como a de quem dá ordens com segurança e tom de ser obedecido. Cada um dos envolvidos, indivíduo ou subgrupo, usa os 3 tipos de comunica ção – a verbal-numérica, a não-verbal, e a factual - mas em porcentagens que cor respondem à sua hierarquia tricerebal. A comunicação é um jogo de poder com uso dos arsenais trigrupais, desde a amabilidade, a hipocrisia, o grito, a violência até a guerra de extermínio. Não é um jogo de busca da verdade. Poder nenhum suporta conviver com a verdade, muito menos o poder econômico, que pratica a depredação dos embobados pelo poder político e religioso. Por certo, cada subgrupo tem seu arsenal e seu estilo. Cada indivíduo tam bém. Mas no arsenal e estilo feminino predominam o cérebro direito emocional e o esquerdo falante, enquanto no arsenal masculino predomina o cérebro central da força física e algo do esquerdo argumentador. Isso de 3 estilos de comunicação do que manda, do mandado e do discordante é quase sempre muito inconsciente, e poucos se dão conta. Entretanto, fazem-no de acordo com sua hierarquia tricerebral e seu correspondente subgrupo. Por isso, an

225

226 tes de iniciar um upaya-coaching ou uma supervisão, é indispensável detectar a hie rarquia tricerebral e o subgrupo em que se posiciona a pessoa com quem vamos in teratuar. Se possível, também os dados sobre o familiograma, genograma ou socio grama familiar. O familiograma, para ser mais útil, deve incluir os avós, a família bio lógica, adotiva ou do segundo e terceiro casamento, desde a concepção até o ciclo cronológico atual, com os arquétipos étnicos do passado e as suposições e expecta tivas sobre os ciclos futuros do Fluxograma da Vida. No upaya-coaching, algumas regras para influenciar pessoas, para boa convi vência, a tolerância e a condução de grupos são: A. Com uma pessoa oficialista que gosta de mandar e ser atendida por ter o cérebro central como dominante, há que adotar, ao início, uma comunicação tática de oscilante positivo, conciliador, dando ao oficial os créditos que ele juga merecer. Depois de conquistar sua confiança, o upayador-coach atuará em posição de oficial. B. Com uma pessoa oscilante, com pouca decisão, sem metas próprias, que necessita ser mandada, há que adotar, ao início, uma comunicação de oficial positi vo, paternalista/maternalista, mas proporcional. Depois, o upayador-coaching atuará sem paparicação. C. Com uma pessoa antioficial que gosta de discussão, de contrariar, há que dar-lhe razão logo, mesmo que não a tenha, e pedir que ajude a encontrar soluções, o que significa aliar-se. Depois, o upayador-coach atuará sem concessões. Tratemos de dominar bem os 3 tipos de comunicação com indivíduos e subgrupos de todos os níveis para ter êxito no jogo triádico que nos move e move a tudo, todo o tempo. O upayador/supervisor é também um exigidor, isto é, alguém que ajuda no esforço de alcançar a meta, fazendo controle do upayado duas ou três vezes por semana, cobrando resultados. O exigidor agirá sobre o cérebro direito com elogios; agirá sobre o cérebro esquerdo com esclarecimentos e orientação; ou agirá pelo cé rebro central fazendo pressão e impondo multas, se for o caso, até a plena conse cução do objetivo. A supervisão tem que ser inspirada na participação e confiança mútuas e com fins de apoio para melhorar a prática e os resultados. Se uma supervisão for mera fiscalização baseada em falta de confiança, ou com fins de punição, começa de um lado uma cadeia sem fim de controle do controle; e do outro lado, começa uma cadeia sem fim de conspirações de sabotagem da orientação, da produtividade e da qualidade, de sonegação de informação, de não cooperação e de ver-se como adversários em lugar de companheiros de jogo, de profissão e de vida. A atividade de controle tem, erroneamente, uma forte conotação moral, policialesca, muito liga da a questões de punição e premiações. Há que esquecer a ideia de “encontrar cul pados”; é mais proativo dedicar-se a buscar o êxito entre o planejado/desejado e o realizado. Só se tem que aceitar ser upayado e confiar num upayador por algum tempo: o tempo suficiente para o processo "upaya-coaching" criar autocondução ou devol ver a autocondução quando esta foi perdida por doença ou situações desgastantes. Depois, passamos novamente a ser questionadores, críticos, colegas, e interlocuto res do jogo triádico frente a autores, autoridades, comunicadores, noticiários ou pu blicistas. Definitivamente, temos que rejeitar o argumento de autoridade de quem

226

227 quer que seja, e autorizar-nos a sermos nós, também, fontes de ideias, pensamento, criatividade e poder novos. A arte de uma vida significativa é criar caminhos para a autocondução própria e de outros. Por isso foi introduzida a ideia de processo upaya-coaching, que trans forma o dependente em mais independente, deixando de ser cliente e joguete per pétuo de falsos professores, supervisores, políticos e autoridades em geral. Em determinado ponto, o prestadio-upayador tem que provocar o encerra mento do upaya, para que o upayado chegue à autocondução e seja professor de si mesmo. Infelizmente, as religiões e os governos, os povos e indivíduos que se pro puseram a isso, acabaram por eternizar-se como autoridades e passaram a criar e manter o clientelismo, isto é, a dependência dos demais. Estão faltando mecanismos de aceleração do desenvolvimento mental em seus três processos integrados, em substituição à noofagia, isto é, canibalismo da mente humana, praticada pelas agências educacionais e informacionais. Noofagia é a destruição ou o retardo do uso pleno dos três cérebros ou de algum deles. Uma educação que queira acelerar o uso pleno dos três lados do cérebro vai chocar-se contra os donos do poder geral político, econômico e religioso, e também contra o poder específico da corporação que domina cada um dos catorze subsis temas. Apesar disso, deve-se insistir no uso da essencial arma que é o cérebro, de senvolvendo seu autoconhecimento, a autoautorização, instrumentando cada lado do cérebro com o CCF e referenciais, organizando grupos e redes de entreajuda dentro da nova filosofia da proporcionalidade. Isso não se faz só com educação. Sem comida, sem saúde, sem trabalho, amor, liberdade e sem esforço, não se faz. Os treinadores esportivos já sabem como conduzir o upaya-coaching para produzir um campeão da parte central do cérebro, um atleta. Os gurus já sabem como produzir um "iluminado", um sensitivo, pelo lado direito do cérebro. A universi dade já sabe como produzir um "doutor", um investigador, pelo lado esquerdo do cé rebro. Com raras exceções, estes campeões e gênios de um só lado do cérebro servem só como show, enquanto prejudicam a si mesmos e aos demais, terminando quase sempre em tragédia. São, muitas vezes, meros espécimes para feiras de cu riosidades ou exposições. Não estamos em busca de gênios, e sim de pessoas au toconduzidas e proporcionais nos três processos mentais, na personalidade, na sa úde, nos 14 subsistemas. O homem, a humanidade, os indivíduos caminham e vão caminhar sempre por upayas-coaching periódicos e ascendentes, ultrapassando as fronteiras postiças de nascimento e morte. A concepção da arte de viver aqui apresentada supõe que educadores, pais, supervisores, cientistas, religiosos, autoridades etc. reformulem seu papel, ajustando-o ao processo upaya-coaching. São corresponsáveis pela construção do saber, do fazer, e da felicidade do ser humano. Isso supõe reformulação do currículo familiar e do currículo pré-escolar, fun damental, secundário, universitário, despojando-os de seu absolutismo, autoritaris mo e tradicionalismo inconscientes. Supõe, logo, reconstruir esses currículos pelo paradigma trialético sistêmico, que é inclusivista, upayador, libertador e democrático. Seria um currículo tricerebral, com suas três gramáticas: a académica, a do dinheiro e a emocional, em proporções adequadas a cada idade. Ou pelos 14 subsistemas.

227

228

CAPÍTULO 5

AUTOENSINAGEM QUE NOVO

TIPO DE ENSINAGEM QUERO?

E AUTOAVALIAÇÃO TRICEREBRAL TETRANIVELADA

228

229 5. AUTOENSINAGEM

A família, a escola fundamental e a universidade ajudam na formação dos 3 cérebros para que uma pessoa seja bem sucedida em todos os ciclos da vida. Mas pouco a pouco, cada pessoa tem que ir-se comprometendo com a AUTOEDUCA ÇÃO de seus 3 cérebros. - Como se faz isso? - Praticando cada vez melhor, em casa, nas aulas, nas telinhas, no trabalho e na comunidade, o que se apresenta aqui como ensinagem. Hoje em dia, tudo é escola para os três cérebros: empresa-escola, cidade escola, país-escola, planeta-escola. Professores, chefes e o ambiente, juntos, vão marcando o upaya-coaching da ensinagem. Mas há que aprender, também, a de fender-se da deseducação programada e executada por políticos, por religiões ali enantes e pelo “mercado-escola” com seus “professores” que são os marqueteiros, que usam as telinhas e os supermercados como varinhas mágicas de embruxa mento. Foi o escritor Eduardo Galeano (2000) quem criou a expressão “mercado escola em seu livro De Pernas pro Ar – a escola do mundo ao avesso (2000). Para a frágil escola-educação competir com uma gigantesca escola mercado de deseducação, ela tem que rearmar-se. Tem que abandonar a aula só expositiva e adotar a aula/reunião com as técnicas de dinâmica de grupo explícita já apresentadas. A aula tem que ser uma equipe triádica de ensinagem, usando como neuroferramentas, o QT, o perfil de competências de cada um, o CCF opera cionalizado, a triadização de cada disciplina, os papéis de liderança da aula pelo CCF, os mapas mentais, as normas para positivar os três subgrupos etc. Tudo isso com crítica e desdobramento triádico da cultura monádica-oficialista desmesurada, que se impõe nos manuais, nas telinhas, nas organizações, na comunidade, no pa ís e no mundo. O planeta se está convertendo em campo de concentração adminis trado por banqueiros/especuladores e vigiado por uma nova SS/Gestapo, formada por políticos tecnocratas, e por burocratas que são testa de ferro do inescrupuloso poder econômico. Individualmente, você tratará de descobrir seu melhor método de autoensi nagem permanente, conhecido indevidamente como “método de estudo”. Estão proclamando por aí que não faz falta ter método, nem disciplina, nem esforço: que cada estudante/trabalhador se organize a seu bel-prazer. Os que defendem isso são os mesmos que compram testas-de-ferro políticos para forjar leis de proteção da infância e adolescência anuladoras da autoridade educadora de pais e professo res para entregar essas crianças e adolescentes à autoridade consumista do “mer cado-escola” e seus “marqueteiros-professores”. Seria melhor recordar o “longo” discurso de Bill Gates para uma festa de graduação de estudantes do segundo grau, alertando contra o facilismo e a frouxidão que estão de moda em educação: Regra 1: A vida não é fácil, acostume-se com isso. Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua autoestima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele, ANTES de sentir-se bem com você mesmo. Regra 3: Você não ganhará R$ 20.000,00 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

229

230 Regra 4: Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você. Regra 5: Vender jornal ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de opor tunidade. Regra 6: Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus er ros: aprenda com eles. Regra 7: Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são "ridículos". Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo conser tar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto. Regra 8: Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas, você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, estará despedido. Faça certo da primeira vez! Regra 9: A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões li vres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período. Regra 10: Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a “discoteca" e ir trabalhar. Regra 11: Seja legal com os CDFs, aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.

5.1. DESENVOLVA SEU MÉTODO DE AUTOENSINAGEM Aqui estão algumas pistas, pelos 4 operacionais, para que sua autoensina gem lhe renda mais e se torne um hábito permanente. ESPAÇO:

Organize seu ambiente de estudo para que seja isolado, ventilado, iluminado, silencioso ou com música instrumental de fundo, suave e lenta. Tenha mesa limpa e cadeira confortável. Não e acessórios; estude deitado. outro para Seja os ordenado: livros, por umdisciplina; lugar paraoutro o computador para ca dernos; outro para lápis e canetas, réguas, compassos, fita go mada, papel, ferramentas etc. Não deixe que outros desarrumem o ambiente, para não perder tempo bus cando coisas “perdidas”. Tenha também os dicionários básicos físicos ou virtuais das línguas e matérias que estuda, um globo terrestre e um mapa de sua cidade para saber onde se situam você e os fatos; conhecer a realidade começa por isso. Conheça bem todos os ambientes e recursos de sua escola e de seu local de tra balho. Trate livros, materiais educacionais e equipamentos com carinho: ajudam a viver e a vencer. Controle seu celular; e controle-se para não ser controlado por ele.

CRONOLOGIA: Aprenda a administrar e aproveitar bem seu tempo. Divida-o segundo as di versas atividades do dia, como horário de levantar, café, escola ou trabalho, almo

230

231 ço, descanso, estudo etc. Tenha bem organizado seu horário semanal de aulas, de estudo, trabalho e outros compromissos. Aprenda a usar algum tipo de agenda. E seja cumpridor. Estude e aprenda todos os dias. A disciplina e os bons hábitos têm criado os grandes heróis. O cérebro assimila melhor quando está em ciclagem reduzida, ou estado de relaxamento, concentrado, também chamado de estado mental alfa. Assimila algo penosamente quando está em nível beta. E não assimila nada quando está em es tado gama que é de agitação, excitação, ruído, pressa, tumulto, música punk, hip hop, gritaria. Em estado mental alfa, amamos tudo, gostamos de tudo, ficamos predispostos a simpatizar com tudo e somos mais positivos. Por isso, antes de co meçar a estudar/trabalhar, faça 5 respirações longas, lentas, relaxantes e repita pa ra si mesmo: Eu me autoautorizo a gostar do estudo e do trabalho; eu me autoautorizo a aprender de tudo com prazer; eu me autoautorizo a crer em meu potencial tricere bral; eu me autoautorizo a vencer; eu me autoautorizo a sentir-me co-criador colabo rando com a mente superior... Eu sei, eu posso, eu acredito em mim.

O cérebro aprende por repetições que são necessárias, até formar as redes neuronais que correspondem ao que se quer aprender e fazer. Os intervalos de re petição são, aproximadamente, de número três e seus múltiplos: três horas depois; doze horas depois; trinta e seis horas depois; uma semana depois etc. É preciso dormir as horas necessárias. Está provado que o estômago digere e produz ener gia enquanto desperto; o cérebro digere e “cria” memória enquanto “dorme”. Assim, a autoensinagem passará a integrar-se em sua vida como coisa normal. O que es tuda só antes das provas, só terá “memória breve”, e esquecerá tudo depois. Não confie demais na “memória” dos buscadores Google, Yahoo etc. Você precisa de memória própria; sem ela, você não pode pensar e vira um papagaio da Internet. Vivemos numa sociedade que depende cada vez mais de saberes, compe tências práticas e criativas, e não de “passar nas provas” ou ter certificados e di plomas; para alcançar êxito, ganhar mais dinheiro e ser um alguém, é preciso aprender por toda a vida e para vida, e não só ter um certificado acadêmico, que é quase só teoria.

PERSONAGENS: Estude/trabalhe para realizar seus sonhos, ideais, suas metas. Se não tem, trate logo de ter, pois será você quem responderá por sua vida, por sua carreira; não será o papai, nem a mamãe, nem o governo, nem Deus.

VOCÊ BANCARÁ E USARÁ SUA VIDA POR CONTA PRÓPRIA

Não terá que imitar a ninguém. Mas vai competir com os demais, nada é de graça. Qual é seu nível de aspiração? Quer ser melhor e maior em relação a que e a quem? É muito produtivo escolher ou ter competidores reais ou imaginários. Es colha os seus, agora. Trate de entender os 3 cérebros de seus professores ou chefes, pelo lado positivo, para conseguir melhor ensinagem e produtividade. Nas aulas, mantenha

231

232 se atento, tome notas organizadas em mapas mentais, marque o que precisa de esclarecimentos e autorize-se a fazer o máximo de perguntas sobre temas de es tudo, provas, trabalho, equipes, sobre fontes físicas e virtuais de informação etc. O estudante/trabalhador crítico, competitivo e responsável pela qualidade de quem ensina/manda e de quem aprende/executa, este é o melhor.

PROCEDIMENTOS: Na empresa, na escola e na aula, aprenda a conviver com os três subgru pos, passe de um subgrupo a outro quando necessário, respeite o Manual de Con vivência e as normas vigentes no ambiente. Busque a excelência em todos os pas sos do Ciclo Cibernético de Feedback e em todas as técnicas de grupo, de comu nicação e motivação.

¡SEJA LÍDER, TORNE-SE MEMBRO do COMITÉ ARBITRADOR DAS NORMAS!

Em casa, uma vez bem ambientado, concentrado e autoautorizado, comece o estudo. O déficit de atenção não existe, nem a criança índigo. O que existe é ex cesso de estímulos distrativos no ambiente. Reduza os distrativos. Comece por um feedback das lições anteriores, perguntando-se: Que erros cometi, por que, o que é o que falta aprender? E toca a repetir para aprender o que falta e aprender de seus próprios erros! Depois, comece a estudar as lições novas, a fazer as tarefas, dando prioridade às consideradas mais difíceis. Não se engane com o argumento de “aprendo com só escutar atentamente o professor em aula ou o chefe no trabalho”. Isso produz o que se chama “memória breve”. Breve porque se esquece logo. Tra ta-se de aprender para vida e não só de passar nas provas e concursos. Nosso cérebro aprende por pedacinhos, gradualmente, desconstruindo o que tem armazenado e reconstruindo/agregando o novo. Por isso, a cada parágra fo, a cada nova questão, a cada nova tarefa, ou a cada dez minutos, faça seu feedback. Feche o livro ou os olhos e ouvidos frente ao computador e pergunte-se: Que aprendi até aqui, o que exigiria o professor ou o chefe sobre isso, que me vai exigir a vida a respeito do que estou estudando ou fazendo? Se possível, peça a alguém que lhe faça perguntas para ver se sabe responder e fazer o que está aprendendo. Você já escolheu um colega para ser seu exigidor? Diga-lhe como vai nos estudos ou no trabalho. Peça-lhe ajuda naquilo, e somente naquilo que ainda não pode fazer sozinho. Não aceite que ele ou seus pais façam as coisas por você. Se ja autônomo! Alguns truques que complementam os mapas mentais: - Quem tem predomínio do cérebro direito aprende melhor fazendo associa ções, fantasias, desenhos, inventando histórias divertidas sobre o assunto, dialo gando com personagens imaginários, fazendo teatro, cantando etc. A linguagem preferida é a emocional-afetiva, a musical, artística, esportiva, humorística, mágica, religiosa etc. A preferência por mapas mentais é desenhar modelos. - Quem tem predomínio do cérebro central-operativo, aprende melhor fazen do as coisas, manuseando-as, transformando-as em experimentos, em objetos, em máquinas, tecnologias e negócios etc. A linguagem preferida é de ação, aventuras,

232

233 erotismo, comida, saúde, trabalho, negócios, dinheiro, luta, poder, guerra etc. A preferência por mapas mentais é a de construir maquetes. - Quem tem predomínio do cérebro esquerdo-lógico, aprende melhor desta cando e retendo conceitos e ideias centrais, construindo artifícios mnemotécnicos, como os acrósticos (formar palavras com as iniciais do que se quer memorizar), ou imaginando um edifício ou uma cidadezinha ou bairro com lugares para classificar e guardar cada assunto etc. A linguagem preferida é a descritiva, narrativa, numéri ca, bibliográfica, científica, filosófica, citações etc. A preferência por mapas mentais é a de usar referenciais (3 cérebros, 4 fatores operacionais, 14 subsistemas etc.) - Algumas pessoas descobrem como autoativar-se para render mais, através dos estimuladores típicos de cada um dos 3 cérebros, mas isto não tem nada que ver com as drogas. Alguns se sentem estimulados frente a uma determinada cor; outros, por um perfume; outros, pela água, por um tipo de comida, um tipo de exer cício; outro, por um tipo de música; outros rendem mais num determinado lugar da casa, ou frente a uma paisagem. Há os que têm metas e se motivam por seu pró prio ideal. São poucos. A maioria, os do montão, segue dependendo de promessas de recompensas ou suborno por parte dos professores, dos pais, dos chefes, ou de alguma magia, ou de alguma aposta com a vida ou com entidades “sobrenatu rais”... DESCUBRA O QUE FAZ SEU CÉREBRO RENDER MAIS. COMANDE SEU TRICEREBRAR!

A acusação de que as TICs prejudicam a mente ou produzem mentes super ficiais é porque o cibernauta não aprendeu a organizar o que pesquisa ou lê por meio de algum dos mapas tricerebrais da Cibernética Social. A inteligência artificial ajuda, mas não substitui a inteligência natural, nem a neuroquímica substitui as emoções naturais, nem se pode baixar comida da Internet. O que há nos meios eletrônicos é muito disperso, desordenado, incontrolável e quase inútil se não se guarda em mapas mentais que organizam, hierarquizam e acumulam tais informa ções. Para uma ensinagem mais sólida, consciente e duradoura, ajudada pelos meios eletrônicos, será preciso fazer uso cada vez melhor do Ciclo Cibernético de Feedback, dos mapas tricerebrais, e ir superando as deficiências e dificuldades como algumas da lista que segue. Como o poder econômico dos laboratórios far macêuticos está patologizando a educação para faturar mais, ele declara que todas as dificuldades são “transtornos” mentais, que requerem comprar/pagar medicação.

233

234 Algumas deficiências e dificuldades de aprendizagem que predominam no cérebro esquerdo são: Desconhecimento de sua hierarquia tricerebral; escassez de vocabulário e deficiência no uso dos números; falta de leitura mais rápida; desatenção ou aten ção dispersa como nos hiperativos; sem método de ensinagem, sem saber tomar anotações; falta de noção de causa e efeito; sem auto-autorização para crítica; programação anti-intelectual; viciado nas telinhas; dificuldades de memória; escra vo de alguma ideologia deformadora; desproporção entre os três cérebros; dificul dade de abstração; disfunções de leitura, escrita e fala; retardo mental etc. Algumas deficiências e dificuldades de aprendizagem que predominam no cérebro direito são: Analfabetismo na comunicação não-verbal e icônica; prisioneiro de algum sucedâneo ou hobby; demasiado lúdico, infantil, excesso de mãe; religionizado, crê em sorte e em fazer promessas aos santos; crise afetiva na família, na escola ou no trabalho; droga ou paixão amorosa absorvente; tabus sexuais, morais e relacio nais; sem gosto pela escola e companheiros; depressão; sem autoestima e motiva ção; falha em antecipações, intuição, feeling; insensibilidades, antissocial, sem amizades etc. Algumas deficiências e dificuldades de aprendizagem que predominam no cérebro central são: Inconsciência do corpo e descoordenação motora; sem hábitos de disciplina, de aguentar esforço; desorganizado; dependente de mimos e subornos para estu dar ou trabalhar; chantagem a pais e mestres, leilão de si mesmo; sem ambições, não se deu conta do jogo da vida; suas fontes de satisfatores não sabem levar bem o upaya-coaching; oscilante, pouco competitivo, sem metas, sem arsenais; disfun ções dos sentidos ou nas funções do CCF; disfunções fisiológicas ou neurológicas e ambientais; ambiente, lar, escola e equipamentos de aprendizagem inadequados; fobias, tiques nervosos, pânico, impulso suicida etc. O melhor da aprendizagem, entretanto, é aplicar o que se aprende para conquistar sabedoria sobre si mesmo e sobre o jogo triádico da vida, conforme um sábio conselho de general chinês Sun Tzu (2012).

SE CONHECES TEUS SE NADA INIMIGOS CONHECES, E TEU POVO PERDERÁS MAS NÃO TODAS CONHECES AS BATALHAS; A TI MESMO, PERDERÁS MUITAS BATALHAS; MAS SE CONHECES A TI MESMO, A TEU POVO E ATEUS INIMIGOS, GANHARÁS TODAS AS BATALHAS.

5.2. ATITUDE CIENTÍFICA SISTÊMICA EM TUDO: Seriedade e responsa bilidade no trabalho de buscar compreensão e soluções para as necessidades ou problemas. Ao fazer qualquer tarefa ou trabalho escolar, profissional, ou preparar uma conferência, o melhor é acompanhar a trajetória do CCF mínimo ou pleno, porque assim seu trabalho sempre terá início, meio e fim garantidos. Para cumprir com exigências de caráter mais científico-racional, ao iniciar se deve cumprir mais ou menos com os passos do CCF expostos em seguida, até tornar-se um hábito sério

234

235 e responsável, embora a ciência e os cientistas estejam corrompendo-se como qualquer viciado em dinheiro e fama. GUIA INICIAL da atitude científica TRICEREBRAL em projetos de pesqui sa-criatividade-ação. O primordial é ter o CCF e suas subdivisões bem ordenadas e, consciente e cuidadosamente operacionalizadas:

00. Diagnóstico atualizado do Show Planetário e da carreira de cada um 01. TÍTULO (subtítulo) do tema a investigar, aprofundar, projetar 01.1. Objetivo (fim) e meta (propósito) da pesquisa ou do projeto 01.2. Justificativa: necessidades que urgem a pesquisa ou projeto 01.3. Questionamentos que se podem fazer ao tema 01.4. Delimitação do que tal pesquisa/projeto abarca e o que não 01.5. Teoria geral, específica ou híbrida ou marco teórico que embasa a pesquisa. 01.6. Bibliografia e autores por subgrupo, partindo do aqui e agora para longe e dos mais recentes aos menos recentes. 01.7. Peritos para uma primeira orientação (por subgrupo) 01.7. Redigir uma hipótese no presente do indicativo afirmativo 01.9. Conceitos e neologismos que haja que esclarecer, redefinir 01.10. Cronograma ou Gráfico de Gantt

PROCEDI MENTOS

PERSO NAGENS

CRONO ES PAÇO LOGIA

02. FONTES de informação para o tema, projeto e suas hipóteses. 02.1. Estratégia da coleta de dados: bibliográfica, experimento, questi onário, entrevista, observação participativa, exegese etc. 02.2. Operacionalização da coleta, instrumentos de coleta, cronograma, equipe, arquivamento e processamento dos dados. 02.2.1. Plano de processamento: numérico, verbal, informatizado 02.2.2. Plano de redação, parte introdutória, capítulos, anexos. Até aqui é o “Anteprojeto”. Se aprovado, será “Projeto” e se execu tará. 02.3. Ensaio experimental da coleta; correção, reorganização. 02.3.1. Execução e arquivo da coleta segundo a operacionalização. 03. PROCESSAMENTO: tabelas (SPSS e EXCEL), cruzamentos, inter pretações. 04. DIAGNÓSTICO: resumo do processamento, conclusões. 05. FUTUROLOGIA sobre mais pesquisa ou sobre o problema. 05.1. CRIATIVIDADE: busca de alternativas ou sugestões. 05.2. Se é uma tese, aqui se redige e se entrega para avaliação. Se é um projeto, se continuará pelos demais passos do CCF. 06. DECISÕES sobre o projeto e atividades correlatas. 07. PLANIFICAÇÃO: fluxograma e operacionalização de cada ação. 08. IMPLEMENTAÇÃO: execução, concretização, realização, gestão. 09. SUPERVISÃO: acompanhamento, orientação no cotidiano. 10. FEEDBACK: avaliação de resultados e sua distribuição. 10.1. Difusão, endoculturação. Redirecionamento, incorporando as su gestões de melhoramento dadas pelo feedback

235

236 A primeira parte de qualquer pesquisa ou estudo é atualizar-se com o que está acontecendo no mundo sobre o tema ou projeto, começando pelo aqui e agora e ir espraiando-se para o próximo e distante. Daí a importância sobre o ato de ler e como ler. Nossa técnica de leitura vem a seguir. 5.3. COMO LER LIVROS PELO CCF COM DIFERENTES REFERENCIAIS. ROTEIRO PARA ELABORAR RESENHAS DOCUMENTAIS Arte da Leitura

1. Referencia Catalográfica: Sobrenome, nome do autor. Título, local de edição, editora, ano. 1.1. Breves dados biográficos do autor da obra: 2. Coleta de Dados: leitura da obra, entrevista, observação etc., marcando e classificando os dados pelo referencial escolhido (que pode ser o dos três cére bros, o dos 4 fatores operacionais, o das dinâmicas, ou o dos 14 subsistemas etc.), situando o documento no espaço e no tempo, anotando o jogo triádico e seus parti cipantes com porcentagens por subgrupo, níveis etc. 2.1. Assunto eixo (em 2 linhas, se tanto): 2.1.1. Três relativizações (a obra vista por outros ângulos, como pelos três lados do cérebro, pelos 3 subgrupos, ou por outros aspectos que ela contém): 2.2. Resumo da obra: condensar o conteúdo dos capítulos, partes ou ciclos, em uma ou duas páginas, sem comentários do resenhista: 2.3. Teses, propostas, conclusões ou insinuações da obra ou do autor: 3. Processamento. 3.1. Crítica do resenhista (concordância/discordância) quanto ao método de exposição, com porcentagens:  mais dedutivo/indutivo monádico, diádico ou triádico (cérebro esquerdo);  mais intuitivo/livre-associacionista, emocional, criativo (cérebro direito);  mais experimental, realista, factual, pragmático (cérebro central). 3.1.1. Teorias ou paradigmas implicados, se o paradigma escolhido for o dos 4 operacionais:  ESPAÇO. Teorias da criação do mundo (cosmogonias); teorias de astronomia (Big Bang, surgimento do sistema solar, do planeta, de geocentrismo/heliocentrismo, eras geológicas, teoria do deslizamento dos continentes etc.); ambientalismo; teoria do determi nismo físico-geográfico (só físico, físico e humano etc.).  CRONOLOGIA. Teoria que junta espaço-tempo (quarta dimensão); teoria da relatividade do tempo; teorias de História (História dos Estados e suas guerras e crimes, História da vida privada que é a História do povo, História das lutas de classe ou História no estilo marxista etc.; escolas de jornalismo; escolas de futurologia; historicismo ou hipó tese de poder predizer a evolução histórica mediante o descobrimento de seus ritmos, pa drões, leis e tendências etc.  PERSONAGENS. Teorias cerebrais, de inteligência e de psicologia; teorias an tropológicas, sociológicas e demográficas; teoria dos conflitos ou de jogos triádicos; hierar quiologia ou estudo de níveis ou divisão de trabalho, profissões e riqueza (classes); méto

236

237 dos de gestão (qualidade total, gestão do conhecimento, gestão por competências etc.); questões de gêneros etc.  PROCEDIMENTOS. Temas de trabalho, planificação, produção, distribuição etc.; tecnologia, know-how, metodologias, didáticas etc.; filosofias de vida, crenças, valores etc.; documentação, contabilidade, sistemas de avaliação, feedback etc.

3.1.2. Teorias ou paradigmas implicados, se o paradigma escolhido for o das esferas dinâmicas:  Dinâmica Matergística (matéria+energia) de paradigma monádico, que é típico das Ciências Exatas e do poder econômico e sacral; de paradigma diádico, que é típico dos revolucionários marxistas antes da tomada do poder, e das democracias com oposição legítima; de paradigma triádico, que é típico do Manifesto da Proporcionalidade etc.  Dinâmica Ambiental/potencial que inclui criacionismo, darwinismo, leis naturais, ecologia etc.  Dinâmica Mental, neurociências, teorias de cérebro monádico (consciência, mente, razão), diádico como os dois hemisférios, tri-uno; teorias metodológicas e métodos de pesquisa das diversas áreas de saberes; idealismo, teoria e prática; psiquiatria, psica nálise, psicossíntese, parapsicologia, mentalismo, budismo zen etc.  Dinâmica Individual-familiar, Psicologia, Antropologia, Psicopedagogia, sexuali dade, gêneros, poder masculino/feminino na família etc.  Dinâmica Prestusuária do marxismo, do neoliberalismo, da economia solidária, globalização, mercado etc.  Dinâmica de Grupo do oficialismo, antioficialismo, oscilantismo/centrismo; de mocracia, imperialismo, violência, desenvolvimento organizacional, RR.HH. etc.  Dinâmica Simbólica ou cultural que é de comunicação número-verbal (teorias, saberes pelo cérebro esquerdo); comunicação não-verbal (artística, mitológica pelo direito); monetária (dinheiro e seus equivalentes como símbolos dos satisfatores monetarizados pe lo central) etc.  Dinâmica Futuro-Universal que abrange modelos planetários, utopias, apoca lipse, ficção científica ou religiosa etc.

3.1.3. Teorias ou paradigmas implicados se o paradigma escolhido for o dos 14 subsistemas:  Paradigma/linguagem generalista/global predominante: filosófico-teológico, so cioeconômico-capitalista, socioeconômico marxista, sistêmico monádico, sistêmico diádico, ou sistêmico triádico.  Paradigma/linguagem específico de uma ciência/área/religião específica.  Nenhum paradigma/linguagem identificado (demasiado simplificado ou desco nexo). 3.2. Crítica do resenhista à linguagem e ao estilo: 3.2.1. Relevância e originalidade do tema. 3.2.2. Nível de comunicação (popular, erudito, técnico) ilustração, diagrama ção. 3.2.3. Habilidade gramatical e estilística; uso de recursos literários. 3.2.4. Técnica de exposição (linear, didática, paralela, digressiva, reconstruti va, confusa). 3.2.5. Tendências ou escolas literárias ou culturais que segue, ou afins.

237

238 3.2.6. Grau de mobilização/fustigação produzido pela obra nos três cérebros do leitor.

4. Diagnóstico. 4.1. Concordância/discordância do leitor/resenhista sobre os assuntos tratados (conforme o referencial escolhido). 4.2. Concordância/discordância do leitor/resenhista sobre assuntos omitidos (vazios deixados conforme o referencial adotado) e suas razões. 5. Futurição da obra: previsão do destino ou carreira da obra: durará, difundir-se á, em que ritmo? 6. Decisão de uso e recomendações a possíveis leitores desde os interesses lo cais, indoamericanos e planetários, sob o ponto de vista do Proporcionalismo. 6.1. Citações ou frases com indicação de página e capítulo, para uso em artigos, teses, aulas, relatórios etc.

5.3.1. EXEMPLO DE RESENHA.

1. REFERÊNCIA CATALOGRÁFICA: CORREA, Jorge. Desemprego Tecnológi co. Bogotá, Abordo Aces, 1997.

Dados do autor: Jornalista colombiano. 2. COLETA DE DADOS POR LEITURA, classificando os dados pelas dinâmicas, já que este foi o referencial escolhido para esta resenha.

DESEMPREGO TECNOLÓGICO (artigo na íntegra) Ocupados apenas no duro ofício de ver passar a vida, milhões de homens e mulhe res no mundo veem como as probabilidades de conseguir um trabalho gratificante e bem remunerado são cada dia menores. Nem mesmo os mais profissionalmente capacitados se sentem seguros no competitivo mundo de hoje, caraterizado por um avassalador avanço tecnológico que está substituindo cada vez mais a participação humana na longa cadeia da produção. O desemprego - não cabe dúvida - é o maior problema que enfrenta a humanidade, com o agravante de que não há soluções viáveis à vista. Ao finalizar 1994, mais de 800 mi lhões de pessoas em todo o planeta se encontravam sem emprego ou subempregadas. E ainda que se apresentem ligeiros e isolados avanços na geração de empregos, a tendên cia da economia mundial é a substituição do trabalho humano por máquinas e computado res. Dentro desse patético quadro, a educação e a qualificação são os elementos chave - necessários mas não suficientes - para sobreviver. Os mais capazes desde o ponto de vista profissional estão chamados a ocupar os postos de trabalho (poucos!), que restam nesta revolucionária era do manejo da informação e de uma economia globalizada e com petitiva como nunca se havia visto antes. Colômbia terminou 1996 com 1.6 milhões de desocupados, sendo mais afetadas as pessoas com baixa capacitação. A explicação do Departamento Nacional de Planejamento foi contundente: "emprego existe, mas não para gente pouco qualificada", donde se conclui que, sendo o desemprego colombiano um problema estrutural, sua solução tem que ver com um maior nível de educação.

238

239 Já dizia o atual Ministro da Fazenda que a abertura da economia colombiana levou as empresas a realizar grandes investimentos em bens de capital, substituidores de mão de obra. E que, adicionalmente, a oferta de mão de obra, na Colômbia, não está o suficien temente desenvolvida para responder à demanda de empresas cada vez mais tecnifica das. A esperança das autoridades é que o comércio e a construção – onde os níveis de qualificação da mão dobra não são elevados - se reativem e assim diminua o desemprego. Isto significa um paliativo para o curto prazo. A solução, a médio prazo, que é a educação e a capacitação, apenas começa a ser esboçada. Ninguém, na Colômbia, que se saiba, está olhando para um horizonte de 20, 30 ou 50 anos que inclua a projeção de grandes avanços em matéria de sofisticadas tecnologias informáticas e o consequente desemprego em massa que isso vai causar. No primeiro mundo, estão dando os primeiros passos para antecipar o que será uma sociedade com um altíssimo grau de ócio, produzido pela atual revolução tecnológica baseada na informá tica. "A redefinição de oportunidades e de responsabilidades de milhões de pessoas pertencentes a uma sociedade carente de emprego formal - adverte o especialista estadu nidense Jeremy Rifkin - será provavelmente o elemento de pressão social mais importante do século XXI em todo o mundo”. Começar a construir um mundo marcado pelo desemprego tecnológico, mas em que as necessidades de toda a população sejam atendidas, é uma tarefa que exige dar o primeiro passo, já. 2.1. ASSUNTO EIXO: Emprego/desemprego frente à tecnologia. Prestadismo, ou emprego e produção nos 14 subsistemas. 2.2. Relativizações: pode-se ver o tema do artigo como um jogo de competição ci entífico-tecnológica entre poderosos do nível 3 e 4 do cérebro, que torna descartável o ser humano do nível 1 e 2 como prestadio/trabalhador, sem poder se livrar dele como usuá rio/consumidor; pode-se ver como uma desforra e uma ameaça dos subgrupos oficiais vito riosos contra o socialismo, os trabalhadores e seus sindicatos; pode-se ver, também, como um retorno ao paradigma da selva, à lei do mais forte. 2.3. Resumo da Leitura: o artigo trata do triunfo recente, em todo o planeta, do poder oficial econômico de banqueiros e empresários e de seu capataz - o poder político; mas trata de ocultar esse fato, tratando somente das consequências que cabem aos mais fracos nos três cérebros - os oscilantes e seu desemprego, jogando a culpa neles, por não terem melhor qualificação. 2.4. Tese do autor: o planeta do subgrupo oficial encontrou seu rumo correto pela tecnologia; o desemprego é normal e poderá ser o elemento de pressão do qual o oficial terá que proteger-se. Talvez a educação e a capacitação profissional possam ajudar. 3. PROCESSAMENTO 3.1. O método de exposição é uma apresentação monádica de dados; monádica porque não os relaciona entre si e com os 3 subgrupos ou 3 cérebros. Pretende ser prag mático, mas é uma doutrinação, uma exposição dedutiva do “saudável” paradigma neolibe ral e suas “naturais ou normais” consequências, como a doutrinação marxista e religiosa faziam em seus bons tempos. 3.2. Teorias implicadas ou Paradigmas: Dinâmica matergística: omitida. Dinâmica de Potencial/Ambiental. É a reafirmação do tresnoitado naturalismo evolucionismo anglo-americano monádico, defendido enquanto dá vitórias a eles, que são o subgrupo oficial favorecido. Quando são outros os que obtêm vitórias ou lhes impõem coisas, aí se trata de competição desleal. O modo de sobreviver dos humanos não tem que

239

240 ser necessariamente o da selva, ou o que inventaram os anglo-saxões, que eles pregam como sendo o único e fatal. Marx acreditava que o socialismo era fatal. Os anglo americanos creem que o universo se irá fatalmente anglo-americanizar. Dinâmica mental: omitida. Dinâmica Individual. Não aparece uma teoria de Dinâmica Individual. Orienta-se por uma espécie de “racionalismo-irracional” porque não inclui uma arte de viver; preocu pa-se tão só com o jogo econômico que destrói o planeta, os recursos e a vida. O cérebro direito, a solidariedade e a família, o ser humano, nada disso conta. Conta que sejamos trabalhadores e consumidores: “homo mecanicus” e “homo stomachalis”. Para o articulista, parece que cada indivíduo está sozinho e tem que arranjar-se sozinho, como se não ne cessitássemos sistemicamente uns dos outros, como se não tivéssemos valor social. É o egoísmo e o individualismo ao máximo. Dinâmica Prestusuária. Faz 400 anos que os subgrupos oficiais judeu-anglo americanos estão tratando de impor a supremacia do mercado e do dinheiro, o que se tra duz por - liberdade absoluta para os subgrupos oficiais negativos da economia. Sai a lógica dos direitos mais ou menos regulados pela lei e pelo Estado, e entra em cena a lógica do mais forte economicamente. Como o oficialista negativo é monádico, esquece que não es tá sozinho na selva urbana e que todos sabem caçar, os antioficiais e os oscilantes tam bém. Com ou sem educação, com ou sem emprego, todos sobrevivem, só que cada vez mais à custa de sequestro, assaltos a bancos, guerrilhas, droga, com ou sem a tecnologia dos subgrupos oficiais. É mercado totalmente livre. Mas essa liberdade de mercado “para os outros” não a querem; e aí, sim, querem um Estado regulador, policialesco, porque o oficial considera isso uma concorrência desleal a seu direito exclusivo de assaltar pela ma neira que ele quiser. Isso significa que o dinheiro e o trabalho não vão ser os únicos meios para a maioria conseguir sobreviver. A cantilena do desemprego tecnológico convence só os últimos inocentes. Os demais estão-se autorizando a abrir caminhos de vida sem dar bola aos donos do mercado e seus empregados governamentais, e muito menos ao papo furado dos economistas/catequistas da nova seita neoliberal. O articulista confunde de semprego com ócio. Ócio o tem o subgrupo oficial, embora nem tanto. Faz falta uma nova teoria de dinâmica prestusuária para ver mais claramente a complexidade global das agendas/ocupações prestadias e usuárias de todos, e a enormidade dos intercâmbios. Com a linguagem socioeconômica monádica e inglesada de hoje, que ainda é da primeira revolução industrial, não dá para entender e equacionar isso. Dinâmica de Grupo. O poder econômico sem fronteiras e sem limites está sendo o poder supremo, e não o poder político. Este é tão só seu comitê executivo. O Estado como gestor do bem comum e regulador do conflito social não existe mais. Retornamos ao esta do selvagem - guerra de todos contra todos - como dizia Hobbes. A organização, a regula ção, o upaya-coaching são desnecessários e substituídos pelo grande, único e suposta mente sábio regulador que é o mercado e seus jogos de livre competição. O próprio mega especulador George Soros escreveu um livro “A Crise do Capitalismo Global” (2001) criti cando isso. Quando até o diabo acha que é demais... A educação, dizem, deve capacitar para isso. Tem-se que entrar num jogo maximocrático de capacitação, com chances míni mas de obter a graça de um empreguinho concedido pelo misericordioso subgrupo oficial. Essa é a ameaça. Quem capacita os subgrupos oficiais, quem lhes concede a graça de apoderarem-se do total do valor agregado produzido por todos? Diz o articulista que as au toridades políticas têm a “esperança”... Por que não têm a decisão, o empenho? É que se tornaram sócios e comparsas da antiutopia ou distopia neoliberal. Dinâmica Simbólica. Foi omitida, mas é evidente que se trata da ideologia da su premacia do capital, do dinheiro dos donos do mundo. Dinâmica Futuro-Universal Desde o tempo de Moisés e de Midas dava para pres sentir o que estava sendo sonhado: por fim, os subgrupos oficiais conseguiram impor o deus deles, que é o bezerro de ouro, o ouro ou, simplesmente, o dinheiro. Transformaram

240

241 o mundo num grande e único supermercado giratório, com os donos no posto de oficialis tas endeusados, os consumidores no posto de oscilantes manipulados, e os assaltantes, narcotraficantes e guerrilheiros, no posto de antioficiais, o posto do diabo. E pensar que antes se lutava por nacionalismos, por utopias, ideais, pela humanidade, pelo céu... Diz o articulista que há que dar o primeiro passo para enfrentar o desemprego. Não será que há que dar um novo passo para conter os abusos dos poderosos, superando o desencanto, a alienação e loucura frente ao dinheiro e ao consumismo? Ou para desenhar um novo pro jeto de humanidade, ou de ecossistema, para que os três subgrupos possam sobreviver mais digna e longamente em seus quatro níveis? 3.3. Linguagem e estilo: O tema é relevante e urgente, mas há que tratá-lo sem o cinismo do triunfador, ainda que se suponha que os passageiros dessa companhia aérea o entendam e lhes agrade. É um estilo jornalístico, tratando de fazer sensacionalismo neoli beral. De qualquer forma, o artigo mobiliza, provoca ira, coloca um desafio. 4. DIAGNÓSTICO. O artigo trata do fenômeno do desemprego nas agendas prestadias dos 14 subsis temas, relacionado com a tecnologia; fala de capacitação via educativa. Estão chamando a maioria de otários, analfabetos, incompetentes, descartáveis, excedentes demográficos e inúteis sociais. O artigo fala da desgraça do oscilante, mas não fala para onde escorreram as vantagens. Foram parar nos cofres do subgrupo oficial, é claro! O artigo é tendencioso, ocultando por trás de anônimos sociais como mercado, tecnologia, modernidade, as tra moias dos banqueiros, das transnacionais e dos corretores e especuladores das bolsas, protegidos pelos grandes e seus comparsas, principalmente a imprensa. É uma conspira ção, um botim comandado pelas velhas direitas fora de controle. 5. FUTURIÇÃO. O tema vai durar muito tempo, mas não este artigo e esse tipo de cantilena simplória. Virão análises mais profundas desmascarando os subgrupos oficiais inimigos da humanidade e, os desastres por eles provocados. 6. DECISÃO. Os indoamericanos têm que estudar mais os assuntos de economia, mercado, dinheiro, negociatas e depredação oficial para saber discuti-los e descobrir como combatê-los. Falta desenvolver uma melhor teoria e prática econômica; nova porque a do neoliberalismo não passa de catequese para uma colonização pós-moderna, assim como o discurso civilizatório e evangelizador dos europeus era a catequese da primeira coloniza ção. É a desproporcionalidade elevada aos extremos. 7. CITAÇÕES: não há frases que o mereçam.

5.4. COMO AVALIAR A ENSINAGEM PRIMERO: feedback de desenvolvimento de competências tri-tetracerebrais. SEGUNDO: feedback de assimilação de conteúdos. Estamos todos de acordo que faz falta desenvolver um novo sistema de ava liação da família, do educador, do estudante, de outros profissionais da escola, de educadores religiosos, de apresentadores de programas de televisão, de trabalha dores, empresários, políticos, banqueiros etc. Mas haverá que sair de uma cultura de avaliação individual e grupal vertica lista, de cima para baixo, em que os de baixo não podem julgar os de cima que são os oficialistas de sempre. Aqui se propõe uma avaliação – com o novo nome de feedback orientador e não de sentenciador e castigador - entre os três subgrupos e na tridimensionalidade recíproca, com a sincera intenção de praticar entreajuda e

241

242 apoio mútuo. Trata-se de tri-ensinagem, de democracia “tri”, e não só de aprendi zagem ou de política unilateral. Antes de começar a avaliar, supõe-se que está estabelecido o programa ou currículo de desenvolvimento tricerebral com suas respectivas metas e, o programa ou currículo para cada disciplina triadizada com seus 4 níveis, assim como o upa ya-coaching ou processo de desenvolvimento de tais programas. Para estabelecer o currículo de competências tri-tetracerebrais e, logo, o currículo de conteúdos de cada área de saberes, usam-se progressivamente al guns dos referenciais conhecidos: primeiro, os 3 cérebros; depois as dinâmicas; por fim, os catorze subsistemas, englobando tudo ou fazendo combinações. De pois, selecionam-se itens, aspetos ou variáveis do currículo de competências e do currículo de conteúdos, distribuídos por semana, mês, bimestre, semestre ou ano, com metas progressivas. Cada um destes itens pode ser decomposto em “indica dores” parciais sobre os quais se elaboram as competências, questões e perguntas a medir pelo instrumento de avaliação. O instrumento, depois de alguns testes para validá-lo, será operacionalizado com perguntas como estas: Onde se usará? Quando e com que frequência se usará? Quem avalia e quem será avaliado? Haverá autoavaliação, inter-avaliação horizontal pelos cole gas, avaliação vertical bidirecional por estudantes e Diretores? Que peso terá cada uma dessas avaliações? A avaliação será para punir, orientar, criar entreajuda, promover ou reprovar? “Diga-me como me avaliará e decidirei como portar-me”

Os indicadores, itens e temas sobre os quais se fará o feedback/avaliação têm que ser apresentados ao início do período em que serão usados, se possível com a participação dos que vão ser avaliados. O feedback de desenvolvimento de competências tri-tetracerebrais é prioritário tanto na escola fundamental como na universidade, na família e no trabalho, mas se fará escolhendo as competências correspondentes a cada grau progressivo de ensinagem, em cada situação.

242

243

5.4.1. Exemplo de seleção de metas para feedback do docente pelo tri-tetracerebrar

Examinando os 4 níveis tricerebrais de um docente, podem-se escolher as seguintes competências para feedback/avaliação geral: Pelo cérebro esquerdo – proporcionalidade na elaboração de testes (nem muito fácil, nem muito difícil), grau de domínio da matéria, manejo da informação e comunicação, uso que faz do perfil de competências tricerebrais de cada estudan te, como faz a triadização do que ensina, uso da dinâmica de grupo explícita na au la. Pelo cérebro direito – sensibilidade para a estética e mística de cada fato, domínio e uso do relax e estado mental alfa, criatividade, estilo lúdico/prazeroso de ensinar, valorização do ambiente e colegas, relacionamento humano em geral. Pelo cérebro central – liderança, oficialismo positivo na condução da au la/reunião, pontualidade, produtividade, participação nas atividades do ambiente, espírito prático para vinculação do que ensina com a vida e o mercado. Pode-se decompor cada uma dessas competências ou desses itens em 3 ou mais indicadores que conformarão o questionário/instrumento de avaliação que po derá registrar-se numa escala de 1 a 5, ou por conceitos como insuficiente, fraco, médio, bom, excelente.

Exemplo de seleção de metas para feedback do Coordenador Pedagó gico ou Supervisor, pelo referencial das esferas dinâmicas

Pela Dinâmica Matergística: Consciência de paradigmas e do molde sistêmico tri-uno para tudo.

243

244 Pela Dinâmica Potencial/ambiental: Grau de energia, de ânimo, disposição para o trabalho, para luta, pelo melho ramento. Grau de experiência. Grau de liberação de potencial e de autocondu ção por metas. Pela Dinâmica Mental: Visão do processo educativo/laboral. Conhecimento de propostas e inovações educacionais. Capacitação para o uso do CCF e grau de atitude científica, de dução-indução, construtivismo. Relação de seu plano pedagógico ou de capaci tação com a realização integral do estudante/trabalhador a partir de seu ambi ente socioeconômico. Capacidade para recriar materiais didáticos físicos e vir tuais que poderão ser futuros manuais. Pela Dinâmica Individual-familiar: Autoconhecimento pelo Fluxograma da Vida. Capacidade para lidar com os 3 cérebros, com o QT, com o familiograma e com as recorrências do estudan te/trabalhador. Plano de relacionamento escola/empresa com a comunidade. Pela Dinâmica Prestusuária (socioeconômica): Plano do curso/trabalho, planejamento das aulas/reuniões. Realismo nos cro nogramas e horários. Produtividade do tempo em aula/trabalho. Cumprimento de seus compromissos pessoais, grupais e financeiros. Cumprimento com a Secretaria, Supervisão e Departamentos. Pela Dinâmica de Grupo: Relacionamento com os diversos níveis e setores da escola/empresa. Condu ção dos 3 subgrupos e manejo de normas. Cumpridor e exigidor do Manual de Convivência/Funcionamento. Participação nas reuniões e desempenho nas li deranças. Eficiência e eficácia na comunicação triádica. Solucionador de confli tos. Pela Dinâmica Simbólica/Cultural: Conhecimento de teorias educacionais e de consultoria, capacidade para sele ção e aplicação da mais apropriada à situação. Domínio e integração das lin guagens científica, econômica, religiosa. Uso adequado de matemática e esta tística. Pela Dinâmica Futuro-Universal: Influência na estética e mística do estudante/trabalhador, no sentido de vida pessoal, sentido de missão da escola/empresa nacional e de todo o ecossiste ma. Incentivo ao esforço, à superação, à humanização, à estética dos saberes e do trabalho.

O desejável é que o instrumento de feedback seja construído entre todos, de forma discutida e consensual.

5.4.2. AVALIAÇÃO PRIMEIRA: Outros exemplos de instrumentos de feedback de competências tricerebrais de docentes/chefes

244

245 Em escala de 1 a 5: 1 é péssimo; 2 é sofrível; 3 é médio; 4 é bom; e 5 é ex celente. Indique a nota que corresponde ao conceito que quer atribuir. No ITENS 1 2 3 4 5 01. Domínio do conteúdo da disciplina/tarefa 02.

Grau de clareza didática com que se comunica

03.

Uso e ensinagem do hábito de questio nar

04.

Trato/relacionamento com os estudantes ou trabalhadores

05.

Que faz para incitar a inovação e criati vidade

06.

“Clima” criado, entusiasmo, gosto pela matéria/tarefa etc.

07.

Controle da aula/repartição, coaching dos 3 subgrupos

08.

Conexão da matéria com a vida, o mer cado e a região

09.

Reorientação depois dos trabalhos práti cos, provas, desempenhos e erros.

upaya

RESULTADO:

FEEDBACK PARA O SEMESTRE OU ANO SEGUINTE No

ITENS

01.

Conhecimento que o Mestre/Supervisor tem dos 3 cérebros do aluno/trabalhador

02.

Adaptação da matéria aos 3 subgrupos cerebrais da aula/repartição

03.

Atitude científica do Professor ou Super visor

04.

Associação da matéria ou do trabalho com os aspetos emocionais

05.

Promoção da amizade e do espírito de equipe

06.

Sentido de justiça e ética em relação aos alunos/trabalhadores

07.

Participação dada aos alunos/trabalha dores em lideranças da aula/repartição Confronto entre sua região e outras re

08.

1

2

3

4

5

245

246 giões 09.

Orientação dos alunos/trabalhadores pa ra a vida prática e econômica RESULTADO:

FEEDBACK PARA O SEMESTRE OU ANO SEGUINTE No

COMPETÊNCIAS 1

01.

Uso do CCF e do paradigma tri-uno sistêmi co

02.

Conexão da disciplina/tarefa com as de mais, buscando interdisciplinaridade e inte gração

03.

Uso da informática educacional/profissional

04.

Estímulo para sonhar a vida/carreira de ma neira grandiosa

05.

Incentivo ao desenvolvimento estético e es piritual

06.

Orientação para a justiça e a proporcionali dade em tudo

07.

Empenho para a convivência democrática dos subgrupos

08.

Convocatória dos alunos/trabalhadores para que sejam guerreiros na vida

09.

Sugestão de estratégias para vencer na vida e no mercado

2

3

4

5

RESULTADO:

Exemplos para feedbacktricerebral de um aluno ou trabalhador No ITENS 1 2 3 4 Competências de cérebro esquerdo 01.

Livros e revistas que leu

02.

Conferências ou debates em que partici pou

03.

Uso de computador, Internet, informática

04.

Domínio do idioma e de uma segunda lín gua

5

Competências de cérebro direito 05.

Participação em dança, coral, pintura, fol

246

247 clore, artesanato 06.

Participação em atividades comunitárias de solidariedade social

07.

Participação em atividades religiosas de caráter ecuménico Competências de cérebro central

08.

Participação no Grêmio Estudantil, Asso ciação profissional e, em funções de lide rança

09.

Outros trabalhos, remunerados ou não

10.

Participação em campanhas mensais de qualidade

11.

Participação em campanhas eleitorais in ternas/externas

12.

Contribuição para melhoramento do Cur so, da Escola ou da instituição. RESULTADO:

Outros exemplos para feedback tricerebral de alunos e trabalhadores

5.4.2.1. INTER-FEEDBACK DE COMPETÊNCIAS do CÉREBRO ESQUERDO por autoavaliação com peso 20; avaliação por um colega com peso 30; e avaliação pelo docente com peso 50. Nota mínima: 1; Nota máxima: 5; Com o tempo e o crescimento da responsabilidade pela autoeducação, aumenta-se o peso da nota do aluno e do colega, diminuindo o do docente. Funções Lógicas

AVALIAÇÃO AUTOCOLEGA

01. Leitura de livros e revistas (__X20)= 02. Conferências ou debates em que participa 03. Uso de computador, Internet, informática 04. Domínio da comunicação número-verbal 05. Domínio da escritura e reda ção 06. Conhecimentos históricos 07. Noticiário nacional e interna cional 08. Capacidade questionadora 09. Mente ordenada (CCF) 10. Uso de referenciais e mode los 11. Liderança de Secretário 12. Liderança de glossarista

(__X30)=

DOCENTE

(__X50)=

TOTAL

MÉ DIA

(__100)=

247

248 13. Liderança de logoterapeuta 14. Liderança de sintetizador

Recomendações de Cultivo:

FEEDBACK DE COMPETÊNCIAS do CÉREBRO CENTRAL FUNÇÕES OPERATIVAS

AUTOAVALIAÇÃO

01. Corresponsabilidade pelos (__X20)= grupos que frequenta 02. Poupança de 10% mensais 03. Conversação sobre negó cios 04. Êxito em manter disciplina de vida 05. Conhecimento de preços de tri-satisfatores 06. Grau de iniciativa e compe titividade 07. Capacidade para fazer flu xogramas e operacionalizar 08. Prevenção e autocondução em saúde 09. Autocondução em comida, bebida, sono 10. Cumprimento de cronogra mas e compromissos 11. Liderança de Coordenador 12. Liderança de Cronometrista 13. Liderança de Feedbacker 14. Liderança de Pragmático

COLEGA

(__X30)=

DOCENTE

(__X50)=

TOTAL

MÉ DIA

(__100)=

Recomendações de Cultivo:

FEEDBACK DE COMPETÊNCIAS do CÉREBRO DIREITO FUNÇÕES EMOCIONAIS

01. Demonstrações afetivas

AVALIAÇÃO AUTO-

(__X20)=

COLEGA

(__X30)=

DOCENTE

(__X50)=

TOTAL

MÉ DIA

(__100)=

02. Bom gênio, alegria 03. Expressão Corporal 04. Ajuda a colegas 05. Poesia 06. Autoimagem 07. Inspiração em estado metal de ciclagem reduzida 08. Elegância

248

249 09. Liderança de Admirador 10. Liderança de Sensibilizador 11. Liderança de Recepcionista 12. Liderança de Ritualista 13. Previsor-Solucionador (Futurólogo e Criativo)

Recomendações de Cultivo: O aluno/trabalhador está viciado e já sabe como eludir a avaliação mera mente acadêmica e memorística. Por isso, não só o educador/supervisor, mas também o estudante/trabalhador vão resistir a qualquer nova proposta de avaliação ou feedback que não seja preparada e discutida largamente, e ensaiada antes que comece a vigorar. 5.4.3. AVALIAÇÃO SEGUNDA: feedback da assimilação do conteúdo tricerebral de cada disciplina ou matéria triadizada

Nos provas bimestrais de cada disciplina, embora devessem ser mais frequentes, a avaliação ou o feedback também tem que ser pelos três cérebros. Is so supõe que cada disciplina ou matéria já esteja organizada em três versões trice rebrais e seja assim ensinada, acompanhada com o devido material. A primeira tri adização é a da educação geral, cujos três grandes blocos são educação acadêmi ca pelo cérebro esquerdo; educação socioemocional pelo direito; e, educação cor poral, profissional e financeira pelo cérebro central. São as três gramáticas da edu cação familiar-escolar inicial que devem continuar na universidade e nas empresas.

A segunda triadização é a da disciplina em questão. Se tomarmos a Mate mática como triadização segunda da educação, começamos por dar títulos aos seus três grandes blocos, por exemplo: Matemática teórica para o cérebro esquer do; Matemática lúdico-artística para o direito; e Matemática métrica da vida cotidia na como orçamento familiar, inflação, juros, salário e contabilidade, para o cérebro central. Matemática é linguagem quantificadora e de cálculo.

249

250

Com a Matemática triadizada, podemos desdobrar cada um de seus três blocos em unidades de ensinagem e avaliação, adaptadas a cada ano/série, como os currículos escolares e das IES já fazem, mas sem triadizar. Por exemplo, pelo lado esquerdo ensinamos e avaliamos o de sempre: linguagem matemática, topo grafia, contas, fórmulas, cálculos etc.; pelo lado direito, ensinamos e avaliamos se o estudante aprendeu a apreciar a beleza dos números, os diferentes jogos com números, se tem amor à Matemática, se tem seu caderno e seus trabalhos bem cuidados e diagramados etc.; pelo cérebro central avaliamos se fez alguma aplica ção prática do que aprendeu, ao seu dinheiro, orçamento familiar, à contabilidade familiar, aos salários, impostos, juros e inflação, plano de poupança e de enrique cimento etc. O ódio e a calculofobia à Matemática vêm exclusivamente do cérebro esquerdo, porque este é de desenvolvimento mais tardio e lento. O peso para cada lado do currículo tricerebral de qualquer disciplina é dife rente segundo as exigências de seu conteúdo para a hierarquia tricerebral. Por exemplo, o conteúdo da Matemática exige uma hierarquia tricerebral de uns 62% de cérebro esquerdo como dominante; uns 25% de cérebro central como subdomi nante; e, em terceiro lugar, uns 13% de cérebro direito. O conteúdo da Educação Física é diferente. Ela exige uma hierarquia tricerebral de uns 62% para o cérebro central psicomotor, prático; uns 25% para o cérebro direito estético como subdomi nante; e uns 13% para o esquerdo teórico. A Educação artística exige uma hierar quia tricerebral de uns 62% de cérebro direito artístico como dominante; uns 25% de central como subdominante para a motricidade; e, por último, uns 13% de es querdo para a teoria e história da arte. Essa distribuição de porcentagens na ensinagem e na avaliação muda com a idade e grau do educando e a carreira escolhida. O importante é redescobrir as facetas e competências dos três cérebros no conteúdo e ensinagem/capacitação de qualquer coisa, com o correspondente feedback da retenção e estruturação tri cerebral dos respectivos conteúdos. Isso supõe novos manuais de texto - impres sos ou virtuais - dentro do paradigma tricerebral tetranivelado. Assim como as escolas estão, desde o fundamental até a universidade, só são considerados bons estudantes os que têm predomínio do cérebro esquerdo ci entífico, porque as provas escritas e concursos só medem isso: teoria e decoreba. Este é um mito tonto que vem do iluminismo/enciclopedismo francês com sua deu sa Razão. A vida apresenta exemplos de jovens que administram bons negócios e que vão mal na escola... Não seria a escola quem vai mal? O feedback do cérebro direito e central depende de observação e conheci mento do educando e não de perguntas escritas. Com professores que correm ca da dia mais de um centro educacional a outro, isso é difícil. Uma solução é que se

250

251 trabalhe cada vez mais a ideia de inter-avaliação pelo colega, funcionando como exigidor e não como cúmplice; e que o educando adquira progressivamente o hábi to de auto-avaliação sincera, construindo sua autoeducação contínua na vida.

5.4.3.1. HISTÓRIA TRIADIZADA DAS DISCIPLINAS

Depois da triadização de uma disciplina e do seu currículo, vem a triadiza ção da história evolutiva da disciplina. Mas não pelo método monádico e por um texto discursivo e linear. A cultura, em sua triadização primeira, é tri-cultura: cientí fico-legislativa; econômico-monetária; e ficcional-artística.

Qualquer evento faz parte dessa tri-cultura cerebral tetranivelada que, por sua vez, está sob o controle do poder político, econômico e sacral. Por isso, a téc nica para uma História triadizada teria três colunas, formadas por ciclos de eventos mais importantes correspondentes a esses três poderes supremos. Para criar uma percepção global e instantânea, este fluxo evolutivo em três colunas e seus ciclos têm que caber numa só página; por isso só traz os títulos ou palavras-chave de ca da ciclo. Depois, cada título e seu ciclo terá um breve hipertexto explicando-os. Ou o estudante os pesquisará nas diversas fontes impressas e virtuais.

251

252

252

253 Numa História dessas, em três colunas concomitantes, a coluna debaixo do poder político e cérebro esquerdo contêm informações sobre o descobrimento dos números e sua evolução, de ciclo em ciclo, até a atual teoria matemática; a coluna debaixo do poder econômico e cérebro central contêm informações sobre aplica ções práticas da Matemática; e a coluna debaixo do poder sacral e cérebro direito contêm informações sobre aplicações da Matemática na música, na artes, na reli gião e as relações pouco amistosas dos clérigos com os matemáticos. A suposição desta maneira de refazer a História de uma disciplina, neste ca so a História da Matemática, é que conhecendo os desafios práticos da realidade a que a Matemática teve que responder, o estudante dominará aqueles 10% de fun damentos essenciais com os quais poderá reconstruir ou deduzir o resto da teoria matemática. O mesmo se aplicaria a qualquer outra disciplina teórica, sem ter que memorizar massudos manuais.

5.4.3.2. INTERDISCIPINARIZAÇÃO PELOS CATORZE SUBSISTEMAS

O último passo desta reformulação de uma disciplina é a tão falada e sem pre fracassada interdisciplinarização e transdisciplinarização. Falham pela absoluta falta de referenciais, de metalinguagem e método comuns a todas as áreas de sa beres, como propõe a Ciência Social Geral. Os textos e discursos lineares não possibilitam nenhuma interdisciplinarização; quando muito formam algum híbrido como físico-química, bioética, biopsicossocial, psicopedagogia, emotopedia, psi cossomático, neuroeconomia, ecoteologia etc. Cada disciplina se mini-interdisciplinariza quando é triadizada ou tem seu conteúdo distribuído ao redor dos três cérebros e seus quatro ou mais níveis; de pois, meio se interdisciplinariza quando, situada num dos quatro fatores operacio nais como seu eixo, se cruza com os demais em mão dupla, isto é, serve aos de mais operacionais e é servida por eles; mas só se maxi-interdisciplinariza quando, posicionada nos catorze subsistemas, é tomada como eixo e se cruza com os de mais subsistemas e seus saberes, em mão dupla, isto é, serve aos demais e é ser vida por eles; e se supradisciplinarizaria quando, situada como um eixo do Hológra fo, serviria a todas as demais áreas do Hológrafo, e seria servida por elas, num processo contínuo de input-output-feedback.

S01. FAMÍLIA. Relações de ordem, dia gramas de árvore, cardinal e ordinal de um conjunto. Relações e funções. Arquitetura. Ge ometria fractal de Mandelbrot. Distribuição e programação de ativida des familiares. Ponto centro no triângulo equilá tero. Manejo de maneira coerente, precisa e oportuna das relações pessoais. Estruturas ma temáticas/familiares. Estatísticas demográficas. Cálculo de heranças. S02. SAÚDE. Desenvolvimento, análise e interpretação de gráficos/escalas de saúde e enfermidades. Natalidade e mortalidade.

253

254 S03. MANUTENÇÃO. Interpretação de quadros estatísticos relacionados com a dieta alimentar e nutricional, desenvolvimento corporal, estado físico. Inter pretação de receitas e fórmulas de alimentação, bebida, vestuário e temperaturas. Fórmula do Índice de Massa Corporal ou IMC. S04. LEALDADE/SOLIDARIEDADE. Paralelismo, perpendicularidade, lega lidade, fidelidade, retidão. Triângulo equilátero. Medidas de endorfina, adrenalina, dopamina. Proporcionalidade. S05. LAZER. Habilidade para os quebra-cabeças, tangrams, sudoku, rela ções de equivalência: reflexivas, simétricas e transitivas. Implementação de proje tos de Matemática recreativa. Cálculo diferencial e integral ou infinitesimal que se aplica na maioria dos esportes de movimento. (Martin Gardner é o máximo expo nente da Matemática recreativa no mundo. Comenta-se que com seus jogos con verteu a milhares de crianças em matemáticos e a milhares de matemáticos em crianças.). S06. COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE. Sistemas de comunicações, emis sor, receptor e expectador. Álgebra Booleana, o zero e o um. Matemática como lin guagem das ciências exatas. Desenvolvimento do pensamento têmporo-espacial, pontos cardeais, estimação e medida de diferentes atributos como o peso, longitu de, capacidade, temperatura, tempo. Sistemas de medidas. Criação de indicadores e índices. O cálculo infinitesimal, desenvolvido ao mesmo tempo por Newton e Leibniz, permitiu medir a aceleração e velocidade do movimento. Engenharia de te lecomunicações e de todo tipo de transportes. S07. EDUCAÇÃO. Desenvolvimento do pensamento lógico matemático nas diferentes idades. Didática da Matemática. Algoritmos. Psicologia da ensinagem, desenvolvimento da linguagem matemática, que ainda é quase toda em grego. Di ferentes ramos e aplicações da Matemática. Teste de cociente intelectual. Filosofia da Matemática. S08. PATRIMONIAL. Análise de custos, gastos e renda. Contabilidade. Eco nometria. Cálculo atuarial. Matemática financeira. Inventário de ativos e passivos. Razões e proporções. Regra de três simples, composta e inversamente proporcio nal. Classificação, comparação e seriação. Contabilidade privada e pública. S09. PRODUÇÃO. Relações e funções. Linha reta, curva. E = mx + b que é a fórmula de uma função linear de uma única variável dependente x. Função idênti ca, constante, logarítmica, exponencial. Análise de índices de produção. Trabalho realizado. W=F+d que é a fórmula de trabalho ou, em inglês, Work, que é igual a Força em uma distância. Resolução de problemas de tipo econômico: colheitas, áreas, tempo, mão de obra, otimização de recursos, investimento, ganhos, produ ção final. Oferta e demanda. Teoria dos jogos. Programação linear. Fatores, produ to, diferença, divisor, dividendo, quociente e resíduo. Matemática na arte, curvas. Cânones da arte. Matemática e estrutura musical. S10. RELIGIOSO. Desenvolvimento de matemáticas para provar a existên cia de Deus. Matemática religionizada como a de Pitágoras. Matemática da arte sacra. Princípio e fim dos números. Cardinal de um conjunto, Alef. O infinito. Núme ros triangulares, quadrados e perfeitos. Triângulo de Pascal. S11. SEGURANÇA. Geometria Euclidiana, espaço unidimensional, bidimen sional, tridimensional, posicionamento têmporo-espacial de aplicação em guerras,

254

255 construção de armamentos, balística e cálculos de estratégia. Limite de uma fun ção quando X tende a zero. Liberdade responsável. Derivadas e integrais. S12. POLÍTICO-ADMINISTRATIVO. Desenvolvimento de sistemas de equa ções como fluxo sistêmico. Matemática aplicada à administração. Aplicação das propriedades das operações. Cálculo de probabilidades, pesquisa de intenção de voto, análise de dados, gráficos. S13. JURÍDICO. Sistemas Numéricos. Propriedades das operações dentro de um conjunto determinado. Testes de validade. Princípios fundamentais da lógica monádica: terceiro excluído e não-contradição; para a lógica sistêmica e triádica, ou lógica trivalente, paraconsistente, difusa, geométrica, não-linear etc. há um ter ceiro incluído. Silogismo hipotético, silogismo disjuntivo. S14. MÉRITO-RANKING. Implementação de olimpíadas de matemática, PI SA. Análise dos comportamentos de uma função constante, linear, exponencial, lo garítmica. Curva de uma função. Derivada de uma função. Máximos e mínimos. Obs. A História triadizada da matemática e sua interdisciplinarização têm a contri buição de Maritza Vivas Narvaez, Ricardo Rocha Suárez, Eurípides Triana Tacuma, e Víc tor Manuel Jordán Puentes, do Mestrado em Educação da Universidade Cooperativa da Colômbia, em Neiva, Huila.

5.5. OUTROS EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO SEGUNDA: feedback da as similação do conteúdo tricerebral da Psicologia triadizada

A primeira triadização é, sempre, a da educação geral, cujos três grandes blocos são, pelo cérebro esquerdo, educação acadêmica científica; pelo cérebro di reito, educação socioemocional, artística e humanística; e, pelo cérebro central, educação corporal/sexual, profissional, financeira e para o poder. A segunda triadização é a da disciplina em questão, neste caso a Psicologia ou Noologia (“Psicologia e psique” relembram “alma, espírito”, por isso há autores que pleiteiam uma redenominação). Começa-se por dar títulos aos seus três gran des blocos, por exemplo: para o cérebro esquerdo - psiquiátrico, psicanalítico e in vestigativo; para o direito - emocional, transpessoal, religioso; e para o cérebro cen tral - somática, experimental, laboral e social,. Com a Psicologia assim triadizada, podemos desdobrar cada um de seus três blocos em unidades de ensinagem e avaliação, adaptadas a cada ano/série, como os currículos escolares e das IES já fazem, mas sem triadizar.

255

256

As unidades de ensinagem do cérebro esquerdo poderiam ser: o sistema nervoso, neurociências, cérebro, funções mentais, testes, personalidade, transtor nos, demência etc. Para o cérebro central poderiam ser: jogo triádico do DNA e cromossomas, bioenergética, inconsciente coletivo, somatizações, pulsão de vi da/morte, procriação, familiograma, comportamento e oscilações da personalidade, decadência tricerebral, Alzheimer, terapias medicamentosas etc. Para o cérebro di reito poderiam ser: o comportamento socioemocional, amor, a parapsicologia, fe nômenos paranormais, esoterismo, religiosidade, meditação, mística, arte, sonhos etc. O feedback do cérebro direito e central depende de observação e conheci mento do educando e não de perguntas escritas. A colaboração com a inter observação e inter-avaliação pelos colegas pode ajudar.

5.5.1. HISTÓRIA TRIADIZADA DA PSICOLOGIA

A técnica para a História da Psicologia triadizada teria três colunas, forma das por ciclos de eventos mais importantes correspondentes aos três cérebros e três poderes supremos – político, econômico e religioso. Para criar uma percepção global e instantânea, este fluxo evolutivo em três colunas e seus ciclos têm que ca ber numa só página; por isso só traz os títulos ou palavras-chave de cada ciclo. Depois, cada título e seu ciclo terá um breve hipertexto explicando-os. Ou o estu dante os pesquisará nas diversas fontes impressas e virtuais.

256

257

257

258 5.5.2. INTERDISCIPINARIZAÇÃO DA PSICOLOGIA PELOS 14 SUBSISTEMAS. gênero. da, sexualidade, S01 Dinâmica - FAMÍLIA: preconceitos de grupo Fluxograma familiar, raciaisfamili da e de vi-

ograma, upaya-coaching de filhos. Psicolo e bebidas, cologia gia coaching. ca, para enfermidades diferencial. Biodança a S02 S03 falta Nutricional. roupas, Terapias –deSAÚDE: etc. MANUTENÇÃO: Terapia endorfina consumismo, mentais corporais, Terapias. sistêmica. humana: e Sucedâneos seu drogas. BioenergétiSíndromes comidas, upayaPsi-

S04 – LEALDADE: Relações interpessoais, afetivas, Relações Humanas. Psicologia das recorrências. Terapias com ajuda de pets. S05 – LAZER: Psicologia do lazer, do esporte e da depressão. S06 – COMUNICAÇÃO e TRANSPORTE: Psicologia subliminar do Marke ting e manipulação; Psicologia da opinião pública; Psicologia da internet; Psicologia do Trânsito; psicologia da mobilidade: agorafobia e claustrofobia. S07 – EDUCAÇÃO: Neurociência, Psicopedagogia ou/Neuropedagogia. Testes, solução de problemas de aprendizagem, orientação educacional e vocaci onal. Aprendizagem em ciclagem reduzida. Motivação. S08 – PATRIMONIAL: Neuroeconomia, Psicologia do investidor, Psicologia do Consumidor, Terapia da neurose do dinheiro. S09 – PRODUÇÃO: Psicologia Industrial e empresarial. Psicotécnicas. Psi cologia do Empreendedor. S10 – RELIGIÃO: Psicologia Religiosa, Zen-budismo; Curas psicológicas atribuídas á religião. S11– SEGURANÇA: Psicologia militar, da Guerra. Psicologia da Violência. Métodos de tortura psicológica e física. S12 – POLÍTICO-ADMINISTRATIVO: Psicologia de Campanhas politicas. Psicologia do poder; Psicologia do Amo e do Escravo. Psicologia Social e de Mas sas. Psicopatas no poder. Ponerologia. S13 – JURÍDICO: Psicologia das leis e normas. Transgressão. Psicologia da Ética e da Perversão. S14 – MÉRITO-RANKING: Psicologia do reconhecimento e da glória. Psico logia dos impulsos de vida e morte.

258

259

5.6. ENSAIO DE AVALIAÇÃO SEGUNDA em PEDAGOGIA TRIADIZADA

A primeira triadização, como sempre, é a da educação geral. A segunda triadização, aqui, é da Pedagogia que é a arte e técnica da ensi nagem geral, para qualquer área de saberes. O conteúdo dos seus três grandes blocos podem ser: para o cérebro esquerdo - leitura e escrita verbal-numeral, raci ocínio; para o direito - educação socioemocional; e para o cérebro central - didáti ca, trabalho em equipe com dinâmica de grupo. Com a pedagogia assim triadizada, podemos desdobrar cada um de seus três blocos em unidades de ensinagem e avaliação, adaptadas a cada ano/série.

As unidades de ensinagem do cérebro esquerdo poderiam ser: testes para identificação das competências de ensinagem dos alunos; ensinagem de leitura escrita-comunicação verbal-numeral; gramática, sintaxe e interpretação de textos; métodos de pesquisa; manejo de fontes de informação; raciocínio e argumentação etc. Para o cérebro central poderiam ser: trabalho em equipe, participação, lideran ça com dinâmica de grupo explícita; aceitação das diferenças subgrupais; experi mentação, domínio das TIC e outras tecnologias; pontualidade, compromisso e qualidade. Para o cérebro direito poderiam ser: comportamento socioemocional, amor e amizades; parapsicologia, fenômenos paranormais; esoterismo, religiosida de, meditação, mística; arte, sonhos; ambientalismo etc.

5.6.1. HISTÓRIA TRIADIZADA DA PEDAGOGIA

259

260

260

261

A História da pedagogia teria três colunas, cada uma contendo os ciclos de eventos mais importantes correspondentes aos três cérebros e suas três culturas

261

262 debaixo do controle dos três poderes supremos – político, econômico e religioso. Tudo condensado numa só página, onde só figuram os títulos ou palavras-chave de cada ciclo. Depois, cada título e seu ciclo terá um breve hipertexto explicando os. Ou o estudante os pesquisará nas diversas fontes impressas e virtuais. Parte deste trabalho com breves explicações encontra-se em “Escolas Antropogógicas e História da Educação” em: www.csproporcional.com.br

5.6.2. INTERDISCIPINARIZAÇÃO DA PEDAGOGIA PELOS 14 SUBSISTEMAS Esperar que os governos e as universidades abandonem seu sacrossanto currículo vaidosamente acadêmico na formação de técnicos e docentes é ser ingê nuo e não suspeitar das manhas oficialistas. O que se propõe aqui como Neurope dagogia Tricerebral do futuro é mais para autoeducação que para política educaci onal pública, que forma peões, ou para a educação privada que forma patrões. Como a educação tradicional deixa, propositalmente, muitos vazios, cada in teressado em desenvolver melhores competências existenciais para cada ciclo de sua vida pode recorrer ao “Currículo da Vida em Catorze Subsistemas” como uma matriz interdisciplinar e geradora de outros desdobramentos e adaptações. Deno mina-se “Currículo da Vida” porque a vida transcorre nestes catorze setores, ca nais, vias ou subsistemas comandados pelos três cérebros, ainda que mudem de configuração ao longo dos 12 ciclos de idade e evolução, apresentados no Fluxo grama da Vida.

de/feminilidade. S01.da ma FAMÍLIA/PARENTESCO. Vida. Educação Sexualidade, da masculinidaFluxogragravidez,

matrimônio, divórcio. Jogo triádico, famili ograma e parentes. Carreira de mãe e pai. Emancipação familiar e autocondução. Problema habitacional, demografia, pre conceito racial, de idade e gênero. Asso ciação de Pais e Mestres. Escola de Pais. Visitas às famílias. Relações com a vizi nhança. vêm os alunos. Pontos Efeitos da comunidade do parentesco de onde entre alunos, professores e pais. S02. SAÚDE. Biologia. O corpo como sistema triádico. Autoconhecimento. Higiene e saúde preventiva pelos três cérebros (racional; emocional; biológico; ou psico emoto-somática). Enfermidades, acidentes e medicações básicas. Primeiros socor ros. Ecologia, saúde ambiental. Expectativa de vida. Check up, exame médico, ambulatório, serviços odontológicos. Sanitários. Limpeza. Água. Higiene ambiental, iluminação, ventilação. Insetos. Epidemias, contágios, enfermidades, deficiências mentais. Desenvolvimento físico. Educação para os primeiros socorros. Uso da ci clagem cerebral reduzida para programar o sono. Curas em ciclagem reduzida. SUS, seguro/plano de saúde.

262

263 S03. MANUTENÇÃO. Nutrição, bebida, regime alimentar, dietas, gostos, sabores, fragrâncias, etiqueta à mesa. Insumos da realimentação do corpo pelos cinco sen tidos. Cadeia alimentar. Vestuário, móveis, moda, tato. Aprender a cozinhar, limpar, lavar, passar. Ruído, som e seus aparelhos. Observação e seleção visual, cores. Consumismo forçado. Redes de abastecimento e distribuição. Desalienação da manutenção. Merenda escolar. Cozinha e cantina da escola/empresa. Agua potá vel. Café. Fumo. Drogas. Subnutrição. Peso ideal. S04. LEALDADE/SOLIDARIEDADE. Educação afetiva masculina/feminina, recor rências. Amizades, compadrio, apadrinhamento. Convivência: relacionamento sub grupal, aliados, adversários sociais e respetivos arsenais. Associativismo nacional e internacional (cooperativismo, redes, gangues, clubes, sindicatos patronais e pro letários). Relacionamento entre Direção, professor, aluno e todos que interagem com a escola. Sindicato de professores. Cooperativa escolar. Associação de ex alunos. S05. LAZER. Educação física. Criatividade, humor, diversões, hobbies; artes como teatro, baile, carnaval, literatura, novela, cinema, pintura, modelagem, música e canto etc. Jogos eletrônicos. Folclore regional e nacional. Férias, Recreio. Quadras esportivas. Festas. Clubes. Esportes. Equipamentos. Estado de ânimo geral (desâ nimo, descontentamento). O jogo como sucedâneo. S06. COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE. Comunicação verbal, não-verbal corporal, e factual. Alfabetização verbal-numeral. Matemática "social". Uso e des dobramento crítico dos meios de comunicação de massa. Domínio da comunicação na esfera virtual e na factosfera. Como investigar/aprender por TV e Internet. Digi tação, computação, calculadora e tecnologia de informação. Controle do uso de ce lular e telinhas. Secretaria. Documentação, informatização. Mural. Reuniões. Rela ções Públicas da escola. Tipo de linguagem da comunidade. Ensinagem de inglês como segunda língua. Tipos de transporte. Educação para o trânsito. Autoescola. Como viajar. Circulação intraescolar. Transporte de alunos. S07. EDUCAÇÃO. Pedagogia e História da Educação. Desenvolvimento dos 3 cé rebros: uso do Ciclo Cibernético de Feedback, por treinamento de cada uma de seus operações. Fluxograma evolutivo da personalidade com as respectivas profis sões. Leitura dinâmica. Métodos de classificação do conhecimento, biblioteca, or ganização e documentação pessoal de saberes. Integração escola-família comunidade. Teleducação. Hábitos de disciplina pessoal, grupal e social. Ciências: Química de cozinha e banheiro, Física e mecânica dos aparelhos da casa e do au tomóvel. Biblioteca, laboratórios. Equipamento audiovisual e material escolar. Men talidade. Coordenação Pedagógica. Orientação educacional. Conhecimento da rea lidade local e adequação do currículo e programas a ela. Educação especial. Tipo e número de alunos. Integração horizontal e vertical das matérias de estudo, interdis ciplinaridade. Atividades extraclasses. Clínica de leitura. Calendário escolar. Assi duidade e pontualidade de alunos e professores. Hábitos e métodos de ensinagem de alunos e professores. Autoeducação. Sistemas de avaliação. S08. PATRIMONIAL. Economia. Sistemas monetários, bancos, bolsas. Negócios, satisfatores monetarizados e não-monetarizados. Valor dos satisfatores e precifica ção. Custo dos 4 níveis de vivência nos catorze setores/subsistemas da vida. O pa ís como um condomínio, os bens coletivos, os serviços públicos, o regime fiscal. O condomínio nacional e o cidadão que o mantêm com impostos. Seguros. Técnicas bancárias, comerciais. Educação antipobreza e antiexpoliação, com piso mínimo e

263

264 teto máximo nos níveis de vivência. Contabilidade doméstica pelos 14 subsistemas. Tesouraria, orçamento da escola. Caixa escolar. Gastos. Manutenção do prédio, ampliação. Salários. Espírito capitalista, socialista, solidarista... Educação financei ra. Atitudes frente à população carente. Roubos e corrupção. S09. PRODUÇÃO. Engenharias. Produção extrativa, agropecuária, industrial, artís tica. Teste anual pré-universitário de gostos e aptidões vocacionais/profissionais e tendências do mercado de empreendedores e de empregados. Visita e descrição de locais de trabalho e profissões. Conceito e sentido do trabalho, educação para o trabalho, a disciplina, a produtividade e a qualidade. Combate à vadiagem e ao pa rasitismo social. Domínio da tecnologia básica dos catorze subsistemas. Familiari zação com terra, flora, fauna, jardinagem, horta. Educação artística e artesanal. Projetos ou clubes profissionalizantes, laboratórios, experimentos. Grau de esforço e participação nas atividades escolares/empresariais. S10. RELIGIOSO. Teologia, Teodiceia. Conhecimento das religiões e suas propos tas de evolução espiritual. Técnicas de ciclagem tricerebral reduzida para medita ção. Formação de valores para o controle de jogos triádicos destrutivos. Respeito e tolerância a diferentes crenças, ritos, símbolos religiosos. Celebrações ecuménicas. Questionamento do submetimento mental pelas religiões. Combate ao fanatismo religioso e às teocracias. S11. SEGURANÇA. Arte da guerra. Conscientização da disputa de satisfatores pe los três subgrupos e do uso de seus arsenais de poder e violência com abusos mí nimos no nível 1 dos três cérebros, mas que crescem e chegam ao máximo no ní vel 4 (a violência maior vem “dos de cima”). Educação para paz, para a antiviolên cia em todos os 14 subsistemas e seus 4 níveis. Artes marciais. Gosto pela disci plina e autocontrole. Prevenção de acidentes. Treinamento para emergências e de fesa civil. Conhecimento das forças de segurança social e nacional. Vigilantes, ex tintores, para-raios, chaves. Sistema de disciplina para alunos e professores. Puni ções. Violência e pacifismo na escola. Educação para o direito de defesa e autoa firmação. S12. POLITICO-ADMINISTRATIVO. Administração. Sociologia Política. Geografia e História tri-una desde a comunidade local e o momento presente até chegar à globalização e ao passado. Ideologias políticas. Organização político-econômica sacral do país, estado e município. Dinâmica de grupo explícita nas reuniões. Ci vismo ou nova cidadania de convivência tri-grupal. Introdução à burocracia do po der político-econômico-sacral e seus vícios como nepotismo, corrupção, opressão, exploração, iscação etc. Educação dos pagadores de impostos para controle de políticos e funcionários públicos. Modo de escolher candidatos para cargos admi nistrativos públicos e privados. Tipo de liderança dos chefes. Tipo de planejamento e administração. Definição de níveis, funções e objetivos na escola. Tipo de reuni ões, de feedback. Auto-organização dos Professores como associação, centro de professores etc. Organização e liderança dos alunos no centro cívico, UNE, em movimentos etc. S13. JURÍDICO. Direito. Conhecimento da Constituição Nacional e dos direitos e deveres básicos da cidadania nos catorze subsistemas. Sentido de justiça e pro porcionalidade global. Direitos/deveres humanos de indivíduos, famílias, organiza ções, empresas, dos três subgrupos e países, nos quatro níveis. Obtenção e guar da de documentação dos catorze subsistemas. Menoridade e maioridade. Legisla ção escolar. Participação na feitura e vigilância de normas para os três subgrupos,

264

265 em qualquer ambiente. Regulamento, normas e costumes, manual de convivência da escola. Capacitação e honestidade na auto e hétero-avaliação. Solução de con flitos. Mediação. Capacidade para convivência. Avaliação dos professores. Avalia ção e classificação de alunos. S14. MÉRITO e RANKING (precedência). Museologia. Heráldica. Numismática. Nível de aspiração e metas dos alunos/trabalhadores da escola/empresa. Autoesté tica ou consciência de qualidades/valores/competências pessoais que produzem a autoimagem. Organização do curriculum vitae e autopromoção. Aprender a coope rar e competir dentro do proporcionalismo. Estilos de vida. Escolha de mode los/heróis/celebridades que valha a pena cultuar e imitar. Combate à maximocracia e a psicopatas megalomaníacos. Aspecto geral, decoração, urbanização da esco la/empresa. Etiqueta, protocolo, cerimonial da aula e da escola. Imagem frente à opinião pública, comentários sobre a eficiência da escola/empresa. Cortesia. Cele bração pedagógica do calendário político-econômico-religioso da região e do país. Primazia da cultura nacional.

5.6.3. OUTRAS DISCIPLINAS TRIADIZADAS: Idioma; Educação Física; Ciências Naturais; Educação Artística; Informática; Geografia; Sociologia; Filosofia etc. Depois, viria o respectivo fluxograma histórico triadizado e a interdisciplinariza ção pelos 14 subsistemas, seguindo os exemplos anteriores.

265

266

266

267

GEOGRAFIA TEÓRICA Assimilação do conceito de rede ecossis têmica tridimensional: solo, água, ar. Domínio da nomenclatura geómétrica e quantitativa do planeta, da nomenclatura de países e seus condicionamentos espa ciais no Globo. O espaço e recursos estratégicos que provocam jogos triádicos. Espaço típico de cada um dos 14 subsistemas. Desenho e leitura de

GEOGRAFIA HUMANA E TURÍSTICA Sentir-se um elo da rede da vida e não dono e

“rei da criação". Grau de maravilhamento e reverência com todos os seres e não só os

humanos Capacidade e gosto pela contem plação do ecossistema. Desreligionização do

# Tolerância inter-étnica.

mapas, croquis e GPS. Aerofotogrametria.

GEOGRAFIA ESONÔMICA, GEOP

|TICA E AMEIENTAL

Compromisso ecológiõ al. Desempenho pessoal e grupal na questão da limpeza e beleza ambiental, na ques tão do lixo, da contaminação e da economia de recursos. Entender e viver a organização espacial de sua localidade, ecorregião e país, seus recursos econômicos, seus conflitos de ocupação do espaço e de recursos, até a guerra. Interesse em viajar, explorar o planeta, interesse em situar-se e viver no contexto da globalização.

SOCIOLOGIA ARTE DA CONVIVÊNCIA

TEORIA DE SOCIEDADE

Disposição e adaptação à vida grupal.

Criatividade para ganhar jogos,

s, instituições e movimentos da Vida comunitária. Liderança para assumirtarefas coletivas

e mobilizar pessoas. Éxito em ter contatos, padrinhos e patronos nos níveis mais altos do poder político, econômico e sacral. Vivência desmitificada da “máquina” nacional e mundial (depois

de correr a cortina do maia). Empenho na busca de melhoramento social proporcional. Conflitos e lutas sociais.

TEORIA FILOSÓFICA Arte monádica, diádica e triá pensar. Uso e respeito das regras do tricerebrar (é a lógica do CCF). Compe tências em cada passo do CCF. Uso de mapas tricerebrais para integrar conheci mentos. Amplitude da auto-autorização para o questionamento em busca da Ver

FILOSOFIA METAFísICA

-

Facilidade em passar das funções do cére bro esquerdo para as do direito e vice-versa, dominando suas respectivas linguagens. Uso

dade e combate aos mitos científicos. Desdobramento da indústria da mentira tri

ádica. Algo da história do questionamento humano nas diversas culturas do planeta

e não só do Ocidente. História do pensa mento filosófico-Científico.

Proporcionalidade entre o pragmati ra"racionalidade científica e a busca mística. Preocupar-se com as questões do presente e do futuro mais que revolver as do passado. Autonomia crítica e comportamentalfrente à cate quese e colonização mental do poder político, econômico e religioso feita pela família, pela escola e pela comunicação de massa. Refutar as instituições monádicas como o mercado, a justiça, a ordem etc. Propor uma racionalidade triádica para a sustentabilidade da vida e a ideia de que o bem-estar seja me dido pelo êxito proporcional nos três cérebros.

267

268 Os exemplos dados são muito gerais e amplos. Os especialistas farão o gra diente vertical do currículo, semestre a semestre, de ano a ano, mas sem abando nar a matriz tricerebral e dos 14 subsistemas, sem recair no paradigma monádico. Cada bimestre, semestre ou ano terá seus manuais triadizados e seus hipertextos explicativos, mas sem abandonar os referenciais, modelos e maquetes para não recair no exagerado discursismo linear. E vai-se subindo o nível de complexidade dos conteúdos e da avaliação primeira e segunda, segundo nosso conceito de upaya-coaching para autocondução. NÃO AVALIE MAXIMOCRACIAS UNILATERAIS; AVALIE PROPORCIONALIDADES TRICEREBRAIS

5.7. O MODELO SISTÊMICO TRIÁDICO DE RECUPERAR A HISTÓRIA

Pelo método monádico tradicional, a História de uma Ciência Social, de um país, de um município, de uma escola e qualquer outo sistema se apresenta numa exposição ou narração linear e de um só dos três poderes cada vez: História políti ca, História econômica, História religiosa, separadamente. Isto dificulta a relação do texto com o subtexto e o contexto sistêmico tricerebral/cultural. Nossa proposta é apresentar qualquer História em uma única página onde se possam ver os três po deres e suas três culturas com suas influências e interferências simultânea e mutu amente. Já apresentamos este modelo em quadros anteriores. - Por que a necessidade dessa reformulação das Ciências Sociais e Huma nas pela triadização e interdisciplinarização como ilustrado até aqui? - Porque todas as Ciências Sociais e Humanas foram desenvolvidas para servir e justificar o capitalismo, isto é, os subgrupos oficiais mais altos do poder econômico e seus comparsas do poder político e sacral. Tanto é assim que nunca se resolvem os problemas das grandes massas oscilantes, que passam de escra vos e servos a “escravos voluntários” e subempregados/desempregados sazonais ou crônicos.

268

269 - E os subgrupos antioficiais, mal denominados “esquerdas”? - Os subgrupos antioficiais marxista e cristão católico foram os que mais de nunciaram e rejeitaram essa marotagem, chamando as Ciências Sociais e Huma nas de “ciências partidárias” (dos partidos direitistas, conservadores, elitistas). E tentaram sua reformulação que terminou criando igualmente “ciências partidárias” dos partidos esquerdistas, revolucionários, socialistas etc., já fora de combate. - Por que este movimento pendular ou movimento de inversão, por que esta tendência de mútua exclusão/eliminação? - Porque isso é inerente ao paradigma monádico, que é sempre unilateral, exclusivista, seja no poder político, econômico e religioso, seja nas classes sociais, nas ciências e artes, no capitalismo ou socialismo, nas democracias ou teocracias. Os privilegiados se justificam alegando que “a livre competição é boa”, mas só quando são favorecidos; quando não, apelam para a repressão “branda” dos ajus tes fiscais, da inflação, da redução do Estado e, se isso não basta para reestabele cer seus privilégios, para a repressão “dura” das ditaduras, de perseguição, desa propriação, tortura, exílio/morte, confiscando os de baixo, eliminando opositores. O jogo triádico é o motor da natureza e da história, mas a maneira que a humanidade se conduz nele, ou como é titereteada por ele, não pode continuar com os ciclos de pêndulo e de inversão de polos, cada um deles levando a despro porcionalidade aos extremos de crueldade e desumanidade. A busca do proporcio nalismo triádico é a sabedoria na maneira de conduzir o jogo triádico e de conduzir se nele. Mas isto requer a triadização das Ciências Sociais e Humanas, a reformu lação da ensinagem e das mentalidades, como se demonstrou antes, e como se quer aprofundar com a triadização da História do Brasil.

269

270

270

271 Tudo neste planeta é fluxo do processo evolutivo, tomando como ponto inici al a matergia tri-una física, que gera a bioquímica e, daí, toda a vida e as espécies animais, das quais a espécie humana é uma continuidade, mas dentro da mesma rede ecossistêmica. Por isso, na base de qualquer fluxograma histórico, seja de um país, de uma disciplina ou de uma pessoa, fazemos constar o inconsciente coletivo, tendo o cérebro como encruzilhada. Antes do cérebro só existe a matergia natureza-animalidade, com seu determinismo e códigos epigenéticos (para gerar novos seres e ciclos); daí em diante, sobre o potencial herdado ou inato, que figura como o nível 1 dos três cérebros tetranivelados, a educação/programação familiar étnica-social direciona o potencial tricerebral herdado para os níveis superiores do tricerebrar. Isso está resumido em: - hereditariedade sintática do cérebro esquerdo em seus quatro níveis: po tencial herdado para comunicação verbal-numeral; classificações; ciência; e filoso fia, lembrando que o nível 1 dos três cérebros é tido como de “saber popular” ou de senso comum (pobre, pouco lógico) e os demais são tidos como saber científico, técnico, preciso e erudito. - a hereditariedade sintática motora-corporal do cérebro central em seus quatro níveis: potencial herdado para disputa da sobrevivência e procriação; capa citação profissional; tecnocracia e planejamento; e administração financeira para produção de níveis superiores de bem-estar; - e a hereditariedade sintática emocional-vincular de cérebro direito em seus quatro níveis: potencial herdado para afetividade-convivência; imaginação-arte; ci clagem reduzida para sintonizar outras dimensões; e estética e mística. Quem mais trabalhou para a comprovação moderna dessa hereditariedade ou desse potencial inato (Aristóteles já falava em “potência e ato”) foram Charles Darwin e S. Freud para o cérebro central e direito; para o cérebro esquerdo foi No am Chomsky com seus conceitos de língua interna-primeira, gramática universal, gramática generativa interna que governa o uso de conceitos e sintaxe na constru ção de frases e equações, de expressões não verbais da arte e de elaboração de operações práticas etc. Fica mais fácil de explicar e entender essa tri hereditariedade se aceitarmos que o molde, matriz ou algoritmo gerador é o mode lo ou paradigma sistêmico tri-uno: uma “hélice” de três pás movendo tudo num flu xo trançado de inputs-transformação-outputs, vinculados em rede tridimensional e seus níveis. Para a espécie humana, esse fluxo trançado das três hereditariedades de semboca no cérebro tri-uno, que lhe dá continuidade com criatividade cada vez mais ampla e livre para criar as três culturas, em ciclos progressivos, até chegar a criar instituições resumidas no três poderes supremos – político, econômico e reli gioso, que chamamos fluxogramas históricos triadizados. Nesses fluxogramas his tóricos triadizados, só podem constar os títulos e datas aproximadas dos ciclos que se queiram nomear, para que possa caber tudo numa página só.

5.7.1. USO DE HIPERTEXTOS

Cada título de qualquer desses fluxogramas históricos terá vínculo com um hipertexto explicativo, com no máximo duas ou três páginas. Por exemplo: se o títu

271

272 lo do Fluxograma Histórico do Brasil com vínculo de hipertexto for EMANCIPAÇÃO DOS ANGLO-SAXÕES (marcado pela cor azul ou qualquer outro signo no fluxo grama), ao acionar control+clic do mouse, aparecerá o texto explicativo:

EMANCIPAÇÃO DOS ANGLO-SAXÕES

O Renascimento era um começo do ciclo da modernidade, que coincidia com o fim do ciclo do sacro império romano dos papas. Enquanto os países e pen sadores/artistas latinos (Itália, França, Espanha e Portugal) pintavam, poetizavam e sonhavam com reformar a Igreja, os países anglo-saxões decidiram emancipar-se do império papal e, de passo, parar de pagar impostos a serviço do luxo de papas e cardeais de Roma. Na realidade, tudo começou com um desejo de reformar a teocracia. O frade alemão agostiniano, Martinho Lutero, foi-se irritando com as negociatas romanas, como a venda de indulgências para financiar o império e com os escândalos que presenciou quando esteve em Roma. Declarou-se antioficial e começou a luta: Lu tero criticando, protestando, traduzindo a Bíblia à língua alemã etc. e o subgrupo oficial de Roma ameaçando-o, excomungando-o e chamando a ele e a seus segui dores de “protestantes” (como depois os “comunistas”, e agora os “indignados”, os da “primavera árabe”, os das manifestações contra Wall Street, etc., etc. e etc.). Os políticos da Alemanha viram a oportunidade de emanciparem-se de Ro ma e defenderam Lutero com as armas. O ano de 1517 foi tomado como a data da ruptura que os papas apelidaram de Reforma Protestante porque só conheciam a linguagem religioso-teocrática. Em realidade, pelo lado civil foi uma Revolução, uma guerra civil de emancipação ou separação dos países anglo-saxões. Separa ções, secessões, independências (ou “cismas” em linguagem religiosa) ocorrem sempre. A Igreja oriental-ortodoxa se separou da Igreja de Roma, já em 1054. A Hispano-América se separou da Espanha e o Brasil, de Portugal, há 200 anos. O Paquistão se separou da Índia, Timor-Leste se separou da Indonésia, Kosovo se separou da Sérvia, em 2008 etc. O primeiro país que oficialmente proclamou a independência frente a Roma e pôs a religião sob o poder político do rei (invertendo a supremacia da teocracia por a civicracia ou, o que mais adiante se chamaria democracia) foi a Inglaterra do mulherengo Rei Enrique VIII, em 1534 (que também condenou à morte seu Chan celer, Thomas Morus, aquele que escreveu “Utopia”, por manter-se católico e não romper com Roma). A denominação das religiões nos países emancipados tomou o nome geral de “protestantes”, mas em cada país têm variações como “religião anglicana” na Inglaterra, “luterana” na Alemanha etc. A Igreja de Roma, para defender seus privilégios e sua medievalidade pro moveu longas guerras religiosas. Além disso, aferrada ao cérebro direito, e preten dendo que o cristianismo dela fosse a única religião verdadeira, decretou a expul são de judeus e mouros de seus restantes “domínios” latinos, com uma alternativa: ou se convertiam ou se iriam (diziam que era para defender a pureza de sangue ou racial; para que, se o clero católico não procriava!). A maioria se foi aos países an glo-saxões protestantes emancipados, primeiro para a Holanda que era a potência

272

273 da época, depois para a Inglaterra que derrotou a Holanda e se apoderou dos ma res e dos grandes negócios comerciais. Esta diáspora da inteligência financeira e científica de judeus (denominados asquenazes) ajudou a criar a Holanda moderna e o império britânico. Os que não puderam ou não quiseram sair tiveram que simular uma conversão pública, en quanto na vida privada continuavam com suas tradições, perseguidas pela “santa” Inquisição (a CIA ou KGB de então) do fanático dominicano espanhol, Tomás de Torquemada. Os judeus conversos marcados como “cristãos novos”, são os deno minados “sefarditas”(judeus dos países latinos ou do sul da Europa). A influência de um dos mais importantes líderes religiosos do protestantis mo, o suíço João Calvino, consagrou a doutrina da salvação garantida pelo traba lho e a prosperidade, que seriam o único indicativo com que Deus assinalava seus escolhidos. Isso era equivalente à compra de indulgências e da salvação, bem de acordo com a mentalidade comercial-financeira dos judeus, que Jesus Cristo com batia, como Moisés também, ao destruir o bezerro de ouro. A doutrina de Calvino ficou conhecida como “Ética Protestante” e foi, segundo tese do sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), o principal fator do desenvolvimento e da supremacia moderna dos povos anglo-saxões, liderados por Inglaterra. Este império britânico provocou a reação militar de Napoleão, a reação anticomercial e financeira de Karl Marx, que desembocou no socialismo protagonizado e sepultado pela URSS. A Igreja católica e seus domínios latinos permaneceram reféns do cérebro direito teocrático, mantendo o subdesenvolvimento do cérebro esquerdo (ciência) e o cérebro central (desenvolvimento e riqueza). Em matérias do cérebro esquerdo e central, os anglo-saxões se adiantaram e criaram a modernidade. É bom fazer no tar que os protagonistas dos eventos maiores da modernidade – as revoluções ci entíficas e industriais anglo-saxãs ou o capitalismo - e a revolução anticapitalista do socialismo - foram protagonizados por subgrupos judeus: a revolução capitalista por judeus oficialistas; e a anticapitalista por judeus antioficiais. Obs.: o hipertexto pode conter outros hiperlinks como faz a Wikipedia.

Se o título do Fluxograma Histórico do Brasil com vínculo de hipertexto for INDOAMÉRICA, ao acionar control+clic do mouse, aparecerá:

INDOAMÉRICA (Ex-Latinoamérica)

Os países que não são de origem anglo-saxã, estão tentando rejeitar ou superar a denominação de América “Latina”, que seria uma espécie de continuação de Europa Latina (Itália, França, Espanha e Portugal), com seu fracasso frente à Europa anglo-saxã (Holanda, Inglaterra, Alemanha, Dinamarca, Bélgica, Suíça e os

273

274 países escandinavos) desde o fim da Idade Média. Tampouco estão de acordo com que os nascidos na América do Norte se chamem americanos (nome geográfico), e os nascidos na América do Sul se chamem latinos (nome cultural), quando todos são americanos do sul ou do norte. Ademais, aqui não somos só provenientes da Europa latina; somos indígenas, negros, árabes, orientais, mestiços; somos provenientes de todos os pontos do planeta. Queremos reprogramar nossa imagem geográfica, histórica e cultural. A colonização perpetrada pela Europa Latina e pela Europa Anglo-saxã criou, segundo eles, um novo mundo. Porém, mais que um “novo” mundo, foi uma colônia, uma extensão e projeção de seus conflitos, de seus erros e de suas qualidades. Depois de 500 anos de existência não conseguimos ainda ser nós mesmos, principalmente na América "Latina". Continuamos sendo um reflexo, um eco do velho homem europeu, seja ele anglo-saxão ou latino. Por isso, queremos reprogramar o que queremos ser, redefinir nossa identidade, começando pelo nome: Indoamérica ou Ameríndia. O conceito de Indoamérica ou Ameríndia ou Euríndia (Europa+América indígena) é composto de "indígena-nativo" e "europeu-americano". Significa cultura europeia chegando aqui e cruzando-se com a cultura nativa que eles, os europeus, equivocadamente chamaram de cultura índia/indígena. Como os europeus que aqui chegaram eram mestiços árabes, então somos indo-árabe-americanos. Como depois chegaram os africanos, somos indo-árabe-afro-americanos. Como depois houve imigração alemã, italiana, chinesa, japonesa, eslava, árabe etc., somos uma síntese planetária.

Os 5 ciclos que resumem a história de Indoamérica são:

1. A primeira Ameríndia foi a pré-colombiana – 40.500 anos atrás. 2. A segunda foi a invasão europeia por Cristóvão Colombo, de 1492. 3. A terceira foram as lutas de independência lideradas por San Martin da Argentina, Bolívar da Venezuela, Morelos do México, os Andradas do Brasil etc. duzentos anos atrás (1804-1825), independência de fato só conseguida pelos EUA, em 1776. 4. A quarta foi o intento de revoluções socialistas, durante todo o século XX, sobrando Cuba como amostra. 5. A quinta é a que se está tentando gestar, com Venezuela abrindo cami nhos, sendo hostilizada pelo império judeu-anglo-americano, como outros países indoamericanos não alinhados com este império do mal. O jogo do século XX ou da Quarta Ameríndia terminou com a vitória do pa radigma mental protestante-darwinista-anglo-saxão-neoliberal monádico, em 1989 (queda do Muro de Berlim), e a “entrega” de Gorbachev, em 1991 (dissolução gra tuita da URSS). Este fato marcou o fim de um ciclo e, coincidentemente, o fim da guerra dos 500 anos dos anglo-saxões reformadores contra os latinos católicos e o resto do mundo. O Papa João Paulo II foi um valioso peão dos EUA, abrindo a bre cha da Polônia e exterminando a Teologia da Libertação da Indoamérica, como se estivesse restaurando o império papal da Idade Média. Os EUA conseguiram rees tabelecer nossa dependência por diversos mecanismos: os missionários protestan

274

275 tes, o Instituto Linguístico de Verão e as Escolas Superiores de Guerra, como polí cia ideológica; a entronização de ditaduras opressoras com a CIA, com a operação CONDOR e seus similares em cada país, como polícia paramilitar; a Trilateral e o FMI em cumplicidade com as exíguas, mas poderosas elites de cada país como polícia econômica. A essa histórica vitória, Francis Fukuyama, um filósofo a serviço do Departamento do Estado norte-americano intitulou, delirantemente, O Fim da História. Antes, a Indoamérica queria livrar-se dos EUA e, alinhar-se com a URSS. Agora já não sabe onde buscar proteção contra a voracidade do subgrupo oficial judeu-anglo-americano e seus cúmplices econômicos em cada país. Por isso, co meçou a criar suas próprias instituições e meios: Unasur, CELAC, Telesur etc. Para a América “Latina” e Caribe, tanto a proposta desenvolvimentista do capitalismo como a do socialismo fracassaram em arrancar-nos do atraso e da desproporcionalidade (injustiça tricerebral-grupal tetranivelada). É uma infelicidade para nós não termos conseguido a libertação e a reorgani zação de nós mesmos, ou seja, não termos chegado a um ser humano e umas soci edades indoamericanas distintas dos depredadores europeus e do império judeu anglo-americano. Será que se está buscando um homem novo no Oriente, na Ásia, na África, ou no mundo eslavo post-socialista? Na Europa latina e anglo-saxã e seu prolongamento que são os EUA, sabemos que não. Nós, os indoamericanos, temos que buscar novos rumos e formular algo novo, frente ao diagnóstico que temos de nós mesmos depois de 500 anos de "civilização e evangelização” europeia e norte americana.

Se o título do Fluxograma Histórico do Brasil com vínculo de hipertexto for AUTÓCTONES, ao acionar control+clic do mouse, aparecerá: POVOS AUTÓCTONES OU ABORÍGENES OU ORIGINAIS

São os povos encontrados na Indoamérica pelo invasor Cristóvão Colombo e sucessores europeus. A ciência oficialista (Europa e EUA) defende que o povoa mento daqui se deu por travessia oceânica da Ásia para cá (expedição Kon-Tiki) há uns 12.000 anos; ou que povos originários da África se teriam esparramado até aqui, antes da deriva continental (a deriva ou fracionamento dos continentes, uma teoria do geólogo alemão, Wegener, de 1915). Outros atrevidos defendem que nossos povos são seres que evoluíram aqui mesmo… É que já temos estudos científicos como os da arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon da USP, que confirmam que a Serra da Capivara (Piauí) foi densa mente povoada em períodos pre–históricos. Os artefatos aí encontrados apresen tam registros da presença do homem há 40.000 anos ou mais. A mesma arqueólo ga fundou o Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no sudeste do estado do Piauí, entre as coordenadas 8º 26' 50" e 8º 54' 23" de latitude sul e 42º 19' 47" e 42º 45' 51" de longitude oeste, que abarca os municípios de São Raimundo Nona to, São João do Piauí, Coronel José Dias e Canto do Buriti. Considera-se este Par que o mais importante patrimônio pré-histórico do Brasil.

275

276 Na chegada às Américas, os europeus (dizem que antes haviam chegado os vikings, mas que não se interessaram…) encontraram culturas autóctones muito diversificadas. Nos EUA, a história é uma; nos Andes, a história é outra com povos muito desenvolvidos em ciência, economia, urbanização, impérios maya, asteca, inca etc. Nas planícies ou savanas (leste da América do Sul) se encontraram os povos indígenas menos desenvolvidos, ditos “silvícolas”, porque habitavam a selva e ainda eram coletor-caçadores. Calcula-se que o Brasil tivesse uns 3.000.000 de habitantes à época da in vasão portuguesa. Mesmo sem as guerras de extermínio como a norte-americana e a argentina, sobraram só uns 300.000 “originários”, que vivem na selva ou em pequenas aldeias ou “reservas indígenas” (zoológicos de nativos). Obviamente, houve muita mestiçagem genética e também tricultural de todos com todos. Por is so se diz “Indoamérica” que poderia ser “Indo-Árabe-Afro-América (espanhóis e portugueses tiveram mestiçagem genética e cultural por convivência de 700 anos com os árabes ou mouros). Tanto os povos autóctones de América do Norte, bem como os Mayas, As tecas, Incas, Guaranis e outros tinham seu imaginário sobre o cosmos, sobre a ori gem da vida e do homem. Isso permaneceu em algumas lendas e, para os Mayas, ficou no Popol-Vu (uma quase Bíblia, mal comparando). Sobre sua estrutura/organização social, a Etnologia fez relatos tanto de po vos tribais, com caciques e seu poder político-econômico e xamãs com poder sa cral e medicinal, bem como do império Maya com suas pirâmides (ruinas) no sul de México, do império Asteca com suas pirâmides de Teotihuacán e do Império Incai co com seu Machu Pichu, todos lugares “sagrados” (era época do predomínio do cérebro direito que cria teocracias e lugares e ritos sagrados). Se o título do Fluxograma Histórico do Brasil com vínculo de hipertexto for INVASÃO POLÍTICO-RELIGIOSA DAS AMÉRICAS, ao acionar control+clic do mouse, aparecerá:

INVASÃO POLÍTICO-RELIGIOSA DAS AMÉRICAS E DO BRASIL

Assim redenominamos o que a História oficial (de origem europeia oficialista) denominou “DESCOBRIMENTO” à chegada de Cristóvão Colombo no Caribe e na Hispano-América em 12 de outubro de 1492 e, à chegada de Pedro Álvares Cabral, no Brasil, em 21 de abril de 1500. Outros historiadores, envergonhados com o no me de “descobrimento”, passaram a bolar outros nomes para o evento de “chega da” dos europeus. Por ocasião das celebrações dos 500 anos da Indoamérica, um nome curioso foi inventado: “encontro de duas culturas”; uma encontrou-se fazendo genocídios, roubalheira, depredação ambiental e escravização; e a outra encon trou-se com que? E dizemos invasão político-religiosa porque a invasão foi, antes de tudo, uma empreendimento econômico-político (as embarcações e o capital eram dos reis); depois, foi também um empreendimento católico porque Espanha e Portugal estavam sob a teocracia dos papas, e a expedição invasora trazia sempre algum capelão para “evangelizar” (leia-se: amansar índios e negros escravos para mere cerem salvação eterna trabalhando para enriquecer os colonizadores europeus).

276

277 Os nomes dados a montanhas, rios, comunidades e até países, eram nomes religiosos. No Brasil, os invasores portugueses chegaram ao que é hoje o estado da Bahia, no lugar batizado como Cabrália. O “evangelizador” franciscano Frei Henrique de Coimbra celebrou missa aí para os invasores e para índias e índios nus (estariam os navegadores olhando mais o celebrante ou as índias?). Este lugar tem hoje uma enorme cruz como marco histórico e atrai sempre muitos turistas (embora as poucas índias pataxós que por aí sobrevivem andam muito mal e demasiado vestidas para os “invasores” turísticos.

5.8. CULTIVO DO TRICEREBRAR: AUTOEDUCAÇÃO Você pode tomar as rédeas de seu desenvolvimento mental daqui para frente. A isto se chama cultivo dos três processos mentais, que se faz através de metas para cada um deles, em seus quatro níveis. Oferecemos uma listagem de algumas das possíveis metas de estimulação tri-cerebral, a um nível um pouco mais elevado e complexo que o apresentado nos capítulos anteriores. Não é possível mudar os três processos simultaneamente. Faça um acordo com um de seus lados e negocie com os outros dois. É sempre preciso estabelecer hierarquia ou prioridade; no cultivo também. Uma vez estabelecido o que se quer, há que operacionalizar: onde se vai fazer, quando e por quanto tempo, com quem, como, custo e resultado esperado. E escolha um exigidor, isto é, um conselheiro ou monitor a quem você deverá prestar contas diariamente. Valorize sua meta de cultivo, escrevendo-a ornamentalmente, associando-a a uma música, alinhando-a com metas mais altas para você e a humanidade. E imagine-a já realizada e prepare uma festa. Depois, ponha-se em estado de cicla gem cerebral reduzida ou de relax e repasse tudo o que você imaginou para valori zar sua meta. Isso ficará gravado/guardado no seu inconsciente; ele trabalha a seu favor, quando há pensamento positivo. Depois de dois ou três meses de atenção a uma determinada meta, pode mudar para outra. O autocultivo, a autoeducação tem que ser permanente, com metas progressivas, para quem quer inventar seu próprio futuro.

SUGESTÕES DE CULTIVO PARA AS OPERAÇÕES ANALÍTICO-LÓGICAS:

 Aprender a observar a interação e interinfluências harmônico-conflitivas no processo prestusuário da rede de sistemas, ou seja, do jogo triádico entre espé cies, pessoas, empresas, países, e a sucessão de ciclos com seus altibaixos de abundância e escassez. É a percepção sistêmico-triádica progressiva.  Adquirir e ampliar o vocabulário e a capacidade de expressão número verbal em todas as áreas da vida ou nos catorze subsistemas.

277

278  Equipar-se com algum sistema de documentação e classificação, isto é, organizar os fichários, arquivos e computadores pelos operacionais ou pelos 14 subsistemas etc. 

Manter-se atualizado, lendo revistas e livros de divulgação científica.

 Treinar-se para seguir ordenadamente os passos do Ciclo Cibernético de Feedback operacionalizado.  Conscientizar-se e fazer análise dos programas ou condicionamentos da infância, os posteriores e os atuais, começando pelo familiograma. 

Ter um plano de metas pessoais e praticar a autoautorização.

 Saber distinguir e optar entre diferentes cosmovisões ou paradigmas, is to é, entre o monádico-cartesiano-capitalista, o monádico-religioso, o diádico marxista, o triádico-proporcionalista, que são os mais gerais; depois fazer o mesmo com os paradigmas de porte médio de cada uma das esferas dinâmicas e os para digmas específicos que são os de cada um dos 14 subsistemas. Cada um tem sua “gramática” (vocabulário, sintaxe e raciocínios) geral, média e específica.  Aprender a manejar, com desenvoltura, mapas mentais como os refe renciais classificatórios, os modelos/figuras e as maquetes.  Dominar uma teoria de comunicação para defender-se da corrupção da linguagem gramatical feita pela publicidade comercial e ideológica de cada subgru po. 

Aprender a pesquisar e a ser autor-comunicador da informação produzi

da.  Ser precavido contra as armadilhas e despistamento da lógica das pala vras, dando sempre primazia à lógica da sobrevivência - a lógica de ganhar o jogo na prática - evitando que o discurso e a esfera virtual tergiversem ou substituam a esfera factual.  Proceder periodicamente a um feedback da bagagem cultural e do de senvolvimento intelectual alcançado.  Se o trabalho intelectual é em equipe, é indispensável que todos os par ticipantes façam uso das ferramentas da Ciência Social Geral: uma técnica de reu nião que faça fluir o pensamento grupal pelo Ciclo Cibernético até as etapas de planejamento; uma metalinguagem ou universo de comunicação ínter ou transdis ciplinar compartilhado pelos participantes, derivado do paradigma sistêmico triádico etc.

SUGESTÕES PARA AS OPERAÇÕES INTUITIVO-SINTÉTICAS EM ESTADO DE VIGÍLIA OU CICLAGEM CEREBRAL BETA

 Utilizar técnicas diversas de estímulo da criatividade, tais como o brains torming ou chuva de ideias, verbal ou escrita. Fazer simbolização e metaforização, como nos sonhos ou na poesia, em que o real se expressa por outras imagens com algum tipo de afinidade ou associação. Futurição: exercícios de previsão ou desdo

278

279 bramento de situações atuais. Humorização: achar o lado festivo ou humorístico dos fatos comuns. Utopia: criar mundos, países e cidades, instituições, pessoas e situações desejáveis embora irrealizáveis no momento, como ficção científica. Fisi onomismo: exercícios de captação instantânea de figura e rasgos de alguém. Au toestética: exercícios de autopercepção apreciativa, harmonizadora e congratulató ria de cada parte do corpo. Salmo-poema individual ou comunitário: é expressar-se em forma de poesia e prece em torno a algo percebido estética e misticamente.  Ser usuário das diversas manifestações artísticas, expor-se a elas. Ten tar expressar-se através de algum tipo de arte: declamação, pintura, desenho, ma nipulação de massinhas, decoração, psicodança, cinésica, criação de objetos de uso pessoal, participação em sociodramas, ou psicodramas, condecoração, práti cas de relaxamento, ênfase em realizar-se no minuto presente para ser feliz etc. 

Levar vida afetiva intensa e compensadora.

 Desprogramar hábitos mentais, corporais, ritualísticos e recriar outros. Praticar suspensão temporal do juízo de falso ou verdadeiro.  Fazer exercícios de imitadores, rebatizar objetos e acontecimentos, e re fazer ou ampliar provérbios. Fazer duplicodificação: situar-se na perspectiva e lin guagem subgrupal oposta ao original e inverter palavras e sentido de algo. Pode-se fazer triplecodificação tricerebral e subgrupal. Reescrever os diálogos de revistas em quadrinhos ou novelas. Dialogar com a televisão. Refazer ou revigorar um texto buscando expressões mais fortes. Fazer amplificação planetária: tomar um símbolo e atribuí-lo ao planeta como átomo, biblioteca, templo, supermercado, formando a frase “o planeta é um átomo”, "o planeta é uma biblioteca" etc. Praticar o papel de animista de um jogo triádico determinado, que é falar em nome de cada um dos subgrupos, pessoas, animais ou coisas. Há quem recorra à “química cerebral ou psicológica”, aproveitando elemen tos do ambiente como cores, música, locais preferidos, horários preferidos, odores etc. Essas sugestões podem ser realizadas através de funções ou papéis distribuí dos entre os membros de um grupo. Em ciclagem alfa, theta e delta ou estado com ciclagem cerebral reduzida (que se tratará no próximo capítulo 6) se obtêm resultados mais avançados embora de condução e controle mais difíceis. Cada um pode pesquisar e descobrir sua química psicológica ou cerebral apropriada, que não seja dependente dos atuais psicotrópicos, pois a médio prazo resultam degenerativos. Trata-se de identificar si tuações, lugares, horários, condições, pessoas, ritos, métodos, recursos, progra mação de sonhos, silêncio, meditação, relax, jejum etc. para estimular a criativida de ou a atividade tricerebral geral e harmônica. Pode-se com isso adquirir algum controle do processo heurístico, criativo, provocando-o, em vez de esperar a inspi ração aleatoriamente.

SUGESTÕES PARA AS OPERAÇÕES FISIOLÓGICO-MOTORAS-OPERACIONAIS

 Educação para o autocontrole do organismo, como educação física, yo ga, resistência ao cansaço, ao sono, ao calor, ao frio, ao trabalho, à dor física; isto

279

280 é, endurecer-se. Saber e praticar dietas alimentares e exercícios físicos e de saú de. 

Agudização e afinação dos 5 sentidos, com o exercício de sensibiliza

dor.  Prática da interação e intercomunicação com o mundo físico-químico, com o mundo vegetal, com o mundo animal, viver um pouco de tempo no campo e fazer de tudo aí, e ser cada vez melhor com aparelhos mecânicos e eletrônicos. Comprometer-se com as questões ambientalistas.  Exercitar-se ao máximo no mundo do trabalho manual, intelectual e ar tístico. Familiarizar-se com o mundo dos negócios, empresas, com o valor da moe da, bancos, bolsas, burocracia, com as viagens etc.  Aprender técnicas de decisão, de planejamento, de administração, de organização, de mudança, de guerra.  Meter-se com gana na luta pela sobrevivência, sem cerimônias, dentro das regras do jogo ou padrões éticos vigentes, ajustando-se evolutivamente. 

Reciclar-se profissionalmente para escalar todos os níveis da carreira.

 Entrosar-se na comunidade através de órgãos de classe, movimentos sociais ou partidos políticos.

5.9. ESTIMULANDO SEUS TRÊS CÉREBROS ADMIRADOR. Ponha-se frente a algo ou alguém com a intenção de encontrar algo original, diferente ou surpreendente, descobrir algo a admirar nessa pessoa. Esqueça o que não lhe interessa, o que não gosta. Não leve isso em conta. Detenha-se naquilo que merece ser admirado e desfrutado; e diga isso em voz alta ou mentalmente e faça um gesto de carinho ou admiração, de elogio, de louvor. Proceda da mesma maneira com tudo o que encontre pela frente, até com você mesmo. Reaprenda a desenvolver seu sentido de admiração, de assombro. Uma olhadinha no seu lado SUPERSTICIOSO. Que superstições tem você? Que superstições têm seus vizinhos, seus ami gos? Dê uma olhada curiosa nisso, porque são prisões para seu cérebro direito. Autorize-se a sair destas superstições, passando-as pelo crivo de seu cérebro es querdo, crítico, analítico. Supere este passado, e sinta-se mais livre.

SENSIBILIZADOR: Exercício de agudização dos sentidos. Se você estiver muito embotado, faça uma dieta intensiva de vegetarianis mo, relaxamento, meditação, e seus sentidos voltarão a ficar mais agudos, afiados. Ou, então, simplesmente ponha-se a escutar com atenção todos os possíveis sons. Faça a mesma coisa com seu paladar, descobrindo todos os possíveis sabores ácidos, os alcalinos etc. Faça isso com todos seus sentidos e repita, repita, repita, porque estamos quase com calos nos sentidos. Não percebemos senão o que é estrondoso, o que é exagerado, o que é super. Sem boa percepção dos sentidos, não haverá dados para alimentar seu CCF e os referenciais classificadores.

280

281

AUTOPERCEPÇÃO SENSORIAL. Significa redescobrir seu corpo com os cinco sentidos. Contemple-se a si mesmo. Parte por parte. Trate de identificar sons, odores, sabores, enfim, tudo o que há em seu corpo, em seu sistema. Isso é autopercepção sensorial, um exercí cio ótimo para recuperar e revalorizar seu corpo. Irá descobrir com surpresa o quanto seu corpo está loteado, cada parte submetida a controles externos. Revise e vai esbarrar numa série de ordens e comandos sobre as partes que pode ou não tocar, cheirar, lamber, curtir etc. Há partes declaradas boas, e outras partes “más”. Esta classificação não interessa a você de nenhuma forma; isso só interessa aos que tenham o controle remoto sobre essas partes de seu corpo. Não existem par tes boas ou más, todas são aproveitáveis, todas são dignas. Trate de fazer uma re cuperação da beleza, da nobreza de todas as partes de seu organismo. Ao diabo com os controladores de seu corpo.

OBSERVADOR EXTRATERRESTRE É a ficção de situar-se em algum ponto da estratosfera e observar com o “eu superior” o que acontece “lá embaixo”, vendo a você mesmo em diferentes situa ções para descrever com metaconsciência o que fazemos, o que sentimos e o que sabemos. Metaconsciência ou metacognição é saber o que sabemos, sentir o que sentimos, fazer atentamente o que estamos fazendo. Quando atuamos como ob servador extraterrestre, desenvolvemos o “eu superior” que é a conquista da meta consciência ou do meta-tricerebrar.

281

282

CAPÍTULO 6 SUPERENSINAGEM, AUTOCONDUÇÃO E COMPROMISSO HISTÓRICO

"No há santidade sem um cérebro desenvolvido" (T. de Chardin)

282

283 6. CONTROLE MENTAL PARA A SUPERENSINAGEM Além do “Método de Ensinagem” apresentado no Capítulo 5, vamos apre sentar um recurso muito importante: o FLUENCIR, que é uma sigla de Fluxograma da Energia Neuromodular em Ciclagem Reduzida. É um conjunto de passos para regular as ciclagens eletromagnético-químicas do cérebro, segundo a situação exi ja combate, reflexão, ou relax. “velocidades O cérebro ou marchas” pode funcionar como oem motor diferentes de um carro. E cada uma tem potencial e rendimento típico. toindução aqui brais.se Pordenominam a isso taisa necessidade “velocidades ondas ou de ouciclagens aprender marchas”a cereque au-

ciclagens Vamos ou marchas memorizar cerebrais. o nome das diferentes

Fig. 77. Ondas/ciclagens tricerebrais

As do cérebro central são: ondas gama que vão de vinte e cinco ciclos por segundo até trezentos, criando o estado mental de excitação, pressa, hiperatividade, urgência, violência, stress etc. As do cérebro esquerdo se denominam ondas beta, que são aproximada mente de catorze a vinte e quatro ciclos por segundo, criando o estado mental de vigília, atenção e alerta consciente, que é propício para o estudo e a reflexão. As do cérebro direito se denominam ondas alfa, theta e delta, e constituem o que se convencionou chamar de ciclagem reduzida, que são os estados mentais em que ocorrem os chamados fenômenos paranormais ou parapsicológicos. Se diz também estado de relax, concentração ou interiorização, sem ter que estar dormin do, como quando se está orando ou contemplando a lua ou um pôr-do-sol. A dis tração ou fantasia de alunos pode ser uma fuga do estado beta para alfa. As ciclagens ajudam a entender e administrar os estados de sono e insônia. Quando as ondas eletromagnético-químicas do cérebro oscilam aproximadamente entre oito e treze ciclos por segundo, criam o estado mental alfa ou de sono super ficial; quando as ondas oscilam aproximadamente entre 4 e 7 ciclos por segundo, denominam-se ciclagem theta, criando o estado de relaxamento e sono médio; quando as ondas oscilam aproximadamente entre 0.5 e três ciclos por segundo, denominam-se ciclagem delta, criando o estado mental de relaxamento e sono pro fundo. Abaixo disso, ocorre o estado de coma induzido ou de enfermo. Outras teorias não distinguem estes três tipos de ciclagem e dão ao conjunto deles nomes genéricos como hipnose, letargia, sofrologia, estado alterado de consciência, percepção extra-sensorial etc.

283

284

Fig. 77.1. Ciclagens tricerebrais e o sono

Como a sociedade atual vive e obriga a viver em estado mental gama, que é altamente consumidor de energia e produz stress crônico, vale a pena fazer os exercícios que nos ajudam a viver em ciclagens mais confortáveis e saudáveis. Pa ra a ensinagem, o estado mental gama, aquele em que as crianças voltam esbafo ridas do recreio, é contraproducente. A ensinagem começa a render em estado mental beta. Mas é principalmente em “ciclagem reduzida” que se conseguem a superensinagem e outros benefícios, alguns dos quais estão mencionados no pas so 7 do FLUENCIR, adiante. A regra para a superensinagem é: primeiro se estuda o que se quer assimilar, em BETA, conscientemente; depois, entra-se em estado de ciclagem reduzida para “guardar” ou gravar o aprendido no inconsciente. A ciência já comprovou que a memória de longa duração é sedimentada en quanto dormimos. Mas dormir é induzir o cérebro à ciclagem reduzida, o que pode ser feito durante o dia, quando se domina a técnica. Esta é uma prática comum en tre praticantes de artes marciais e outros esportes, com muito bons resultados. Não há magia alguma nisso; apenas técnica de respiração e autocontrole.

284

285 FLUENCIR - FLUXOGRAMA DA ENERGIA NEUROMODULAR EM CICLAGEM REDUZIDA. 1. AUTORIZAÇÃO

É a autopermissão do cérebro para aceitar a mudança de ciclagem. Quem não tenha controle começa por hétero-autorização. Determina-se a tarefa que se realizará no passo 7, em estado de ciclagem reduzida, e o tempo para cada um dos passos que conduzem ao passo 7.

2. POSTURA

Todos os que trabalham em ciclagem reduzida são cuidadosos nisso: postura para relaxar, para concentrar-se, meditar, orar, dormir, “penetrar noutras dimensões”.

3.RAÇÃO RESPI-

Respirar profundamente de 3 a 5 vezes, pelo diafragma, sem mover peito e ombros, em ritmo cada vez mais lento. Isso é indispensável para relaxar.

4.DE COMANDO RELAX

Para quem não controle isso, dão-se comandos assim, em tom carinhoso: solte os pés, relaxe, deixe-os caídos etc. Repete-se isso com cada parte do corpo, em qual quer ordem. Intercalam-se frases como “sinta-se bem”, sinta prazer em relaxar”.

5. REFLEXO OPERATIVO

Propõe-se um acordo para usar um determinado símbolo ou código para marcar a passagem de Beta a Alfa. As religiões e outros praticantes de ciclagem reduzida já têm seus reflexos operativos preestabelecidos como - mantras, preces, cantos, rit Criação de co mos de tambores, música, tarô, pêndulos etc. Podem-se estabelecer reflexos simples mandos trice e não tão permanentes, como: “vou contar de 1 a 5, que é dirigido ao cérebro es rebrais para reduzir a cicla querdo. Pode ser: vou pôr uma música suave e acender um incenso que é dirigido ao cérebro direito. Pode ser: vou pressionar seus ombros, vou tocar seu plexo solar, vou gem cerebral massagear sua hipófise que é dirigido ao cérebro central. Escolhe-se o que mais agrade ao induzido. Há que repetir o comando escolhido umas três vezes ou gastar uns minutos para criar o reflexo operativo. 6. ACIONAR O REFLEXO OU COMANDO COMBINADO

7. TAREFAS EM ESTADO DE CICLAGEM REDUZIDA

Avisa-se que se vai começar; e se executa o que foi combinado, acompanhando com sugestão de que se está relaxando e entrando em alfa. Intercalam-se algumas frases como “relaxe mais, sinta-se bem”. Executado o reflexo, declara-se que está em esta do mental alfa, com capacidade sensitiva e de percepção extra-sensorial. Ordena-se a execução da tarefa que se havia proposto. O mais importante é a auto reprogramação mental como apagar programas prejudiciais e estabelecer os desejá veis, por sugestão repetida. Nesse estado de ciclagem reduzida podem ocorrer os fenômenos e manifestações dos sensitivos, médiuns, milagreiros, adivinhos etc., que, segundo cada corrente são “fenômenos parapsicológicos” ou “fenômenos sobrenatu rais, espirituais”. Alguns dos fenômenos que ocorrem pelos 3 Cérebros: - pelo cérebro esquerdo: aprendizagem acelerada; dom de línguas; telepatia; psico grafia; compreensão súbita, estalo etc.; - pelo o cérebro direito: clarividência; clariaudiência; dom de profecia; meditação; vi sões e êxtases espirituais; experiência estética e mística (integração no todo); pro gramação para o êxito etc.; - pelo o cérebrocentral: regressão etária; hiperdinamismo; incorporação, “posses são”; bilocação (“saída” do corpo, “viagem astral”); insensibilização à dor, curas; levi tação; telecinese (mover objetos a distância); transmutação energética etc. Isso tem mais espetacularidade que utilidade. O mais importante é usar a ciclagem reduzida para a ensinagem, autoprogramação e autotransformação.

8. REFLEXO É um acordo para usar um símbolo ou código para elevar a ciclagem ou retornar a DERETORNOABETA Beta. O mais simples é inverter o reflexo usado para reduzir a ciclagem. Há que repe

ti-lo umas três vezes. 9. ACIONAR O REFLEXO

Avisa-se que se vai começar o retorno; e se executa o combinado. Deve-se fazê-lo lentamente, observando o ritmo do induzido, usando frases como “sinta-se bem”, vamos retornando”.

10. FEEDBACK Verificar o grau de bem-estar e a consciência ou ideia que o induzido tem do nível al DA EXPERI fa: se o atribui a seu autocontrole ou aos poderes do guru, do professor, do bruxo, ÊNCIA sacerdote, médium, ou outras concepções mágicas. Discutir isso. Esclarecer. Treinar

até que cada um possa fazê-lo sozinho. Cada um tem que ser seu próprio bruxo.

Fig. 77.2. Autocontrole de ondas cerebrais alfa, theta, delta

285

286 6.1. O QUE SE PODE CONSEGUIR COM A SUPERENSINAGEM? AUTOCONDUÇÃO em 4 níveis para todos os ciclos do Fluxograma da Vida

O currículo, a didática e os métodos de formação dos quatro níveis de cada lado do cérebro e suas conexões horizontais e transversais que formam o CCF, são os de sua sociedade, os de sua cultura e são transmitidos, bem ou mal, pelas agências formadoras: família, religião, escola, telinhas, ambiente comunitário, em presa, mercado, Estado etc. Os currículos atuais são desproporcionalmente acadêmicos, intelectuais ou de cérebro esquerdo. Nossa proposta supõe um currículo que inclua proporcional mente os 3 cérebros e 3 culturas correspondentes, segundo a idade, segundo a carreira etc. - Supostamente, a educação familiar-escolar-étnica elevaria o potencial tri cerebral hereditário do nível 1 a um nível 2 pelo ensino fundamental; a educação universitária, a experiência e a participação em movimentos culturais sérios eleva riam o potencial a um terceiro grau de desenvolvimento; a pós-graduação, o esfor ço pessoal, o cultivo por meditação, por maturidade, elevariam esse potencial trice rebral a um quarto grau de desenvolvimento e mais. Quem dera! Os cérebros cen tral e direito são quase esquecidos, pelo endeusamento do esquerdo (da razão).

TIPOLOGIA INICIAL do CÉREBRO ESQUERDO em seus 4 níveis  O Nível 1, também chamado de execução, faz de você um comunicador, ouvinte, perguntador e intérprete do que escuta ou lê; faz de você um aprendiz de leitura e aritmética, um aprendiz de informação e comunicação, um executor de ins truções que vêm de cima, um principiante na Gramática Verbal-numeral.

286

287  O Nível 2, também chamado de supervisão, faz de você um observador, comparador, classificador e memorizador de tudo o que existe, distinguindo cores, tamanho, peso, textura, sons, sabores, odores, idade, funções etc.; faz de você um classificador de palavras e assuntos em ordem alfabética, numérica ou qualquer outro esquema classificador para arquivos impressos ou informáticos, através de conceitos verbais ou quadros estatísticos etc.  O Nível 3, também chamado de assessoria técnica, faz de você um pes quisador, buscador de informação para além das aparências, conhecedor de méto dos de pesquisa, de indução, dedução, um processador de informação, organiza dor de dados em fórmulas estatísticas e matemáticas, um formulador de diagnósti cos e teorias específicas de um dado campo de conhecimento ou problemas; faz de você um pensador e um autor científico em sua área de especialização por ter bem estruturado e treinado o processo mental referente ao cérebro esquerdo.  O Nível 4, também chamado de mentalização e direção, faz de você um filósofo, pensador geral, mentalizador, relacionador inter e transdisciplinar da cultu ra educacional-científica, da cultura político-econômica e da cultura artístico espiritual; faz de você um questionador global e sem tréguas, um construtor de teo rias gerais, um observador “extraterrestre”, um reformador das três culturas.

TIPOLOGIA INICIAL do CÉREBRO CENTRAL em seus 4 níveis  O Nível 1 do cérebro central faz de você um lutador, competidor, impul sivo, instintivo, na disputa por parceiros sexuais e por meios de sobrevivência; faz você ter coordenação motora, saúde, resistência ao esforço, à dor, ao cansaço, um conhecedor da Gramática do Corpo e do trabalhador manual.  O nível 2 do cérebro central faz de você um trabalhador profissional, or ganizado, disciplinado, eficiente; faz de você membro de uma equipe, capaz de uti lizar tecnologia e seguir rotinas, capaz de tomar iniciativas e solucionar problemas como líder em sua área, ou trabalhar e conduzir-se com certa independência. Co meça a conhecer o mercado, os negócios e a Gramática do Dinheiro.  O nível 3 do cérebro central faz de você um planejador, capaz de inte grar informação, criatividade e factibilidade; faz de você um assessor técnico, um conselheiro, um tecnocrata, um orientador para a prática, um avaliador, um criador de novos produtos de mercado; faz de você alguém com espírito de aventura, de risco, e capaz de transformar sonhos em realidade; faz você hábil nos caminhos da prática para teoria e da teoria para a prática.  O nível 4 do cérebro central faz de você um administrador, um estadista, um organizador, um mobilizador que faz convergir pessoas e ações em resultados práticos e financeiros; faz você transformar-se em líder, em motivador de iniciati vas, um portador de percepção realista dos fatos e expectativa otimista do futuro; faz de você um expert em mercado, em recursos humanos, em negócios, investi mento, em produtividade e riqueza.

TIPOLOGIA INICIAL do CÉREBRO DIREITO em seus 4 níveis  O Nível 1 do cérebro direito faz você sensível, afetuoso, amável, apega do a pessoas e mascotes, um enamorado; faz você fiel, dedicado, generoso e de fácil e agradável convivência com os amigos, mas distante com seus não-amigos;

287

288 faz de você um romântico, apaixonado, capaz de pôr-se no lugar de outros e gerar empatia; faz você ter muita expressão corporal e espontaneidade, porque está no início da Gramática Emocional-artística.  O Nível 2 do cérebro direito faz de você um criativo, bem humorado, ale gre; faz de você esportista, equipista; faz de você artista, uma pessoa de bom gos to, elegante, dedicada ao lado positivo da vida, ao desfrute.  O Nível 3 do cérebro direito faz de você um ético, comprometido pesso almente com tudo e todos, ecologista, humanista; faz de você um sensitivo com acesso aos fenômenos da ciclagem reduzida; faz de você um meditador, reverente com a vida e com seus mistérios; faz você ter visão de futuro, prever tendências e ter premonições, o que o leva a ser um bom estrategista.  O Nível 4 do cérebro direito faz de você um visionário com uma utopia para a vida, para o mundo; faz de você um místico, um espiritualista em busca do sentido final/universal de tudo, inclinado a seguir tradições espirituais místicas; faz de você um poeta, capaz de alegorias e metáforas para suas contemplações e ex periências místicas.

6.2. PARA O DESENVOLVIMENTO dos quatro níveis do cére bro esquerdo. O nível 1 do currículo do cérebro esquerdo começa pelo balbucio e as pri meiras palavras. A mãe ou a pessoa encarregada da criança é quem lhe ensina a falar. Por esta razão se diz “língua materna”… Esta linguagem está condicionada por um meio social, um subgrupo ou classe a que a família pertence, mas seguindo a sintaxe hereditária. A criança vai introjetando o universo que tem a seu redor, através das palavras, das frases e dos raciocínios ou trilhas mentais que são insta ladas em seu cérebro esquerdo no nível um. Aprende frases pré-fabricadas, pro vérbios, slogans, citações bíblicas e usa tudo por livre associação de ideias. Há uma tremenda deficiência de iniciação precoce à topologia, à geometrização, e à quantificação em números. Falta integrar tudo do nível um, em um único conceito: iniciação número-verbal ou alfanumérica. O nível 2 é a organização da informação, aprender a usar uma lista telefóni ca, uma agenda, pôr em ordem ou arquivar documentos no ambiente doméstico, usar a classificação decimal universal das bibliotecas etc. Poucos passam do nível de livre associação de ideias ao uso de referenciais, que são esquemas classifica dores de informação, como os quatro fatores operacionais que é o referencial mais simples que há. A comunicação pelo livre-associacionismo, pelo falar aleatório e caótico do discurso linear sem referenciais é menos eficaz, mais longa e confusa. A utilização de esquemas classificatórios, de mapas mentais e maquetes se aprende muito pouco na escola; aprende-se mais no ambiente de trabalho, com a experiên cia. A escola está bastante atrasada neste aspeto. O nível 3, de produção científica, lógica, é o desenvolvimento de um pen samento crítico e investigativo próprio, como autor intelectual. A escola e a univer sidade assumem este nível através de disciplinas científicas, com seus conceitos e seus métodos específicos, lineares e unilaterais, que se dizem cartesianos. Tam bém se diz paradigma monádico, fragmentador, dissociador. A universidade mar

288

289 xista, de pensamento diádico, crítico, está em extinção ou está emigrando para o paradigma neoliberal anglo-americano. Falta visão sistêmica, inter, transdisciplinar e supradisciplinar, falta integração dos diversos tipos e campos dos saberes das Ciências Sociais e Humanas. Pela ineficiência e o atraso da universidade, o de sempenho intelectual e a racionalidade estão minguando. A pesquisa está sendo desenvolvida em laboratórios das multinacionais, mas só a que visa ao lucro. A ex tensão, ou inserção da universidade na sociedade, seria quase nula, não fosse pe los profissionais quase sempre individualistas que se graduam. A integração uni versidade-comunidade teria que ser por convênios, contratos de prestação de ser viços, de pesquisa, de consultoria e não de assistencialismo social ou cruzadas ju venis. Por isso se justifica a investida governamental de avaliação, reacreditação e redesenho da universidade e da educação em seus 4 níveis. Oxalá fosse para tor ná-la sistêmica, tricerebral, triadizada, comunitária, proporcionalista... O nível 4 é o da Epistemologia que reapareceu recentemente como filosofia da ciência, como filosofia do conhecimento geral e de cada disciplina. Este nível é muito pouco elaborado e muito pouco divulgado. Em termos gerais, o desenvolvi mento do nível epistemológico vai-se dando com o passar do tempo, com a acumu lação de experiências por parte dos profissionais do cérebro esquerdo que sejam mais críticos e que tenham vocação inter e transdisciplinar e holística. Essa crítica às três culturas - do conhecimento, da economia e das religiões - vai crescendo à medida que se dá a deterioração do modelo tradicional da especialização, das re lações socioeconômicas e ecológicas, das propostas religiosas e o surgimento de novos paradigmas, da inteligência artificial, do movimento ambientalista, da pre sença do movimento oriental de meditação etc. Para forçar o encerramento do ciclo marxista de educação crítica e libertadora, como a de Paulo Freire, os triunfadores anglo-americanos estão publicando livros como “A Arte Zen de Consertar Bicicle tas”, “O Mundo de Sofia” e o mais simplório de todos “Filosofia para Crianças”. Ser vem para rir-nos da “cruzada cultural” do neoliberalismo. Neste nível quatro é onde se refutam os velhos paradigmas e se propõem novos. Podemos distinguir as três fases do fluxo sistêmico na análise de um para digma e seus usos, que são input-transformação-output.

 Na fase de input, chama-se paradigma-instrumento, que são as suposi ções básicas ou fundamentais de qualquer proposta. O paradigma-instrumento ou input do pensamento dos religiosos é o conceito de Deus e da criação do mundo; tudo o mais deriva disso. O paradigma-instrumento ou input do pensamento dos marxistas é o conceito de materialismo dialético que se expande por ziguezagues de tese-antítese e síntese; tudo o mais deriva disso. O paradigma-instrumento ou input do pensamento sociocibernético é o conceito de matergia que se expande como sistema tri-uno; tudo o mais deriva disso. Qualquer paradigma e a linguagem

289

290 em que se expressa tem como fonte a intuição inata/hereditária de que tudo segue um fluxo sistêmico – input/sujeito, transformação/verbo, resultado/objeto; ou causa processo-efeito; ou começo-meio-fim.  Na fase de transformação, realizam-se pesquisas, experiências e teoriza ções que, obviamente, estarão condicionadas pelo paradigma-instrumento usado, sua linguagem, ferramentas e mentalidade. É a chamada “lei do instrumento”.  Na fase de output, chama-se paradigma-produto que são as teorias, os modelos e as propostas sobre o mundo físico, animal, humano, familiar, político, econômico e espiritual que daí se derivam, e que se explicam por meio de referen ciais, modelos e maquetes que se esclarecem pelo discurso, e se justificam através da ideologia ou marketing de cada subgrupo. O esforço epistemológico se concentra, hoje em dia, no debate sobre a questão dos paradigmas mentais, que são o monádico, o diádico e o triádico, e não nos muitos livros de história da filosofia em forma romanceada. Serão, estes livros de “filosofia” publicados pelos neoliberais, pura coincidência ou serão um esforço intencional de restabelecer o pensamento monádico clássico, golpeado pelo pen samento diádico marxista, recém-derrotado? Para uma muito simplificada ideia do que seja o debate sobre os paradigmas, apresentamos este esquema comparativo.

6.2.1. PARADIGMAS COMPARADOS PELOS OPERACIONAIS

PARADIGMA MONÁDICO-NEOLIBERAL OPERACIONAIS PARADIGMA SISTÊMICO TRIÁDICO sensorial, tocar, e sando Fronteiras países. medir, ao positiva, epragmatismo, Sódivisórias pesar, existe que controlar, aentre se realidade o utilitapossa seres vi- condensa-çãodamatéria ESPAÇO: espaço e do A energia forma os sistemas tri

unos, que se interligam por inputs e outputs, com limites ou frontei ras que se interpenetram. Os sis temas formam uma rede usupres rismo. do próximo pela estuda animais. mais leiOda o aos apto, ser seleção condicionamento animais humano e pornatural Skinner por é situado Darwin ouque de lei tadia universal vertical, horizontal, transversal, trançada, com orga nização e manifestação ondulató ria, fractal, a nível quântico, bio lógico, mental, grupal, societário, planetário etc. história As coisas se aparecem repete, fazpor movimentos acaso. A CRONOLO-GIA: Os sistemas estão sempre em movimento transformativo de cânica ton.relógio Busca-se celeste de aceleração acordo ou teoria com de doaNewtemme- Movimento,evolução, prazos evolutivo, por ciclos ondulatórios

ou po, damáximo distâncias mento velocidade e a eficiência no prazo paramínimo. encurtar rendi-

regulares, irregulares, em escalas recorrentes. Cada ciclo é uma epigênese ou ramificação diádica ou triádica do anterior, sem fim, com probabilidades de progredir, regredir, perder-se.

290

291 o oficialismo rada da mental ridade é Busca dooligopólio mo. a ideologia criação. império, Qualquer patologia. omáxima, de número ondas não busca e Imposição o docontrole divergência absolutismo. O um um, patrão, oficialismo gama ahomem concentração, só uma poder éedo do considesó beta. éque chefe, máxiautooque nível rei O o Dinamismo,conflito, convivên-cia.Direcionamento PERSONA-GENS: Os agentes, as forças, os sujeitos de qualquer realidade se movem por 3 posições formando três subgrupos: OFICIAL regente; ANTIOFICIAL divergente; OSCI LANTE convergente que, às ve zes se isolam, outras cooperam, outras competem no formato dois contra um. A democracia, a con vivência será triádica, proporcio nal, interdependente, comple mentar. mercado desculpa Crises permanentes. blemas, cioeconômica Adam como mão ros, são Tudocasuísmos. gócios, cráticos, para invisível em Smith, de visando monetarizados, tudo é ponham linha função produção o quesubgrupo que da Ciência, de éa A ganhos Providência de montagem. separado, ordem natureza, do tudo linguagem etrabalho, distribuição tempo país, subdivide oficial. maximono financeiou todo. ou tudo pronesode A o a Produçãoedistribuição dosmeiosdesobreviPROCEDI-MENTOS: vênciaereprodução. Os sistemas são movidos pela busca e acumulação maximocrá tica de tri-satisfatores. É necessá ria regulação entre os subgrupos para manter-se nos limites da proporcionalidade distante dos extremos da neguentropia maxi mocrática e da entropia minimo crática. Para isso os sistemas vêm equipados com um dispositi vo regulador, chamado Ciclo Ci bernético de Feedback, ao qual se agregam referenciais, e uma nova linguagem sistêmica e inte gradora: a Ciência Social Geral. das, Seresavulsas em unidades ou pouco isoladas, relacionadas. separa-

RESUMO ESPAÇO

Fluxo linear, progressivo.

CRONOLOGIA al. Propulsão monádica, única, individu- PERSONAGENS

Disputa forte no mercado. maximocrática: lei do mais PROCEDIMENTOS

Tudo é sistema formando uma só rede. Tudo está em fluxo probabilístico, não linear, em ciclos. A propulsão é triádica, por 3 subgru pos. A disputa necessita feedback triádi co proporcionalista.

“NÃO VEMOS AS COISAS COMO SÃO; VEMOS COMO SOMOS”.

A família ignora que está desenvolvendo um currículo, tido como oculto, de formação e de direção dos três processos mentais, partindo dos processos básicos hereditários e chegando até os máximos níveis culturais. Seria muito importante que soubesse o que está fazendo. E a escola sabe o que está fazendo? A escola faz um currículo chamado acadêmico, de disciplinas muito teóricas que se vão fragmentando e subdividindo com o tempo e que se vão chocando, anulando, com métodos diferentes, com didáticas contraditórias, e multiplicando, obscenamente, linguagens paralelas. A pessoa recebe um treinamento de cérebro esquerdo e central tão confuso, fragmentado, disperso e pobre em pensamento e operatividade que, muito dificilmente, poderá montar num todo como se monta um

291

quebra-cabeça. A cabeça fica como uma panela de macarrão ou um frasco de mi nhocas retorcendo-se, isto é, um emaranhado mental, sem saber onde está o co meço, o meio e o fim. Pessoas assim dificilmente chegam ao equilíbrio mental e ao êxito profissional. O que está dito acima deveria ser entendido no currículo fundamental. Como não se pode abolir o currículo racionalista dado pela Revolução Francesa e que pa rece eterno, intocável, tudo que se expôs até aqui pode servir para saber o que fal ta no atual currículo educacional e propor ensinagem complementar dentro ou fora da escola.

6.2.2. PARA O DESENVOLVIMENTO DOS 4 NÍVEIS do CÉREBRO CENTRAL

Nível um. Desenvolvimento corporal. Saúde. Manejo do ambiente. A família, a religião e a Pediatria controlam o desenvolvimento biológico, a motricidade, a agressividade, a combatividade por comida e bem-estar, a sexuali dade da criança desde seu nascimento, tudo inato ou hereditário. Geralmente, a agressividade inata não se converte em combatividade positiva. Anula-se, porque a criança é domesticada, mimada, romantizada pelas mães, perdendo assim a capa cidade de competição, de iniciativa e confiança em si mesma. Um lobo domestica do ou cordeiro. São as janelas de oportunidades que se fecham ou que são recal cadas, segundo S. Freud.

NÍVEL 2. Dinheiro, consumo. Vida em grupo, liderança. Vocação. Sexu alidade. Depois do nível biológico, reptílico, vem este nível dois que é da profissiona lização, da capacitação para o trabalho em equipe e o mercado, busca de autossu ficiência. A profissão é dada em parte pela família, em parte pelo meio ambiente e, para quem tem sorte, é dada pela universidade. As profissões ou vocações brotam no lado mais desenvolvido do cérebro. Evidentemente, há razões econômicas para escolher uma profissão, como quando se especula para descobrir a mais rentável; há razões de prestígio, há razões familiares como continuar o negócio ou a tradição da família. E há razões para contrariar as razões familiares, segundo o jogo triádico doméstico. Mas, em tudo isso, prevalecerão as funções mentais mais desenvolvi das em cada nível dos três cérebros. Por isso, no Capítulo 1 apresentamos algumas carreiras de nível superior, organizadas ao redor dos três cérebros. Ao redor do cérebro esquerdo estão ou de le nascem: administração escolar, analista de sistemas, antropologia, astronomia, biblioteconomia, ciências contábeis e atuariais, ciências econômicas, ciências soci ais, comunicação, controle de voo, demografia, diplomacia, direito, eletrônica, filo sofia, física, geografia, história, jornalismo, letras, matemática, meteorologia, psico logia, psicopedagogia, química, sociologia, topografia, telecomunicações, tradução, secretariado etc. Ao redor do cérebro central estão ou dele nascem: administração de negó cios, agrimensura, agronomia, assistente social, biologia, ciências biomédicas, co mércio, economia doméstica, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, hotelaria, engenharias, carreira militar, nutrição, ortoóptica, petroquímica, odontolo

292

gia, pilotagem, polícia, radiologia, terapia ocupacional, veterinária, zootecnia leiloei ro etc. Ao redor do cérebro direito estão ou dele nascem: arquitetura, artes cê nicas, artes gráficas, artes plásticas, artes audiovisuais, canto, cerimonial, coopera tivismo, cinematografia, coreografia, cosmetologia, dança, decoração, desenho in dustrial, ecologia, literatura e poesia, esteticista, figurinista, fotografia, heráldica, ilustração, joalheria, marketing, museologia, música, numismática, parapsicologia, protocolo, rádio e televisão, relações humanas, relações públicas, restaurações, teologia, turismo, urbanismo, vida religiosa etc. Cada carreira tem pelo menos 4 níveis de capacitação, desde o mais gené rico e básico até o mais altamente especializado. A distribuição das profissões ao redor dos três cérebros é uma primeira triadização. Depois, para cada carreira ha verá uma segunda triadização, que indicará as três faces ou ramificações gerais de cada carreira. Para ter uma melhor compreensão de uma carreira será necessário ir pelo menos até uma terceira triadização. Quem quiser achar mais e mais especi alizações, pode continuar com triadizações mais avançadas sem perder a conexão com a matriz inicial. Tomemos a medicina, como exemplo. A primeira triadização apresenta a medicina alopática ou ocidental vinculada ao cérebro esquerdo, como predominan te; a medicina alternativa oriental e a homeopatia vinculadas ao cérebro direito, como subdominantes; e a medicina popular, caseira e natural, no cérebro central. Em seguida, triadizamos a medicina alopática ou ocidental. Nesta segunda triadi zação, a medicina investigativa e docente fica no cérebro esquerdo; a medicina es tética fica no cérebro direito; e a medicina cirúrgica fica no cérebro central. Em se guida, triadizamos a medicina estética. Nesta terceira triadização, no cérebro es querdo fica a pesquisa de produtos e tratamentos estéticos; no cérebro direito fi cam os spas, resorts ou centros de repouso; e no cérebro central ficam os proce dimentos estéticos como as cirurgias plásticas.

Uma pessoa é mais feliz e se sente mais realizada quando há correspon dência entre seu perfil tri-tetracerebral e suas ocupações, seus hobbies etc. Como tudo muda velozmente, há que manter-se em superação educacional e profissional permanente; e, às vezes, até mudar de profissão, porque há carreiras em extinção e outras emergentes. Melhor seria passar uns anos como empregado para ganhar experiência, preparando-se para, depois, ter sua própria empresa e seu próprio ne gócio. As profissões mencionadas como tendo predominância do cérebro central são mais compatíveis com a posição de subgrupo oficial, onde está a grande maio ria dos privilégios. Como os oficialistas são reconhecidos e consentidos quase co mo “donos do mundo”, seria melhor pensar como chegar a isso, porque o antioficial é candidato à perseguido, à exclusão, à prisão ou ao martírio, quase sempre; e o

293

oscilante com suas profissões é candidato a vítima eternamente explorada. O perfil tri-tetra cerebral indica também seu perfil tri-tetra subgrupal. Se alguém quiser dei xar de ser candidato a perseguido ou a vítima, e tornar-se candidato a “dono do mundo” terá que, primeiro, mudar sua hierarquia tricerebral. Porque, ONDE ESTÁ TEU TRICEREBRAR, AÍ ESTÁ O TESOURO DE TUA CARREIRA.

Neste nível 2, tem-se que dar a iniciação à Gramática do Dinheiro. Adiante se apresenta um resumo ou um ABC da educação financeira, que se chama MINI GRAMÁTICA do DINHEIRO. Tudo gira ao redor da disputa dos meios satisfatores de sobrevivência e reprodução que podem ser classificados pelos três cérebros, inicialmente, e depois pelos catorze subsistemas e seus quatro níveis.

6.2.2.1. MINIGRAMÁTICA DO DINHEIRO “O que está em sua mente determina o que estará em seu bolso”

Poder 1. aquisitivo PODER é aAQUISITIVO. capacidade guém eosmeioscomo-sedução,tra-balho,enganos,assalto-quealfatores sua vida tem detricerebral para que adquirir necessita ou vida os satispara nos

14 subsistemas. Fig. 80. Satisfatores pelos 3 cérebros e 14 subsistemas

2. DINHEIRO/moeda. Passada a fase extrativa e caçadora, e da troca dire ta de produtos, o dinheiro se tornou o principal símbolo e medida do poder aquisiti vo humano, isto é, obtenção, compra, venda, pagamento, troca etc. de satisfatores precificados ou monetarizados, bem como os não-monetarizados (os que só se ob têm por troca). O dinheiro serve também como reserva ou estoque de “valor líqui do”, por isso se diz “liquidez”. Tem seus co-símbolos como o cheque, o cartão de crédito, a promissória, as ações da bolsa de valores, os selos etc. que são conver síveis em dinheiro etc. 3. SEUS TRÊS CÉREBROS E O DINHEIRO. Se você tem o lado central que é de organização, disciplina, capacidade de trabalho, competitividade, familia ridade com negócios, dinheiro, câmbio, riqueza etc. como o menos desenvolvido, você é um perigo para você mesmo. Se tiver alto o cérebro direito, vão enganá-lo muito, você vai ganhar sempre pouco e gastar muito, vai endividar-se abusando do cartão de crédito, do cheque especial e empréstimos de banco e de agiotas, fazen do dívidas desnecessárias. Vai viver sempre apertado, incomodando seus familia res e amigos por dinheiro. Neste caso, você é um analfabeto financeiro porque a escola fundamental também é analfabeta em dinheiro; e a família se esqueceu de programar melhor seu cérebro central. Se você tiver alto o cérebro esquerdo, vai menosprezar o dinheiro, conhecer preços, dedicar-se a conhecer as armadilhas econômicas, mas ganha pouco e morre pobre (um Karl Marx...). CUIDADO! Seu bolso precisa dos seus 3 cérebros para ser bem administrado! 4. SUBGRUPOS E DINHEIRO. Aprenda algo mais a cada dia sobre como os três subgrupos jogam o jogo do dinheiro; e descubra por que o oficialismo acaba

294

sempre saqueando os outros, isto é, os do subgrupo antioficial e oscilante. A insa ciabilidade dos subgrupos oficiais é a causa maior da pobreza da maioria, pois nin guém escolhe ser pobre (exceto os que fazem voto de pobreza). A pobreza é trice rebral; e não é casual nem espontânea: é causada. “Livre mercado”, ajustes fiscais, austeridade são uma máscara para disfarçar as imposições dos mais fortes, esper talhões e trapaceiros, causando a pobreza e alienação tricerebral dos oscilantes. 5. VIDA COM METAS E DISCIPLINA. Planeje suas metas progressivas e mantenha uma vida regrada. Faça a contabilidade familiar pelos catorze subsiste mas. Há um método em: http://www.waldemardegregori.net/aplicacoes/cont 6. DINHEIRO É UM MEIO E NÃO UM FIM. “Dinheiro como servo é bom; como amo é um tirano”. Que o dinheiro trabalhe para ti, e não tu para o dinheiro. “Feliz não é o que tem muito: é o que tem poucas necessidades” (Santo Agosti nho). 7. VALOR NOMINAL E VALOR REAL. O dinheiro tem um valor nominal e um valor real. O valor nominal é a quantidade de dinheiro nacional que você ganha por mês ou que tem no banco. O valor real é o poder de compra que ele tem em seu país e que se vai degradando dia a dia pela elevação do custo de vida ou infla ção, enquanto seu salário/ganho continua o mesmo. Os autônomos vão reajustan do o preço de seus bens e serviços para compensar a inflação, mas os assalaria dos, aposentados, pensionistas etc. não podem fazer isso. Fazem marchas de pro testo, greves etc., mas sempre perdem na corrida com os oficialistas e a inflação. 8. DINHEIRO COMO MERCADORIA E VÍCIO DOS SUBGRUPOS OFICI AIS. Eles são donos do dinheiro, manejam o crédito, os juros, a corrupção, a infla ção, ou seja, o saqueio geral. De época em época, a miragem ou a iscação da ma ximocracia muda sua forma de seduzir: a serpente prometeu a Eva – e Eva acredi tou embora já estivesse no Paraíso - que “a maçã” lhe abriria todas as portas para a maximocracia (paraíso) tricerebral; a serpente de todo pregador promete que a conversão à sua religião/seita lhe abrirá todas as portas para a maximocracia (pa raíso) tricerebral; a serpente da semi-revolução francesa prometia que a deusa ra zão abriria todas as portas para a maximocracia (paraíso) tricerebral. A serpente do atual império judaico-anglo-americano promete que o dinheiro abre todas as portas para a maximocracia (paraíso) tricerebral... Não tome dinheiro emprestado de ban cos, muito menos de agiotas. Não deva aos subgrupos oficiais. Pense três vezes antes de fazer negócios, pactos, acordos com o subgrupo oficial, pois sua intenção é sempre tirar proveito máximo de você. Ele diz que ama você, que trabalha para você e que só quer ajudar você, entregando poderes secretos, como a serpente… 9. BUSQUE SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO. Para “ficar por den tro” ou “infiltrar-se”, tenha muitos “assessores” econômicos e técnicos, amigos em bancos, imobiliárias, políticos, advogados etc. Não seja o último a saber! 10. VAMPIROS DE SEU DINHEIRO. Defenda-se de parasitas como crian ças consumistas, pessoas com pouco cérebro central, os viciados, os/as amantes, casamento por interesse etc. 11. CÉREBRO DIREITO E DINHEIRO. Deixe de confiar tanto na sorte! Seja criativo, engenhoso. Autoautorize-se a ganhar mais, estabeleça o que e quanto é. Diversifique suas fontes de renda, dependa cada vez menos de emprego, de salá rio fixo, de aposentadoria ou de heranças. Dinheiro não cai do céu - não é regulado pelos deuses; não vem de jogo - não é mágico. É regulado pelas regras sociais ou mercado, que favorecem os subgrupos oficiais como uma roleta viciada. O dinheiro

295

vem de um cérebro central bom e persistente, apoiado por um cérebro esquerdo bem informado, e por um direito criativo, programado em alfa para ter fé no êxito. “Nem só gozo de irresponsáveis, nem só poupança de pão-duro”. 12. JOGOS DA GRAMÁTICA do DINHEIRO. Jogue jogos como “Monopólio”, “Rico MacPato”, “CashFlow” e similares, que treinam você para ser mais esperto e para calcular rapidamente vantagens/desvantagens, ganhos/perdas, decisões com maior/menor risco etc. 13. COMO ECONOMIZAR. Comece distinguindo entre o que é necessidade real nos três cérebros e nos 14 subsistemas, de um lado; e do outro, o que é capri cho de consumo e necessidade artificial criada pelo assédio da propaganda con sumista mentirosa e subliminar. Fique com as necessidades reais e submeta dese jos, caprichos e “ofertas” com espírito crítico de autodefesa, disciplina, pensando no futuro ou a longo prazo. Comprometa-se a economizar, para investir, pelo me nos 10% de seus ganhos mensais. A gente de cérebro central adia o desfrute, o lu xo, a ostentação para mais tarde quando estiver bem de vida; mas a gente de cé rebro direito quer a ostentação, o luxo, o gozo imediato, sacrificando o futuro e, às vezes, endividando-se no presente. Se perder o emprego, se falir e estiver sem re servas... Seja sensato. Para tanto, defenda-se dos marqueteiros, corte gastos, aprenda a comprar vantajosamente, seja consumidor inteligente, sem entrar em competição com familiares ou rivais por consumo ostensivo. Se não pode ganhar mais, gaste menos! 14. CONTRIBUIÇÃO E RETRIBUIÇÃO. Seja generoso, distribua algo do que recebe. Participe em entidades e movimentos sociais que canalizem seu dever de cidadão de velar pelo bem coletivo, de lutar contra a opressão, contra a corrup ção e a injustiça. É um dever de coproprietário, corresponsável pelo bem-estar pro porcional de tudo neste planeta. É preciso dar para receber. 15. FEIRA DE TROCAS ou escambo. É uma feira em que tudo se compra e vende por troca, intercâmbio de coisa por coisa, sem uso de dinheiro. Quando mui to, o que se usa é uma “moeda social” ou bônus. Antes da invenção do dinheiro ou outros símbolos dos satisfatores, tudo se fazia por troca. A moderna troca é uma estratégia para safar-se das camas de gato ou armadilhas postas pelos donos do dinheiro. Há que domesticar o dinheiro (os donos do dinheiro grosso, descontrolado e antissocial). 16. ECONOMIA SOCIAL. São outras formas de obter satisfatores depen dendo menos do oficialismo econômico ou capitalista por meio de troca, mutirões, associações mutuárias, cooperativas, consórcios, empresas sociais, moeda alter nativa etc. É o lado antioficial da “economia de livre mercado”. O problema é con vencer o oscilante e educá-lo para essas novas formas de economia, sob o nariz dos bancos e governos e seu lucrativo sistema monetário-financeiro. O ideal seria o Proporcionalismo, sem esses dois tipos de economia: a economia capitalista para ricos/oficialistas e a economia social para pobres/antioficialistas e oscilantes.

Nível 3. Técnico, assessor. Planejamento. Criação de produtos. Marke ting. As técnicas de planejamento e de administração são aspetos pouco teoriza dos e pouco transmissíveis academicamente. Desabrocham ou se aprendem mais na experiência, na prática empresarial e política. No CCF, o planejamento com flu

296

xogramas e operacionalização está no Passo 7, o que supõe uma boa realização dos 6 passos anteriores. A cidade é escola para muitas coisas, mas para este nível tecnológico, a escola se chama: EMPRESA. Nível 4. Administrador, gestor, executivo. Estadista. Governo. Este nível de administração privada e pública ou governamental, consegue-o somente quem tenha um alto desenvolvimento do cérebro central, porque é uma área profissional que está buscando uma melhor teorização e uma melhor sistema tização. É o topo da carreira de qualquer profissional. Como todo profissional é um especialista, para dar certo neste nível quatro, terá que preparar-se como genera lista. Quanto mais alto o nível de agendonomia, mais generalista ou sistêmico tem que ser o candidato. Os quatro níveis do cérebro central e do cérebro esquerdo são melhor detalhados no livro Capital Tricerebral e Administração Sistêmica de W. Gregori e Evilásio Volpato, de 2002, com revisão em 2014: https://books.google.com.co/books?id=7GOxBgAAQBAJ

Falta aos nossos países da América “Latina” uma política bem definida e permanente de desenvolvimento do cérebro central, para entender o mercado, os negócios e as finanças. A escola fundamental e a média são muito acadêmicas, à exceção dos institutos do sistema S, como o SENA, SENAI, SESI, SENAR, SES COOP e as Escolas Técnicas. A universidade acadêmica ou científica serve mais para profissionais liberais a serviço do Estado político e ao mercado capitalista. A universidade religiosa serve mais para profissionais liberais a serviço do Estado re ligioso. Começam a aparecer instituições com função de universidade do cérebro central a serviço do Poder Econômico, como a FGV, as universidades corporativas e outras. Terão que crescer muito, pois estamos em desproporção entre os três ti pos de universidades e escolas.

6.2.3. PARA O DESENVOLVIMENTO dos Quatro Níveis do Cérebro Di reito: “A fé e a esperança perecerão. Só o amor é eterno”.

O NÍVEL um do cérebro direito é o da afetividade, o da sensibilidade, o da capacidade de atração, do impulso hereditário para criar laços. Neste nível um, o condicionamento segue um fluxograma de busca de energia humana “amórica”, em forma de satisfatores primordialmente do cérebro direito cujo modelo está mais adiante. É o “Fluxograma da Busca de um Alguém” que, popularmente, chamamos “história de amor”. Também se pode dizer que é a busca de energia mental, ener gia moral ou endorfínica. A endorfina é um neurotransmissor que produz a sensa ção de prazer e felicidade quando conquistamos vitórias, principalmente no amor. A endorfina é desencadeada pela pessoa que nos dá amor, não é de produção pró pria. Quando se está em busca de um amor, de uma mãe ou de um pai, de um namorado, de uma namorada, enfim - buscando um alguém – se está buscando al guém que faça funcionar nossa engrenagem endorfínica e os centros do prazer do cérebro. A saga/aventura da busca de fontes de satisfatores “amóricos”, que todos temos experimentado na vida infantil e na adulta, é uma sequência de passos que é bom conscientizar para que o amor se nos faça mais consciente e menos trágico.

297

Isso é mais fácil examinando o que acontece na idade do namoro fora da família, entre os 15 e os 25 anos. Mas é o mesmo que vivemos desde crianças com pai e mãe e que seguiremos vivendo para sempre. O amor é uma necessidade e uma obrigação para sempre. Por isso há que saber mais sobre a busca de um alguém para relações afetivas, o que se confunde muito com busca do sexuar, do matrimô nio e da reprodução. O importante aqui é a busca da relação afetiva, da ancoragem emocional, do alguém que faça funcionar nossa engrenagem endorfínica, com ou sem matrimônio, com ou sem sexo, já que o celibatário pode não querer o matri mônio, mas não pode passar sem afetividade. A experiência afetiva pode ser analisada em duas colunas; a tradicional que aparece nas novelas, com até 7 passos, com suas euforias iniciais, com suas difi culdades no meio do caminho, e com algumas tragédias ao final, todas cantadas em prosa e verso. É a coluna apelidada “maya”, porque as pessoas são levadas a embarcar nela de maneira inconsciente, sem autocontrole, apenas empurradas pe la natureza instintiva e cega. A outra coluna é a “upaya”, com até 9 passos, quando além das euforias iniciais, são superadas as dificuldades no meio do caminho e tem uma continuidade feliz. É denominada “upaya”, porque é uma proposta de vida afetiva para pessoas com mais conhecimento dos mecanismos da atração ou “gos tagem” e do jogo triádico entre todos os envolvidos. Mas supõe um upaya-coaching consciente desde a família e a escola ou uma terapia depois de alguma tragédia. O primeiro passo de nossa vida afetiva começa com apego à mãe, ao pai ou a algum substituto. Toda criança tem condicionamento familiar, tem a influência do “matricondicionamento”, da escola, da religião e das telinhas. A diferença com a coluna “maya” que cultiva o mito do amor, aqui consiste em que na pré adolescência a criança será advertida, conscientizada, alertada para reconhecer que foi programada, condicionada por um jogo triádico, por uma força triádica da natureza e, depois, também pela família. Em consequência, embora a busca do al guém seja romântica, sabe que se trata de uma lei hereditária da energia triádica. Pouco a pouco vai descobrindo a base físico-química-neuronal da interação, a ne cessidade de endorfina e como é que isto vai acontecendo por recorrência da ex periência afetiva que ocorreu na infância. Adquire uma nova compreensão e uma nova disposição frente à busca de fontes de endorfina e o que é ser fonte de endor fina para outrem, sem entregar-se a “forças misteriosas”. O passo 2 é o da emancipação familiar. O jovem, a jovem compreende que tem que se desligar, desatrelar, independizar do pai, da mãe e da família como fon te principal de satisfatores e campo de jogo triádico. E a família também tem que compreender e aceitar este rito de transição. A pessoa jovem vai romper a domina ção exercida pelo bloco familiar, o que significa tratar os pais como amigos e não como autoridades e, muito menos, como inimigos. É a idade da autocondução e da autoafirmação, da saída da infância e entrada na juventude. Isto obriga cada um a sair à busca de um alguém que o/a faça vibrar, entusiasmar-se, que faça a endorfi na inundar seu corpo com a sensação de felicidade, até julgar que isso mereça continuar por toda a vida.

298

O passo 3 que, popularmente, se chama flechada de Cupido ou apaixonar se, aqui se chama circuitação de “its”. “Its” são as características de alguém que são atraentes para nós, que fazem a gente afeiçoar-se e gostar de curtir. Estes “its” já foram condicionados por nossa primeira fonte de energia/endorfina na família. Fomos condicionados a gostar de determinadas características tricerebrais - físi cas, emocionais, intelectuais - e continuaremos com esse gosto pela vida afora. E quando aparecer uma pessoa portadora destes its ou, parecidos, nós “gamamos”, fervemos. É amor à primeira vista. E se aparecer uma pessoa que tenha os its opostos e quiser se aproximar, sentimos rejeição. É antipatia à primeira vista. Por quê? Porque são recorrências inconscientes da programação inicial, são repeti ções, réplicas. Quando se der a circuitação de its, isto é, a correspondência mútua,

299

agrado mútuo, começa a circular endorfina. Aí, passa-se a depender um do outro, passa-se a buscar um ao outro, porque a endorfina cria a sensação de bem-estar, de felicidade, que se atribui, popularmente, ao amor, a Cupido ou a qualquer coisa assim. O passo 4 é a busca de conhecimento mútuo. É um conhecimento não só pelo cérebro direito, pelos lados agradáveis, pelo lado da beleza, da estética, da atração. É conhecimento também pelo cérebro esquerdo e pelo cérebro central. Pelo cérebro esquerdo, pode-se usar o QT - Revelador do Quociente Tricerebral, a Psicologia, o familiograma, a biografia pelos 14 subsistemas etc. Pelo cérebro cen tral, observa-se o comportamento, as ações, o que se faz em conjunto, a capacida de de desempenho social, as relações subgrupais, as relações de poder, a ativida de profissional, o manejo de dinheiro etc. Assim, vai-se conhecendo a outra pessoa pelos três lados do cérebro e nas particularidades dos 14 subsistemas. Sem esses recursos, o suposto conhecimento é substituído pela teatralização de parte a parte. Mas não se ganha nada fingindo, mostrando-se perfeito, equilibradíssimo, santo, antes da convivência sob o mesmo teto, porque, depois, a convivência vai revelar o que cada um é e, então...haverá acusação de propaganda enganosa. Apareça, pois, com toda sua programação, apareça tal como é, porque assim é possível a entreajuda, o cultivo e a afinação. O passo 5, em vez de, simplesmente, fazer preparativos para um casamen to mitológico e folclórico, é melhor fazer um plano de metas pessoais para cada um da dupla e, depois, um plano de metas em 14 subsistemas para o casal. Se você casar ou conviver com uma pessoa, com ou sem papeis passados, você não vai ser propriedade do esposo ou da esposa; você continua dono(a) de si mesmo(a). O que se faz, de fato, é um intercâmbio de satisfatores úteis, os que você tem para oferecer nos 14 subsistemas, e os que a outra pessoa tem a lhe oferecer nos 14 subsistemas. E dentro da proporcionalidade ou de proporções mutuamente com pensatórias. Você não se apodera da fonte de energia; você não se apodera da esposa, você não se apodera do esposo. Não é possível propriedade privada nisso, embo ra os votos do casamento e os dos que se dedicam à vida religiosa sejam, muitas vezes, um disfarce do último reduto da escravidão. Cada qual deve continuar autô nomo(a), dono(a) de si mesmo(a) e em perfeito regime de doação gratuita, segun do normas e acordos entre ambos. Melhor que falar em casamento e família, seria chamar isto - um núcleo afetivo. Faltam contratos pormenorizados pelos 14 subsis temas para substituir os ridículos “até que a morte (ou o dinheiro, ou o triângulo amoroso, ou o tédio etc.) os separe”. Se não permanecer este clima de liberdade, de doação gratuita, começa o jogo de dominação que leva à ascensão aos extre mos (luta de poder até a dominação ou ruptura) que já conhecemos. Diz o poeta: “quando nasce um amor, prepare-se a maca para os feridos”. No passo 6 vem, de qualquer maneira, e apesar de todos os cultivos, a as censão aos extremos, porque é imposição do jogo triádico que se estabeleça uma hierarquia. Não existe igualdade nem nesta teoria, nem na realidade. Só proporcio nalidade. Mas, quem já está conscientizado e reprogramado sabe e espera por isso e, ao chegar este momento, simplesmente vai driblar a tentativa inconsciente de dominação ou de acomodação como dominado. Renunciar ao mito do machismo, conhecer o oficialismo feminino, identificar e saber contornar as táticas e arsenais femininos e masculinos de poder são indispensáveis nessa hora. A relação vai ser

300

regulada em termos de comportamentos subgrupais positivos ou em termos de ro tação na posição de subgrupo oficial, ou uma espécie de divisão de poderes, divi são de trabalho etc. Nenhum dos dois tem que perder a autonomia, a personalida de, para que não se crie uma relação de dominação e exploração recíprocas. As sim haveria um controle inteligente da ascensão aos extremos, imposta pela natu reza do jogo triádico. Ser jogador e não joguete. Caso a luta de poder deste passo 6 não tenha desfecho satisfatório, passa se a uma relação maya/inconsciente, com dominação implícita ou explícita por conveniência, que se manterá só por algum tempo, porque logo vai haver mais luta de poder: o dominador quer dominar mais, e o dominado vai resistir. Isso tem des fecho bem previsível: a ruptura. A endorfina que vem da pessoa amada pode tor nar-se um vício tão desesperante como qualquer droga, o que leva aos crimes passionais. Na ruptura, destrói-se o núcleo afetivo; e ambos terão que começar tu do de novo. Esta tarefa de regular nossa sensibilidade, afetividade, nossa capaci dade de vinculação e de apego do cérebro direito é uma das competências mais di fíceis de desenvolver. No caso de constituir novo casal, haverá necessidade de manter ou refazer laços afetivos com os membros do núcleo afetivo desfeito que consentirem em mantê-los, principalmente com os filhos anteriores e os novos. A separação é entre esposos e não entre pais e filhos. O desenvolvimento de nosso ser tem, como núcleo invisível, a “amorização”, que é incluir mais e mais seres em nossos afetos, custe o que custar. Passo 7. Só haverá este passo se tiver sido superado, satisfatoriamente, o difícil passo 6. Neste caso, a relação crescerá rumo ao que chamamos de “comu nhão”. Só chamamos comunhão quando as duas pessoas estão reprogramadas, estão conscientes, estão-se autoconduzindo, estão planejando suas metas em con junto, fazendo feedback, não se deixando levar pelos instintos ou pelo espontane ísmo. Será abandonado o uso clandestino de táticas de dominação, tanto masculi nas como femininas. Amor desarmado. Ao menor sinal de suspeita, é obrigatório pedir e dar feedback (que não seja o odioso “discutir a relação”). O passo 8 supõe que a relação a dois vai crescendo e ampliando-se por imposições da vida: entram os parentes, os filhos, os amigos e vizinhos, os colegas de trabalho etc. Cada vez que entra ou sai um dos membros do grupo, um filho, por exemplo, a relação se modifica, porque a energia circulante é reorganizada e redis tribuída. Então, é preciso fazer feedback. Se entrar um 2º filho, se entrar ou sair um amigo, uma amiga, um sogro, uma sogra, um cunhado, um parente, uma emprega da também: a energia do sistema triádico é redistribuída ou reorganizada. Por isso, é preciso feedback periódico, negociar e renegociar as normas. É necessário ama durecer isso, que se chama “comunhão ampliada”. Comunhão ampliada é incluir, na nossa relação afetiva, mais pessoas. Ao fazer isso, é preciso que as pessoas que estavam no jogo antes, sejam advertidas, entrem num acordo, revisem as normas, os limites pelos 14 subsistemas, para que não seja destruído o núcleo afetivo anterior, pela entrada de um novo membro na relação. Sem isso, a pessoa que entra por último vai destruir a relação anterior por imposição de sua maximocracia. Se o contrato do casal prevê compromisso sexual exclusivo e um dos dois entrar na clandestinidade sexual, isso provocará sério aba lo e, até, a ruptura da relação. É deplorável que a sexualidade seja, ainda, o símbo lo da propriedade da esposa pelo esposo e vice-versa.

301

Passo 9. Continuamos dizendo que a relação afetiva, a nossa necessidade de ligação, de amorização, de vibração com o universo, é sempre crescente. Não pode ser aprisionada nos limites de um casamento, de uma relação a dois, ou de uma relação só familiar. O universo e o amor urgem a expansão. É preciso conhecer o processo que a vida e o jogo triádico impõem, que é a expansão até incluir a vida e corresponsabilidade comunitária também. Você se identifica com sua comunidade, com os subgrupos, com suas necessidades. Cha ma-se a isso de comunhão histórica, na esfera comunitária local, nacional e plane tária. Pouco a pouco, a pessoa cresce para isto, tornando-se ex-bairrista local, es tadual, nacional, étnico(a), religioso(a) e da sua geração, assumindo uma cidadania planetária global e, de todos os tempos. É indispensável compreender e aceitar isso. As pessoas que pensam que podem isolar-se dentro de uma relação doméstica, do seu clã ou de sua etnia, es tão enganadas, e vão morrer de tédio e de empobrecimento tricerebral ou de ra cismo segregador e tolo. Não há sucedâneo, não há nada que evite ou que segure a necessidade de expansão, crescimento, ampliação grupal, ampliação total. A questão é conseguir maturidade suficiente para conduzir esta ampliação, sem destruir o núcleo afetivo que é a nossa base, nosso reduto vital. Quando não sabemos conduzir a ampliação da relação afetiva, ela se dará na clandestinidade, frustrando a expansão rumo à dinâmica futuro-universal. O exposto até aqui é parte do treinamento do Nível 1 do nosso cérebro direi to, conhecido como “Treinamento de Lealdade” ou “Filoterapia” (terapia do afeto). Apesar de toda psicologia existente e de livros sobre “A Arte de Amar", "Amar se Aprende Amando", “O Segredo da Borboleta” e das muitas agências ma trimoniais, não conseguimos, ainda, uma educação explícita para a relação afetiva, o namoro e o casamento. Neste campo, a sociedade é mantida muito superficial e muito primitiva, mas é um campo decisivo para a realização e para a felicidade pessoal masculina, feminina, homoafetiva e para a felicidade da vida familiar e co munitária. O desenvolvimento econômico, sozinho, não consegue fazer a felicidade de uma pessoa, de um casal, de uma família, de um país. Nem o amor sozinho. Nem a ciência ou sabedoria sozinha. Precisamos de desenvolvimento mínimo e harmô nico ou proporcional nos três cérebros:  desenvolvimento econômico e organização proporcional dos três subgru pos;  desenvolvimento afetivo-artístico-espiritual-solidário;  desenvolvimento intelectual, consciente, crítico, para entender e direcio nar a vida.

Nível 2 do cérebro direito: Jogador, Criativo, Artista? LUDICIDADE A criança sempre feliz é um mito. A criança é alegre/feliz quando tem garan tida sua fonte de tri-satisfatores com endorfina. Quando não, é uma criança triste,

302

hostil, porque tem que brigar para obter seus tri-satisfatores. Entretanto, pode ha ver outras razões para que ela não seja alegre. Crer que a infância é sempre uma etapa feliz é um mito alimentado por poetas ingênuos e nostálgicos. Embora as cri anças tenham condições de serem felizes por terem recursos econômicos ou uma boa situação familiar-educacional, ainda assim têm que disputar o pai ou a mãe a seus rivais na família, porque é a endorfina que vem do amor o que importa. É a aspereza da disputa por tudo, imposta pelo jogo triádico familiar ou pelo mercado de fontes de satisfatores desde que nascemos. E há crianças que têm a dureza do jogo triádico familiar sem terem as outras facilidades materiais e educacionais. Nem às crianças é dispensado o jogo triádico. Divertir-se com seus brinque dos é outra coisa. É sua predisposição para a ludicidade, a alegria, a felicidade porque predomina ainda o cérebro direito, o lado da fantasia, das fadas, do colori do, da grande aventura de descobrir e decifrar o mundo pelos cinco sentidos. Tudo é belo, tudo é abordado pelo lado bonito, otimista, brincalhão, carnavalesco e festi vo, enquanto o cérebro direito estiver no comando. Nossa sociedade de consumo faz da ludicidade, da predisposição a jogar, um condicionamento mais para a violência. Os brinquedos masculinos são armas e guerras concretas ou virtuais. Os brinquedos de computadores consistem em di versas formas de luta, golpes, tiros, canhonaços, destruição. Estamos numa cultura que usa os três lados do cérebro e seus quatro níveis para o consumo, para a dis puta, para a barbárie que se vai reinstalando na humanidade, em função do ganho das empresas e de seus furibundos executivos. É necessário recuperar o cérebro direito lúdico, a capacidade de rir, de brin car, de achar graça nas coisas simples; de encontrar alegria na simplicidade da vi da, nas coisas surpresivas, nas coisas descomplicadas. Não é necessário compli car, comercializar, nem massificar tanto a busca da alegria e do humor.

CRIATIVIDADE A criatividade é uma questão séria para analisar. A criança nasce com a ci clagem tricerebral reduzida e, portanto, toda sua criatividade está livre, está borbo tando solta. A capacidade de criar soluções diferentes e originais é imensa na cri ança, porque os pequenos são totalmente espontâneos, não têm o cérebro es querdo censurador, nem enxergam os obstáculos de cérebro central prático. A não ser que a programação mental feita pela mãe e pelo jogo triádico familiar tenha condenado e sabotado a imaginação, a fantasia, para obter um desenvolvimento intelectual precoce. Normalmente, até que a criança entre no pré-escolar, a criatividade se pre serva, assim como a liberdade, a espontaneidade, a capacidade de improvisação. Quando começa propriamente a estudar no ensino fundamental, todo seu breve passado lúdico sofre um grande estremecimento, dado que no primeiro grau todo o enfoque é positivista, sistemático, racionalista, do cérebro esquerdo cartesiano. A criança sofre um choque e tem muitas dificuldades para adaptar-se a ele, porque a transição do mundo do cérebro direito para o do cérebro esquerdo teria que ser mais gradual. Quase metade das crianças é reprovada ao final da primeira série; muitas delas são dirigidas para a educação especial, consideradas anormais. Ne cessitamos reconsiderar isto, dado que a escola não sabe muito sobre os proces sos tricerebrais das crianças, e atropela essa transição do cérebro direito ao es querdo.

303

É obvio que a maior parte de nossos conhecimentos foram adquiridos antes de entrar na escola, antes dos sete anos. A velocidade de aprendizagem nesta idade é imensa. Quando se entra na escola esse processo começa a desacelerar. Este fato requer um exame de consciência por parte da escola e dos educa dores para sanar a situação. A cada dia cresce a convicção que os primeiros anos são os mais decisivos para a personalidade como dizia S. Freud, e para a aprendi zagem como diz a Psicopedagogia.

“Todos nascem gênios; poucos sobrevivem à escola” (Pablo Picasso).

Como se faz para reprogramar, retreinar e libertar novamente a criatividade, a espontaneidade, a originalidade, o pensamento gestáltico do cérebro direito sem que seja sabotado, intimidado pelo lado racional crítico ou banalizador e pelo lado prático ou dificultador? Existem técnicas apropriadas para que o processo criativo não seja derrota do. Primeiro, queremos distinguir terminantemente o que seja criatividade como processo solucionador de problemas práticos, da criatividade lúdica e das brinca deiras. Esta última é uma quase enfermidade da cultura de América “Latina”. Antes, falamos de ludicidade e diversão; agora estamos falando de criatividade soluciona dora de problemas ou inventora de soluções práticas. Os norte-americanos divulga ram a palavra “brainstorming” que significa turbilhão de ideias ou chuva de ideias ou de soluções para um problema apresentado. É o correto. São necessárias algumas breves regras ordenadoras do cérebro triádico pa ra que o cérebro direito funcione bem e livremente. As pequenas regras que se apresentam a seguir são uma “anti-lógica” para o cérebro esquerdo e central. Regras para a chuva de ideias ou de busca de soluções. A. Autoautorizar-se a ter inspirações e a manifestá-las, sem autocensura; o absurdo, o impossível, o muito louco, tudo vale, pois o cérebro esquerdo e central tem que estar desligados durante o brainstorming. B. Não deve haver censura grupal; não vale censurar nem aprovar o que se diga ou faça. C. As sugestões se fazem com uma ou poucas palavras. Não se deve dar nenhum tipo de explicação, o que denunciaria um cérebro esquerdo intrometendo se. Nas primeiras vezes, podem falar todos ao mesmo tempo. Pouco a pouco, se organiza o “brainstorming” ordenadamente e se anotam as sugestões. D. Deve-se estimular o cérebro direito para provocar alegria, catarse, para fazer graças. E. Faz-se o relax lúdico, como espreguiçar-se, gritar, assobiar etc., para criar clima alegre, descontraído. F. Por fim, anuncia-se, bem operacionalizado, o problema para o qual se buscam soluções; e dá-se a ordem de largada para o brainstorming. Terminada a tempestade criativa, se as ideias tiverem sido anotadas, examinam-se para selecionar as melhores ou mais viáveis. Nesse momento, torna a entrar o cérebro esquerdo para a análise e, depois, o cérebro prático para o planejamento e execução.

304

O exercício de criatividade se aplica a desafios de qualquer um dos três campos cerebrais. Pode-se propor, como tema do brainstorming, algo do cérebro esquerdo, como um problema matemático, o título ou nome de um trabalho de pesquisa, as palavras para um texto etc.; ou algo do cérebro prático, por exemplo, novas maneiras de sentar-se, de arrumar-se, de vender, novas maneiras mais eco nômicas de fazer o mesmo trabalho etc. Para o cérebro direito, pode-se propor a busca de novas formas de publicidade, novos sons, novas melodias, novas poesi as, novos estilos de moda, novos esportes etc. Uma vez adquirido o hábito do brainstorming, pode-se dirigi-lo para o futuro, para tratar de prever como evoluirá, a curto, médio e longo prazo, uma dada situa ção do presente, sobre a qual tenhamos que tomar nossas decisões ou fazer apos tas. Isso é melhor que consultar astrólogos e adivinhos. A essa chuva de ideias se chama “futurologia”, prospectiva, visão de futuro, cenários etc. A prática consciente do exercício da criatividade, com estas regras, vai pro duzindo, de uma maneira natural, um aumento imenso da capacidade de inovação e de “solucionática” para contrastar com a “problemática”.

Os problemas vêm sozinhos; as soluções há que buscá-las

ARTE Nossa capacidade para atuar artisticamente ou para desfrutar a estética é programada, inicialmente, pelo gosto da mãe desde o útero e o meio em que cres ça o bebê. A arte a que nos estamos referindo não é tanto a produção de obras de arte, mas a sensibilidade e capacidade de apreciar o belo e o formidável. É tam bém ter sensibilidade para expressar sentimentos e emoções através da palavra, cor e forma, de sons, de posturas, do vestuário, do modo de andar, do trato com pessoas e coisas etc. O importante é não direcionar, não exigir obediência ao exis tente, ao consagrado, ao formal e, sim, impulsionar a livre expressão criativa, com gosto, elegância e originalidade. A capacidade artística do cérebro direito emerge e persiste desde que não tenha sido reprimida ou sufocada por sentimentos de vergonha ou intimidação fren te ao fiasco e à zombaria. A educação artística que recebemos na escola e nas te linhas não permite muito esta expressão porque aí, quase sempre, se impõem de terminados patrões ou métodos etc. E isso não favorece o afloramento da livre ex pressividade, que é o que se quer. O cultivo do nível 2 do cérebro direito é muito importante, inclusive para o sentimento de realização pessoal, do otimismo, de felicidade, de bom gosto, de en contrar soluções alternativas. A todo o momento nos defrontamos com o imprevis to. Será preciso um pouco de arte, estética, de espírito lúdico e esportivo, para po der lidar com o caótico jogo triádico, sem amargurar-se. Aprenda, pois, a amar, e a buscar endorfina; aprenda a ser animador de recreação, a dançar, a cantar, a de senhar, a pintar, a montar brinquedos; aprenda a ser criativo para enfrentar seus problemas; aprenda a desfrutar o lado estético deste planeta cada vez mais feio; aprenda a rir, principalmente a rir de si mesmo, a rir da vida e, até, a rir dos deuses.

305

Nível 3 do Cérebro Direito: percepção extra-sensorial fora do espaço tempo. O mito da caverna.

Este tipo de percepção para além dos cinco sentidos ou do positivismo é, evidentemente, um fenômeno do cérebro em ciclagem reduzida – alfa, theta e del ta. Mas tem outras dimensões e aplicações, como a percepção gestáltica (percep ção do conjunto antes que os detalhes), e a percepção ecosistémica. Vale dizer que a percepção sistêmica, holística, global, a percepção da grande unidade secre ta das partes do planeta e da interdependência delas com o todo, isso tudo depen de de sensibilidade e treinamento para uso do cérebro em ciclagem reduzida. Isso se consegue fora da caverna dos hábitos e da rotina cotidiana, já que aí só se per cebem sombras da realidade. Ou fora das luzes das telinhas que são a versão mo derna do mito da caverna de Platão, pois nelas só percebemos imagens da reali dade e não a realidade em si. São só sombras, projeções, filmes, realidade virtual, imagens de espelho, miragem, apresentação teatral, “maya”. A caverna moderna pode ser a sala onde se vê o mundo pela televisão. A caverna pode ser a Internet por onde se vê o mundo através de imagens e pala vras, o mundo virtual, mas não o mundo em contato direto. A caverna pode ser nossa especialização científica ou religiosa que nos faz ver o mundo através dos fil tros próprios delas, impedindo o contato direto. Trata-se, então, de ampliar o con ceito de percepção. Não só percepção lógica, mas também pelas ondas alfa-theta delta, pela intuição, pela poesia, pela mística, pelo amor. Se conseguirmos ter percepções holísticas, ecológicas, extrassensoriais, poderemos perceber melhor o futuro, a marcha de toda a co-evolução para orien tar-nos no essencial, que é tomar decisões sobre nossas necessidades futuras e diminuir a incerteza, as ameaças da imprevidência. E não perverter essa possibili dade como o fazem os sensitivos, os bruxos, dedicando-se a prever a morte de pessoas famosas, para fazerem-se eles mesmos famosos com estes e outros tru quezinhos. A presença e proliferação de tantos charlatães no campo do cérebro di reito desmoraliza as tentativas de desenvolver em forma séria e útil suas principais funções nos 4 níveis, como a afetividade, a criatividade, a futurologia, a percepção em ciclagem reduzida e a experiência mística. Isso é muito bem criticado por Carl Sagan (1982) em seu livro “O Mundo Assombrado pelos Demônios (do cérebro di reito)”. Entretanto, Carl Sagan se esqueceu de escrever sobre “O Mundo Assom brado pelos Demônios do cérebro esquerdo”, da ciência desumana, sobre os cien tistas que são cretinos éticos; e sobre “O Mundo Assombrado pelos Demônios do cérebro central”, os monstros que nos assaltam desde o trono político e o balcão comercial e bancário. É importante reafirmar que, embora sejamos sensitivos natos, a família e a escola nos reprimiram a partir de certa idade, combatendo nossa fantasia, nossos sonhos, nossas divagações, nossas precognições e premonições, chamando isso de enfermidade, desequilíbrio, distração. Fecharam esta janela de oportunidade fa zendo-nos crer que eram coisas de magia, do demônio, portanto perigosas. Sucede que, depois, angustiados pelo cérebro esquerdo e central, e frustra dos no cérebro direito, tanto os altos executivos, como políticos e intelectuais, re correm aos bruxos, aos sensitivos, aos astrólogos, aos gurus, para recuperar o caminho que perderam na infância ou na programação familiar-escolar. Isso reforça

306

a ideia que o treinamento do cérebro direito em seus quatro níveis - Gramática Emocional - deveria fazer parte do processo normal da educação familiar-escolar. Você pode treinar-se para a percepção holística, exercitando o papel de de salambrador. Desalambrar (que vem da língua espanhola) significa eliminar cer cas de arame, fronteiras, não aceitar os muros que há entre países, entre Estados, entre culturas, entre religiões, entre Alfa e Beta e, desta maneira, unificar todo o que você percebe, como uma única realidade, ainda que tri-una. Também pode treinar-se como amplificador planetário. Isso significa que toma um objeto determinado, e o vai amplificando até identificá-lo com o planeta. Por exemplo, se você vê uma fogueira, vai amplificando-a até dizer que o planeta é uma grande e única fogueira; se vê um livro, vai agregando todos os livros do pla neta e verá que o planeta é uma só e grande biblioteca; ou pode dizer que o plane ta é uma rosa, e que o planeta todo é um grande jardim botânico.

Nível 4 do cérebro direito: Estética e mística. Rumi, Krishnamurti, Chico Xavier, Gurdjieff, Sai Baba ou Francisco de Assis? Por estética entendemos nossa capacidade de ver qualquer coisa por seu lado belo, por seu lado de desfrute, por seu lado delicioso. Não se trata só de pro duzir alguma obra de arte; trata-se principalmente de perceber a beleza em qual quer coisa, não só nas chamadas obras de arte. Assim, o universo inteiro é uma obra de arte. Qualquer aspeto dele é uma obra de arte, desde que você esteja em estado mental alfa-theta-delta para percebê-lo. Em qualquer um dos cinco sentidos pode existir a percepção estética; não é necessário estar visitando museus, coleções, reservas, porque isto é ideologia bur guesa, comercial, antiartística, tratando de transformar em dinheiro aquilo que é essencial e gratuito no universo: a estética, a beleza, a harmonia, a simetria, o con traste etc. Estética, pois, é perceber o universo como belo ou admirável, como um novo modo de senti-lo, ou novo modo de captá-lo pelos cinco sentidos. Mística é perceber o universo como parte de mim mesmo, e eu como parte dele. Eu me vejo no universo como meu grande espelho; e o universo se vê em mim como um de seus espelhinhos. Mística é perceber a afinidade, a similitude, a identidade ou a irmandade de tudo, desde o substrato quântico que nos rege, que nos faz a todos membros da mesma família, que nos faz ser parentes universais e eternos com tudo o que existe. Em resumo, a percepção estética e mística não é outra coisa que perceber o universo como belo (estética) e percebê-lo como parte de mim mesmo (mística), como idêntico a mim mesmo e eu idêntico ao universo, em ciclagem reduzida. A percepção da realidade como diferentes objetos individua lizados é devida ao estado mental Beta em que vivemos no dia-a-dia, com suas embaçadas aparências. Mais deformadora ainda é a percepção em estado mental Gama, o da ambição e correria, que gera cegueira, stress, segregações, rupturas, guerras e embrutecimento. O conteúdo do nível 4 do cérebro direito é, normalmente, o objetivo, a finali dade das organizações religiosas. Alegam elas ter a missão e capacidade de con duzir as pessoas a este nível, que o chamam “espiritual”. Podemos chamar-lhe es piritualidade desde que seja apresentada como processo e ponto de chegada, que capacita as pessoas a perceber tudo como beleza e como parte de si mesmas. A estética e a mística seriam o ideal superior da evolução do cérebro direito, o que as

307

levaria a um respeito sagrado por tudo, disso nascendo a ética, a solidariedade, o compromisso universal ou omnilateral. Religiões que não tem isso como meta, ou que não a realizam, não passam de negócio religionizado para enriquecimento de seus líderes e suas instituições, enganosamente chamadas de igrejas. A religião que não se dedique à estética e mística, que não procure elevar seus seguidores a este nível, essa religião fracassa e trai seus clientes, porque os aprisiona nalguma discussão doutrinária ou obra de pastoral social ou política, ou os aprisiona à própria instituição religiosa. Com isso, estão questionadas todas as organizações religiosas, os professores, os gurus, os médiuns, os sacerdotes, os pastores, os guias, os pais de santo, os dervixes, enfim, todos os que tenham ou se atribuam funções de upaya-coaching (condução) estético-místico, do nível 4 do cé rebro direito da humanidade. Terão eles mesmos evoluído para chegar ao nível 4 do cérebro direito, ou estarão ainda perdidos nos descaminhos que apontam para a tragédia da humanidade? Será necessário que cada indivíduo se liberte de instituições religiosas sub jugadoras; se liberte de toda mitologia seja hindu, egípcia, judaica, greco-romana, católica, islâmica, ortodoxa, protestante, xamânica, afro-brasileira, nova era etc. Tudo é seita. Tudo é mitologia. Entretanto, tudo pode servir para um começo, um caminho de primeiros passos. Mas depois, cada pessoa terá que esforçar-se na busca de caminho próprio, o que requer domínio de técnicas de alfa e meditação. A estética e a mística são só alcançáveis em ciclagem cerebral reduzida. É o Alfa-Místico. Esta denominação é para diferenciá-lo do Alfa dos bruxos e seu show business. Como exemplo de Alfa-Místico, temos Francisco de Assis, com seu Cân tico das Criaturas. Temos Jesus Cristo, quando se recolhia para meditar, quando se transfigurava. Temos Buda em seu exercício de iluminação. Temos Maomé quando se retirava para a gruta de Hira e tinha suas iluminações, bem como o su fista Rumi. Temos, mais recentemente, Gandhi, Krishnamurti, Gurdjieff, Ouspens ki, Bapak/Subud, Osho/Rajneesh, Sai Baba e outros. Há pessoas em todas as épocas e lugares que se dedicam ao processo de Alfa-Místico. Têm que fazer isso através de seu cérebro direito, mas sem desco nectar-se de seu cérebro central que o vincula ao mundo real; e sem desconectar se do cérebro esquerdo que o vincula ao mundo racional, à parte crítica, que permi te o feedback do processo completo para não embarcar em superstições primárias ou fundamentalismos fanáticos. Uma proposta que cumpre com esses requisitos é a de Maria Judith Hurtado (2013) em A Presença Total do SETU (Sistema Efetuador Tri-uno Universal). O ri tual – chamado TRIATO - começa com uma conversação sobre um tema do mo mento, triadizando-o para o cérebro esquerdo; depois, passa ao cérebro central, exercitando a auto-autorização e estabelecendo metas operacionalizadas; a tercei ra e última parte é a indução à ciclagem cerebral reduzida para “grava ção/mentalização” da meta de cada um, para sintonia com o SETU e momentos de meditação. Os participantes são chamados “Templos de Tri-unidades”. A recepção e a despedida se fazem com um triplo abraço, recitando a fórmula “com amor, inte ligência e prosperidade”. Não se espera que os “Templos de Tri-unidades” sejam místicos absolutos, desconectados da realidade, e do lado crítico e prático, pois seriam contemplativos ingênuos e crédulos. Queremos espiritualistas com seus três cérebros integrados.

308

O TRIATO, como proposto antes, resolve muitos dos problemas que criam ansiedade: o aparente absurdo da vida e da existência do mal; a canseira e caos político-econômico da vida cotidiana; e, principalmente, a percepção da morte e perda de seres amados, o sentimento de soledade no universo, o medo de supos tas forças misteriosas ocultas, o medo de perda do eu. De que “eu” se trataria? Do “eu” ou identidade em estado mental Beta que é triádico, dividido, centrífugo, em conflito consigo mesmo? Do “eu” em estado men tal gama maximocrático, debatendo-se em redemoinhos de si mesmo ou do seu umbigo? Do eu instintivo do nível 1 do tricerebrar, do eu de nível 2 que aceita as aparências como realidade e verdade, do eu de nível 3 que suspeita ser um auto engano, ou do eu de nível 4 que se projeta e dissolve no todo? Ou do “eu” em es tado de ciclagem mental reduzida, onde o fracionamento triádico do “eu” ou ego, em seus diversos níveis de angústia, é reintegrado e harmonizado?

Seu “eu” ou self atual tricerebral, qualquer que seja seu nível, será dissolvi do, será transformado para diferentes estados de ser ou níveis energéticos, mas não será extinto. Nada nasce, nada morre: tudo se transforma. Segundo o efeito E.P.R, cada um subsiste como forma energética, como holograma, vibrando em cadeia infinita como um “eu quântico, ou eu hologramático”: “Assim como se fossem antigos amantes que não conseguem esquecer um ao ou tro, duas partículas subatômicas, que interatuaram alguma vez, podem responder instan taneamente aos movimentos uma da outra, milhões de anos mais tarde, ou estando inclu sive a anos luz de distância; isto ocorre contra a teoria da relatividade que não admite a existência de interações físicas em velocidades superiores à da luz; este estranho fenôme no é chamado efeito E.P.R., sigla formada com as iniciais de Einstein e seus colaborado res Podolsky e Rosen, que chamaram a atenção sobre o fenômeno em 1935” (Gliedman, 1984).

O Alfa-Místico que se dá em ciclagem reduzida resolve também o problema do medo dos deuses, das divindades, dos deuses terroristas e o problema da ansi edade em relação com o suposto sobrenatural, com o inconsciente escatológico, is to é, o que se espera depois da morte. Como e por que o resolve? Porque se descobre que a ideia e imagem dos deuses judeu-cristão, islâmi co, hindu, indígenas, africanos, egípcios, gregos etc. são recorrências grosseiras e infantis que o cérebro direito faz da imagem de pais, mães, de reis, imperadores e autoridades de uma nação ou etnia, bons ou maus. Santos e anjos, diabos ou espí ritos bons e maus de todas essas mitologias, bem como bruxas, bruxos e fadas são parte do mesmo fenômeno de recorrência de pais, mães, irmãos, serviçais e vizi nhos bons e maus da casa. Tudo isso é assumido pelos subgrupos oficiais para submeter as pessoas, meter-lhes medo e explorá-las.

309

Desaparecidos os deuses e réus reinos celestes, criados à imagem e seme lhança dos seres humanos e seus reinos terrestres em seu cérebro direito, como fi ca nossa relação com o todo maior, que percebemos como natureza, como energia tri-una ou organismo universal? Este todo maior do qual proviemos e no qual nos movemos e somos será tomado como Sistema Efetuador Tri-uno Universal - SETU. Depois dessa higiene mental do cérebro direito, você poderá chegar, com Alfa-Místico, a uma percepção mais refinada do todo energético, de seus múltiplos níveis e dimensões, o que tem pouco ou nada a ver com as organizações religio sas. A percepção dessa realidade maior em ciclagem reduzida faz você sentir que pertence a ela, ainda que, de maneira momentânea, transite pelo nível Beta dessa mesma energia. O Alfa-Místico dissolve o medo à fábula chamada céu-inferno, juízo final e coisas semelhantes, criadas pela recorrência dos prêmios e castigos familiares e sociais, como ser exilado ou deserdado (inferno) pelos subgrupos oficiais da família ou do poder político. Toda essa simetria natural-sobrenatural, criada por recorrên cia, se dissolve, e você adquire uma paz interior muito grande. O objetivo máximo do cérebro direito, em realidade, começando pela afetivi dade, passando pela criatividade, pela percepção ecossistêmica e fenômenos em ciclagem reduzida, é chegar à atitude estética e mística, que muitos artistas alcan çam embora se declarem ateus e muitos santos não alcançam jamais, embora se declarem cristãos. Não é a denominação de cristão ou pagão, de religioso ou ateu que vai ele var alguém até a estética e mística. É o treinamento e exercício da ciclagem cere bral reduzida, com abertura para experienciar o Sistema Efetuador Tri-uno Univer sal que irá fortalecendo seu “eu” quântico, hologramático, infinito, total. NOTA: Para saber como vai o desenvolvimento das competências tricerebrais te traniveladas, há que revisar o perfil tricerebral revelado pelo teste do QT (Quociente Trice rebral) do Capítulo 1. Este perfil tricerebral é denominado “horizontal”; tem que ser comple tado por um perfil “vertical” que revela os 4 níveis, e um perfil “transversal” que revela as competências combinadas no Ciclo Mental ou Ciclo Cibernético de Feedback.

6.3. AUTOBIOGRAFIA PELOS 14 SUBSISTEMAS

Além do perfil tri-tetracerebral, o autoconhecimento pode-se aprofundar por 3 técnicas: 

Autobiografia pelos 14 subsistemas

Neurocoaching Educativo

Sessões de autoimagem.

Comece pela autobiografia, respondendo o questionário que segue:

AUTOBIOGRAFIA E METAS INDIVIDUAIS DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

310

S01 FAMÍLIA

S02 SAÚDE

S03 MANU-TENÇÃO

S04 LEALDADE, SOLILDARIEDADE S05 LAZER

S06VIÁRIOCOMUNIC .e TRANSPORTE S07 EDUCAÇÃO

S08 PATRIMO-NIAL

S09 PRODU-ÇÃO

S10 RELIGI-OSO

S11 SEGU-RANÇA

Onde e quando nasci? Descendo de estrangeiros? Gosto de meu nome? Onde morei e moro? Com quem moro? Problemas com familiares? Quais? O que sei e faço de sexo? Como encaro o sexo oposto? A família é uma instituição falida? Com quem foi meu apego de infância? METAS: Como está minha saúde física, psíquica e emocional? Quais são meus exercícios, como cuido da higiene? Como encaro o sofrimento, a morte? Tem alguma parte de mim que eu goste menos? Como sinto a morte de alguém? METAS: Qual é minha alimentação? Horários? Sei cozinhar, lavar, passar? O que bebo? Que vestuário prefiro? Compro e conservo minhas roupas? Como durmo? O que sonho? Que acho do consumismo? Que acho das drogas? METAS: A quem amo e quem me ama? Que aspectos físicos, intelectuais e emocionais me atraem? Já sofri por amor? Como sou no amor, na amizade, na solidão e no ódio? O que tenho e faço para conquistar, agradar? Quem foi meu amor de infância? Gosto de mim? A paixão me domina ou eu a domino? METAS: Quais minhas diversões e meus parceiros? De que festas gosto? Sou bom em algum esporte ou uma arte? Como é meu humor? O que gosto e desgosto da TV? Curto cinema? Faço passeios, viagens? Sou feliz, alegre? METAS: Como é minha comunicação falada, escrita e corporal? Sou tímido, extrovertido? Quais os meus assuntos preferidos? O que leio? Gosto de minha voz? Sei escutar? A quem conto segredos? Sei guardar segredos? A que lugares fui, vou? Com que meio de transporte viajo? Sei dirigir carro, moto? METAS: Onde estudo, o que, e quanto estudo? Sei estudar? Sou bom aprendiz? Estou motivado? Que professores me marcaram? Tenho pensamento crítico positivo? Sei a minha vocação? Decidi minha vida e suas metas? METAS: O que possuo? Como obtenho meus satisfatores? Como consigo dinheiro? Sou poupador ou esbanjador? Pretendo ser rico? De que maneira? Em que proporção desejo o ter, o saber, o ser? METAS: Quais minhas habilidades (manuais, agrícolas, comerciais, industriais)? O que penso do trabalho? Valorizo o tempo? Que profissões conheço? Quais os ramos de trabalho de minha família? Valeu a pena? METAS: Qual minha iniciação religiosa? Que ritos, preces, livros sagrados uso? Sei relaxar, concentrar-me em alfa? O que é a divindade? O que há após a morte? Sigo alguma fé, frequento alguma religião? Por quê? METAS: Sou forte, sei lutar, competir, sou agressivo, calmo? Quais são os meus medos? Sei me cuidar na rua, de noite, em qualquer ambiente? Sei evitar as gangues? Como brigo? Sei fazer as pazes, perdoar? METAS:

311

Sei autoconduzir-me? A quem peço conselhos? Tenho meus próprios planos ou vivo empurrado? Tenho liderança? Como vejo a autoridade? ADMIN. O Brasil é o país onde quero viver? Como vou ajudar o país? METAS: S13 Tirei e tenho todos os documentos? Conheço meus direitos e JURÍDICO deveres? Que normas cumpro e descumpro? Sofri injustiças? Sou justo? Cumpro com minha palavra e compromissos? Sou disciplinado? METAS: S14 Sou reconhecido, respeitado, me dão atenção? Em que me destaco MÉRITORANKING (beleza, físico, inteligência, afeto, vaidade, trabalho)? Quanto eu me valorizo? Desejo mudar minha imagem? Que títulos e sucessos desejo? METAS: S12 POLÍTICO

-

6.3.1. MAPA DE EVENTOS BIOGRÁFICOS DETERMINANTES

O que também ajuda a saber por que somos assim ou por que atuamos de uma dada maneira é o mapa de fatos marcantes tricerebrais, que são experiências desde o nascimento, tão carregadas emocionalmente que deixaram gravada uma marca ou um engrama. Consiste isto em uma composição condensada e compri mida que fica como um reflexo operativo ou gatilho que dispara ou desencadeia au tomaticamente a ação a ele associada, quando algum estímulo a recorda. Por trás de nosso perfil tri-tetracerebral, estão esses reflexos operativos que são rotinas ou trilhas tricerebrais de ação e reação automáticas/inconscientes que, depois de cria das e repetidas, são recorrentes ou repetitivas, sem que a gente o perceba. Será muito revelador registrar fatos ou experiências que criaram engramas ou gatilhos sempre prontos para disparar. Assim, poderemos desarmá-los e tratar de dissolver seus poderosos compressores ocultos e conquistar mais autocondução. Para localizar os eventos que deixaram essas marcas, percorrem-se os ci clos do Fluxograma da Vida, desde a gestação até o presente. Em cada um deles, examina-se cada um dos 14 subsistemas, que são como uma lista completa dos itens a controlar, porque é neles que ocorrem os eventos marcantes, positivos e negativos, que determinarão comportamentos futuros. Para começar, tomemos o ciclo da gestação,. Aí começamos a percorrer cada um dos 14 subsistemas. No S01 Família, nos perguntamos se ocorreu algum fato mais marcante em cada um dos 4 fatores operacionais. Tais eventos podem ter origem no meio ambiente como frio/calor; na cronologia do dia e da noite; nas relações com pai, mãe, irmãos, animais e outras figuras da constelação familiar; ou em procedimentos como sexualidade, dormir sozinho ou com pai/mãe etc. Mas só vale a pena registrar os que tenham deixado marcas felicitantes ou infelicitantes, cicatrizes ou “calos mentais” aos quais depois reagiremos automática e inconscien temente, com o comportamento agradável ou desagradável associado a eles. Daí passamos ao S02 Saúde, e fazemos o mesmo. Depois passamos ao S03 Manu tenção, e prosseguimos até repassar os 14 subsistemas. Depois subimos, no Fluxograma da Vida, para o ciclo de integração familiar que vai do nascimento até aproximadamente os 7 anos, perguntando/pesquisando

312

se ocorreu algum fato ou alguma experiência marcante em cada um dos 14 subsis temas e seus fatores operacionais; mas só registramos os que determinaram com portamentos agradáveis ou desagradáveis para o futuro. Depois subimos para o ci clo da adolescência e busca de emancipação e repetimos os procedimentos anteri ores. Esta recuperação do passado ajuda muito a higienizar os três cérebros e a economizar energias desperdiçadas em nutrir rancores e amarguras do passado, que são como um vazamento no depósito ou estoque de energia diária.

6.3.2. NEUROCOACHING EDUCATIVO (diferente da terapia clínica)

Se você tem a oportunidade de participar em grupos de cultivo de Cibernéti ca Social terá acesso a sessões de NEUROCOACHING EDUCATIVO. A aplicação das neuroferramentas de Cibernética Social na prática da vida pessoal, grupal e comunitária, requer mais estudo depois de cada módulo do curso de formação. Is so se pode fazer em sessões de neurocoaching educativo e sessões de cultivo ou estudo em equipes de 5 ou 6 membros, dirigidos por um Coordenador ou um Neu rocoach (este será um profissional certificado pela Academia Internacional de Ci bernética Social Proporcionalista). Para a sessão de neurocoaching, se requer que cada membro traga sobre o peito o crachá com o Perfil de Competências Tricerebrais, que é onde estão os da dos essenciais do tricerebrar de cada um, para o desdobramento.

313

Que é desdobrar? Em Psicologia, chama-se interpretação à busca do significado "real" de um ato inconsciente ou de uma racionalização (“racionalização” ou “ideologização” é uma justificação/explicação furada para não sentir-se fracassado ou desmascarado frente a si mesmo ou culpado frente a quem prejudicou). Cada pessoa é um maxi mocrata (alguém que deseja e busca tri-satisfatores ao máximo e sem limites) qua se sempre frustrado em sua disputa do processo prestusuário - cadeia alimentar procriativa e outros satisfatores. É preciso esclarecer e convencer que cada um é tão somente um de três competidores de um jogo em que sempre há outros dois; ou seja, há que reunir mentalmente, num mesmo cenário, os três interessados (com suas respectivas máscaras e táticas/arsenais) no jogo em que se disputam os mesmos satisfatores. O desdobrador triádico (o primeiro a fazer isso será o neurocoach para ensi nar a arte de desdobrar) vocaliza a queixa, o relato ou os comentários de alguém, seguindo uma lógica baseada nisso: "em tudo buscamos satisfatores, disputando os num jogo em que somos três concorrentes, por uma estratégia mini-max. A es tratégia mini-max consiste em reduzir ao mínimo as perdas, a responsabilidade ou o preço a pagar e, elevar ao máximo os ganhos ou as vitórias, derrotando aos de mais, mantendo isso oculto para os prejudicados e inconsciente (racionalizado, mas não sempre) para si mesmo. Por isso a necessidade de desdobramento ou destape triádico de tais comportamentos para produzir “raciocínio real” (tirar a más cara, cair na real). O monádico produz o raciocínio inconsciente, unilateral, de au toengano, de racionalização e cegueira parcial produzida pelo interesse inconfes sável. Para fazer o desdobramento triádico de cada frase ou informação que al guém apresentou, se faz o seguinte: O Neurocoach, depois de examinar o crachá com o Perfil de Competências Tricerebrais”, toma uma das afirmações do informante ou narrador voluntário (con sultar o passo 2 do Fluxograma de uma Sessão de Neurocoaching, mais adiante) de uma “queixa ou preocupação” para a qual pede ajuda. O Neurocoach começa por imaginar-se empaticamente no lugar do informante e diz: Eu (repete o nome do narrador) sinto, digo ou faço isso porque na disputa de tal e tal satisfator com fula no e cicrano (há sempre três concorrentes, sendo que um dos três somos nós) eu ganhei deles ou perdi e, em consequência, tive que fazer tal e tal coisa. Depois de umas duas ou três demonstrações, os presentes serão chamados a fazer outros desdobramentos. O desdobramento trata de abordar o máximo de afirmações do informante até cobrir os principais tópicos do comportamento resultante da progra mação tricerebral na família. Há que tomar a precaução de dar os desdobramentos como "prováveis", e não como "verdadeiros", já que o inconsciente de cada pessoa não é completa mente "penetrável" pelos demais, nem mesmo por seu dono. Unicamente nos tri bunais o diagnóstico é conclusivo, já que do contrário, cada pequeno desacordo terminaria sempre num campo de batalha. Depois, se pede ao informante que se autodesdobre nalguns dos tópicos já desdobrados pelos colegas, que é para criar autoconsciência. Ele vai sentir dificul dades porque o cérebro está sempre programada e lacrado para defender a pro gramação inicial (como eram os CDs: “bloqueado para regravação”), embora seja

314

prejudicial a seu dono, e recusará o desdobramento (gravação de nova informa ção). É mais fácil desdobrar aos demais que autodesdobrar-se. Mas os presentes podem ir ajudando, corrigindo, completando, porque “é mais fácil ver um grão de areia no olho do outro que ver um barrote no seu próprio”. O passo seguinte será ensinar (fazer-lhe repetir) frases de autoautorização, relacionadas com os aspetos desdobrados, que se completa comprometendo o in formante com o cultivo de algum novo comportamento ou correção de outro, ope racionalizando, segundo o modelo que está no avesso do crachá do Perfil de Com petências. Por fim se faz, com todos, o exercício de ciclagem reduzida do cérebro.

Em resumo, o Fluxograma de uma sessão de Neurocoaching Educativo é:

1. Abertura com saudação e ambientação. Recorda-se a norma de sigilo so bre o que se vai tratar, para preservar a confiança na intimidade do grupo. Todos têm que trazer exposto o crachá com o Perfil de Competências Tricerebrais”. 1.1. Começa-se por fazer o feedback aos que já são exigidores de cultivo dos colegas; se falta o exigidor, o feedback se fará diretamente à pessoa que se propôs o cultivo. Não se fazem registros escritos de nada, para não comprometer. 2. O Neurocoach oferece a palavra a quem queira relatar alguma queixa, di ficuldade, preocupação ou sonho etc. Espera-se, em silêncio, até que algum volun tário queira começar seu relato. 2.1. Terminado o relato, todos se aproximam do informante para examinar os dados do crachá com o Perfil de Competências Tricerebrais, por uns 3 minutos. Aí estão as pistas para entender o porquê de seu comportamento de mal-estar ou preocupações. Não se trata de entender o que o informante diz, sente e faz; trata se de entender por que o diz, sente e faz (geralmente é por recorrência). Como se “lê” o crachá com o Perfil de Competências Tricerebrais? 2.1.1. Primeiro, comparam-se os escores horizontais do teste do Quociente Tricerebral (QT) com sua escala de intensidade: se predominar o cérebro direito, houve pouca competição por discussão (cérebro esquerdo) ou por luta física e agressões (pelo cérebro central) com o rival adulto e com os rivais pares. Se pre dominar o esquerdo ou o central, houve menos carinho e amabilidades e, mais dis cussão e mentiras ou agressões e lutas físicas. Continua-se com a análise do QT vertical para saber em que níveis tem suas melhores competências e suas maiores debilidades para o jogo triádico. Depois, se relaciona isso com a posição relativa entre irmãos e as setas que indicam fixação e rivalidade no familiograma. Com isso, pode-se saber quais mem bros da família foram significativos na instalação dos programas tricerebrais positi vos e aversivos nas diversas etapas do ciclo familiar-escolar (desde a gravidez até os 18 anos). 2.1.2. A mãe se tomará sempre como subgrupo oficial. Se o narrador menci onou algo de táticas/arsenais tricerebrais usados por ela, tomar-se-á em conta no desdobramento; se não o mencionou, se perguntará. O pai terá sido antioficial (em quais aspetos?) ou oscilante. Há que tomar em conta táticas/arsenais tricerebrais usados pelo pai. Os filhos se distribuem, uns como seguidores do subgrupo oficial

315

materno, e outros como seguidores do antioficial/oscilante paterno, criando alian ças ou rivalidades entre eles. Há que descobrir em que subgrupo esteve o narrador e, suas relações com cada irmão, irmã e outros membros da família, se os havia. 2.1.3. Das figuras familiares que foram significativas, se deduzirão as recor rências sobre chefes(as), colegas, esposos(as) etc.; e dos escores tricerebrais e da posição subgrupal se deduzirá o modo tricerebral de relacionar-se com essas figu ras de recorrência e os resultados - ganhar, perder ou empatar. 2.1.4. Segundo o ciclo do Fluxograma da Vida que está vivendo o narrador, sabe-se o que deve ter vivido e superado e o que ainda o espera, com os riscos, ganhos e preços correspondentes. Em geral, sempre ficam coisas mal resolvidas nos ciclos anteriores. Se o narrador não apresentou informação suficiente, o grupo terá que perguntar. Durante os poucos minutos que dura a observação do crachá do Perfil de Competências, os observadores podem fazer comentários ou pergun tas ou dialogar entre si para ter bem claros os fatores que produziram e produzem o comportamento compensador ou descompensador do interessado. 3. O Neurocoach recolhe alguma frase e pede que alguém desdobre como se fora o informante, começando por “eu (repete o nome do informante) digo, sinto, faço isso… porque…” No começo, o Neurocoach dará exemplos e, depois, corrigirá os desdobramentos incompletos dos presentes. Está terminantemente proibido dar explicações. Só se aceitam desdobramentos e segundo a fórmula estabelecida. 4. Depois de uns quantos desdobramentos, o Neurocoach pede ao infor mante que faça o autodesdobramento de frases que lhe serão propostas, para veri ficar se ele domina o método, e se consegue romper as defesas de seu ego in consciente, autodefensivo e racionalizador, que oculta o autointeresse. Chamamos a isso “sair do raciocino monádico-justificador e passar ao triádico-realista”. Auto desdobrar-se é autoiluminar-se. 5. Exige-se do informante que se comprometa com algum comportamento novo ou, a corrigir algum outro considerado indesejável. 6. Ensina-se a autoautorização sobre os principais tópicos desdobrados. 7. Pede-se ao informante que operacionalize sua decisão, até escolher um exigidor e negociar as sanções. 8. Realiza-se o exercício de redução da ciclagem cerebral para gra var/guardar no inconsciente a programação feita pelo informante, com visualização do êxito desejado. É o poder de atração: atrair o que se quer. Reforça-se, também, o poder de atração de todos os presentes para seu êxito tricerebral. 9. O Neurocoach pede algumas opiniões de feedback, operacionaliza a pró xima sessão de neurocoaching e promove algum ritual para o encerramento. 10. Encerramento positivo. Obs.: Cada sessão de neurocoaching se faz sob a direção do Facilitador do Módu lo. O neurocoaching educativo não é milagroso, não cura nada nem ninguém e nem serve para tudo. É só para conscientizar e dar mais ferramentas a pessoas consideradas “nor mais” para melhorar seu autocondução. Fora disso, os necessitados terão que buscar pro fissionais de psicologia, psiquiatria ou profissionais de métodos alternativos. O Neurocoach não promete nada, só executa o processo.

316

6.3.3. CULTIVO DA AUTOIMAGEM

Depois de passar por algumas sessões de neurocoaching educativo, pode você requerer que o grupo de cultivo lhe ajude a rever sua autoimagem. Autoimagem é o conjunto de apreciações que fazemos de nós mesmos. Muito se nos meteu desde infância e, depois, muito das apreciações dos demais se nos grudou. Autoimagem é a soma do que consideramos êxitos e fracassos frente aos demais e frente a nossas metas ou propósito de vida. A boa autoimagem é fru to de esforço e persistência na busca de competências pessoais. O preguiçoso, o desleixado, o mimado, o parasita que se queixa de sua baixa autoestima não deve ser mandado ao psicólogo, mas sim ao “vai trabalhar, vagabundo”! Seja o que for, aconteça o que acontecer, é importante conviver bem consi go mesmo dentro de sua pele. Seu “eu” são os três cérebros trialogando, mutua mente refletindo-se ao longo do dia ou da vida. É preciso conseguir que se respei tem, sejam tolerantes um com o outro e sejam solidários, se apoiem, se reforcem para que a sensação de viver seja compensadora, tenha endorfina e seja útil aos demais. A autoimagem tem que ser mais ou menos condizente com a hétero imagem para que não seja supervalorizada ou narcisista, nem subvalorizada ou pessimista. Quando possível, seria bom ouvir o que dizem os demais a respeito de você. O exercício necessita um roteiro como o que segue.

1. O QUE GOSTO DE MIM (eu em meu espelho) Aspectos tricerebrais em que tenho êxito: Meu potencial na vida privada e na profissão: Grau de confiança em mim mesmo(a): Grau de crença e otimismo frente a meu futuro:

2. O QUE NÃO GOSTO DE MIM Os fracassos em minha vida têm sido: Minhas reações em épocas difíceis têm sido: Estou regredindo em aspectos como:

3. HÉTERO-IMAGEM (eu tendo aos demais como espelho) Quanto de reconhecimento espero pelo que sou e faço: O que mais gosto de ouvir sobre mim: Elogios que me fazem: A quem gosto de mostrar uma boa imagem ou frente a quem quero projetar uma boa imagem:

4. EM QUE ASPECTOS FALAM MAL DE MIM E ME ACUSAM:

317

Que é o que mais me ofende: Qual é a primeira impressão que causo: Como reajo a opiniões negativas sobre mim:

5. Rodízio de opiniões dos presentes para corrigir, melhorar ou reforçar (não para consolar) a imagem de quem se apresentou. 6. REDEFINIÇÃO DA AUTOIMAGEM. O que gostaria de modificar em minha auto e hétero-imagem:

7. O Feedback para avaliar os resultados em minhas metas de autoimagem será em: Lugar:_________________, Data:____ de__________ de ______

6.4. COMPROMISSO HISTÓRICO COM A INDOAMÉRICA. Terá falhado a evolução na Indoamérica?

Essa dúvida a expressaram Hegel, Marx, assim como biólogos e ecologistas europeus sobre a evolução de animais e vegetais no Novo Mundo. Seríamos uma parte abortada da evolução planetária ou um desastre da colonização europeia? Depois que Estados Unidos se tornaram potência mundial no século XX, as per guntas dos europeus serão outras... Pela visão sistêmica, não se pode tomar a educação como se não tivesse nada que ver com política, religião, economia e toda a problemática de nossos po vos. Por isso falamos de COMPROMISSO SOCIAL. Há que propor uma educação tricerebral para que cada educando se torne um construtor de Pátria, de humani dade, corresponsável pelo presente e co-criador do futuro. Sem revisar nossa con figuração tricerebral e tricultural herdada dos colonizadores europeus, principal mente dos salazarista-portugas, isso não acontecerá (recomenda-se consultar o texto INDOAMÉRICA, no Cap. 5). É uma infelicidade não termos conseguido a libertação completa, o replanejamento e a organização de nós mesmos, ou seja, não nos termos tornado seres humanos e sociedades diferentes dos predadores europeus, agora em crise por falta de colônias a explorar. Nós, os indoamericanos, temos que propor algo novo, frente ao diagnóstico que temos de nós mesmos depois de 500 anos de "civilização e evangelização” (leia-se bárbara colonização e domesticação) europeias. COMO ESTÃO OS 3 CÉREBROS E AS 3 CULTURAS NA INDOAMÉRICA?

318

Nosso cérebro é latino-americanizado, afro-americanizado e anglo americanizado. Nosso cérebro direito é das religiões europeias, católicas-italianas, protestantes-anglo-saxãs e de religiões africanas com algo de xamanismo indígena. Nosso cérebro central é de economia e processos econômico administrativos anglo-americanos. Nosso cérebro esquerdo é de filosofia e política latino-francesas, tanto monádicas como diádicas, ou seja, uma miscelânea capitalista-socialista. Ao usamos a linguagem dos três blocos europeus, usamos o modo de pensar deles; assim temos um cérebro completamente alienado, completamente europeizado, que leva à única conclusão possível: deseuropeização imediata de nosso cérebro para descobrir nossa cultura e criar o homem novo indoamericano. Em 1992, completaram-se 500 anos da chegada oficial dos europeus a nosso continente, decretando a agonia da cultura local. Neste começo do século XXI, se estão celebrando os 200 anos das “independências” latino-americanas. Seria o momento para um diagnóstico e para uma celebração ao contrário; ou uma contracelebração. Mas as vítimas, os colonizados, os oprimidos se mostraram incapazes de pôr a Europa num tribunal da História. E puseram-se a festejar o invasor, a festejar o opressor, com exceção de alguns protestos. Isso de que foi “encontro” de duas culturas é um truque para seguir ocultando o genocídio e o banditismo dos invasores e limpar a consciência e a responsabilidade histórica dos negociantes e missionários europeus e seus continuadores locais. Será necessário que as vítimas, os oprimidos se levantem e afugentem seus opressores que continuam opressores na post-modernidade através: - da depredação comercial e o capital especulativo que afundam países, um depois do outro; - da cultura e religiões subjugadoras que continuam sua “evangelização”; - de suas imposições político-econômicas segundo a lei do mais forte. Em qual dos três cérebros ou dos três poderes (político-econômico-sacral) dos colonizadores há que continuar na luta por independência? Limpemos nossa programação de colonizados, expulsemos de nossos cérebros a Lusitanidade, a Hispanidade, a Anglicidade, a Galicidade, a Italianidade, a Germanidade, a Africanidade, a Orientalidade. Sejamos simplesmente indoamericanos e cuidemos de nossa Indoamérica, de nosso jogo triádico e de encontrar uma proposta regional para nossos três cérebros. Continuamos presos ao passado, cultivando as mitologias que nos chegaram da Europa: a mitologia cristã-italiana, a mitologia grega, a mitologia do capitalismo, a mitologia do marxismo, a mitologia do desenvolvimento, a mitologia do império romano continuado pelo império anglo-americano. A mitologia do homem machista, a mitologia da virgindade, da família, da propriedade privada ilimitada. Mitologias e mitos que nos oprimem e que não nos deixam solucionar nossos problemas de maneira original, de maneira nova, principalmente porque temos um cérebro caótico, uma programação mental a favor de outros e contra nós mesmos. Sofremos de alienação individual e de alienação coletiva.

319

ESTARÃO OS INDOAMERICANOS NA LUTA CERTA?

Para que existisse uma nova utopia para a Indoamérica, seria necessário modificar este jogo triádico em que jogamos como subgrupos oscilantes das metrópoles. Haverá cérebros e equipes com disposição para repensar este jogo e mudá-lo? Para modificar este jogo será preciso que a América “Latina” ou um bloco dela se torne subgrupo antioficial dos Estados Unidos, como o grupo da Revolução Francesa; como o brilhante grupo dos Pais Fundadores de Estados Unidos à época de sua independência frente à Inglaterra, em 1776; como o grupo de Tiradentes, de Simão Bolívar, de San Martin etc. Para que a América “Latina” ou um bloco dela assuma o papel de subgrupo antioficial positivo, teria que examinar seu jogo triádico interno e reorganizá-lo. Esse jogo vem desde antes das tentativas de Independência e continua operando. É a organização do colonialismo interno, copiada do colonialismo europeu. Consiste em que uma das regiões internas se autoinstitui como subgrupo oficial econômico-político depredador (no Brasil, é o seu “Triângulo das Bermudas”, constituído pelas elites de Rio, São Paulo, Minas e seus aliados internos e externos); outra, como antioficial onde se gestam forças divergentes e revoltosas contra a primeira; e as demais regiões como bloco oscilante, pobre e impotente. As regiões oscilantes ficam à mercê da região oficialista que controla o governo, a economia, a religião os meios de comunicação e tudo mais, enquanto oferece planos de desenvolvimento, de socorro emergencial; e enquanto as populações periféricas e pobres incham as cidades do país ou da região oficial em busca de trabalho ou melhores oportunidades. As regiões antioficiais e suas revoluções e guerrilhas que se levantaram para solucionar esse colonialismo interno fracassaram, até agora. E os subgrupos oficiais da região que pratica o colonialismo interno “fracassam” em resolver o mesmo problema porque se dedicam a defender seus privilégios desproporcionais, por todos os meios. Esta é a origem da violência na Indoamérica e em cada país ou região. É estrutural, vem de cima para baixo, vem dos subgrupos mais altos do poder político-democrático, do poder econômico-plutocrático e do poder sacral-teocrático. O Proporcionalismo (ver Manifesto da Proporcionalidade com Democracia Direta em: www.csproporcional.com.br) não busca a igualdade máxima, nem aceita a imposição da desigualdade máxima. Esta é um darwinismo social em que os ganhadores ou os mais fortes devem impor empobrecimento aos perdedores ou à maioria mais débil, seja no mundo internacional, seja dentro de seu mesmo país, seja dentro de um município ou uma empresa, como o propõe e faz a ideologia do neoliberalismo. O Proporcionalismo é uma proposta de liberdade política econômica-sacral, com limites proporcionais para os três subgrupos, para que os três possam viver e atuar, sem querer eliminar ou excluir a ninguém. Para agilizar e ativar a evolução deste processo devem colaborar todos os subgrupos: Os antioficiais, os ambientalistas, os partidos políticos oposicionistas, sindicatos, cooperativas, instituições culturais, religiões, proprietários, intelectuais e

320

empresários que sejam idealistas, progressistas, que tenham um sonho maior que o de sua família e de seu negócio, e se sintam agentes históricos da Indoamérica. É a busca de pactos sociais. Entretanto, a revolução primordial, a mais fundamental será a das mulheres que decidirem formar/programar seus filhos pela trialética e proposta de convivência em sociedade como aparece no Manifesto da Proporcionalidade, enquanto não aparecer outra proposta superadora desta. O essencial está na proposta da Carreira de Mãe, apresentada no Capítulo 3. - Por outra parte, estão os subgrupos oficiais negativos de todos os poderes, defensores de sua boa situação, atuando por corrupção (que é assalto ao dinheiro da coletividade pagadora de impostos) e por jogadas econômico-políticas de gângsteres. Eles não se convertem, não cedem por amor, pela razão ou pela lei, não se intimidam, não têm vergonha. O fanatismo pelo dinheiro – money addiction não lhes permite. Então, haverá que substituí-los, seja por eleições, processos judiciais, pressão, seja por revolução etc. e estabelecer subgrupos oficiais positivos, com a ideia de um Estado comprometido com o bem comum e proporcional dos três subgrupos. - Muitos dos que se dedicam à ciclagem cerebral reduzida (religiões carismáticas, curandeiros e sensitivos) são oscilantes negativos e alienados, isto é, desligados da problemática social e desinteressados pela mudança social. Eles deixam para depois da morte ou para fictícias entidades sobrenaturais a solução dos problemas e o consolo pelas privações deste mundo. São os que pregam que é bom sofrer injustiças e pobreza porque isso purifica, santifica, conduz ao céu ou desconta carma (por que não vão convencer disso os ricos e poderosos, então?). Não existe escola, nem instituição, nem religião, nem Estado que promova o desenvolvimento dos 3 lados do cérebro e busque a convivência proporcional dos três subgrupos como o estamos propondo aqui, enquanto tolerarmos a atual estrutura oficialista do mundo, principalmente do poder econômico irresponsável. Mas você está no jogo e não pode escapar. Não pode tornar-se um avestruz, enterrar sua cabeça acreditando que desta maneira se oculta do jogo, se defende. A maneira de defender-se é outra. Comece por sentir-se sócio coproprietário do condomínio que é o planeta, que é a Indoamérica, que é seu país. Você é sócio nato, membro da sociedade indoamericana e planetária, e vai ter que desempenhar-se e realizar-se dentro deste processo. Os deuses não deram escrituras do planeta a ninguém, a nenhum subgrupo exclusivamente. A propriedade, o poder, os direitos, são acordos humanos que se mantêm enquanto isso seja de proveito para todos.

Uma proposta, uma mudança, uma constituição, uma religião, uma revolução que não se faça para a proporcionalidade entre os três subgrupos não é mais que um golpe, um assalto de uma classe ou de um subgrupo sobre os outros dois (Germán Zavala, pensador e ativista colombiano).

Não creia nem espere que os subgrupos negativos, maximocráticos e unilaterais, proponham alguma escola, algum orçamento, algum apoio para evolução dos 3 processos mentais, para busca do proporcionalismo entre os

321

membros do condomínio local, nacional e internacional. Tudo ao contrário. Então, inicie por conta própria seu processo de cultivo, planificando suas metas, fazendo sua reprogramação global. E torne-se militante da utopia da Mulher Nova (segundo a Carreira de Mãe) para gerar o Homem Novo e a Nova Indoamérica. É preciso formar equipes com este paradigma, com estas ferramentas e com esta proposta embrionária, que poderá levar a outras, sempre superadoras.

6.5. ESTIMULANDO A NOVA MULHER E O NOVO HOMEM

1. UTOPISTA ou criador de utopias. Que é isto? É fazer propostas, modelos comunitários, tipos de organização de vida pessoal, grupal, nacional ou planetária mais idealistas/otimistas, reduzindo ao mínimo o sofrimento, os conflitos, privilegi ando as relações harmônicas, a prosperidade proporcionalista. As utopias sempre existiram. São sonhos, ilusão, são a esperança interminável, que alguns subgrupos têm para superar os problemas da humanidade e seu ecossistema, para controlar o jogo triádico que nos impele para ir adiante, mas que também nos devora. As uto pias são mais de cérebro direito, quando se espera a redenção pela religião; ou de cérebro esquerdo, quando se espera a redenção pela ciência e a razão; ou de cé rebro central, quando se espera a redenção pelo desenvolvimento, a riqueza, a tecnologia; ou são utopias incluindo os três cérebros, como o Manifesto da Propor cionalidade. Viver sem ilusão, sem esperança - não é viver. 2. DEFENSOR DA AMÉRICA “LATINA” E CARIBE. Neste papel, você pensa na nova independência e autocondução que deve ser conquistada por esta região da Indoamérica frente ao europeísmo e ao império judeu-anglo-americano. Pode ser defensor de outras causas como a ecologia, a cultura local, a paz, a ética na política etc. 3. INDOAMERICANÓLOGO. Comece a interessar-se pelos países das Américas, por Indoamérica, por seu processo histórico, econômico-político, sua dívida, seus exércitos, suas religiões, sua geografia; enfim, seja um especialista em Indoamérica. Aprenda a amá-la, a vivê-la, a sofrê-la, a exaltá-la e a transformá-la. 4. EU-FONTE INDOAMERICANO "REDIVIVO". Eu-fonte é todo aquele que deu início ou gerou algo novo, que deu nova vida como, por exemplo, Bolívar, San Martín, José Martí, Fidel Castro, Washington, Jefferson, Betty Friedan, Evita Perón, Rigoberta Menchú da Guatemala, Chiquinha Gonzaga, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer etc. Em todos os países existem eu-fontes masculinos, eu-fontes femininos. Faça de conta que um deles se “incorpora” em você, que fala e atua através de você. Isto fará você sentir qual teria sido o papel de um Bolívar, de uma Princesa Isabel, de uma Evita Perón, de um Thomas Jefferson etc. 5. MULHER NOVA, FORMADORA DO HOMEM NOVO. Tente descrever em que consiste ser uma Mulher Nova, uma mãe programadora tricerebral de um Homem Novo, um novo cidadão da Indoamérica, que luta pelo cidadão do futuro, para que todos sejam renovados. Como seria e atuaria esta mulher/mãe formadora da cidadania proporcionalista da Indoamérica, de um país proporcionalista, com os três subgrupos proporcionais, ajudando as Américas e o mundo em sua transformação? Se você é uma Mulher Nova, se você é um Homem Novo adote esta utopia e seja feliz divulgando-a.

322

BIBLIOGRAFIA BATISTA, Sebastião. Aproximação ao conceito do direito desde a perspectiva triádica descrição de sua estrutura, dinâmica e finalidade (tese de doutorado). Universidade de Almería, Almería – Espanha, 2004. BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração. São Paulo: Cultrix, 2012. CAPRA, F. O Ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1985. CARVALHO, Maria Cecília Costa e Silva. Fractais – uma breve introdução. Natal (RN): Ed. da autora, s/d. CHOMSKY, Noam. Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente. São Paulo: EDUSP, 2015. CHOPRA, Deepak. O essencial: corpo sem idade, mente sem fronteiras. São Paulo: Roc co, 1994. _______________. Supercérebro – como expandir o poder transformador da sua mente. São Paulo: Ed. Alaúde, 2013. CORBÍ, Marià. Para uma espiritualidade leiga: sem crenças, sem religiões, sem deuses. D’AMBROSIO, São Paulo: Ubiratan. Paulus, 2010. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1990. DAMÁSIO, Antônio. O erro de Descartes - emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. _______________. Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. _______________. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. DARWIN, Charles. A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo: Com panhia das Letras, 2009. DE BONNO, Edward. O pensamento lateral. Rio de Janeiro: Record, 1970. _________________. Novas estratégias do pensamento. São Paulo: Nobel, 2000. _________________. El pensamiento práctico. Buenos Aires: Paidós, 1989. DOIDGE, Norman. O cérebro que se transforma – como a neurociência pode curar as pes soas. São Paulo: Record, 2012. DUSSEL, E. Ética da libertação, na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vo zes, 2002. ECCLES, John C. & POPPER, Karl R. O cérebro e o pensamento. Brasília: UNB, 1998. EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. São Paulo: Ediouro, 1984. ELIADE, Mircea. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 1998. _____________. História das crenças e das ideias religiosas. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. ESTULIN, Daniel. Clube Bilderberg: os superdonos do mundo. Lisboa: Lusitana, 1998. FERGUSON, Marilyn. A conspiração aquariana. Rio de Janeiro: Record, 1990. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia - novela sobre a história da filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. GAIARSA, Ângelo. Minha querida mãe. São Paulo: Ed. Gente, 1992. GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM, 2000. GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas. A teoria na prática. Porto Alegre: Armed, 1995. GARFIELD, Patrícia. Sonhos criativos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. GARRAFA, V. & PRESSEN, L. Bioética: poder e injustiça. São Paulo: Loyola, 2003. GARRAFA, V. Bioética no Brasil de hoje. São Paulo: Gaia, 2006. GELL-MANN, Murray. O quark e o jaguar – aventuras no simples e no complexo. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. GHYKA, Matila. Estética de las proporciones en la naturaleza y en las artes. Buenos Aires: Poseidon, 1953. GLADWELL, Malcolm. Fora de série. Por que umas pessoas têm êxito e outras não? São Paulo: Sextante, 2008. GLIEDMAN, John. À sombra da realidade. São Paulo: Ed. Abril, 1984.

323

GOLEMAN, Daniel. A inteligência emocional. São Paulo: Objetiva, 2001. GRECO, Milton. A aventura humana entre o real e o imaginário. São Paulo: Perspectiva, 1988. ____________. Interdisciplinaridade e revolução do cérebro. São Paulo: Pancast, 1994. GREGORI, W. O poder dos seus três cérebros. São Paulo: Pancast, 1984. ___________. Construção familiar-escolar dos três cérebros. Belo Horizonte: Ed. LUX, 2002. ___________. Manifesto da proporcionalidade com democracia direta. www.csproporcioal.com.br ___________. História da educação e escolas antropogógicas. www.www.csproporcional.com.br ___________. Aprendendo pelas telinhas. www.csproporcional.com.br ___________. Gramática do dinheiro (cópia magnética). Dallas, 2004. GREGORI, W. & VOLPATO, Evilásio. Capital tricerebral e administração sistêmica, 2014. https://books.google.com.co/books?id=7GOxBgAAQBAJ GROSSI, Esther. Pós-construcionismo. Petrópolis: Vozes, 2000. HAMER, Dean. O gene de Deus – como a herança genética pode determinar a fé. São Paulo: Mercuryo, 2005. HECKMAN, James. In: O bom de educar desde cedo. Veja, nº 2116, 10/06/2009. HORGAN, John. A mente desconhecida. Porque a ciência não consegue replicar, medicar e explicar o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. HURTADO, Maria Judith. Presença total do SETU (cópia magnética). Quito, 2013. JUNG, C. G. Os arquétipos e inconsciente coletivo. Petrópolis: Vozes, 1998. KANDEL, Eric. Em busca da memória: O nascimento de uma nova ciência da mente. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. KHAN, Herman. O ano 2000. São Paulo: IBRASA, 1968. KLEIN, Naomi. A doutrina do choque. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. KURZWEIL, Ray. Como criar uma mente humana – os segredos do pensamento humano. São Paulo: Aleph, 2014. ŁOBACZEWSKI, Andrzej M. Ponerologia: psicopatas no poder. São Paulo: Vide Editorial, 2015. LELOUP, J. Y. Uma consciência anunciada. In O homem do futuro – um ser em constru ção. São Paulo: Trion, 2002. LIPTON, Bruce. A biologia da crença. São Paulo: Butterfly, 2007. LURIA, Aleksander. Fundamentos de neuropsicologia. São Paulo: EDUSP, 1981. ______________. A construção da mente. São Paulo: Ícone Ed., 1992. MACHADO, Luiz. O cérebro do cérebro. Rio de Janeiro: Cidade do Cérebro, 1994. MacLEAN, Paul D. The triune brain, emotion, and scientific bias. NY, Schmitt Ed., 1970. MacLean é o neurólogo norte-americano pioneiro nesta teoria. Outros de seus livros são: “A triune concept of the brain and behavior”, e “The triadic brain in evolution: Role in paleocerebral functions”, 1990. MANDELBROT, Benoît. Fractales, hasard et finance. Paris: Champs Sciences, 1997. MARINO, Raul Jr. A religião do cérebro. São Paulo: Ed. Gente, 2005. _____________. Em busca de uma ética global. São Paulo: Hagnos, 2009. MORIN, Edgar. O método. Madrid: Eds. Cátedra, 1992. ____________. O paradigma perdido: a natureza do homem. Barcelona: Kairós, 1973. ____________. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. ____________. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2004. MÜLLER, A. R. Teoria da organização humana em 14 subsistemas. São Paulo: Ed. Socio logia Política, 1958. NICOLESCU, B. Um novo tipo de conhecimento – transdisciplinaridade. In Educação e transdisciplinaridade. Brasília: UNESCO, 2000. OLIVEIRA, Colandi. Da Dependência à Autocondução. Brasília: Thesaurus, 1990.

324

_______________. Psicologia da ensinagem. Processos mentais na relação pofessor aluno. Goiania: Kelps, 2003. _______________. Educação infantil pelos três cérebros (tese doutoral). Brasília: Thesau rus, 2015. OSBORN, Alex F. O Poder Criador da Mente. São Paulo: lbrasa, 1964. PAPERT, Seymour. Logo: computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1988. _______________. A máquina das crianças. Porto Alegre: Artmed, 2008. O autor é piage tiano e aplica estes princípios à educação, em que entra o computador como interme diário. Sua tese é que não serve para muito usar computadores em conexão com teo rias tradicionais de educação, pois não há tecnologia educacional que possa redimir ou salvar as crianças, sem uma filosofia educacional que mude seus cabeças. É o mesmo autor do projeto Logo que despertou tanto entusiasmo no início. PEARCE, Joseph Chilton. A criança mágica. Rio: Francisco Alves, 1982. PIAGET, Jean. A epistemologia genética. Petrópolis: Vozes, 1973. Piaget escreveu mais de 70 obras e são suas propostas as que lideram a revolução da inteligência dessa época na educação. Lástima que seja muito europeísta e tenha dado escassa atenção ao conflito mental dialético ou trialético, que o deixa muito próximo da monolética e do cartesianismo. O Construtivismo Sociointeracionista melhora isso um pouco, agregan do a pedagogia conscientizadora de Vygotsky e Paulo Freire. O pós-construcionismo de Esther Grossi vai além dessas posições maniqueístas. PINK, Daniel. O cérebro do futuro – a revolução do lado direito do cérebro. Rio de Janeiro: Campus, 2005. PINKER, Steve. Como a mente funciona. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. PIRSIG, Robert M. Zen e a arte de manutenção de motocicletas. São Paulo: Paz e Terra, 1984. PRIBRAM, Karl. Cérebro, mente e holograma. Madrid: Alhambra, 1980. PRIBRAM, Karl; Ken Wilber & Fritjof Capra. Paradigma holográfico e outros paradoxos. São Paulo: Cultrix, 1991. RAJNEESH, Bhagwan. Meditação: a arte do êxtase. São Paulo: Cultrix, 1976. RAMALHO, Danielle Manera. Psicopedagogia e neurociência. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015. RAPAILLE, Clotaire. O código cultural - por que somos tão diferentes na forma de viver, amar e comprar? Sua tese é que o comum das pessoas se move por arquétipos diádi cos/triádicos e trilhas mentais formadas pelas vivências de infância que ficam armadas e armazenadas no inconsciente; e disparam automaticamente frente ao estímulo cor respondente. Assim é o inconsciente pessoal, grupal e cultural/étnico. RHINE, J. B. & Pratt J. G. Parapsicologia - fronteira cientifica da mente. Curitiba: Hemus, 1966. SAGAN Carl. Os dragões do éden: especulações sobre a evolução da inteligência huma na. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982. É uma apresentação das principais teorias modernas sobre cérebro, principalmente as triádicas. __________. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência como a luz na escuridão. São Paulo: Cia. das Letras, 2005. SANDOVAL, J. F; QUINTERO, R; ARIAS, Adriana. Relación entre la proporcionalidad ce rebral triádica y el rendimiento académico de los estudiantes (tesis de Maestría). Me dellin, 2009. SANVITO, W. L. O Cérebro e suas vertentes. São Paulo: Roca, 1994, 2 ed. SAVATER, F. Os 10 mandamentos para o século XXI. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. SCHERMER, Michael. Cérebro e crença. São Paulo: Jsn, 2012. SHARP, Gene. De la dictadura a la democracia – una estructura conceptual para la libera ción. Bangkok, 1993; Boston: The Albert Einstein Institute, 2003. É um manual para criar instabilidade política e derrubar governos “indesejáveis” por métodos “brandos”. SINAY, Sergio. La sociedad que no quiere crecer – cuando los adultos se niegan a ser adultos. Buenos Aires: Ediciones B, 2009. SINGH KHALSA, Dharma. Longevidade do cérebro. Rio, Ed. Objetiva, 1997.

325

SOARES, Oswaldo. Pequeno dicionário burguês-proletário. São Paulo: Civilização Brasilei ra, 1983. SOROS, George. A crise do capitalismo global. São Paulo: Campus, 2001. SPERRY, Roger W. Some effects of disconnecting the cerebral hemispheres. Stockholm: Almquist & Wiksel, 1981. ________________. Ciência e prioridade moral - uma fusão da mente, do cérebro e dos valores sociais. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. STEINER, Rudolf. A educação prática do pensamento. São Paulo: Antroposófica, 1985. STERNBERG, Robert J. Psicologia cognitiva. São Paulo: Cengage Learning, 2010. SUN TZU. A arte da guerra. Porto Alegre: L&PM, 2012. TALBOT, Michael. O universo holográfico. São Paulo: Best Seller, 1993. TANIGUCHI, Masaharu. A mente e a força criadora. São Paulo: Igreja Seicho-no-iê, 1979. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. VILAR, Esther. O homem domado. São Paulo: Nórdica, 1973. ____________. Católicas del mundo, uníos: en lucha contra una iglesia sexista. Barcelona: Grijalbo, 1996. WATTS, Alan W. Psicoterapia oriental e ocidental. Rio de Janeiro: Record, 1961.

326

GLOSSÁRIO do PARADIGMA SOCIOCIBERNÉTICO Apresentamos um breve glossário para ajudar na compreensão do texto e seu contexto. Em algu mas redefinições/explicações, se faz um esboço de “tradução” da linguagem monádico unilateral e diádica do poder econômico-político-sacral para a linguagem sistêmico-triádica, que chamamos “proposta de logotriadização e logoterapia”. LOGOTERAPIA ou “semioterapia” é porque há conceitos que são verdadeiras prisões conceituais verbais das três culturas. Com o exercício de LOGOTRIADIZAÇÃO tenta-se revelar o que omi tem, distorcem ou ocultam tais conceitos ou categorias e seus silogismos de lógica monádica daí derivados, que são típicos das ciências exatas porque trabalham com números que repre sentam realidades discretas (exatas, delimitadas). Como as Ciências Sociais e Humanas traba lham com conceitos que representam realidades contínuas (sem fronteiras delimitadoras exa tas) terão que aderir à linguagem sistêmico-triádica e sua lógica “incerta”, “difusa”, “paraconsis tente”, ou seja, lógica das proporções triádicas elásticas. Tudo isso é para chegar a perceber, prever e propor nosso mundo como pós-capitalista, pós-socialista e pós-sacral, um pouco além dos velhos padrões conceituais-linguísticos e silogismos unilaterais.

AGENDONOMIA: todas as agendas, ocupações prestadias/usuárias dos catorze subsis temas, em seus quatro ou mais níveis de uma hierarquia. Substitui o conceito de “tra balho” da era industrial, porque “agendonomia” é um conceito muito mais amplo e ex plicativo. “Agente” é conceito mais amplo e melhor que trabalhador. “Prestusuário” é ainda melhor. Uma hierarquia é uma pilha de posições coordenadas e convergentes, são níveis de agendonomia, por onde ingressam, escalam e saem agentes prestusuá rios (trabalhadores) de todos os níveis. Com esses novos conceitos não há segrega ção entre empregados “trabalhadores” e patrões “não-trabalhadores”. AMERÍNDIA (Ver Indoamérica): um dos nomes para substituir o de "América Latina" e “América do Norte”. A primeira Ameríndia foi a pré-colombiana; a segunda, a invasão europeia; a terceira, a tentativa de independência, conseguida só pelos EUA; a quarta, a tentativa de revoluções socialistas, durante todo o século XX até os anos 80; a quin ta é esta que se está gestando no ventre da baleia do neoliberalismo. ANATROPIA e Entropia: rumo, sentido da energia para mais ou para menos, para melho ramento ou para deterioração, para mais organização ou mais decomposição, vida ou morte. Em lugar de anatropia, às vezes se diz “antientropia” ou neguentropia. ANTROPOGOGIA: Conceito baseado num programa de desenvolvimento permanente do ser humano pelos quatro níveis de seus três cérebros. Pode substituir o conceito de Pedagogia. ARQUÉTIPOS: São as imagens inconscientes e recorrentes mais antigas, primordiais, co mo o princípio tri-uno, o molde triádico do cérebro, da família, da política, dos deuses. Sobre o arquétipo matergístico tri-uno (todos os demais são tão só recorrências here ditárias) são construídas, pela família, pelo ambiente e pelas primeiras experiências de infância, as trilhas ou rotinas mentais, que são respostas automáticas e também in conscientes do nível 1 do tricerebrar a qualquer estímulo ou situação. Estes são os ar quétipos tri-culturais. Ver “CULTURA”. BRAINSTORMING: torvelinho cerebral ou chuva de ideias. Técnica de criatividade (cére bro direito) usada na busca de solução de problemas, que seja inovadora, alternativa. Há os que reduzem a criatividade a técnicas lúdicas, brincadeiras... CAOS, Teoria do Caos: é o nome popular dado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos, aos flu xos etc. O novo é que se estão conseguindo métodos para provar que tudo é dinâmi co, evolutivo, e que as tais ciências exatas não são tão exatas e regulares assim. E que em seus movimentos, os sistemas se bifurcam, se trifurcam, mas sem seguir uma trajetória linear no espaço, nem constante no tempo. Com isso se rompe a concepção monádica e a concepção do progresso linear. Tudo é sistêmico triádico. CAPITAL INTELECTUAL: avaliação das competências tricerebrais em seus quatro níveis, que definem a empregabilidade e a competitividade de cada indivíduo e de cada equi

327

pe empresarial. É um conceito monádico que há que passar a triádico, às três inteli gências, aos três cérebros e sua forma integrada no CCF: Capital Tricerebral. CARTESIANO: referente a Descartes (1596-1650), um dos criadores do método científico matemático depois do inglês Francis Bacon, que procede por separação, decomposi ção e análise das partes, até chegar à última, à única, para estabelecer a única verda de, o princípio único. Isso de agarrar-se a um princípio único, a uma única verdade, a um só lado, sem ver as relações e sem aceitar a interdependência, se chama moná dico, paradigma monádico, unilateral, dissociador, segregador, exclusivista. Daí vem: monopólio, monótono, monobloco, monarca, monotemático etc. Cartesiano, monádico e capitalista se usam como sinónimos. O não cartesiano se diz: diádico, quando enfo ca a realidade por pares opostos, como na análise marxista; e se diz triádico, quando enfoca a realidade agrupando três lados: dois em oposição e um terceiro no meio, co mo no sistemismo triádico da Ciência Social Geral. Daí a monolética, a dialética, a tria léctica etc. CCF: Ver Ciclo Cibernético. CIBERNÉTICA ELETRÔNICA: ciência da construção de aparelhos de inteligência artificial, com partes articuladas por informação, de tal maneira que possibilitem autorregulação e o autodirecionamento (feedback). CIBERNÉTICA SOCIAL: nova governabilidade por autocontrole ou autofeedback, possibili tada pela teoria sistêmica que integra num só corpo teórico interdisciplinar as Ciências Sociais e Humanas para lidar com a complexidade da organização humana moderna, oferecendo formas de autorregulação e evolução mais proporcionais para todos. Ofe rece as ferramentas básicas para a Ciência Social Geral - CSG. CIBERNOSE: “doenças” da comunicação e da ação, quando se entende mal, não funcio na, enrola, quando há confusão. Babel. CICLO CIBERNÉTICO DE FEEDBACK – CCF (em espanhol: CCT ou Ciclo Cibernético de Transformação): soma articulada das operações dos três cérebros, como processo de pesquisa, estratégia e direcionamento da sobrevivência individual ou societária. Se diz “Ciclo” porque gira e se desenvolve sem cessar, repetitivamente; se diz “cibernético” porque é processamento que revela articulações, causalidade e compreensão do mo vimento; e de “feedback” ou de transformação porque serve para o autocontrole, a au torregulação do sistema e para dar-lhe rumo ou direcionamento. COACHING: método de treinamento esportivo para conduzir a um alto desempenho. Foi adaptado à gerência nas empresas. COSMOVISÃO ou paradigma: modo de perceber, interpretar e de usar o universo (o qual depende do uso dos três cérebros). O básico de uma cosmovisão ou um paradigma é tomar o mundo como monádico (feito por unidades isoladas), como diádico (feito por pares de unidades contrapostas) ou como triádico (feito por unidades relacionadas três a três). Ver paradigma. CULTURA: para os monádicos do cérebro direito, cultura se refere ao esporte, arte, cos tumes, festas e tradições folclóricas; para os do cérebro esquerdo, refere-se a grau de formação acadêmica ou sabedoria; para os do central, refere-se ao desenvolvimento material. Em CSG – Ciência Social Geral - se diz tri-cultura para abarcar as três acep ções. Quando queremos referir-nos ao uso do conceito de cultura para substituir o de “raça” é preferível usar o termo “etnia”. Assim, ao escrever “tri-étnico” nos referimos ao tri-cultural de um povo ou nação. Ou então, dizer: tal etnia com suas 3 culturas. DESDOBRAMENTO TRIÁDICO: interpretação do discurso, das expressões não-verbais e ações de cada um dos três subgrupos, tentando revelar as intenções latentes, incons cientes ou camufladas que cada um maneja como tática/arsenal para ganhar o jogo frente aos demais.

328

DIÁDICO, DIALÉTICA: palavras que originaram “diálogo”, “dialógica”, que pode ser entre dois ou mais interlocutores/agentes. Por isso, “dialética” tem que indicar o número de envolvidos: “dialética entre ou de base 2, dialética entre ou de base 3 (neste caso é melhor dizer “trialética”. DINÂMICA: é um referencial que organiza a realidade em esferas, órbitas concêntricas ou entrelaçadas, de amplitude progressiva; contextos de vibração, de esforço, de movi mento triádico de poder e sobrevivência. Distinguimos vários círculos, “redemoinhos”, campos ou esferas deste dinamismo, todos articulados entre si: dinâmica matergística (energia quântica, física, química etc.); dinâmica ambiental (evolução, recursos natu rais, ecologia); dinâmica mental (os três cérebros e seus processos); dinâmica indivi dual (personalidade e autodesenvolvimento); dinâmica prestusuária (produção e distri buição de satisfatores de nossas necessidades); dinâmica de grupo (relações huma nas, poder político, competição, cooperação); dinâmica simbólica (representação da realidade por símbolos como teorias, dinheiro e artes); dinâmica futuro-universal (tudo o que transcende nossa existência, o infinito, eterno, superior). Cada uma dessas es feras dinâmicas se descreve pelos 14 subsistemas e seus quatro níveis. DOMÍNIO INTERNO E EXTERNO (D.I., D.E.): indica o "lado de dentro" e o "lado de fora" de um sistema, marcado por uma fronteira, pele, campo, jurisdição, com "alfândega" ou válvulas de controle do que entra (inputs) e do que sai (outputs) do sistema. Uma família tem uma ação de organização interna (D.I: domínio interno) e uma ação de re lacionamento com vizinhos, comércio, trabalho em busca de meios (D.E: domínio ex terno). ECONOCRACIA ou plutocracia: quando o governo é conduzido pelo poder econômico ou plutocracia, dominando ou usando os políticos e os religiosos como testa de ferro. ECORREGIÃO: visão do planeta por esferas (mini, médio, grande, maxi) autossustentáveis por seu modo de pôr em rede usuprestadia proporcional as dinâmicas nomeadas an tes. Com este conceito, poder-se-ia substituir a divisão do planeta por continentes, pa íses, municípios, reinos e espécies, devido à nova consciência ecológica, ecossistêmi ca. Ou sobrepor-se a esse divisionismo arbitrário. ECOSSISTEMA, ecomercado: um conjunto de sistemas em rede hierarquizada, vivendo uns dos outros de forma intersustentável. Esta rede inclui a parte física, mineral, vege tal, animal, humana e atmosférica, todas interdependentes, todas intercambiando sa tisfatores para sobreviver ou existir. Aí está o conceito amplo de ecomercado e ecos sobrevivência, feito de micro ecossistemas ou ecorregiões. Os humanos ainda pen sam só no mercado ou intercâmbio entre eles mesmos. EFETUADOR: sinônimo de sistema. Fala-se em efetuador porque o sistema efetua a trans formação de inputs em outputs, de ensino em aprendizagem, de insumos em produ tos, de investimento em renda, de custos em benefícios etc., ao longo do fluxo sistê mico usuprestadio. O movimento universal é efetuação de mudanças sucessivas. ENDORFINA: neurotransmissor que produz a sensação de prazer, de plenitude; a adrena lina produz o oposto. ENSINAGEM: palavra que é contração de ensino e aprendizagem, para indicar a reciproci dade do processo entre upayador e upayado, educador e educando, embora esse in tercâmbio seja de proporções ou porcentagens distintas, segundo a área. EPIGÊNESE: surgimento de um novo ciclo ou sistema de um anterior quando este ainda não terminou de todo, sobrepondo-se os dois extremos como escamas, penas, telhas, ou como gerações de pais e filhos. É como se move o impulso da matergia para a complexificação. Daí o conceito de gramática generativa, de psicologia do desenvol vimento e gerações, de ciclos econômicos, de superação, transcendência etc. EPISTEMOLOGIA: parte da filosofia dedicada a questionar e revolucionar o conhecimento, arte, religiões e a tecnologia econômico-política. É a busca constante de evolução, de

329

integração, de sentido para as três culturas (dos três cérebros). É a Filosofia da Ciên cia dos franceses. EPOKÉ: palavra grega que significa suspender o ato de dar respostas, fazer juízos de va lor, crítica, enquanto se questiona ou investiga algo. ESPIRITUALIDADE: referente à religiosidade e reverência ao que seja superior aos huma nos, à energia ou realidade primordial e seu desenvolvimento na consciência humana, que preferimos chamar “estético-mística” (nível 4 do cérebro direito). Religião se dis tingue de espiritualidade porque aquela é a instituição que dirige este processo. Pela falta de clareza de conceitos, muito comum em todas as áreas em que predomina o cérebro direito, vale citar o Pe. jesuíta espanhol, Marià Corbí (2007): Gostaria de poder prescindir do termo "espiritualidade", porque pode conduzir a equívocos, por essa car ga de dualidade corpo/espírito que transmite, tão própria de uma concepção do ser humano muito distante das concepções que manejamos no presente. EU-FONTE: nome que se dá a quem gera ou inicia algo novo. FAMILIOGRAMA: estudo das relações triádicas entre os membros de uma família. Ver So ciograma Familiar. FATORES OPERACIONAIS: referencial ou esquema gráfico composto de quatro categori as básicas inter-relacionadas e que podem ser subdivididas: 1: espaço; 2: cronologia; 3: personagens ou atores; 4: procedimentos. FACTUAL: o mundo fático, a esfera do real, factosfera, em contraposição ao virtual, à sim bolosfera, à teoria. “Comunicação factual” é transmitir significados, ordens, orienta ções, comandos, por atitudes fáticas, ações: de preferência sem palavras, sem discur sos, sem avisos. FEEDBACK: aparelho ou capacidade de regulação, ajuste, direcionamento de um sistema tanto em relação a variações em seu domínio interno como em relação a variações de seu domínio externo ou meio ambiente (tudo se move, evoluciona, muda sempre, tudo são variações; é o eterno devir que requer sempre feedback). Para um feedback, que é o número 10 do CCF, tem-se que percorrer os outros 9 passos porque se torna o ei xo de um microciclo. Por isso se diz Ciclo Cibernético de Feedback como equivalente a CCF, cuja denominação foi tomada do fluxo sistêmico (input-transformação-output e feedback). FLUXO USUPRESTADIO: nome dado ao processo, sequência ou torrente de intercâmbios e transformações entre sistemas com suas válvulas ou pontos de transmissão (emis sores-receptores) começando nos inputs e terminando nos outputs (troughflow). Entre os humanos, dizem-lhe processo econômico ou de produção e consumo. “Fluxo Usu prestadio” representa melhor esse fenômeno e, além disso, abarca o mesmo fenôme no para todo o ecossistema, ou os sistemas não humanos com que nos relacionamos num fluxo usuprestadio universal. “Fluxo Prestusuário” é o mesmo, em vice-versa, co meçando nos outputs e dirigindo-se aos inputs. FLUXOGRAMA : é a sequência de passos ou atividades de um processo que conduza à realização final de um projeto; é estabelecer o que vem antes e depois, na execução de um trabalho. FRACTAL: vem de frações. É uma das palavras que mais caracteriza a teoria do caos: que todas as formas dos sistemas são como frações de curva que se vão repetindo em es calas diferentes. Repetição/recorrência é réplica de um patrão originário, com varia ções, pelos quatro fatores operacionais, não só quanto à forma geométrica curva. Di zer fractal significa “composto de frações de curva e, também, que é recorrente, repeti tivo na forma espacial. Daí saiu a Geometria Fractal, de Mandelbrot, diferente da Ge ometria Euclidiana que é de linhas retas. A relatividade provou que não há linhas re tas, só curvas.

330

GANHOS: é importante uma redefinição na perspectiva triádica, em que há três ganhos. Pelo cérebro esquerdo o ganho é de aprendizagem, conscientização; pelo cérebro di reito é de satisfação, de prazer e glória; pelo cérebro central é ganho financeiro, ganho de poder. Os custos, de igual maneira, são custos de know-how, custos emocionais e custos financeiros. HOLISMO, holístico: sinônimo de globalidade, totalidade. Usa-se muito o conceito “holísti co” também como sinónimo de tudo o que seja do cérebro direito. É um uso monádico do conceito. Em seu uso legítimo, “holístico” abarca os três cérebros. Ver “TRIADI ZAR”. HOLOGRAFAR: reestruturar um texto ou um evento adaptando-o ao paradigma e à lin guagem sistêmico-triádica do Hológrafo. Também se diz “triadizar” e “logotriadizar”. ÍCONES: imagens, símbolos. Linguagem icônica quer dizer linguagem não-verbal, lingua gem artística, por símbolos não verbais. A televisão, o cinema, a expressão corporal, são linguagens icônicas. INCLUSIVISMO TRI-UNO: postulado do enfoque triádico que requer, em tudo, a inclusão, a consideração, a participação de três lados ou elementos, sejam do cérebro, sejam os três subgrupos etc. O oposto é o exclusivismo que considera ou enfoca um só lado, monádico, excluindo os demais. INDOAMÉRICA: ver Ameríndia. ISCAÇÃO: estratagema que promete recompensas futuras inalcançáveis, usado por sub grupos oficiais do poder político, econômico e religioso enganadores, para conseguir que os oscilantes se esforcem mais, se submetam, façam sacrifícios no presente, com a esperança de ganhos maiores no futuro, apesar dos fatos em contrário. Promessas para enganar e explorar ingênuos, cujo exemplo histórico é o cavalo de Troia ou a serpente do paraíso, cuja continuação é o marketing de hoje. LOGOTERAPIA: “converter” ou decifrar conceitos da linguagem monádica (capitalista e re ligiosa) ou diádica (do marxismo) a conceitos sistêmico-triádicos, visando à redução das cibernoses, ambiguidades e da superficialidade. MANIPULADORES DE CÉREBROS: somos todos, mas em especial são as mães, os pais, os professores, os líderes religiosos ou de cérebro direito, os profissionais do marke ting e meios de comunicação, que manipulam e enganam os cérebros inconscientes. É a prática da violência psico-ideológica e emocional-moral. Esse tipo de violência terá que ser definido e classificado como crime nos códigos legais, para sancionar os abu sadores. MAPAS MENTAIS: o psicólogo inglês, Tony Buzan, popularizou um modo de tomar notas, formando um desenho com ramificações associadas livremente, ao redor do tema cen tral (pode tomar a forma de árvore, teia de aranha, de neurônio, de polvo etc.) para favorecer a organização mental e a memorização. Mas pode-se ir além da livre asso ciação se usarmos as neuroferramentas da Cibernética Social. Há três blocos de ma pas mentais: quando predominam desenhos se chamam “modelos”; quando predomi nam palavras e gráficos, se chamam “referenciais”; quando são objetos em miniatura, se chamam “maquetes”. MARCO teórico: teoria ou autor que fundamenta ou dá suporte a um trabalho de pesquisa. Geralmente, abrange o paradigma e o respectivo referencial ou quadro conceptual. MATERGIA: contração de matéria+energia que, segundo a fórmula de A. Einstein, podem converter-se uma na outra, dadas as condições necessárias. “Matergia”, em seu for mato tri-uno e sistêmico, é a essência, o miolo, o recheio, motor e corpo de tudo. MATRICONDICIONAMENTO: montagem e condicionamento das redes neurais dos três cérebros das crianças pelas mães. Como a mulher, em geral, é o subgrupo oficial “in visível” da família e do homem (“por trás de um grande homem há sempre uma grande

331

mulher”) se poderia dizer “ginecondicionamento”. Se as mães fossem capacitadas e pagas como professoras primárias e primeiras, segundo o que propomos pela Carreira de Mães-pais-docentes, não seriam condicionadoras; seriam neuromães formadoras de crianças sadias e proporcionais nos três cérebros, isto é, futuros cidadãos corres ponsáveis e decentes. MAXIMOCRACIA: ímpeto de propulsão dos sistemas a ser, ter e querer sempre mais de tudo dos 3 cérebros: sempre mais energia, crescimento, saúde, poder, dinheiro, rique za, glória, vida etc. infinita e eternamente, evitando cair, perder, retornar ao nada, ao mínimo (minimocracia). Há um polo positivo (que empurra-arrasta para cima, para a neguentropia) e um polo opositivo, negativo (que empurra-arrasta para baixo, para a entropia). Manter-se na corda bamba entre as duas forças, é sabedoria proporcionalis ta. MAYA: conceito do budismo zen para referir-se ao inconsciente étnico-cultural que toma tudo pelas aparências, ou toma um teatro ou uma miragem como se fossem reais, de verdade. Para ultrapassar a credulidade maya e deixar de ser um zumbi social, é pre ciso adquirir consciência crítica até o deboche e, depois, aprender a meditar. Sigmund Freud dedicou-se mais ao inconsciente individual-familiesco e a suas recorrências no inconsciente escatológico ou “sobrenatural”; e Carl Jung dedicou-se mais ao inconsci ente energístico-coletivo; o budismo zen e o marxismo denunciaram o inconsciente ét nico-cultural como maya (ilusório) e alienação. MÍSTICA (ver “espiritualidade”): refere-se à experiência do cérebro direito em ciclagem re duzida ao ter alguma percepção do todo, do infinito, eterno, que é indescritível pelo cé rebro esquerdo. É o desenvolvimento máximo de cérebro direito, em seu nível 4, tam bém referido como “estético-místico” e “alfa-místico”. As filosofias orientais lhe dizem “iluminação”. MONÁDICO: referente a unidades avulsas, como em monocultura, monobloco, monoglota. Filosoficamente, é o método cartesiano ou analítico de raciocínio e ação que decom põe uma coisa até suas partes mínimas para entender cada uma por separado, me nosprezando o contexto sistêmico que é plural e relacional, e não composto de unida des avulsas e isoladas. O resultado são cada vez mais subdivisões no conhecimento e no manejo do social por eventos, casos separados sem contemplar o contexto ou a rede dos fatos. Quando se contemplam dois elementos contrapostos, se diz enfoque ou paradigma diádico ou dicotômico. Quando se contemplam três, se diz unitriádico, tri-uno, tríade, tri-unitário etc. Veja Trialética. NEGUENTROPIA: ver “anatropia”. NEOLIBERALISMO: nome dado ao novo ciclo capitalista-financeiro judeu-anglo americano, depois do colapso do socialismo. O neoliberalismo tem como seu ideólogo o economista austríaco Friederich von Hayeck, assessor de Margareth Thatcher e Mil ton Friedman, assessor de Ronald Reagan. Como seu codificador tem a John William son, o pai do Consenso de Washington, que ditou as pautas para os anos noventa que levaram ao desastre de 2007. NEUROCIÊNCIAS: ciências que estudam os seres sob o ponto de vista do seu sistema nervoso ou de feedback (captação de informação, processamento e resposta ou rea ção para reajustar-se). NEUROMA: o conjunto de redes neurais tri-tetracerebrais que define uma pessoa, um gru po e uma etnia. Neuroma faz eco a genoma. NÍVEIS DE AGENDONOMIA E DE VIVÊNCIA: como não há igualdade nem desigualdade absolutas, e sim diferenças proporcionais, os sistemas se organizam em níveis ou hie rarquias (classes), cada nível com seus jogos triádicos tridimensionais. Para divisão de trabalho, capacitação e autoridade, falamos de quatro Níveis de Agendonomia. Os pa drões de vida ou bem-estar correspondentes são os quatro níveis de vivência.

332

NOOFAGIA: assim como antropofagia é comer carne humana, noofagia é “comer”, domi nar, submeter a mente, os miolos de alguém ou de algum povo. É abortar a autonomia mental, a autocondução e substituí-la por domesticação ou amestramento. Isso se faz pela alienação, por inconsciência, terror, marketing abusivo, e pelos diversos "ópios" do povo (futebol, carnaval, erotização, religião, novelas, o antigo “pão e circo”). Mas tem que revestir-se de forma quase invisível, pela violência psico-ideológica, disfarça da de “para teu bem”, “faço isso por amor“, “é para tua salvação”, “é para tua moderni zação” etc., que são formas de iscação. NOÔNICA, noética, noologia: tudo o que se refere aos três cérebros, ao tricerebrar. OBSERVADOR EXTRATERRESTRE: imaginar-se fora do planeta, observando e interpre tando com o “eu superior” tudo o que acontece “lá embaixo”, inclusive nosso outro “eu terrestre” em ação. Serve para metacognição ou transconsciência: saber que sabe, sentir que sente, e saber-se fazendo o que se faz. OFICIALISMO: pilha de pessoas, grupos, classes, países com poder de mando sobre os demais, devido ao uso predominante do cérebro central e suas táticas/arsenais: rique za, lei, força, influência, liderança, ordem, coordenação. Quando o oficialismo é des proporcional, apela para a intimidação, violência econômica, violência legal, violência guerreira etc. Qualquer um dos três subgrupos deve sempre ser qualificado como pro porcional ou desproporcional, em diferentes gradações, dado que os três são indis pensáveis e inevitáveis, podendo oscilar de um polo ao outro. OPERACIONALIZAR: detalhar algo seguindo os quatro operacionais: espaço, cronologia, personagens e procedimentos. PARADIGMA (ver cartesiano e cosmovisão): é um macroparadigma quando abarca os conteúdos dos três cérebros integrados; quando não, se fala do paradigma religioso (cérebro direito), do paradigma científico (cérebro esquerdo) e do paradigma econômi co (cérebro central). Popularmente, pode-se dizer “Visão 3D”. PERFIL TRICEREBRAL: hierarquia tri-tetracerebral como resultado do QT. Um Perfilista é alguém que revela o Perfil Tri-tetracerebral de outrem. Ao observar a linguagem ver bal, não-verbal, as ações e reações de alguém, pode-se deduzir a hierarquia tricere bral, os arquétipos a que está vinculado e o repertório de suas trilhas e rotinas mentais tri-tetra. Isso é a base para o upaya-coaching, para a comunicação carismática e para o marketing manipulador. PONTO DE OURO (Ver Proporcionalismo): é a expressão ou a medida do equilíbrio, da justiça, da beleza, no formato da média e extrema razão e seu símbolo φ (fi) que em números é 1,618 e seu oposto 0, 618, arredondados para 62% por 38%. É um atra tor/limitador existente na natureza, que os subgrupos buscam transgredir, principal mente os oficiais. O Ponto de Ouro pode ser tomado como o fundamento de uma nova ética inclusivista e universal, que acata diferenças, mas proporcionais: O PROPORCI ONALISMO. PRESTADIO e usuário: o que presta, oferece, vende serviços; usuário é o que compra, re cebe, usa os serviços. Como somos alternadamente prestadios e usuários, juntamos os dois conceitos e formamos o de “prestusuários” ou “usuprestadios”. A rede de sis temas supõe um fluxo usuprestadio. As pessoas, as organizações são usuprestadias ou prestusuárias (recebem inputs como usuárias e oferecem outputs como prestadias e vice-versa. Alvin Toffler criou a palavra prodsumer (producer and consumer).

333

PRESSURIZAÇÃO: graduação da competição, do esforço exigido num grupo, da pressão posta sobre uma empresa ou um país para obter mais produtividade. Se a pressuriza ção é forte ou demasiada, cansa, desanima ou revolta as pessoas e grupos. Se é frouxa, cai a produtividade, pela lei do mínimo esforço. Considera-se que a empresa privada pressuriza demasiado pela meritocracia e, que a empresa pública pressuriza demasiado pouco, como na promoção e ganho por tempo de serviço, em lugar de por esforço competitivo e mérito. O jogo triádico supõe/impõe pressurização, mas dentro de limites proporcionais. PROATIVO: a pessoa que vê tudo pelo lado das soluções, que toma iniciativas, que acre dita que pode, que está a favor. É o oposto do "reativo" que só atua em reação a algo, que é sempre do contra, é negativo. PROPORCIONALISMO: proposta de fundamento ético de vida e de justiça social, baseada na matemática da média e extrema razão que supõe, em tudo, medidas aproximadas de 38% por 62%. É o ponto de ouro, conhecido em publicidade como seção áurea ou retângulo áureo. A igualação máxima do socialismo é contrária às leis da matergia e, portanto, impossível; a desigualação máxima buscada pelo neoliberalismo (lei do mais forte) destrói a vida e a harmonia. O proporcionalismo expressa a sabedoria da natu reza, da qual somos tão só uma manifestação. Ver PONTO DE OURO. QUADRO DE REFERÊNCIA ou Referencial: esquema ou gráfico conceptual para ordenar, classificar e processar informação, fatos etc. É um mapa mental de extrema claridade para o cérebro esquerdo. É um recurso para abreviar o discurso linear por livre asso ciação e as sinuosidades demagógicas que geram confusão. QT: Quociente Triádico em lugar de Quociente Intelectual e Quociente Emocional. É um teste; melhor dizendo, é um revelador do potencial tricerebral de um dado momento. REALIDADE VIRTUAL: é a representação simbólica da realidade. O mesmo que simbolos fera. Existe a realidade virtual gráfica ou verbal do cérebro esquerdo, que são as pala vras, os escritos e teorias; existe a realidade virtual icónica, imagética, artística do cé rebro direito, que é não verbal; e existe a realidade virtual do cérebro central que é monetária ou a moeda, e equivalentes como selos, títulos de crédito etc. A realidade virtual e a realidade factual são os extremos de um gradiente que se pode representar pelos 4 níveis dos 3 cérebros. O marketing está conseguindo que os tontos se admi rem e se dediquem muito mais à realidade virtual que à factual. Mais à ficção que à realidade. É um retorno à caverna de Platão. RECORRÊNCIA: reiteração, repetição periódica ou não, recapitulação, projeção de algo do anterior no posterior. Alguns exemplos de recorrência: a estrutura de animais e plantas assim como sua forma ondulatória é recorrente, autossemelhante, com algumas varia ções de escala e de tempo; os ciclos em que se dá a evolução de tudo são recorren tes, reaparecem, ainda que com variações e não com frequências regulares; a ima gem que se tem de Deus, da Virgem Maria, às vezes é recorrência do pai ou da mãe. A programação tricerebral inconsciente de comportamentos subgrupais na infância re aparece, se projeta nas relações de trabalho, de casal, de religião etc.; a simpatia ou a antipatia por alguém, às vezes tem que ver com a evocação (recorrência) de figuras eco ou assemelhadas de nossa infância inconsciente; a preferência por um filho ou uma filha pode ser recorrência inconsciente de nosso pai ou nossa mãe ou outro amor de infância. REFERENCIAL: esquema gráfico de conceitos, condensador e classificador de informação e eventos. Ver quadro de referência. RELATIVIZAR: é examinar algo por um lado, depois por outro, e mais um terceiro. É mudar o ângulo de observação, o eixo de significado. Podemos enfocar uma flor pelo cérebro esquerdo e a classificamos em sua família com seus elementos distintivos; se a relati vizamos pelo cérebro direito, a sentimos em seu beleza, perfume e poesia; se a relati

334

vizamos pelo cérebro central, a medimos em seu valor econômico ou medicinal etc. Usar um referencial ajuda a relativizar mais e melhor. RELIGIONIZAR: limbizar, sacralizar, proclamar que algo é sagrado, que é da esfera do cé rebro direito sacralizador, portanto sob a jurisdição de Deus e de seus autoproclama dos representantes. Moisés religionizava quase tudo, para conseguir que, por temor a Deus, se lavassem as mãos antes da comida, evitassem a perigosa carne de porco, e que a mulher parturiente ficasse de quarentena para proteger-se de infecções. O povo não tinha noção e percepção racional de causa e efeito entre contaminação, enfermi dade e morte. Onde não prevalece a racionalidade, prevalece a religionização. RELIGIONIZADO: caracteriza a pessoa que tem os três cérebros montados e direcionados por uma ideologia religiosa e está sob o controle de autoridades religiosas. O religioni zado faz tudo para cumprir com as normas doutrinárias de sua instituição e liderança religiosa, em lugar de buscar sua emancipação e evolução espiritual. Há ideologias não-religiosas que também funcionam assim. SACRAL: refere-se a uma propriedade do cérebro direito que atribui caráter sagrado, reli gioso, misterioso, sobrenatural, esotérico a tudo o que lhe corresponde: cosmos, amor, arte, inspiração-criatividade, religiosidade, nascimento, morte, tempo, eternidade, per cepção extra-sensorial-esotérica, ou fenômenos do cérebro em ciclagem reduzida etc. A expressão “poder sacral” não se refere só a religião, mas a tudo do cérebro direito. SATISFATORES: bens que satisfazem necessidades. Os satisfatores podem ser classifi cados pelos três cérebros ou pelos catorze subsistemas em seus 4 níveis. Há que dei xar de classificar os satisfatores como bens materiais e espirituais, ou como bens pri mários, secundários e serviços, como o faz o paradigma socioeconômico. SÍMBOLO-ILUSIONISMO: criar ilusões ou enganos através da comunicação verbal e icô nica. É a prestidigitação com as palavras como o fazem os mágicos em seus shows. Como o virtual está triunfando sobre o factual, a mentira oficial cresce, favorecida por tecnologias assombrosas... SIMBOLOSFERA: ver Realidade Virtual. SINTAXE: é a ordem ou sequência em que se distribuem as categorias gramaticais para construir frases e relacioná-las num texto, no caso do cérebro esquerdo. Há também uma sintaxe das artes (mais notória na música) para o cérebro direito; e, uma sintaxe das ações ou uma sequência de causalidades e eventos cronológicos, que são fluxo gramas, para o cérebro central. As três sintaxes são manifestações do fluxo sistêmico de tudo, com maior ou menor operacionalização, desde a matergia. São inatas ou ins tintivas. Daí que há sintaxes nos 4 níveis das três culturas, desde o nível um, que é primário, concreto e pouco preciso/lógico, até o nível quatro abstrato que atinge maior precisão, coerência e sofisticação. SISTEMA (ver “fluxo prestusuário”): concepção dos seres como pacotes de energia triádica e em fluxo que, por isso, se gasta: entra, se transforma e se usa/dissipa. Por isso to dos os seres ou sistemas estão enganchados uns nos outros, uns alimentando a ou tros, formando a cadeia ou rede alimentar-procriativa. Mas “sistema” se usa também como sinônimo de organização social ou de ordenamento geral (em inglês: establish ment; em latim: status quo). A isso se referem os pobres quando se dizem “vítimas do sistema”; e os ricos quando se justificam assim: “eu não tenho a culpa; é o sistema”. Nesse sentido “o sistema” é o conjunto de Poder Político, Econômico e Sacral que chamamos também tri-oficialismo supremo, com a hegemonia de um ou de outro dos três, segundo a época e a geografia. SOCIOGRAMA FAMILIAR ou FAMILIOGRAMA: estudo das relações triádicas entre cônju ges e filhos, resultando em fixações, rejeições, indiferenças e co-evolução do sistema familiar.

335

SUBGRUPOS: dentro de qualquer grupo se formam três correntes, facções, linhas, ten dências, ou subgrupos que chamamos: Subgrupo oficial regente; subgrupo antioficial divergente; e subgrupo oscilante convergente. É o motor de tudo, da matergia quântica à astronomia ou aos céus, atravessando a História humana. SUCEDÂNEO: é adotar fonte de endorfina não humana: mascotes, plantas, jogo, teleadic ção, um esporte, bebida, drogas, vícios etc. TETRANIVELADO: refere-se aos 4 níveis dos 3 cérebros e dos 14 subsistemas, ou aos 4 níveis de vivência ou à divisão de trabalho em 4 níveis mínimos etc. TRIADIZAR: reestruturar um texto ou evento pela linguagem e os referenciais da trialéctica sistêmica. Ver HOLOGRAFAR. Exemplos de “triadização” ou “holografia” são as rese nhas documentais apresentadas neste livro; ou a parte de triadização das disciplinas escolares; ou os Fluxogramas de Matemática, Psicologia, Pedagogia e História; ou exercícios de “completação triádica” etc. TRIALÉTICA: nome dado ao princípio ou regra que em tudo supõe sempre três elementos interatuantes, geralmente no formato de dois contra um, com base na física quântica e na metafísica. TRICEREBRAR: palavra criada para significar que há que usar os três cérebros ou os três processos de forma integrada e complementar - informação, criatividade, ação - for mando um ciclo que só se completa quando se percorrem os três processos, como no CCF. O contrário se dirá: uso fragmentário dos três cérebros ou do CCF. TRILHAS ou rotinas TRICEREBRAIS: hábitos automáticos de ação-processamento-reação frente a qualquer estímulo (gestos ou símbolos do cérebro direito; objetos e ações do central; palavras e informações do esquerdo), derivados das primeiras vivências na in fância, por forte dosagem emocional, que se repetem como uma força oculta que se impõe. Enquanto não forem conscientizadas não podem ser modificadas. TRI-UNIDADE ou UNITRIÁDICO: conceito que indica a estrutura ou composição dos se res: cada um tem três partes e cada uma das três partes é parte de outra tri-unidade. Tudo é tri-uno ou unitriádico, não importa se procedemos por adição e multiplicação até ver o planeta como um todo unitriádico, ou se procedemos por subtração e divisão até ver cada partícula do átomo como unitriádica. Não há reducionismo possível ao um, tão somente ao tri-uno. UPAYA-COACHING: conjunto de lances e contralances do processo educativo, feitos entre um educador ou gerente e o educando ou trabalhador, compartilhado em partes com plementares, visando progressivamente a emancipação e a excelência na autocondu ção ou performance do educando/trabalhador até culminá-la. Upaya é um conceito tomado da filosofia zen e seus gurus. Como entrou de moda o coaching, passamos a usar “upaya-coaching”. USUPRESTADIO: palavra composta de “usuário” e “prestadio”. Em vice-versa pode ser prestusuário. A palavra se justifica porque em qualquer atividade somos simultanea mente usuários e prestadios tricerebrais, embora em proporções distintas. O conceito de prodsumer, de Alvin Toffler, refere-se só ao processo produtivo. Ninguém é uma só e única coisa. “Ninguém é tão rico que não lhe falte nada; ninguém é tão pobre que lhe falte tudo”. Isso indica que todos podemos intercambiar, todos participamos de um mercado ou de outro, isto é, somos prestusuários/usuprestadios.

336

Neuroeducação - PDFCOFFEE.COM (2025)
Top Articles
Latest Posts
Recommended Articles
Article information

Author: Jamar Nader

Last Updated:

Views: 5255

Rating: 4.4 / 5 (55 voted)

Reviews: 94% of readers found this page helpful

Author information

Name: Jamar Nader

Birthday: 1995-02-28

Address: Apt. 536 6162 Reichel Greens, Port Zackaryside, CT 22682-9804

Phone: +9958384818317

Job: IT Representative

Hobby: Scrapbooking, Hiking, Hunting, Kite flying, Blacksmithing, Video gaming, Foraging

Introduction: My name is Jamar Nader, I am a fine, shiny, colorful, bright, nice, perfect, curious person who loves writing and wants to share my knowledge and understanding with you.